Avah Telles Schmidt O dia na redação estava agitado, como de costume. Telefones tocavam, teclados ecoavam e conversas paralelas se misturavam, criando uma sinfonia peculiar. Eu tentava manter o foco no meu trabalho, mas algo me fez levantar os olhos do monitor. Amanda havia acabado de entrar na redação, e seu sorriso malicioso indicava que não estava ali para um encontro casual. Ela se aproximou de mim com aquele jeito insuportável. — Avah, querida, surpresa te ver trabalhando. Pensei que estaria aproveitando a fortuna do seu marido. – Ela soltou uma risadinha forçada. — O que você está fazendo aqui, Amanda? – Perguntei, tentando manter a calma. — Ah, não se preocupe, não é da sua conta. – Ela continuava com seu sorriso de deboche. Antes que eu pudesse retrucar, Luiza chamou Amanda para uma conversa e dei de ombros continuando meu trabalho, mas não pude deixar de notar a troca de olhares debochados quando Amanda saiu da sala de Luiza. O dia prosseguiu com sua habitual agitação.
Amanda SilvérioNão era segredo que eu adorava um bom jogo, especialmente quando se tratava de manipular as peças certas para alcançar meus objetivos. E Luiza me ajudou a descobrir o segredo obscuro que envolvia Noah e Avah, eu sabia que tinha em mãos um trunfo poderoso. A verdade, afinal, era uma moeda valiosa, e eu estava disposta a usá-la para conseguir o que queria.— Filha, você realmente descobriu uma coisa que pode mudar tudo a seu favor, realmente você é meu orgulho. – Minha mãe estava orgulhosa da minha descoberta. — O que vai fazer agora?— Vou conversar com Noah. Me arrumei e fui para a empresa dele e quando cheguei fui barrada, mas liguei para ele e disse que tinha algo muito importante para conversar com ele e mesmo a contragosto Noah liberou a minha entrada. — O que você quer Amanda? – Ele perguntou sem tirar os olhos do que estava fazendo. — Não vai olhar para mim, querido? Me arrumei todinha só para você. – Ele levantou os olhos, mas não me encarou como sempre faz
Avah Telles SchmidtEstava mergulhada em meu trabalho na redação quando Claudia e Bia surgiram ao meu lado com sorrisos maliciosos.— Avah, você vai resistir a uma noite de diversão? – Bia provocou, arqueando a sobrancelha.— Meninas, estou realmente atolada de trabalho. Não acho que seja uma boa ideia, Luiza está me fazendo trabalhar por três. Elas riram, como se já esperassem minha resposta.— Você sempre diz isso, Avah. Hoje não é uma opção. Você vai! – Claudia insistiu, fazendo uma expressão séria que eu sabia ser um teatro.Revirei os olhos, sabendo que não conseguiria escapar dessa.— Tudo bem, vou. Mas só por um tempo. Tenho que acordar cedo amanhã, todos nós temos que acordar cedo amanhã. Elas comemoraram como se eu tivesse concordado em passar a noite toda fora. Voltei a digitar os trocentos mil arquivos que Luiza me deu, queria saber onde ela arruma tanta coisa pra digitar. O dia na redação se arrastou, mas, finalmente, o horário de saída se aproximava. Foi quando recebi
Depois do almoço com Noah, liguei para o Hospital Esperança em busca de notícias sobre a bebê que encontramos ontem. A atendente, no entanto, não podia me fornecer informações detalhadas. Sugeriu que eu fosse pessoalmente, então decidi falar com o senhor Ismael e pedir para sair mais cedo.— Uau! Você encontrou um bebê, isso daria uma boa matéria. Sabe que os leitores adoram esse tipo de caso. – O senhor Ismael comentou, visivelmente animado.— Preferiria não me expor no momento. O senhor poderia me liberar para ir ao hospital? – Perguntei, esperando sua compreensão.— Claro, Avah. Vá e depois pode ir para casa. Sei que minha filha anda pegando no seu pé, ainda mais depois que descobriu sobre os planos que tenho para você.Agradeci e arrumei minhas coisas, enquanto Cláudia observava tudo com curiosidade.— Quem pode... Pode, gata. – Ela comentou.— Quem pode é você que está saindo com o chefe. – Falei baixinho em seu ouvido, fazendo-a gargalhar.— Touché.Me despedi dela e fui para o
