— Clara, essa é a melhor padaria de Torres. Danilo escolheu muito bem. Você vai amar. — Luiza disse, pouco antes de escolherem a mesa.
— Pelo jeito, alguém quer roubar meu lugar de guia turístico — Danilo debochou antes de sentar.
— Idiota! Só estou confirmando que sua escolha foi ótima — Luiza respondeu, sentando em frente ao irmão.
— Realmente estou faminta! Comeria em qualquer lugar, mas obrigada por escolher a melhor — Clara tomou seu assento, observando o local com mesas e cadeiras de madeira rústica, ambiente climatizado e balcões recheados de tortas e salgados de todos os tipos.
— Olhar o cardápio não é a mesma coisa que olhar direto no balcão. Posso? — Danilo levantou, estendendo a mão à Clara para acompanhá-lo até os balcões da perdição.
Assim
Danilo abriu a porta do carro para Clara, que ficava cada vez mais curiosa e animada, tentando imaginar aonde iriam.— Você podia me dar pelo menos uma pista, não acha?— Não! Eu também gosto de surpreender — sorriu enquanto fechava aporta.— Cheio de mistérios, esse homem! — Clara resmungou sozinha.— Você pode carregar o seu celular aqui. Eu tenho um cabo USB, vê se é o mesmo — Danilo apontou para o painel do carro ao entrar.— Ah! Obrigado! — Clara se lembrou de indagar sua mãe a respeito de Manuel.— Está tudo bem? — Danilo perguntou ao notar o olhar distante da jovem. — Se eu estiver forçando demais, me avisa.— Não! Tudo o que quero é sumir por um tempo! — Danilo ficou cabisbaixo ao sentir um estranho medo de tudo ser só uma aventura para Cl
Após a intensa entrega, Danilo e Clara foram almoçar em um restaurante próximo da Praia da Guarita. Não conseguiam parar de sorrir.O que tinha acontecido naquele paredão?, Clara tentava entender durante o trajeto.— Quer sobremesa? — Danilo perguntou à Clara, a examinando. Diante da luz vinda da beira do mar, seus olhos estavam ainda mais claros.— Sim! Por favor.— Vou pedir o cardápio.— Não precisa. Estou olhando agora mesmo para a sobremesa que eu quero e tenho certeza que não tem no cardápio. Vamos sair daqui? — Clara se sentia finalmente livre para ser atrevida.— O que você está fazendo comigo, mulher? É impossível ser seu guia turístico, eu me demito! — disse e sorriu, satisfeito diante daquele convite. Emseguida, acariciou o rosto de Clara e repousou o polegar nos l&aacu
— Porra! É sério que não vai me dar o endereço dele, Paulo? — Clara indagava, furiosa, apontando o dedo na direção do rosto do amigo.— Ele foi bem claro quando me disse que não quer saber de você. Viajou para o Rio de Janeiro com os pais logo em seguida. O que quer que eu faça? Elemeu amigo. Sinto muito, mas tenho que respeitá-lo — Paulo repetiu pela milésima vez à Clara, que saiu batendo os pés no piso de madeira em direção ao quarto.Uma grande sensação de perda a dominou de uma maneira que não podia expressar em palavras, pois jamais seria compreendida.Como poderia ter sentimentos tão intensos por alguém que acabara de conhecer?, Clara indagava a si mesma, enquanto se cobria com o lençol para esconder seu semblante desanimado. Ouvia as gargalhadas de Edson e Sabrina, deitados nas re
A escola de samba era muito divertida, cheia de emoções e com uma batida contagiante. Mulheres, homens, famílias e crianças desfilavam cheios de orgulho do carnaval de sua cidade. Clara se apaixonou pelo encanto da união de todos ao seu redor. Sambava pela avenida de cabeça erguida, tentando esquecer tudo o que havia vivido nos últimos dias. Bebia um coquetel atrás do outro e já estava ficando bêbada.Sabrina e Edson estavam na mesma fileira que Clara e sambavam sorrindo para todos os lados, à procura de suas próximas vítimas. No Carnaval, as pessoas se beijavam e depois saíam andando como se nada tivesse acontecido. Era a coisa mais normal do mundo! Portanto, os dois já tinham beijado algumas pessoas durante o trajeto da escola de samba. Estavam chegando à beira-mar, e a festa começaria em frente aos quiosques.Clara, por outro lado, estava mais recata
