Tentei falar com Verônica, mas ela se trancou em seu quarto e sequer quis me dar ouvidos. Eu estava tão cansada, e tão furiosa. Mas eu queria colocar algumas coisas a limpo, então tratei de esperar Daikan em seu escritório. Fiquei sentada na mesa, observando o lugar. Haviam muitos livros. - seu mentiroso desgraçado, a última coisa que você deve fazer é ler. - disse a mim mesma enquanto vasculhava sua biblioteca pessoal, avistei muitos livros interessantes. Mas o que mais me chamou a atenção, foi um diário que estava dentro de outro livro grande. Ele era pequeno, e tinha poucas folhas. Folheie rapidamente, e logo notei que eram as palavras dele. Falando sobre coisas aleatórias, e diversas. Estava quase lendo as outras páginas, quando ele entrou na sala e sem demora me avistou. - o que está fazendo aqui? - logo pus o diário em seu lugar novamente, e me voltei para ele. Que já estava indo em direção a sua mesa. - esperando você. - não podia me esperar no quarto? - eu sei que você n
Assim que me pus de pé naquela manhã, fiz questão de ir até Daikan. Queria ir até a cidade. Também queria passar na casa de Alesha, mas não queria chegar lá sem nada. Já estava quase chegando em seu escritório, quando dei de cara com Kyle. O macho estava entrando pela porta da frente, apressei o passo tentando desviar. Mas sem demora ele se aproximou. - tem um minuto? - depende. - me voltei para ele. - vai me contar o que estava acontecendo? - nada estava acontecendo. - então aquela noite foi nada? - ele se empertigou. - foi apenas um momento estranho. - respirei profundamente e me aproximei dele. - Kyle não vou deixar que você toque em um fio de cabelo da minha irmã. - acha que eu machucaria ela? - depois do que eu vi, eu não duvido mais de nada. A questão é que ela é tudo para mim, e não vou admitir que aquilo aconteça novamente. Então tente controlar suas merdas. - logo lhe dei as costas, e estava quase seguindo meu caminho. - sua irmã faz parte das minhas merdas. - pare
Naquela bendita semana, fui informada que Daikan faria muitas visitas e eventos no centro da cidade. Aparentemente ele estava desesperado pela colaboração, e lealdade de seus "súditos." Dava para notar o quão nervoso ele estava, toda hora indo de um canto para o outro se preparando para várias coisas diferentes. Estávamos em nosso quarto, a modista já estava colocando um belo vestido preto sem mangas, em mim. Quando olhei para ele, que estava sentado em uma poltrona no canto do quarto. Olhando pela janela, enquanto movia os anéis em seus dedos. Parecia tão distante, tão pensativo. Me empertiguei. - quantos eventos estão programados para essa semana? - alguns. - que resposta vaga. - a modista ergueu uma sobrancelha, ele não me encarou. - estou sendo objetivo. - quer saber o que eu acho sobre isso? - não. - o tom de sua voz ficou perigosamente baixo. - de certa forma, acho que está tentando compensar. - seus olhos âmbar se voltaram para mim de imediato, seu maxila
Não falamos um com o outro enquanto voltávamos para casa, eu nem queria falar. Não havia o que falar, havia sido só um beijo. A droga de um beijo como... Todos os outros. Eu só sabia que estava estranha, quente e muito confusa sobre tudo. Conforme entrei de baixo do chuveiro e deixei a água cair sobre meu corpo, me arrepiei toda enquanto lavava meu corpo. Enquanto passava minhas mãos pela minha pele, tocando. Passei meus dedos um pouco acima do meu ventre e estremeci, afastando minha mão dali o mais rápido o possível. - que merda você pensa que está fazendo Mallena? - me repreendi. Rapidamente terminei aquele banho e sai. Daikan já estava deitado na cama, de bruços. Aparentemente dormindo. Engoli em seco, enquanto dava a volta e me jogava no meu próprio lado. Esperava de verdade que ele não sentisse nenhum cheiro vindo de mim. - se você quiser... Eu posso ajudá-la com isso. - sussurrou. Senti meu corpo todo dando um solavanco, e o encarei nervosa. - vai se f*der seu infeliz. - o
