No andar de cima, Isabela acabava de sair do quarto de Juliana e planejava visitar Gabriel. Porém, assim que chegou ao corredor, um estrondo seguido de gritos incessantes chamou sua atenção.Se virando na direção dos sons, observou que uma multidão se formou na entrada do hospital. Parecia que alguém havia sido atropelado.Inicialmente, não deu muita importância ao ocorrido. No entanto, ao ver o médico levar a pessoa atropelada para a maca, notou que as roupas do ferido eram idênticas às que Juliana vestia quando havia saído correndo, o que fez seu coração tremer. Rapidamente, pressionou o botão do elevador para descer.Assim que as portas se abriram, ela correu em direção à sala de emergência.Depois de vasculhar a área de emergência e pensar que havia se enganado, a cortina atrás dela foi subitamente puxada. Ouvindo o médico anunciar: - Ela está sem respiração, hora da morte, 14h14. Vamos contatar a família da falecida.Isabela se virou rapidamente e viu Juliana deitada na cama
- Senhora... - Rodrigo originalmente queria dizer algo mais, mas as palavras chegaram à boca e ele as reteve, acabando apenas por apertar os lábios e acenar com a cabeça. - Entendi, senhora. Pode prosseguir com seus afazeres.Dito isso, se virou e partiu. Observando sua silhueta, Isabela se sentiu inexplicavelmente angustiada.Desde que conseguiu extrair informações de Giulia e confirmou que, de fato, Giulia provavelmente não tinha nenhum envolvimento com Gabriel, seus sentimentos se tornaram ambíguos.Ela não conseguia perdoá-lo. No entanto, agora perdeu mais uma razão para poder repreendê-lo, se distanciar dele, abandoná-lo completamente.- Isa, por que você desceu?Enquanto pensava nisso, Cláudio a surpreendeu chamando ela por trás.Isabela saiu de seus pensamentos, se virou para olhá-lo e ficou em silêncio por um momento antes de responder:- Cláudio, Juliana morreu.Cláudio claramente não conseguiu reagir imediatamente:- Ela não estava no último andar?- Não, eu acabei de mandá
Na manhã seguinte, o crematório ligou, informando que a cremação precisava da assinatura de um parente e perguntou quando Isabela poderia comparecer para assinar.- Ela não tem familiares. Vou enviar alguém com o dinheiro para o pagamento da cremação. Prossigam diretamente com o procedimento.Ao ouvir Isabela dizer isso, a outra parte hesitou claramente, pensando ter ouvido errado.- Senhorita, mas...- Existe algum problema? Se não for possível, deixem-na na câmara fria até que alguém venha reclamar o corpo. Se acharem que ela está ocupando muito espaço, façam o que acharem melhor.Pareceu que as palavras de Isabela intimidaram a outra parte, que não ousou mais insistir e prontamente concordou:- Está bem, sem problemas, organizaremos a cremação hoje mesmo.- Me envie o detalhamento depois, e providenciarei o envio do dinheiro.- Perfeito, enviarei para a senhora em breve.Após desligar, Isabela jogou o celular ao lado, franzindo a testa enquanto olhava pela janela.Ela já estava faze
Isabela sentia um arrepio interior ao ser encarada por ele; se levantou apressadamente, exclamando:- Louco, acho que perdeu o juízo.Gabriel, por outro lado, não se ofendeu, sorriu para ela e perguntou:- Se eu ficasse louco, você ficaria ao meu lado?- Gabriel, você tem consciência? Depois de me atormentar por tantos anos, ainda espera que eu cuide de você, estando louco? Está sonhando.Ouvindo isso, Gabriel mordeu os lábios, demonstrando um ar de mágoa:- Você ainda está brava comigo? A história envolvendo a Giulia e o Dario realmente não tem nada a ver comigo, pode acreditar em mim?Isabela, agora ciente de que o caso com Pedro realmente não tinha relação com ele, e ainda com dúvidas sobre o caso da Giulia, apenas o olhou, sem dizer nada.Vendo que ela não respondia, Gabriel ficou ansioso; seus olhos imediatamente escureceram:- Isa, não te culpo por não acreditar em mim. Estou apenas preocupado com você... Tudo isso deve ser obra de alguém. Estou preocupado que possam te machucar.
