— Voltando a sua pergunta, Senhorita… — Carl interrompeu — Não. Mandar você com Klaus para esse fim só complicaria as coisas.— Por quê? — a bruxa indagou incrédula.— Não estamos em um conto de fadas, minha querida, um deles pode morrer e o nosso plano não pode fracassar “por amor” — o mágico concluiu — Só um tolo mandaria um casal para essa missão.— Eu não estou gostando nada disso… — Aslie resmungou.Os rapazes se olharam de relance, nenhum deles desejava morrer, mas pelo que Carl revelava, era um resultado completamente possível.— Nesse caso, eu espero ter sorte — Lóbus afirmou.— E por onde começar a procurar? — Klaus perguntou, tentando manter um semblante positivo para que a bruxa não se preocupasse com ele.— Ash vai ajudá-lo com alguma poção — respondeu Carl — Vocês vão precisar voltar para Oslen…— Está brincando que me fez sair de lá para morrer lá? — Lóbus se indignou.— Eu achava que Sarbeth morava na Terra… — Klaus estranhou.— Ele sempre morou em Oslen, não gosta de l
A Bela e a FeraMARCOS SOFRÍA AO PERCEBER que Ofélia ainda não havia partido e doía mais ainda saber que ela havia contemplado todo o seu chororô em silêncio. A paixão ainda lhe consumia o peito, mas sabia que deveria libertá-la daquele encargo que era a sua outra face, o percurso da imortalidade consumindo o seu corpo.Percebia agora que ser mortal era a única forma possível de felicidade e que a imortalidade era vazia e sádica, patética, sanguinolenta e, por muitas vezes, o impedia de assumir o controle. Pela primeira vez em doze anos, arrependia-se de maneira sincera por ter quebrado a confiança do mago, mas agora já não seria possível remediar isso, assim como não seria possível remediar a própria tragédia. O fato de ter sido enganado não alteraria a sua culpa se algo ruim acontecesse com Ofélia.Fez com que a mulher, mesmo a contragosto, fizesse a viagem de volta. Na despedida, parecia conseguir postergar sua face amável por mais alguns minutos, via a bela mulher partir sem volta
Preço CaroO HOMEM GRISALHO CHEGAVA a sala do trono e notava dessa vez que haviam dois reis à sua frente.— Marcos?! — Sarbeth exibiu alguma preocupação quanto a presença dele ali.— Soberanos… — Marcos cumprimentava gélido.— Diga… — uma deles cobrou.— Libertem Ofélia… — pediu o homem temeroso.— Então é essa a razão que o traz aqui? Essa mulher?! — o rei mascarado se revoltou.— Ela foi capturada pelo exército sombrio, Marcos, estava sob influências ruins — Loen avisou, fingindo se preocupar.— Quero que a mande de volta ao Brasil — Marcos exigiu — Ela foi até a Espanha para me procurar e eu a mandei de volta.— Nem todas as ações da Árvore dependem de uma decisão sua! — Sarbeth parecia revoltado.— Ok, Marcos, ela será mandada ao manicômio no qual foi internada no Brasil e ficará lá até a morte, como você tanto deseja — Loen decidiu, testando o homem à sua frente.— Deixe-a em paz! Eu estou cumprindo nosso acordo, não estou?! — Marcos exigiu desesperado.— De fato, está… Mas algo
— É a única forma de conseguir resolver isso? — Klaus indagou.— É, mas se não sabe… Aliester é o guardião dos aposentos de Sarbeth. Ele sequestrou a criança apenas para isso, para torná-la uma criatura assustadora que põe medo e eu diria que conseguiu…— Nesse caso, eu tenho pelo menos três vinganças a executar… O que estamos esperando? — Klaus seguiu.— Eu acho engraçada a forma como você vive disposto a arriscar tudo como se não fosse perder nada.— O fato é que, querendo ou não, eu sempre perco. Pelo menos em uma luta, minhas perdas se tornam justificáveis.Uma leva de sombras seguia ao redor deles e Klaus se abaixava ao chão puxando Marcos com ele. Era o momento em que as poções de Ash e Carl Hug deveriam brilhar.O rapaz jogou quatro das seis garrafas pequenas que estavam com ele, aliviado porque faziam efeito, temeroso porque Aslie e Lóbus não estavam com eles.Aos poucos as sombras desapareciam…Todos os meus poderesASLIE CAMINHAVA por outra área, invisível.Finalmente…Final
