Após suas palavras, o outro lado da linha ficou em silêncio, deixando Isabela inexplicavelmente nervosa.- André, da última vez no hospital, você disse que éramos amigos inseparáveis.Isabela apertou os lábios e disse com seriedade:- Valorizo muito os meus amigos. Se tiver que arriscar a vida dos meus amigos para conseguir isso, prefiro não fazê-lo. Entende?Lidar com Mariana era problema dela, e se fosse necessário sacrificar uma vida, deveria ser a dela, não a de André.Durante esse tempo, apenas André e Sofia estiveram sinceramente ao seu lado, então ela não queria perder nenhum dos dois.De repente, veio um som de riso suave do outro lado da ligação, como a água de nascente nas montanhas, ecoando nos ouvidos de Isabela.Era a primeira vez que ela dizia algo assim, e o riso de André a irritou um pouco:- Por que você está rindo? Está se arrependendo?Ele riu e a chamou.- Isa, você finalmente admitiu que somos amigos. Estou feliz, de verdade.As bochechas de Isabela ficaram levemen
Ao adentrar aquele local familiar, o coração de Isabela deu um pequeno salto. Quantas vezes ela já havia entrado ali? Contudo, desta vez era diferente das anteriores, pois vinha como uma pessoa livre, não mais uma prisioneira.Ao chegar diante da porta de ferro, Isabela notou que, em apenas um dia, Mariana parecia consideravelmente abatida. A roupa ainda era o conjunto de grife de ontem, mas havia perdido completamente o brilho nos olhos. Seu cabelo estava desalinhado e sua maquiagem borrada, parecia que não estava lidando bem com o interrogatório policial.Mas isso ainda não era suficiente, estava longe de ser suficiente! A morte da mãe, o sofrimento de tio Cardoso, a vida do irmão mais novo. O que Mariana estava passando agora comparado a tudo isso?- Mariana, você está colhendo o que plantou.Ouvindo a voz de Isabela, Mariana virou-se e a encarou, gritando:- Isabela! Eu te mato!- Sem remorso! Mariana, você realmente está perdida.- Eu estou perdida? Isabela, fiz tudo isso por sua
Ele estava lá, como sempre, trajando um impecável terno preto, alto e rígido, com um olhar gélido e distante dirigido a ela.Embora Isabela não quisesse deparar-se com ele, afinal, aquele era o funeral do Tio Cardoso, ela não desejava criar problemas.Dessa forma, ela se afastou e permaneceu de pé ao lado.Gabriel depositou as flores que trazia em mãos na frente do túmulo, lançou-lhe um olhar de soslaio e disse com voz suave:- Terminou? Tenho algo para falar contigo.Ao ouvir isso, Isabela inexplicavelmente sentiu-se um pouco inquieta.Será que ele realmente veio interceder por Mariana?- Não tenho tempo.Após a recusa, Gabriel não disse mais nada, e nem sequer ficou parado, simplesmente virou as costas e partiu, como se tivesse dito aquilo sem ponderar.Ao vê-lo não insistir, Isabela soltou um suspiro de alívio.Na realidade, ela sabia muito bem que o que temia provavelmente teria de enfrentar mais cedo ou mais tarde.No entanto, contanto que isso não ocorresse, ela ainda poderia con
- Sr. Gabriel, já que o senhor está aqui, cuide bem da sua esposa. Se surgir outro escândalo como o de dois anos atrás, acredito que sua reputação ficará comprometida.Apesar de a família Silva temer Gabriel, a Sra. Silva não recuou nem um pouco por causa de sua filha.- É mesmo? Há dois anos, minha esposa foi vítima de uma armadilha; a Sra. Silva não está ciente disso?Após terminar de falar, Gabriel riu friamente:- Além disso, André é meu amigo, ele não deveria tratar bem minha esposa?Ao ouvir isso, Isabela ficou surpresa, levantando a cabeça com uma expressão de admiração em direção a Gabriel.Ele estava fazendo isso para manter sua própria imagem, ou ele realmente acreditava no que ela disse?Naquele momento, Isabela teve que admitir, seu coração batia rápido, quase impossível de conter o sorriso que queria se formar em seus lábios.Dois anos haviam passado, e essa era a primeira vez que ele expressava confiança nela.Se isso fosse verdade, como seria incrível?- Mãe, o que o Sr.
