Morto, morto, morto, a palavra ecoava-lhe vezes sem conta na cabeça. Ela não conseguia acreditar no que estava a ouvir. Se eles tivessem conseguido... O seu corpo começou a tremer e uma fina camada de suor apareceu, fazendo com que os cabelos da sua testa se colassem à pele. Levou as mãos ao colo e apertou-as com força. Primeiro, tinha sido enganada ao ser mantida na ignorância sobre o seu verdadeiro estatuto - ela era uma ómega, não uma beta. Depois, havia a questão de um namoro e de um noivado quase imposto, do qual ela não conseguiu tirar praticamente nada de positivo, e finalmente os comprimidos, que ela tomava há anos, por amor de Deus. Ela tomava-os há anos, por amor de Deus. E se ela não tivesse conhecido Falcão, o que teria acontecido? Será que eles tencionavam deixá-la morrer assim? As unhas cravam-se-lhe na pele sem que ela se aperceba. Estava tão concentrada nos seus pensamentos que não reparou no seu exterior. Falcão colocou uma mão sobre ela e agarrou-a, impedindo-a de s
Falcão lambeu os lábios sem se aperceber. A simples ideia de ter o seu ómega à sua disposição excitava-o ao máximo. Os seus olhos começaram a ficar mais nítidos e o verde neles tornou-se mais intenso.Apertava o lençol debaixo dos dedos e uma gota de suor escorria-lhe pelas costas. A camisa de seda que trazia vestida começou a agarrar-se à pele e ele só a tirou para tentar refrescar-se com o ar condicionado. Fechou os olhos e soltou um suspiro. Tinha de se conter. Era um alfa e não um alfa qualquer que se deixava levar pelos seus instintos. Tinha sido bem criado e treinado no seu autocontrolo para não cair aos pés de qualquer ómega atrás do seu dinheiro. Mas como poderia ele negociar isso com o seu lado mais selvagem, que lhe deixava as virilhas duras ao ponto de doer para reclamar o seu ómega.Levantou-se da cama e dirigiu-se à casa de banho. Sabia que outro duche não ajudaria. Só lhe restava uma opção. Rezar aos mil santos em que ela não acreditava para que fossem suficientemente
Falcão conduziu Prata, com um braço à volta da cintura, pela entrada principal do local onde se iria realizar a reunião dos presidentes da empresa. O cheiro dos alfas era bastante denso e atingiu Prata, fazendo-a cambalear ligeiramente.-Tens a certeza que é boa ideia estares aqui?-Conhece todos os pormenores do projeto?- abanou a cabeça para se concentrar.Mesmo assim, não precisas de te esforçar tanto, eu podia ter conseguido, estou preocupado contigo Silver, não quero ver-te desconfortável com alguma coisa- disse ele.Soa muito bem vindo dos lábios da pessoa que se aproveitou do meu corpo enquanto eu estava a dormir- olhou por cima do ombro e ergueu uma sobrancelha para ele, -pelo menos deu-se ao trabalho de me perguntar o que eu queria?Silver teve de admitir que estava realmente irritante naquela tarde. Tinha passado tantas horas a dormir que parte do seu corpo estava entorpecido e não saber o que se passava à sua volta estava a dar-lhe cabo dos nervos. Por outro lado, o cheiro
Falcão fechou a porta do quarto, respirando pesadamente e encostando-se à porta. As imagens que via estavam envoltas numa névoa avermelhada que em breve o faria perder o controlo. Ele não podia acreditar que seu zelo havia chegado mais cedo. Ele tinha preparado condições para manter Silver separada dele durante todo o dia, mas aparentemente tê-la por perto tinha sido sua faca na garganta. Ele pegou na sua mala e procurou pelo seu inibidor, sem sucesso.Revirou a roupa, os bolsos e nada. A pequena bolsa onde as guardava sempre não estava lá. Não se lembrava de as ter tirado. Só podia pensar que tinham sido deixadas algures na casa. Virou-se para ver se podia ir lá abaixo comprar algumas, mas já era tarde demais. Tudo à sua volta ficou vermelho e o seu raciocínio voou para longe, deixando a parte mais selvagem de si que ansiava por devorar o seu companheiro.Silver olhou Michel Norman de cima a baixo com um olhar que assustaria qualquer homem. Mas não este alfa que estava acostumado a c