Emithor era o tipo de macho típico, aquele conquistador que não se importava com nada. No mundo humano, haviam vários desses. Perdi a conta de quantas vezes seduzi homens como ele, apenas para conseguir comer. Aparentemente, ele seria uma boa porta de entrada. - convidei vocês por alguns motivos, gosto de ter meus amigos perto. - todos estavam prestando atenção nele, olhei de relance para Emithor. - se conhecem há muito tempo? - anos, o meu pai conhecia o dele. Foi um tipo de amizade planejada. - ah... Compreendo. - abri um sorriso falso, que logo ele retribuiu. Daikan que ainda estava falando, bateu na mesa. Fazendo nossa atenção se voltar para ele. - estou atrapalhando a conversa? - de forma alguma meu amado, continue. - ele mostrou os dentes. - como eu estava falando... São tempos complicados, a união de alfas e líderes é importante para termos segurança um no outro. Não estamos mais nos tempos antigos, por isso... Amizades e alianças são importantes. - concordo totalmente
Tomei um banho muito longo, e tratei de esfregar todo o meu corpo. Na esperança de tirar qualquer resquício de Daikan de mim. Passei a bucha em meu pescoço, limpando cada partícula. Mas aquela área estava muito sensível, dolorida. - au... Merda! - esbravejei para mim mesma, quando sai do banho. Tratei logo de me pôr em frente ao espelho, enquanto a modista se colocava atrás de mim. Me fazendo vestir um belo vestido cinza, sem mangas e muito justo. Me encarei no espelho, e fiquei furiosa. Haviam diversas manchas roxas em meu pescoço, dos dois lados. - mas que... Que droga! - ela se empertigou atrás de mim. - eu não posso usar esse vestido, tem algo mais coberto? Não posso chegar lá assim. - sinto muito senhora, mas o alfa deixou claro que deveria ser esse vestido. - eu senti vontade de gritar. - esse filho da p*ta só pode estar brincando. Eu deveria chegar lá nua. - Rosale, sorriu e continou pondo o vestido. Enfim eu estava pronta. Quando foi a vez da maquiagem, encarei a fêmea
Os olhos de todos naquele grande salão, estavam apenas em nós dois naquele exato momento. De repente, me senti ofegante. Desesperada, enquanto olhava para o corpo inerte de Emithor no chão. - ele o matou. - deuses! Isso é assustador. - olhe como ele está segurando o seu coração. - sussurros começaram a ser ouvidos, de todos que estavam ao nosso redor. Voltei a olhar para Daikan, ele estava me encarando com intensidade incomum. O coração de Emithor ainda estava em suas mãos, o sangue pingando. Seus ombros subiam e desciam, eu sabia que ele estava tão tenso quanto eu. Talvez muito mais. Lentamente ele se voltou para os outros, aquela imagem extremamente imponente. Que colocaria medo em qualquer um, e os cochichos cessaram. - nas nossas leis mais antigas, e mais primordiais... Um macho não pode tocar na fêmea de outro sem o seu consentimento! E muito menos tentar forçá-la a algo que ela não quer! - sua voz estava tão fria, rouca até. - Emithor queria minha fêmea, e isso... É inadm
Andei pelo salão furiosa, só queria ficar o mais longe dele o possível. Eu nem mesmo sabia o porquê, só... Queria. Fui até a mesa de bebidas, e logo peguei o mais forte que tinha ali e mandei pra dentro. Respirei profundamente e observei ao redor, haviam alguns machos e fêmeas ao meu redor sussurrando, aparentemente sobre Daikan. - ele parece cada vez mais desequilibrado. - uma fêmea morena disse. - e teve alguma vez que ele agiu normalmente? - eles sorriram um para o outro, eu ergui uma sobrancelha. - notaram que ele parece pior do que da última vez? Mais instável, distante. Não dá para sentir nada do alfa nele! - um dos machos cutucou a fêmea, para que ela se calasse. - não fale isso aqui. - mas é a verdade! Daikan não é um alfa como os outros, as vezes desconfio que... - ele não é um alfa? - me infiltrei em sua conversa, logo eles pararam de imediato e me encararam como se tivessem sido pegos em um crime. - minha senhora, nós não... - não precisam se explicar. Me aproxi