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Por: S.S Collins
1. Thomas

Número desconhecido: Você poderia fazer sexo comigo?

Acabo de sair do banho, meu celular vibra sobre a mesinha de cabeceira e dou de cara com essa mensagem de um número desconhecido. Isso só pode ser coisa do Robert, é bem a cara dele essas brincadeiras sem graça.

Eu: Isso por acaso, é alguma brincadeira?

Segundos depois a resposta:

Número desconhecido: Não! Estou falando sério.

Minhas merecidas férias mal começaram, eu mal tomei banho, ainda nem coloquei minha roupa e tenho que aturar essas piadinhas do Robert a essa hora da tarde. Eu sei que ele é meu cunhado e se acha muito engraçado, mas não vou cair nessa agora.

Se por acaso ele está tentando fazer com que eu caia nessa idiotice para depois mostrar os prints pra Melinda, está muito enganado.

Eu: Okay Robert, já se divertiu, agora eu vou me vestir.

Número desconhecido: Uau. Quer dizer que você está sem roupa?

Número desconhecido: Isso é bom de imaginar...

Ignoro.

Número desconhecido: Desculpa. Eu não devia ter fugido do foco.

Número desconhecido: E eu não sou nenhum Robert!

Número desconhecido: E então? Você aceita ou não?

Eu: Olha se não é o Robert, beleza então. Mas seja lá quem for eu vou logo dizendo que eu não estou a fim de participar de brincadeiras como essa.

Pelo menos não obtenho resposta confirmando a minha tese de que seja apenas mais uma das brincadeiras do Robert.

Eu sei bem que ser professor de biologia desde os 24 anos despertou e ainda desperta certo interesse por parte das adolescentes com os hormônios à flor da pele, como sei que estão todas as garotas do ensino médio.

E mesmo hoje aos 30 anos, sei pela forma que elas me olham de vez em quando que ainda causo algum efeito nelas. Muitas não ficam apenas nos olhares e praticamente se insinuam pra mim. Já ouvi e li cada coisa. E sei que talvez essa mensagem agora possa ser de alguma dessas minhas alunas. Difícil é saber como ela teve acesso ao meu número.

Acabo deixando isso pra lá depois que a resposta não vem. Me visto e me jogo no sofá. Hoje não vou nem mesmo preparar o jantar, vou pedir uma pizza mesmo.

Depois de ligar a TV me deito e me dou conta que estou definitivamente de férias. Um mês inteiro sem cadernetas, provas, reuniões e nada que me faça lembrar de trabalho. Estou com um sorriso enorme no rosto.

...

A pizza chega, então meu sorriso fica ainda maior.

Abro a Coca-Cola me sirvo um copo e pego uma fatia de pizza, de mozzarella,minha preferida. Assim que vou comer um pedaço meu celular vibra com a chegada de uma nova mensagem. Penso ser da Melinda, mas não.

Número desconhecido: Eu ainda não desisti da resposta.

Pego meu celular e digito rapidamente:

Eu: Olha, você que diz não ser o Robert, eu já estou em um compromisso.

Número desconhecido: Eu sei. E que insistência é essa de que eu seja esse Robert?

Número desconhecido: Olha

''Imagem''

Número desconhecido: Pareço esse Robert?

__Porra!

Fico até sem palavras agora. Eu passo a mão pelo cabelo. Essas garotas realmente estão cada vez apelando mais. Ela acaba de me enviar uma foto onde ela está usando apenas uma calcinha rosa e sua mão cobre metade dos seios deixando metade a mostra. Assim fica difícil resistir e não olhar.

Eu: Mas o que foi isso?

Número desconhecido: Um nude, eu acho.

Número desconhecido: Droga, eu não costumo fazer esse tipo de coisa, mas você não estava me levando a sério.

Respiro fundo. Isso pode ficar complicado pra mim. Essa garota pode ser uma das minhas alunas, mas o problema é que não consigo reconhecer. Então vou colher informações antes de tomar uma atitude.

Eu: Okay. Me fale o que você realmente quer.

Número desconhecido: Eu já disse.

Número desconhecido: Quero sexo, com você.

Eu: Certo, qual o seu nome mesmo?

Número desconhecido: Sei o que está pensando. Mas eu não sou uma de suas alunas professor Andrews. Meu nome é Shane.

Eu: Como você conseguiu este número, Shane?

Número desconhecido: Quando você falava com a senhorita Dawnson e ela praticamente colocava os peitos na sua cara.

Eu: ?

Número desconhecido: pare com isso, que eu sei que você se lembra dela sim. Da escola onde você fez uma palestra sobre sexualidade hoje a tarde.

Número desconhecido: segui vocês dois. Primeiramente eu iria descobrir seu número entrando na sala da diretora, mas ouvi você o dizer pra senhorita Dawnson.

Eu: então você também ouviu eu dizer pra ela que sou noivo, não é?

Número desconhecido: É, ouvi sim. Gostei da cara que ela fez quando você a dispensou.

Número desconhecido: kkkkk

Número desconhecido: Mas também ouvi você dizer que a sua noiva está fazendo um curso e ficará fora por dois meses.