— Sintam-se em casa. Vou buscar toalhas e roupas — Luiza saiu do quarto de hóspedes da casa de seus pais, deixando Clara, Sabrina e Edson a sós sentados em uma cama enorme. O ar estava pesado e os olhares buscavam respostas por todos os lados. Um sentimento preenchia o silêncio: aflição.Luiza caminhava inconsolável pelo corredor, um turbilhão de emoções percorria seu corpo, trêmulo em resposta. No caminho para a o quarto de Danilo, ouviu sua voz banhada de cólera e desespero, parou em frente à porta, e a visão foi de cortar o coração da pessoa mais fria do mundo. Seu irmão, que sempre fora tão doce e tranquilo, gritava ao telefone:— Eu quero que você destrua esse cara! — Danilo se virou e, ao encontrar os olhos da irmã, abaixou a cabeça, nitidamente abalado — Sim, ele mesmo!Luiza encarou por alg
“A Polícia Militar de Torres conseguiu efetuar a prisão em flagrante de um homem identificado como Paulo Correa dos Santos, por tentativa de estupro contra uma jovem na praia próximo ao Quiosque Cheirinho.A PM foi informada sobre o suposto crime pela cunhada da vítima. Paulo teria tentado abusar sexualmente da jovem, mas a cunhada e o namorado chegaram ao local no momento do crime. O suspeito estava alcoolizado e foi rendido rapidamente.A vítima prestou depoimento juntamente com todos que presenciaram a cena. Paulo está preso aguardando julgamento e deverá pegar pena de 6 anos a 10 anos de reclusão.A jovem traumatizada afirmou conhecer o agressor, pois era tio de sua melhor amiga, que também prestou depoimento e permanece inconsolável.A esposa do agressor foi internada no hospital após uma crise de hipertensão, mas já
Clara Almirante Dos ReisEu estava tão nervosa! Mal conseguia acreditar que estaria casando com um homem tão incrível como Danilo. O tempo não nos definia, nós nos pertencemos desde sempre. Dias intensos e repletos de amor, que jamais sonhei em viver antes. Nem nos romances mais emocionantes lidos imaginava um amor como o nosso.Em frente ao espelho, presenciava o olhar brilhante de minha mãe, que lutava para manter a maquiagem. Logo atrás, sentados em um sofá branco, meus amigos e padrinhos, Sabrina e Edson, vestidos a caráter.No reflexo à minha frente, um vestido branco com rendas e pequenas mangas finas moldava cada curva do meu corpo. Um longo decote nas costas e uma pequena calda me deixavam com um ar de princesa. Meus cabelos soltos, com leves ondas, que me lembravam o mar. Maquiagem leve e brincos delicados. Um olhar de menina apaixonada, mas, por dentro, uma mulher esperando ansiosame
O telefone tocou, e Clara correu ansiosamente pelo quarto à sua procura, já que aquele não era um horário comum para receber ligações. Ao encontrá-lo dentro da bolsa, sobre a cômoda, percebeu que já havia parado de tocar e que a tela do aparelho mostrava a chamada perdida e o nome do namorado. No mesmo instante retornou a ligação, precisava descobrir o que o motivara a ligar tão tarde da noite.Manuel e Clara namoravam há quatro anos, mais precisamente desde o dia em que perderam a virgindade juntos. Eram amigos inseparáveis de infância e quando cresceram, se apaixonaram. O começo da relação trouxe mais proximidade e intimidade entre os dois, então falavam sobre tudo. Faculdade, casamento e até quantos filhos teriam eram assuntos corriqueiros. Suas famílias já faziam grandes planos para o tão sonhado dia em que seus fil