Isabela olhou para cima, atordoada: - É você?- Sim, sou eu. - Gabriel a abraçou lentamente. - Soube que você estava no Grupo Almeida e fiquei preocupado que algo pudesse acontecer, então vim correndo da cidade vizinha. Não esperava chegar um pouco tarde. Você está bem?Isabela olhou para ele, sem expressão por um momento, e de repente começou a rir.Gabriel, preocupado, segurou seu braço: - O que houve? Aconteceu alguma coisa?De repente, o riso de Isabela cessou e ela olhou friamente para ele, perguntando palavra por palavra: - Gabriel, Mariana está quase enlouquecendo, e você não vai salvá-la?Os eventos de quatro anos atrás, embora Gabriel tivesse admitido seus erros, ainda eram espinhos no coração de Isabela, doendo sempre que se lembrava.Ela nunca poderia esquecer que ela e Mariana caíram no mar, e Gabriel salvou Mariana primeiro.Não esqueceu que, quando ela e Mariana se acidentaram, ele pediu ao hospital para salvar Mariana primeiro.Ainda se lembrava de ter coletado provas
Ao ouvir essas palavras, Isabela estremeceu e rapidamente afastou Gabriel, com lágrimas nos olhos perguntou: - O que... O que você quer dizer com isso?- Você perdeu um rim porque doou um para mim há seis anos. - Gabriel levantou a mão para delicadamente enxugar as lágrimas dela. - Eu peguei secretamente o seu relatório médico, porque não queria que você soubesse disso, não queria que você pensasse que tudo o que eu fiz estava relacionado a esse rim.Quando Isabela fez exames pré-natais, o médico já havia mencionado isso para ela.Mas ela achou que o médico tinha se enganado, afinal, erros assim poderiam acontecer.Quando ouviu Gabriel revelar a verdade, ela ficou atônita por um momento, sem conseguir assimilar.Porque ela simplesmente não se lembrava de ter doado um rim!Vendo que ela não falava nada, Gabriel chamou seu nome suavemente.Isabela voltou a si: - Como você tem certeza de que esse rim era meu?- Eu encontrei o médico que fez a cirurgia na época.- Pelo estilo de Mariana,
Rodrigo hesitou por um momento e olhou novamente para Isabela, para se certificar de que ela estava ouvindo, antes de continuar: - Ele disse que o que perdeu foi o amor por você, e as memórias desse amor profundo. Depois de recuperar suas memórias, sofreu muito, sentiu muita culpa, e chegou a ponto de pensar em suicídio várias vezes. Se não fosse por Cláudio e André terem descoberto a tempo, talvez ele realmente já estivesse morto.Ao ouvir isso, o coração de Isabela se apertou de dor.- Senhora, a amnésia não foi algo que ele desejou, nem mesmo sabia que tinha perdido a memória, por isso acreditou nas mentiras de Mariana e acabou fazendo coisas que a machucaram.Rodrigo lançou um olhar furtivo para ela, engoliu em seco e, com coragem, disse: - Não estou tentando limpar o nome dele, afinal, as coisas que fez no passado também me incomodam, mas a senhora... Ele realmente estava doente, e sua recusa em ver um médico levou a esse comportamento extremo. No dia do acidente, ele viu você e
Cláudio balançou a cabeça: - Não, não estou bravo, só estou tentando entender.- Não há muito o que entender. Ela fez isso por dinheiro e não tem nada a ver com você tê-la demitido. Portanto, não precisa pensar demais nisso.Cláudio suspirou e se sentou na beira da cama:- E a irmã dela?- Entrei em contato com a Associação do Coração. - Isabela falava enquanto mostrava a língua para ele. - Mencionei seu nome e eles organizaram tudo imediatamente. Então, não se preocupe. Mas, para evitar complicações, pedi que levassem ela para o hospital municipal.Cláudio, um pouco irritado, acabou rindo com essa notícia:- Você realmente pensa em tudo.- A irmã dela não tem culpa, mas... - Isabela mordeu o lábio. - Não sei se isso será suficiente para investigarem a Mariana.- Isso sozinho não basta, mas se adicionarmos a suspeita de tentativa de homicídio contra o Dr. Ethan há seis anos, acredito que será suficiente.Isabela se surpreendeu:- Dr. Ethan?- Sim, o médico que realizou o transplante d