Número desconhecido: então minha proposta irá beneficiar nós dois.

Número desconhecido: :)

Eu: Onde mesmo você quer chegar com isso?

Número desconhecido: Eu já expliquei que quero sexo.

Eu: Mas por que comigo?

Número desconhecido: porque vc parece entender e muito bem sobre o assunto.

Eu: se é só sexo, por que não com alguém da sua idade?

Número desconhecido: Porque primeiramente, eu sou virgem, segundo, os garotos da minha idade são todos idiotas e iriam estragar tudo e terceiro você parece bem experiente e adoraria que a minha primeira vez fosse com vc.

Eu: Uau.

Número desconhecido: E como eu disse, vc entende do assunto e não me deixou constrangida ao falar de sexo em minha frente.

Respiro fundo e tento ver o que posso fazer, então digito de volta.

Eu: Essa conversa não tem sentido algum. O que eu posso fazer para você esquecer isso de vez?

Número desconhecido: Fácil

Número desconhecido: Faz sexo comigo!

Eu respiro fundo mais uma vez. O que eu vou fazer agora? Que solução eu posso dar a esse caso? Eu olho mais uma vez para a foto que ela me enviou, passo a mão em meus cabelos e descanso ela ali por uns segundos em minha nuca. Meus dedos percorrem meu pescoço enquanto eu tento pensar em uma maneira de sair dessa sem causar maiores estragos.

Essa garota parece decidida, mas eu realmente tenho medo que ela faça alguma besteira, meu lado educador me diz para conduzir isso com calma até conseguir contornar a situação e fazê-la perceber como está sendo impulsiva.

Eu: Tudo bem

Eu: Eu vou pensar direito sobre isso e depois te aviso o que eu decidir

Número Desconhecido: Ótimo

Número desconhecido: Espero de verdade que aceite.

Ela não me responde mais depois disso, eu só não faço muita ideia do que posso fazer para fazê-la mudar de ideia. Uma pessoa não deve iniciar sua vida sexual dessa forma, ela tem que ver isso da forma como eu vejo e é meio que minha obrigação agora mostrar isso a ela.

__Mas que merda!

Eu me encosto ao sofá e fico ali por um tempo olhando a pizza que está pela metade agora e ficará assim, porque já nem tenho mais tanta fome.

Eu procuro por alguma coisa interessante na TV para esquecer os últimos minutos. Eu não sei o que mais me deixou perturbado nisso tudo, se foi o fato de uma garota oferecer sua virgindade para mim assim do nada, ou aquela foto, ou se toda essa perturbação tem a ver com o fato de estar há quase dois meses sem sexo.

Melinda e eu não estamos na melhor fase do nosso noivado de mais de quatro anos. Ela é advogada de uma multinacional e eu diria que em tempo integral, porque nos últimos tempos não estamos mais encontrando tempo para sair, conversar ou até mesmo nos ver. Sei que isso foi conversado desde antes de ela aceitar esse emprego há um ano, mas não achei que nossos horários não fossem combinar dessa maneira. O que só fica ainda mais complicado para mim quando algo desse tipo acontece.

Eu me lembro de umas garotas sentadas em um canto da frente que ficavam de risinhos cada vez que alguém fazia uma pergunta, talvez essa garota estivesse entre elas. Também lembro da senhorita Dawnson hoje mais cedo. Ela praticamente se jogou pra cima de mim e realmente ela tinha um par de seios que colaboravam e tanto pra acender o desejo de qualquer cara, principalmente um no estado em que me encontro. Mas eu não sou o tipo de cara de ter casos, eu nunca fui. Só espero manter essa promessa.

Decido ligar para Melinda, talvez assim eu afaste de mim esse estranho sentimento de culpa por algo que nem fiz.

__Oi, querido.

__Boa noite, como você está?

Ela ri e diz:

__Thomas, são 13:00 da tarde aqui em Tóquio.

Sempre me esqueço disso e já faz quase uma semana que ela viajou. Ouço umas conversas em japonês ao fundo e Melinda diz que precisa desligar porque está em horário de serviço, apenas digo:

__Tudo bem.

Ela parece perceber meu desapontamento e diz:

__Vai ser por pouco tempo.

Respondo de volta:

__Eu sei.

Ela diz:

__Depois a gente se fala.

Eu preferia quando ela dizia te amo, mas ela parece meio apressada, então apenas digo:

__Ok.

De volta a TV, um filme que não me prende a atenção e meu celular aonde meus dedos vão sem que eu queira de verdade fazer isso até a galeria ver a última foto que recebi. Queria que meu sangue não fosse se concentrar exatamente em uma parte do meu corpo, mas ele faz isso quando meus olhos estão outra vez naquela foto e visualizando cada centímetro desse corpo de uma jovem que eu nem conheço.

Jogo meu telefone em uma distancia segura, antes que eu faça alguma coisa que eu vá me arrepender depois.

Eu dormi no sofá, ótimo, minhas costas deixam bem claro que vou ter um dia péssimo se depender delas.

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