A sala estava cheia de feromonas alfa e estas envolviam a ómega, agitando as suas entranhas. Sentada em frente a Falcão, só conseguia apertar as pernas para conter a pulsação que se formava no seu abdómen e ameaçava tornar-se mais intensa entre as coxas. Sentiu a respiração do alfa contra o seu pescoço quando ele se inclinou e a sua mão na sua cintura nua. A única barreira que lhe restava para estar totalmente desprotegida era a roupa interior que ela sabia que não ia durar muito tempo. Numa tentativa de ver se ainda se podia salvar, virou-se na cama e tentou fugir, mas a mão de Falcão envolveu-lhe o tornozelo e puxou-a para trás, deixando-a deitada na cama. Deixa-me ir- inclinou-se ligeiramente, virando-se para ele, quando encontrou os seus olhos e estremeceu, tremendo. Estavam vazios, ausentes de tudo. Silver engoliu em seco, incapaz de se mexer. A cama cedeu quando o peso dele se juntou ao dela e ele a virou. Com as mãos, abriu-lhe as coxas e meteu-se entre elas, inclinando-se p
Falcão enterrou a cabeça nas mãos, sentado na beira da cama. O seu cabelo louro escorria-lhe água pelos braços, pois não tinha tido tempo de o secar convenientemente. Atrás dele estava o corpo do ómega, o seu ómega que estava inconsciente há quase dois dias.Ele não se queria lembrar, mas as imagens do que viu quando acordou do seu cio assombraram-no mesmo quando o deixaram com uma insónia total. As lacerações, as várias nódoas negras, os dedos marcados em todas as partes do corpo dela, as mordidelas profundas até nos seios, o seu próprio sémen ainda a sair de dentro dela e aquela marca na nuca que se tornava cada vez mais roxa a cada segundo que passava.Ele tinha-lhe lavado o corpo com cuidado, espalhado um creme nas mordeduras e nódoas negras, e até mesmo dentro dela, encontrando alguns músculos vaginais rasgados. Tinha-se certificado de que ela estava limpa antes de a deitar e de a cobrir com um edredão grosso, mas sabia que ela não se sentiria assim quando acordasse.Não tinha um
Falcão conduziu de volta com Silver no banco do passageiro. Ela tinha ficado quieta a tarde toda, olhando para fora da janela. Ela se remexeu de vez em quando, dando ao alfa uma dica de que seu corpo poderia estar nos vários lugares onde a posição fazia pressão. O seu corpo estava completamente coberto, um par de calças largas que lhe chegavam aos tornozelos e uma blusa de manga comprida e gola alta. Embora a temperatura fosse elevada, não queria expor as várias evidências que marcavam a sua pele.O alfa apertava o volante com tanta força que os nós dos dedos estavam brancos e tentava controlar as suas hormonas o melhor que podia. Sentia-se cansado, muito cansado. Ele não tinha dormido ou mesmo tomado o descanso adequado que o seu corpo deveria precisar depois de 24 horas de sexo intenso. Mas Zacarias tinha-lhe ordenado que voltasse nessa noite. Ele ainda se lembrava da conversa deles como se tivesse sido há apenas dois segundos atrás.-Eu sabia- rosnou o alfa do outro lado do telefon
De todas as pessoas que podia conhecer, só podia ser aquela com quem a sua relação tinha acabado pior.-Mãe--Como é que a tua nova vida te está a correr?- perguntou ele ironicamente. Aparentemente, não melhor do que quando estava sob a minha supervisão- disse as palavras com uma certa rejeição.Silver levantou-se para a encarar, mas as cores à sua volta desvaneceram-se e ela voltou a sentar-se enquanto a dor no seu peito se tornava mais forte.-Olha só para ti- a mãe bufou, -talvez o teu novo parceiro a quem abres as pernas te tenha deixado- virou a cabeça.Eu só saí para apanhar ar, não o metas nisto- Silver levantou a cabeça depois de respirar fundo, o que a fez sentir-se um pouco melhor, -E aviso-te que pelo menos ele está a cuidar da minha saúde, ao contrário de uma certa pessoa que só me deu drogas que me matariam em breve.-E o que é que isso importa?- As palavras da mãe atingiram Silver com tanta força que a pouca cor que tinha no rosto desapareceu. -Só precisava que estivesse