Ao saírem do quarto onde estavam, Vênus e Milo encontraram o demônio Adramelech muito abatido. Ele se espantou ao ver Vênus livre, sinal de que seu mestre havia perdido a batalha.Então, ele dirigiu seus ataques para a deusa, mas Milo foi muito ágil ao protege-la. Abraçou-a e se jogou ao chão, levando um golpe de raspão no antebraço esquerdo, atingido pela espada de Adramelech. Consternada com o sacrifício do soldado, Vênus se empenhou para acabar logo com aquela batalha sangrenta.A deusa avistou correntes penduradas na parede. Apressou-se em pega-las. Arremessou contra Adramelech e desesperadamente tentava imobiliza-lo. Milo não demorou em ajuda-la.— Deixa comigo, Vênus! Aprisione logo esse demônio.Milo se esforçava para manter o inimigo imobilizado.Mais que depressa, a deusa utilizou o sisal para selar Adramelech. Um novo nó se formou no sisal e os abismos desapareceram da Terra, levando consigo seus malditos gafanhotos mortais.— Menos um. — Disse Vênus. — Milo, como está seu b
Eles caminharam em direção ao terceiro cômodo. Tebas se encontrava encolhido no chão, chorando desesperadamente. Ao se dar conta do estado do amigo, Milo correu para apoia-lo. Quando percebeu a entrada de todos, Azazyel ordenou que seu exército acabasse com a vida de Vênus.Milo lutava contra os demônios que feriam Tebas. Arantis e Iolo protegiam Vênus dos ataques dos monstros. Para poupar sua energia, Vênus decidiu utilizar sua espada para ferir Azazyel. Partiu para cima do terrível inimigo, mas com um simples golpe o demônio lançou para longe a espada de Vênus e seguiu para ataca-la. Iolo se desesperou ao perceber que ela seria ferida pela espada do inimigo e correu para protege-la, recebendo um profundo corte em suas costas. Vênus ficou em choque ao abraçar Iolo e sentir o sangue escorrendo em suas mãos.— Vênus, seu pai alertou que não devemos levantar a espada contra um demônio. E você também não foi treinada para isso.— Iolo! — Ela acariciou o rosto de seu amado.Arantis também
Na metade do século XXI, a sociedade entrou em colapso devido à escassez de recursos naturais e às mudanças climáticas. Diante da fragilidade em que se encontravam os humanos, um deus observou que seria um momento auspicioso para retornar à Terra. Aqui, encontrou o ambiente perfeito para instaurar seu reino. Caos, o deus primordial, foi o primeiro a descer para a Terra e, desde então, a anarquia imperou. Todos os reinos e potências caíram. Guerreando entre si, os humanos se autoflagelaram, alimentando a desordem por todo o mundo. Grande parte da obra humana foi perdida nesse turbilhão de ódio.Inconformados com o que o Caos tornara a Terra, outros deuses chegaram para reaver seus territórios originais. Tiveram que guerrear contra os humanos que já não mais aceitavam se submeter a nenhuma ordenação.Um desses deuses foi Zeus, que se instalou no Monte Olimpo e após vencer sozinho os perversos que viviam na região do mediterrâneo, fundou naquela região a cidade de Olímpia, o reino dos de
No ano dois mil e noventa e sete, habitava Olímpia, Zeus, o soberano dos deuses, que governava o céu e dominava fenômenos naturais como relâmpagos e trovões. Ele tinha uma águia, que por vezes o permitia visualizar alguns acontecimentos que o animal observava. Com Zeus, vivia Athena, sua filha mais nova, deusa da Justiça e da Sabedoria. E, também, Vênus, deusa da Beleza e do Amor, filha mais velha de Zeus e que era mantida em reclusão em seu templo. Em Olímpia esses deuses eram bastante adorados.Geralmente, Zeus protegia seus domínios de outros deuses e seres mitológicos que tinham intenções malignas. Athena seguia à risca as orientações de seu pai para governar e proteger o povo de Olímpia. Já Vênus era excluída sobre qualquer assunto sobre o mundo externo. A bela deusa não compreendia o porquê de sua própria família a manter isolada. E então, com o passar dos anos, tornou-se indiferente.Na plenitude de sua solidão, ela desenvolveu uma habilidade. Para acalmar seu coração, começou