TraiçãoKLAUS DARIA O MELHOR de si. Loen e Sarbeth sabiam disso e era exatamente isso que os incomodava. Prosseguiam irados pelos corredores. Como seres tão poderosos se deixavam passar por uma vergonha daquelas? Deixar escapar o Sanz…E enquanto procuravam pelo Sanz topavam Lóbus à sua frente, que até tentava se desviar deles.Sarbeth tentava levantar o rapaz pelo pescoço, certificava-se de esse era bem mais pesado do que o outro.— Quem é esse? — perguntou a Loen.— O último gigante de Oslen — Lóbus resistia.—Pelo visto, somos parentes… Você não é o órfão imundo que o Lan adotou? — o rei mascarado insultou.— Órfão imundo é você! — Lóbus devolveu um soco tão forte que jogou a criatura no chão.— Vai pagar caro por isso! — a criatura corria em sua direção.— Klaus falou que você é imune às balas. Mas pelo que eu vejo, não é imune a socos bem-dados…Enquanto o gigante jogava o outro rei de um lado para o outro, Loen procurava pelo Sanz. Era vergonhoso para ele ver Sarbeth, Osme ou o
ResgatadaNA MENTE DE ASLIE, o que não era dor, era tristeza. Queria ao menos pensar que Klaus estava bem. Aos poucos, enfraquecia e era tomada por uma sede irresistível, sintoma que revelava que seu corpo perdia muito sangue.Calisto chegava como um vulto trêmulo e desesperado diante das visões que tinha a pouco, trazia Carl Hug consigo. Seria preciso muita mágica para salvá-la agora.— Aslie! Quem fez isso com você?! — o mágico se preocupou, aos poucos se dando conta que Etéro estava morto.— Dário… — Marcos Town chegava ali e se apressava a remover aquele metal dos pulsos da moça.— O que tem Dário? Ele também está em perigo?! — Carl Hug se assustou.— Dário mudou de lado… — Marcos continuava, causando espanto nos presentes — Ele foi seduzido pelas promessas de Loen. Eu os vi gargalhando pelos corredores.— Ela precisa ser levada daqui para um hospital — Carl Hug observava.— Não… Ela não pode ser levada para um hospital. Ela não é desse mundo, ela pode morrer aqui — Calisto pareci
— O que foi, Klaus? — Lóbus perguntou.— Nós já conseguimos — o rapaz olhava para baixo.— Está louco? Nós temos que procurar pelo cristal… — o gigante insistiu.— Eu já o encontrei — o Sanz evitava olhar para eles.— Klaus? — indagaram em conjunto.O rapaz descobria o peito deixando-os assustados:— Onde está a tatuagem? — a bruxa perguntava.— Está tudo no passado, infelizmente… Agora vocês são apenas memórias na minha cabeça. Vocês não existem, não é? Só existem aqui… — Klaus desabafou, acordando e se dando conta de que aquele era realmente um sonho.— É… morte, você estava certa… Eu tenho que lidar agora com alguém bem pior do que você — Klaus suspirava angustiado enquanto acordava.Até quando duraria isso?Caos internoNA CASA DE MORGANA, as mulheres estavam desoladas pelas perdas repentinas. A morte de Etéro, Dário, Marta, o sumiço de Aslie em situação tão precária, o gigante que desaparecia e Dériqui que Marcos não via em lugar algum, mesmo chamando por ele.Ofélia estava feliz
— Eu também não tenho mais a tatuagem, Sr. Town e mesmo assim tenho a impressão de que não me querem por perto, que se afastam. Sinto desanimá-lo, mas não será tão fácil reconstruirmos nossas vidas por aqui…Ofélia adentrava a sala lentamente em tom de surpresa:— Eu tenho uma boa notícia pra vocês!— O que seria, minha linda? — Marcos se empolgou.— Espero que dessa vez seja uma boa notícia mesmo — o rapaz resmungou entediado, imaginando pelo semblante dela que seria uma gravidez.— Fomos convidados para uma apresentação — a mulher parecia cheia de felicidade.— Eu não vou! — Klaus olhava para Morgana que abria a porta.— Eu garanto que não vai querer perder — a ruiva encarava-o com animação.— O que há de tão especial nessa apresentação? — Marcos indagou confuso.— “Vocês estão convidados para a reinauguração e apresentação de Carl Hug no Teatro de Bórdon” — a ruiva lia eufórica.— Não… Tem certeza que o mágico não perdeu isso por aqui? Isso deve ser velho… — Marcos estava crente de