Maria Alice saiu tarde na noite anterior, e Noah ainda não havia retornado quando, exausta, acabei adormecendo. Ao despertar na manhã seguinte, percebi que Noah não estava por perto. Desci as escadas à sua procura e o encontrei no sofá, perdido em pensamentos. — O que houve para fazer o grande Noah pensar? – Brinquei, mas ele apenas me encarou sério. — Hoje não estou muito para gracinhas. – Ele respondeu, num tom mais sério do que o habitual. — Não precisa me dar patada. – Reclamei, e ele se desculpou. — Foi mal, Pimentinha, minha cabeça só está cheia. Como está a bebê? Cheguei tarde ontem e não consegui conversar com você. Olhei para ele, tentando decifrar o que se passava em sua cabeça. Conversamos brevemente, e eu contei sobre a pequena viagem que faria com a Maria Alice. Não mencionei o motivo real, sabendo que ele ficaria preocupado e insistiria em vir junto. O dia na redação foi tranquilo, e na hora do almoço, Fábio compartilhou alguns desdobramentos sobre o relacionamento
Noah SchmidtA casa estava silenciosa, e eu me via imerso em pensamentos solitários. Avah havia saído com Maria Alice, e sem ela, estava me sentindo solitário. Decidi ligar para Aaron; mesmo sabendo que suas piadas sarcásticas eram inevitáveis, talvez ele conseguisse tirar um pouco da melancolia que pairava sobre mim. Disquei seu número, e após alguns toques, ele atendeu.— E aí, irmãozinho! Qual é a boa? – Ele perguntou.— E aí, Aaron. Só precisava falar com alguém, sabe como é.Ele fez uma piada para aliviar a tensão, e eu ri genuinamente. Era isso que eu precisava.— Então, o que você precisa, Noah? Aproveita que hoje estou bonzinho?— Pensei em tomar um drink, irmão. O que acha?— Onde está a Avah? Por que não se desgrudam desde sempre.Contei a ele sobre a viagem dela com a amiga, e então ele concordou em me encontrar no bar para bebermos um pouco. Desliguei o celular e me arrumei; depois, chamei um carro de aplicativo e fui para o bar. Quando cheguei, meu irmão já estava à minha
Ao entrar na casa dos meus pais, fui envolvido pelo aconchego familiar que sempre me acolhia. — Noah, meu filho, que bom que você veio! – Minha mãe exclamou, abraçando-me apertado.— Oi, mãe. Como estão as coisas por aqui?— Tudo ótimo. Seu pai está na sala assistindo ao jogo, vá lá cumprimentá-lo. Aproveitei para dar um beijo na testa da minha mãe antes de seguir para a sala de estar, onde meu pai estava concentrado na partida de futebol na televisão.— E aí, velho? Como está indo o jogo?Ele desviou a atenção por um momento para me cumprimentar.— Noah, meu rapaz! Estávamos esperando por você. Estou só esperando meu time ganhar para começarmos o almoço.— Sabe que seu time nunca ganhará. – Meu pai me encarou e eu gargalhei.Me juntei a ele e assistimos ao jogo o time dele levou um gol, ele me encarou e desligou a televisão dizendo que eu estava dando azar. Começamos a conversar sobre o trabalho na empresa e minha mãe surgiu na sala nos mandando parar de falar de trabalho e rapida
— Você vai precisar se manter abaixada. – Maria Alice para a mulher. Passei a coberta para ela que se cobriu como se buscasse proteção da realidade perturbadora. Ofereci água e um sanduíche, permitindo que ela recuperasse um pouco das forças antes de começarmos a desvendar o que parecia ser um labirinto de mentiras e tragédias.— Como você se chama? – Perguntei à mulher. — Eu sou Emily de Lucca, meu marido me trancou naquele lugar horroroso e vocês quem são? — Você é a falecida esposa? – Minha amiga perguntou e Emily a encarou confusa. — Como assim? Esposa falecida? – Peguei meu celular e mostrei a ela que leu a matéria abismada. Emily encarou o celular com incredulidade ao ler a matéria que noticiava sua própria morte. A expressão de confusão e choque em seu rosto me fez perceber que ela estava alheia ao que estava acontecendo fora daquele galpão soturno. Maria Alice e eu nos entreolhamos, cientes de que a situação estava se tornando mais complexa a cada minuto.— Fabricio enlou