Isabela estava fervendo de raiva. Essa mulher conseguia contar mentiras sem nem sequer ficar perturbada, verdadeiramente admirável!- Você! Como ousa dizer algo assim? - Exclamou Isabela.Devido à excitação, Isabela começou a tossir novamente. Ela cobriu a boca com a mão, lutando para conter o sangue que estava em sua garganta. Depois, ergueu os olhos, encarando Mariana com olhos vermelhos, dentes cerrados de raiva, xingando:- Mariana, você é um demônio! Uma loba traiçoeira sem remédio!- Isabela, não vá longe demais! Você insinuou injustamente a morte do Tio Cardoso para mim, chegou até a editar um vídeo dizendo que eu incinerei o corpo dele em cinzas?Mariana fungou, mordeu os lábios e continuou:- Eu me esforcei muito para encontrar o corpo do Tio Cardoso. Eu estava tentando poupar seus sentimentos, então pensei em cremar os restos e te dar as cinzas. - Mas você? Você realmente está tentando me culpar e se incriminar!Ouvindo isso, os lábios de Isabela tremeram e ela virou a cabeça
- O quê? Não me toque! Eu não matei ninguém!Mariana esquivou-se em pânico, se abrigando atrás de Gabriel:- Gabi, me ajude, rápido, estão me acusando injustamente!- Senhorita Mariana, por favor, coopere com a polícia.- Não! Por que estão me prendendo? Têm alguma prova? Não me acusem sem motivos!Mariana estava aterrorizada, segurando firmemente a manga da roupa de Gabriel, relutante em soltar.Os policiais olharam para Gabriel com hesitação:- Senhor Gabriel, por favor, não nos coloque em uma situação difícil.A expressão de Gabriel tornou-se sombria e ameaçadora, no instante seguinte, ele puxou Mariana da retaguarda para a frente e entregou-a aos policiais.- Mari, se você for inocente, a polícia irá provar sua inocência naturalmente.Estas palavras, de certo modo, fecharam todas as possibilidades para Mariana.Pois ela não era inocente, uma vez dentro da delegacia, era provável que não saísse mais.- Gabi, eu realmente não fiz isso...Mariana estendeu a mão, chorando, tentando ag
De repente, um som de batidas ecoou na porta.Isabela pensou que fosse Gabriel retornando mais uma vez e exclamou com raiva:- Sai daqui! Não quero te ver de novo!- Isa, sou eu, a Sofia.Sofia?Isabela ficou surpresa por um instante, enxugou suas lágrimas e esforçou-se para controlar suas emoções. Mas assim que abriu a porta e viu Sofia, não conseguiu mais segurar-se e começou a chorar descontroladamente, abraçando Sofia.Ela sabia que era inútil. O autoódio, o autodesprezo, tudo estava presente, mas as lágrimas simplesmente não podiam ser contidas.Depois de um período indeterminado, Isabela finalmente cansou-se de chorar, soltou Sofia e foi direto para o banheiro, sem dizer uma palavra. Tomou um remédio, banhou-se, trocou de roupa e só então voltou.Ao ver a expressão preocupada nos olhos de Sofia, Isabela forçou um sorriso e disse:- Sofia, estou bem.Apesar das palavras, seus olhos ainda estavam inchados e marejados.Sofia serviu um copo de água morna para Isabela e entregou-o:-
Após suas palavras, o outro lado da linha ficou em silêncio, deixando Isabela inexplicavelmente nervosa.- André, da última vez no hospital, você disse que éramos amigos inseparáveis.Isabela apertou os lábios e disse com seriedade:- Valorizo muito os meus amigos. Se tiver que arriscar a vida dos meus amigos para conseguir isso, prefiro não fazê-lo. Entende?Lidar com Mariana era problema dela, e se fosse necessário sacrificar uma vida, deveria ser a dela, não a de André.Durante esse tempo, apenas André e Sofia estiveram sinceramente ao seu lado, então ela não queria perder nenhum dos dois.De repente, veio um som de riso suave do outro lado da ligação, como a água de nascente nas montanhas, ecoando nos ouvidos de Isabela.Era a primeira vez que ela dizia algo assim, e o riso de André a irritou um pouco:- Por que você está rindo? Está se arrependendo?Ele riu e a chamou.- Isa, você finalmente admitiu que somos amigos. Estou feliz, de verdade.As bochechas de Isabela ficaram levemen