Levá-lo com ela?Isabela sentiu seu coração apertar, e sua respiração se tornou ofegante.Diante de seu apelo, ela...- Isa.Gabriel apertou mais forte a mão dela:- Vamos deixar a Cidade S juntos, encontrar uma cidade para nos estabelecer, viver uma vida tranquila e feliz, criar a Dulce juntos. Você pode continuar a projetar joias, e eu posso cozinhar para você, cuidar da alimentação e do dia a dia de vocês. Será como você me disse antes, não seremos mais o Gabriel e a Isabela da Cidade S, vamos começar de novo, pode ser?Não se podia negar que tudo o que Gabriel disse tocou profundamente nela.Quem ela não quereria?Assim, Dulce poderia ter uma família completa e feliz.E ela, também poderia tentar começar de novo com ele.Mas...Isso simplesmente não era realista.Fantasias eram sempre belas, mas eles precisavam enfrentar a realidade.Depois de um longo tempo, ela finalmente disse, tentando conter a dor no peito:- Mas, Gabriel, isso é apenas um sonho, você realmente não pode deixar
André hesitou por um momento e parou.- Solte o Pedro.Ele não era tolo, sabia que nesse momento, a única pessoa que lhe telefonaria seria o verdadeiro manipulador por trás dos panos.Não tinha certeza do que essa pessoa queria, mas era claro para ele que, para esse indivíduo, Pedro não passava de um peão, até mesmo um peão insignificante.Como esperado, a pessoa do outro lado da linha soltou uma risada leve:- Sem problemas, mas o que você planeja oferecer em troca? Afinal, se alguém morreu, alguém tem que ser responsabilizado, não é mesmo?- O que você quer que eu faça?- O que eu quero que você faça? - A pessoa fez uma pausa, com um tom de escárnio. - André, não é sobre o que eu quero que você faça, mas sim sobre o que você deseja.André franzia a testa, sem vontade de jogar jogos de palavras:- Isso significa que não há nada para negociar?- Por que a pressa? - A pessoa perguntou calmamente. - André, você nunca pensou em recuperar sua esposa? Você está satisfeito em perder para ele
Dois dias se passaram desde aquele beijo no quarto do hospital com Gabriel.Durante esses dois dias, Isabela não o visitou nem uma vez.Ela estava receosa, temendo não conseguir conter o amor profundo que sentia, o desejo de estar ao seu lado.Ela não queria isso!O que a deixava ainda mais ansiosa era a ausência de progressos com Pedro.Isso a inquietava e a fazia se sentir perdida, mas André sempre a consolava, dizendo para ela não se preocupar, assegurando que nada de mal aconteceria ao Pedro.Não tinha outra escolha a não ser confiar em André.Para afastar pensamentos desnecessários, ela trocou de roupa, colocou uma máscara e decidiu visitar Sofia.Porém, justo quando estava saindo, encontrou Rodrigo.Ao vê-lo, Isabela instintivamente deu um passo para trás, um tanto assustada:- O que foi agora?- Consegui um advogado para o Pedro, queria saber se gostaria de encontrá-lo para discutirmos alguns detalhes.Isabela balançou a cabeça:- Não é necessário, o André resolverá tudo. - Diss
Carina tinha as orelhas levemente avermelhadas, dizendo com indignação:- Eu não disse que não estava mais irritada.- E você ainda veio trazer flores para Sofia?Carina olhou com desdém para as flores e acenou com a mão:- Com todo o dinheiro que tenho, o que custa comprar um buquê de flores?Isabela sabia muito bem que Carina era orgulhosa.Na verdade, até ela sabia muito bem, só não queria admitir.Ela não queria expor isso, então sorriu:- Contanto que você não esteja aqui para xingar Sofia, está tudo bem.- Eu vim aqui para xingá-la! - Carina mordeu o lábio inferior. - Ela é como uma vagabunda, cativou as almas de todos vocês, vocês todos me comparam a ela, dizendo que eu não sou como ela, que eu não posso substituí-la, sendo que ela já morreu, mas por que os vivos ainda têm que sofrer por causa dos mortos? Se ela ainda estivesse viva, vocês realmente a amariam tanto assim? Eu não acredito! Eu simplesmente não acredito que ela tenha esse tanto de charme!Vendo Carina ainda presa n