Carina apertou os punhos com força, claramente discordando da resposta:- O Pedro não é bom para você? Meu primo não é bom para você? O André e o Gabi não são bons para você? Por que só a Sofia é considerada insubstituível, como se os demais não merecessem ser mencionados na mesma frase, por quê?Ela estava com ciúmes!Mesmo tentando reprimir o ciúme que sentia, essa emoção, mesclada com ódio, surgia em ondas contínuas.Por quê?Por que só Sofia poderia ter tal destaque especial, por que Sofia era insubstituível?As pessoas que morriam não deveriam simplesmente desaparecer? Por que ainda ocupavam o lugar dos vivos?Isso não era justo!Isso fez com que ela sentisse que, enquanto estivesse viva, nunca poderia superar Sofia.Porque Sofia morreu quando Cláudio mais a amava...Diante do questionamento de Carina, Isabela não se irritou, apenas respondeu calmamente:- Você tem razão, muitas pessoas me tratam bem, mas...Ela se virou novamente para Carina:- Vocês e a Sofia são diferentes.- S
Desde que Isabela pronunciou aquelas palavras, Carina nunca mais a procurou.Provavelmente estava irritada.Entretanto, Isabela não lamentava pelo que disse.Afinal, era uma realidade que Carina teria que enfrentar, cedo ou tarde.Comparativamente, ela estava mais preocupada com a situação do Pedro.André havia dito que ainda estava resolvendo a questão, sem avanços significativos, o que deixava Isabela inquieta.Caso Pedro realmente acabasse preso injustamente, o que poderiam fazer?Refletindo sobre isso, Isabela se viu, sem perceber, diante da porta do quarto de Juliana.Ela hesitou por um momento e, em seguida, abriu a porta e entrou.Juliana acabava de acordar e, ao escutar o barulho, se virou e viu Isabela, empalidecendo instantaneamente de medo.- Isabela... O que... O que você deseja?Inicialmente, ela queria rogar a Isabela que a ajudasse a escapar de uma armadilha fatal, mas não esperava que, ao fugir de um inferno, acabasse em outro.A fúria de Isabela era tão aterrorizante q
No andar de cima, Isabela acabava de sair do quarto de Juliana e planejava visitar Gabriel. Porém, assim que chegou ao corredor, um estrondo seguido de gritos incessantes chamou sua atenção.Se virando na direção dos sons, observou que uma multidão se formou na entrada do hospital. Parecia que alguém havia sido atropelado.Inicialmente, não deu muita importância ao ocorrido. No entanto, ao ver o médico levar a pessoa atropelada para a maca, notou que as roupas do ferido eram idênticas às que Juliana vestia quando havia saído correndo, o que fez seu coração tremer. Rapidamente, pressionou o botão do elevador para descer.Assim que as portas se abriram, ela correu em direção à sala de emergência.Depois de vasculhar a área de emergência e pensar que havia se enganado, a cortina atrás dela foi subitamente puxada. Ouvindo o médico anunciar: - Ela está sem respiração, hora da morte, 14h14. Vamos contatar a família da falecida.Isabela se virou rapidamente e viu Juliana deitada na cama
- Senhora... - Rodrigo originalmente queria dizer algo mais, mas as palavras chegaram à boca e ele as reteve, acabando apenas por apertar os lábios e acenar com a cabeça. - Entendi, senhora. Pode prosseguir com seus afazeres.Dito isso, se virou e partiu. Observando sua silhueta, Isabela se sentiu inexplicavelmente angustiada.Desde que conseguiu extrair informações de Giulia e confirmou que, de fato, Giulia provavelmente não tinha nenhum envolvimento com Gabriel, seus sentimentos se tornaram ambíguos.Ela não conseguia perdoá-lo. No entanto, agora perdeu mais uma razão para poder repreendê-lo, se distanciar dele, abandoná-lo completamente.- Isa, por que você desceu?Enquanto pensava nisso, Cláudio a surpreendeu chamando ela por trás.Isabela saiu de seus pensamentos, se virou para olhá-lo e ficou em silêncio por um momento antes de responder:- Cláudio, Juliana morreu.Cláudio claramente não conseguiu reagir imediatamente:- Ela não estava no último andar?- Não, eu acabei de mandá