Ao adentrar aquele local familiar, o coração de Isabela deu um pequeno salto. Quantas vezes ela já havia entrado ali? Contudo, desta vez era diferente das anteriores, pois vinha como uma pessoa livre, não mais uma prisioneira.Ao chegar diante da porta de ferro, Isabela notou que, em apenas um dia, Mariana parecia consideravelmente abatida. A roupa ainda era o conjunto de grife de ontem, mas havia perdido completamente o brilho nos olhos. Seu cabelo estava desalinhado e sua maquiagem borrada, parecia que não estava lidando bem com o interrogatório policial.Mas isso ainda não era suficiente, estava longe de ser suficiente! A morte da mãe, o sofrimento de tio Cardoso, a vida do irmão mais novo. O que Mariana estava passando agora comparado a tudo isso?- Mariana, você está colhendo o que plantou.Ouvindo a voz de Isabela, Mariana virou-se e a encarou, gritando:- Isabela! Eu te mato!- Sem remorso! Mariana, você realmente está perdida.- Eu estou perdida? Isabela, fiz tudo isso por sua
Ele estava lá, como sempre, trajando um impecável terno preto, alto e rígido, com um olhar gélido e distante dirigido a ela.Embora Isabela não quisesse deparar-se com ele, afinal, aquele era o funeral do Tio Cardoso, ela não desejava criar problemas.Dessa forma, ela se afastou e permaneceu de pé ao lado.Gabriel depositou as flores que trazia em mãos na frente do túmulo, lançou-lhe um olhar de soslaio e disse com voz suave:- Terminou? Tenho algo para falar contigo.Ao ouvir isso, Isabela inexplicavelmente sentiu-se um pouco inquieta.Será que ele realmente veio interceder por Mariana?- Não tenho tempo.Após a recusa, Gabriel não disse mais nada, e nem sequer ficou parado, simplesmente virou as costas e partiu, como se tivesse dito aquilo sem ponderar.Ao vê-lo não insistir, Isabela soltou um suspiro de alívio.Na realidade, ela sabia muito bem que o que temia provavelmente teria de enfrentar mais cedo ou mais tarde.No entanto, contanto que isso não ocorresse, ela ainda poderia con
- Sr. Gabriel, já que o senhor está aqui, cuide bem da sua esposa. Se surgir outro escândalo como o de dois anos atrás, acredito que sua reputação ficará comprometida.Apesar de a família Silva temer Gabriel, a Sra. Silva não recuou nem um pouco por causa de sua filha.- É mesmo? Há dois anos, minha esposa foi vítima de uma armadilha; a Sra. Silva não está ciente disso?Após terminar de falar, Gabriel riu friamente:- Além disso, André é meu amigo, ele não deveria tratar bem minha esposa?Ao ouvir isso, Isabela ficou surpresa, levantando a cabeça com uma expressão de admiração em direção a Gabriel.Ele estava fazendo isso para manter sua própria imagem, ou ele realmente acreditava no que ela disse?Naquele momento, Isabela teve que admitir, seu coração batia rápido, quase impossível de conter o sorriso que queria se formar em seus lábios.Dois anos haviam passado, e essa era a primeira vez que ele expressava confiança nela.Se isso fosse verdade, como seria incrível?- Mãe, o que o Sr.
Retribuição? Embora ela nunca tivesse cogitado isso antes, Isabela sabia que Sofia a tratava muito bem, tão bem que poderia até arriscar a própria vida por ela. Sofia coincidentemente olhou na direção delas, e Isabela acenou levemente para ela com um sorriso suave, seus olhos um pouco úmidos.- André, é por isso mesmo que estou mandando ela embora. Quero que ela continue viva. Ficar na Cidade S, seja com o Gabriel, Mariana ou a família Silva, definitivamente não é seguro para Sofia. Sofia sempre se preocupou demais comigo, sempre me protegeu. Tenho medo que um dia ela se machuque por minha causa. Se isso acontecesse, duvido que conseguiria me perdoar pelo resto da vida.Com a resposta confirmada, André não fez mais perguntas:- Certo, eu sei o que fazer agora....Após o fim do funeral, Isabela ficou diante do túmulo, mergulhada em pensamentos, quando Sofia se aproximou.- Isa, você não está bem, e está grávida. Já está cansada há tanto tempo. Vá para casa primeiro, você pode vir visi