Foi um tremendo esforço convencer Verônica a sair do quarto, e ir comigo até a cidade. - pare de ser insuportável e vista isso. - lhe entreguei um vestido azul, que lhe caia muito bem. Ela se olhou no espelho. - pareço uma criança com esse vestido. - claro que não, você está linda. - ela sorriu. Verônica não era muito diferente de mim, seus cabelos eram bem maiores e muito negros, seus olhos tão verdes quanto os de nossa mãe. Seu corpo era como o meu. - aonde vamos exatamente? Ela me questionou enquanto saíamos do quarto. - tem uma pessoa que eu gostaria de visitar. - você conhece pessoas aqui? - uma em específico, eu acho que pode ser o começo. - ela ergueu uma sobrancelha, já estávamos chegando na porta quando Kyle surgiu. Alto como uma montanha, seus cabelos estavam presos em um coque curto, e ele vestia um belo terno preto. - onde vocês... - ele parou bruscamente, ficando imóvel como uma estátua. Quase como se não pudesse se mover, enquanto olhava fixamente para Verônica.
Mal pude esperar para entrar em casa, e tomar um belo banho. Aquele dia havia me deixado exausta, e ainda tinha Kyle. Por que ele tinha feito aquilo? Eu com certeza pensaria nisso por dias. Atravessei pela porta, e sem demora, tratei de ir até o banheiro. Entrei naquela banheira que ficava no canto do banheiro e fiquei lá por muito tempo. Eu sentia que precisava descansar meu corpo. Quando sai já era quase meia noite, eu mal tinha visto o dia passar. Ouvi passos e barulhos estranhos no corredor. Me empertiguei, peguei um roupão e lentamente andei até a porta. Abri apenas uma brecha para que pudesse ver o que estava acontecendo. Daikan estava passando junto de Kyle. Ele estava apoiando o macho, que aparentava estar bêbado. Mal se segurando nas próprias pernas e se chocando contra as paredes. - vamos Kyle, pare de agir feito criança c*zão. - Kyle riu de forma amarga. - eu... Eu sou a criança agora? - cale a boca e tente andar. - mais uma risada sem felicidade, eu franzi o cenho.
Levantei extremamente tarde naquele dia, por volta do meio dia para ser mais clara.Não entendi bem porque aquilo havia acontecido, na verdade eu entendia sim. Após aquele momento nada estranho com Daikan na outra noite, havia sido impossível fechar os olhos com ele ao meu lado na cama.Quando desci para tomar meu café, as criadas já estavam colocando a mesa para o almoço. Verônica logo se juntou a mim, olhei em volta mas não vi ele. - você está horrível. - ela disse entre sorrisinhos enquanto sentava ao meu lado. - obrigada pelo elogio. - é sério, parece que você pintou os olhos de preto. Não dormiu a noite? - não. - e por que? - bem... - parei bruscamente, eu não sabia se conseguiria falar de algo assim com Verônica. - tive alguns pesadelos. - eu também teria, você está dormindo ao lado dele. - gargalhei. - falando nisso, sabe onde ele está? - não, estava no jardim esse tempo todo. Só vi ele saindo com aquela fêmea de cabelos vermelhos. - engoli em seco. - como sempre.