Já na madrugada, a deusa da beleza ainda não tinha conseguido dormir. Se revirava de um lado para o outro na cama. As nuvens se dissiparam e a forte luz do luar voltou a irradiar, iluminando o quarto dela. Sentindo-se chamada pelo astro noturno, ela foi até a janela e admirou aquele esplêndido corpo celeste.– Você é livre para percorrer esse imenso céu. E eu?A jovem garota suspirou desanimada. Sem muito o que fazer, começou a observar os jardins e mais abaixo pequenos pontos distantes de luz. Era Olímpia, o reino dos deuses. A bela desejou ser livre, com todo seu coração e alma.E na impulsividade de seus catorze anos, ela decidiu sair de seu refúgio para ver como eram as pessoas que estavam tão próximas dela. Do alto da janela de seu templo, a visão do jardim. Pular seria impossível, devido à altura. A única forma de se arriscar a sair seria pela lateral, onde havia uma oliveira. Mas, por se tratar de uma árvore de baixa estatura, só serviria para suavizar sua queda. Para retornar,
Dois meses passaram. Athena estava introspectiva nos últimos dias. A mansidão da irmã à preocupava. Diante disso, chamou Amú.– Em que posso ser útil, minha senhora?– Como está a Vênus?– Ultimamente ela está bem entretida com sua arte. Tem pedido materiais diversos com bastante frequência.– Que bom! E como estão as coisas pela cidade?– Os demais soldados não reportaram nenhum problema. Porém, há relatos de que uma entidade misteriosa tem surgido nos arredores do cais às noites de luar.– E como descrevem tal entidade?– Aqueles que a veem apenas dizem ser belíssima e encantadora. Os contatos são muito rápidos.– Então é uma entidade feminina? – Athena ficou muito intrigada. – As pessoas conseguem interagir com ela?– Sim, minha senhora! Os relatos são muito breves e todos provenientes de homens. A entidade surge e em poucos minutos desaparece. Apesar de deixar os indivíduos atordoados e com vagas lembranças, não faz mal a ninguém.– Entendi. Faça-me o favor de convocar Shakina, Io
Enquanto Zeus consolava Athena, a jovem Vênus percorreu os corredores do palácio afim de buscar um novo sentido para sua vida. Ao passar rapidamente por Iolo, o soldado se assustou com o vulto da bela correndo desesperadamente e gritou para que ela parasse. Em vão. Quando ele ameaçou correr atrás dela, ouviu uma voz o chamando.– Espere, Iolo!– Você viu aquilo? Quem era?– Era Vênus. E Athena deu ordens de não irmos atrás dela.– Como assim? O que está acontecendo aqui?– Vênus é a entidade que tem aparecido na cidade. Arantis foi designado para investigar o que estava acontecendo em nosso território. De alguma forma ela vinha fugindo sem que eu me desse conta. E agora, parece que se rebelou e os deuses não conseguem mais mantê-la aprisionada.– E o que faremos agora?– As ordens não mudaram. Devemos manter nossos postos e vigilância.– Está certo. – Iolo observou o caminho pelo qual Vênus tinha escapado e retornou para sua posição.Vênus adorava as noites de lua cheia porque todos p
Athena ficou atônita com o pedido da irmã. Por um instante a fitou. Vênus estava eufórica e ansiosa por ouvir sua resposta.– Me diga Vênus: de onde surgiu essa ideia repentina de querer lutar?A deusa do amor suspirou. Não queria dizer para a irmã o que tinha se passado com ela naquela madrugada. Provavelmente ouviria um prolongado sermão.– Minha querida, irmã... o que posso dizer é que realmente estou determinada a aprender a lutar e persistirei até alcançar meu objetivo. – Vênus respondeu muito séria. Apesar disso, Athena ainda não acreditava nas intenções dela. Mas como a amava muito, resolveu apoia-la.– Está bem. O que eu posso fazer para ajudá-la?– Gostaria que você me ajudasse a organizar um jantar para me apresentar aos soldados de Olímpia.– O quê? Nem pensar.– Qual o problema, Athena?– Você está tentando inventar meios de fugir de sua clausura. Por isso veio com essa história sem cabimento de querer lutar.– Eu não estou inventando nada. Já ficou bem claro que eu não ac