Alguns dias depois, sabendo que Mariana havia sido presa, Isabela decidiu que era hora de as crianças voltarem para casa.- Dulce, Rivaldo, vocês estão bem de saúde e o perigo já passou. Hoje vocês voltarão com a tia Iara para casa. Devem obedecer a ela, está bem?Dulce, aconchegada no colo de Isabela, fez beicinho:- Mamãe, por que você não volta com a gente?- O braço da mamãe ainda não está curado, preciso de mais alguns dias para tirar o gesso. O hospital não é um bom lugar para crianças ficarem o tempo todo, sabem?Dulce assentiu, meio entendendo:- Sinto falta de comer com a mamãe, o irmão e o tio.Isabela sorriu e afagou os cabelos macios de Dulce:- Logo estarei em casa para comer com você, Dulce. Mas pode demorar um pouco mais para o tio.- Hmm, posso esperar. - Disse a pequena, espiando Isabela e murmurando. - Seria bom se o papai estivesse aqui também.Antes que Isabela pudesse responder, Rivaldo já a tinha segurado.- Dulce, não faça birra.Dulce olhou para ele, irritada:-
- Chamem a Felícia para mim, senão, eu mato a filha dela!Logo depois, se ouviram os soluços de Dulce.Isabela, com o rosto pálido, entregou Rivaldo à tia Iara e abriu caminho entre a multidão.Ao entrar, viu Mariana segurando Dulce, com um bisturi pressionado contra o delicado pescoço da menina. O sangue fresco já começava a se infiltrar na pele branca como neve, uma visão alarmante.- Mariana, estou aqui, solte a minha filha!Ao ouvir isso, Mariana se virou e sorriu friamente:- Felícia, você me fez perder tudo, não vou deixar você em paz!- Solte a minha filha!- Soltar? Por quê? - Mariana deu um passo para trás, rindo sinistramente. - Não tenho nada contra você, e ainda assim você me fez perder tudo, e quer me acusar de assassinato, quer que eu vá para a prisão!Falando isso, ela sorriu sarcasticamente:- Felícia, vou para a prisão, mas só depois de matar sua filha! Caso contrário, não conseguirei viver em paz! Você sabe o quanto me custou ter tudo o que tenho agora? E agora... -
Isabela não havia percebido a mudança em Mariana, apenas olhaou com surpresa para o homem à sua frente.Dulce, chorando, se lançou nos braços de Isabela, abraçando seu pescoço e fungando: - Mamãe, desculpe, mas eu estava realmente muito assustada, por isso não consegui segurar as lágrimas.Isabela finalmente se recuperou, baixando a cabeça para beijar os cabelos dela: - Bobinha, você só tem quatro anos, chorar é completamente normal. Claro que você vai chorar quando estiver assustada.Então, ela levantou a cabeça para olhar para Gabriel, apertando os lábios: - Obrigada.Nesse momento, Dulce de repente virou a cabeça e apontou para Gabriel, perguntando: - Tio, você realmente não é meu pai?Gabriel olhou para os olhos vermelhos dela, as lágrimas ainda penduradas em seus longos cílios, parecendo uma boneca, e ficou um bom tempo sem falar.Dulce, aparentemente indiferente, perguntou novamente: - Então, o tio gosta da minha mamãe?Gabriel ficou surpreso, um lampejo de tristeza passou p
Dulce falou com orgulho: - Sim! Minha mãe não é linda? E meu pai, não é muito bonito?Nana, um pouco invejosa, acenou com a cabeça: - Tia, tio, tudo bem.Isabela acariciou a cabeça de Nana: - Boa menina, e seus pais?Nana baixou os olhos e balançou a cabeça: - Como estou doente, eles não me querem mais. Agora têm uma nova família. Minha mãe até teve um irmãozinho novo, então raramente vêm me visitar.Isso deixou Isabela um pouco desconfortável.De repente, Dulce segurou a mão de Isabela: - Mamãe, venha aqui, preciso falar com você.Isabela se inclinou para ouvir Dulce sussurrar: - Mamãe, vamos ajudá-la. Sua avó está coletando lixo para pagar seu tratamento, e temo que não dure muito.Isabela ficou feliz com a bondade de Dulce.Mas, por algum motivo, ela se lembrou de Mariana. No início, achava Mariana digna de pena, por isso implorou ao pai para ajudá-la e até convenceu sua mãe a adotá-la como afilhada. Mas qual foi o resultado? Ruínas financeiras, desonra, desastre familiar..