Tentei falar com Verônica, mas ela se trancou em seu quarto e sequer quis me dar ouvidos. Eu estava tão cansada, e tão furiosa. Mas eu queria colocar algumas coisas a limpo, então tratei de esperar Daikan em seu escritório. Fiquei sentada na mesa, observando o lugar. Haviam muitos livros. - seu mentiroso desgraçado, a última coisa que você deve fazer é ler. - disse a mim mesma enquanto vasculhava sua biblioteca pessoal, avistei muitos livros interessantes. Mas o que mais me chamou a atenção, foi um diário que estava dentro de outro livro grande. Ele era pequeno, e tinha poucas folhas. Folheie rapidamente, e logo notei que eram as palavras dele. Falando sobre coisas aleatórias, e diversas. Estava quase lendo as outras páginas, quando ele entrou na sala e sem demora me avistou. - o que está fazendo aqui? - logo pus o diário em seu lugar novamente, e me voltei para ele. Que já estava indo em direção a sua mesa. - esperando você. - não podia me esperar no quarto? - eu sei que você n
Assim que me pus de pé naquela manhã, fiz questão de ir até Daikan. Queria ir até a cidade. Também queria passar na casa de Alesha, mas não queria chegar lá sem nada. Já estava quase chegando em seu escritório, quando dei de cara com Kyle. O macho estava entrando pela porta da frente, apressei o passo tentando desviar. Mas sem demora ele se aproximou. - tem um minuto? - depende. - me voltei para ele. - vai me contar o que estava acontecendo? - nada estava acontecendo. - então aquela noite foi nada? - ele se empertigou. - foi apenas um momento estranho. - respirei profundamente e me aproximei dele. - Kyle não vou deixar que você toque em um fio de cabelo da minha irmã. - acha que eu machucaria ela? - depois do que eu vi, eu não duvido mais de nada. A questão é que ela é tudo para mim, e não vou admitir que aquilo aconteça novamente. Então tente controlar suas merdas. - logo lhe dei as costas, e estava quase seguindo meu caminho. - sua irmã faz parte das minhas merdas. - pare
Naquela bendita semana, fui informada que Daikan faria muitas visitas e eventos no centro da cidade. Aparentemente ele estava desesperado pela colaboração, e lealdade de seus "súditos." Dava para notar o quão nervoso ele estava, toda hora indo de um canto para o outro se preparando para várias coisas diferentes. Estávamos em nosso quarto, a modista já estava colocando um belo vestido preto sem mangas, em mim. Quando olhei para ele, que estava sentado em uma poltrona no canto do quarto. Olhando pela janela, enquanto movia os anéis em seus dedos. Parecia tão distante, tão pensativo. Me empertiguei. - quantos eventos estão programados para essa semana? - alguns. - que resposta vaga. - a modista ergueu uma sobrancelha, ele não me encarou. - estou sendo objetivo. - quer saber o que eu acho sobre isso? - não. - o tom de sua voz ficou perigosamente baixo. - de certa forma, acho que está tentando compensar. - seus olhos âmbar se voltaram para mim de imediato, seu maxila
Não falamos um com o outro enquanto voltávamos para casa, eu nem queria falar. Não havia o que falar, havia sido só um beijo. A droga de um beijo como... Todos os outros. Eu só sabia que estava estranha, quente e muito confusa sobre tudo. Conforme entrei de baixo do chuveiro e deixei a água cair sobre meu corpo, me arrepiei toda enquanto lavava meu corpo. Enquanto passava minhas mãos pela minha pele, tocando. Passei meus dedos um pouco acima do meu ventre e estremeci, afastando minha mão dali o mais rápido o possível. - que merda você pensa que está fazendo Mallena? - me repreendi. Rapidamente terminei aquele banho e sai. Daikan já estava deitado na cama, de bruços. Aparentemente dormindo. Engoli em seco, enquanto dava a volta e me jogava no meu próprio lado. Esperava de verdade que ele não sentisse nenhum cheiro vindo de mim. - se você quiser... Eu posso ajudá-la com isso. - sussurrou. Senti meu corpo todo dando um solavanco, e o encarei nervosa. - vai se f*der seu infeliz. - o
Emithor era o tipo de macho típico, aquele conquistador que não se importava com nada. No mundo humano, haviam vários desses. Perdi a conta de quantas vezes seduzi homens como ele, apenas para conseguir comer. Aparentemente, ele seria uma boa porta de entrada. - convidei vocês por alguns motivos, gosto de ter meus amigos perto. - todos estavam prestando atenção nele, olhei de relance para Emithor. - se conhecem há muito tempo? - anos, o meu pai conhecia o dele. Foi um tipo de amizade planejada. - ah... Compreendo. - abri um sorriso falso, que logo ele retribuiu. Daikan que ainda estava falando, bateu na mesa. Fazendo nossa atenção se voltar para ele. - estou atrapalhando a conversa? - de forma alguma meu amado, continue. - ele mostrou os dentes. - como eu estava falando... São tempos complicados, a união de alfas e líderes é importante para termos segurança um no outro. Não estamos mais nos tempos antigos, por isso... Amizades e alianças são importantes. - concordo totalmente