Retribuição? Embora ela nunca tivesse cogitado isso antes, Isabela sabia que Sofia a tratava muito bem, tão bem que poderia até arriscar a própria vida por ela. Sofia coincidentemente olhou na direção delas, e Isabela acenou levemente para ela com um sorriso suave, seus olhos um pouco úmidos.- André, é por isso mesmo que estou mandando ela embora. Quero que ela continue viva. Ficar na Cidade S, seja com o Gabriel, Mariana ou a família Silva, definitivamente não é seguro para Sofia. Sofia sempre se preocupou demais comigo, sempre me protegeu. Tenho medo que um dia ela se machuque por minha causa. Se isso acontecesse, duvido que conseguiria me perdoar pelo resto da vida.Com a resposta confirmada, André não fez mais perguntas:- Certo, eu sei o que fazer agora....Após o fim do funeral, Isabela ficou diante do túmulo, mergulhada em pensamentos, quando Sofia se aproximou.- Isa, você não está bem, e está grávida. Já está cansada há tanto tempo. Vá para casa primeiro, você pode vir visi
- Sr. GabrielDe repente, Juliana se aproximou de Gabriel, interrompendo as palavras de Isabela:- Você não vai mesmo cuidar da Mari? Fui vê-la e ela emagreceu demais.Gabriel ignorou Juliana e perguntou friamente a Isabela:- O que está acontecendo?O que está acontecendo?A aparição de Juliana fez Isabela recobrar a compostura instantaneamente. Ouvir a pergunta de Gabriel a fez achar tudo aquilo ridículo. Ela realmente tinha pensado em contar a Gabriel que também estava com um rim a menos, e no mesmo lugar que Mariana. Ele nem tinha acreditado nela quando disse que tinha câncer de pulmão. Por que acreditaria agora?Isabela pressionou os lábios e soltou um riso suave:- Está faltando um cérebro, uma consciência e bondade. Está faltando um rim, está faltando você...Ao ouvir isso, a testa de Gabriel se franziu e seus olhos profundos a encararam com frieza.- Isabela, o que você está tentando fazer? Você deve saber...Antes que ele pudesse terminar, Isabela fungou e sorriu:- Eu sei. Se
Gabriel saiu com uma expressão sombria, mas foi interrompido por Juliana que o segurou pelo braço.- Sr. Gabriel, você vai salvar a Mari agora?Ele tentou se soltar.- Me solte!Gabriel não se virou, respondendo friamente. No entanto, Juliana não cedeu, seguindo-o e ficando na sua frente.- A Mari realmente gosta de você, não precisa ser tão implacável.Com seriedade, Gabriel ergueu a mão e afastou Juliana com firmeza. Seus olhos escuros brilhavam com uma intenção mortal.- Meus assuntos não são da sua conta!Ao dar dois passos adiante, ele virou a cabeça, esboçando um sorriso gélido.- E mais uma coisa, da próxima vez, controle suas mãos e sua língua, ou vou fazer com que se arrependa!Juliana ouviu isso e sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Naquele momento, ela ficou convencida de que os rumores sobre Gabriel eram verdadeiros: um homem cruel e impiedoso. Ela não pôde deixar de admirar Mariana e Isabela por terem a coragem de estar ao lado dele por tanto tempo. Mal sabia ela que
Que aroma era esse?Tão desagradável, Isabela sentiu um ímpeto de vomitar.Franziu o cenho, tentou se mover com esforço, mas seu corpo não reagiu, como se não lhe pertencesse.O que estava acontecendo?“Fui sequestrada? Quem fez isso?”De repente, sua cabeça foi atingida com força, a dor a fez perder completamente a consciência....Respiração pesada, muito pesada...De repente, Isabela abriu os olhos, mas tudo à sua volta estava completamente escuro, sem nenhum sinal de luz.Sua testa estava coberta de suor frio. Estaria trancada em uma sala escura?Mas logo Isabela percebeu que algo estava errado.Porque suas mãos e pés encontraram obstáculos, indicando que o espaço era estreito, não uma sala escura comum.Para entender o tamanho do espaço, ela reprimiu o tremor de seu corpo, esticou a mão para tocar o teto, mas...Antes mesmo de esticar a mão completamente, ela tocou tábuas de madeira.Seu coração deu um salto, isso não era uma sala escura, mas... Um caixão?Somente assim se explica