Na manhã seguinte, o crematório ligou, informando que a cremação precisava da assinatura de um parente e perguntou quando Isabela poderia comparecer para assinar.- Ela não tem familiares. Vou enviar alguém com o dinheiro para o pagamento da cremação. Prossigam diretamente com o procedimento.Ao ouvir Isabela dizer isso, a outra parte hesitou claramente, pensando ter ouvido errado.- Senhorita, mas...- Existe algum problema? Se não for possível, deixem-na na câmara fria até que alguém venha reclamar o corpo. Se acharem que ela está ocupando muito espaço, façam o que acharem melhor.Pareceu que as palavras de Isabela intimidaram a outra parte, que não ousou mais insistir e prontamente concordou:- Está bem, sem problemas, organizaremos a cremação hoje mesmo.- Me envie o detalhamento depois, e providenciarei o envio do dinheiro.- Perfeito, enviarei para a senhora em breve.Após desligar, Isabela jogou o celular ao lado, franzindo a testa enquanto olhava pela janela.Ela já estava faze
Isabela sentia um arrepio interior ao ser encarada por ele; se levantou apressadamente, exclamando:- Louco, acho que perdeu o juízo.Gabriel, por outro lado, não se ofendeu, sorriu para ela e perguntou:- Se eu ficasse louco, você ficaria ao meu lado?- Gabriel, você tem consciência? Depois de me atormentar por tantos anos, ainda espera que eu cuide de você, estando louco? Está sonhando.Ouvindo isso, Gabriel mordeu os lábios, demonstrando um ar de mágoa:- Você ainda está brava comigo? A história envolvendo a Giulia e o Dario realmente não tem nada a ver comigo, pode acreditar em mim?Isabela, agora ciente de que o caso com Pedro realmente não tinha relação com ele, e ainda com dúvidas sobre o caso da Giulia, apenas o olhou, sem dizer nada.Vendo que ela não respondia, Gabriel ficou ansioso; seus olhos imediatamente escureceram:- Isa, não te culpo por não acreditar em mim. Estou apenas preocupado com você... Tudo isso deve ser obra de alguém. Estou preocupado que possam te machucar.
Levá-lo com ela?Isabela sentiu seu coração apertar, e sua respiração se tornou ofegante.Diante de seu apelo, ela...- Isa.Gabriel apertou mais forte a mão dela:- Vamos deixar a Cidade S juntos, encontrar uma cidade para nos estabelecer, viver uma vida tranquila e feliz, criar a Dulce juntos. Você pode continuar a projetar joias, e eu posso cozinhar para você, cuidar da alimentação e do dia a dia de vocês. Será como você me disse antes, não seremos mais o Gabriel e a Isabela da Cidade S, vamos começar de novo, pode ser?Não se podia negar que tudo o que Gabriel disse tocou profundamente nela.Quem ela não quereria?Assim, Dulce poderia ter uma família completa e feliz.E ela, também poderia tentar começar de novo com ele.Mas...Isso simplesmente não era realista.Fantasias eram sempre belas, mas eles precisavam enfrentar a realidade.Depois de um longo tempo, ela finalmente disse, tentando conter a dor no peito:- Mas, Gabriel, isso é apenas um sonho, você realmente não pode deixar
André hesitou por um momento e parou.- Solte o Pedro.Ele não era tolo, sabia que nesse momento, a única pessoa que lhe telefonaria seria o verdadeiro manipulador por trás dos panos.Não tinha certeza do que essa pessoa queria, mas era claro para ele que, para esse indivíduo, Pedro não passava de um peão, até mesmo um peão insignificante.Como esperado, a pessoa do outro lado da linha soltou uma risada leve:- Sem problemas, mas o que você planeja oferecer em troca? Afinal, se alguém morreu, alguém tem que ser responsabilizado, não é mesmo?- O que você quer que eu faça?- O que eu quero que você faça? - A pessoa fez uma pausa, com um tom de escárnio. - André, não é sobre o que eu quero que você faça, mas sim sobre o que você deseja.André franzia a testa, sem vontade de jogar jogos de palavras:- Isso significa que não há nada para negociar?- Por que a pressa? - A pessoa perguntou calmamente. - André, você nunca pensou em recuperar sua esposa? Você está satisfeito em perder para ele