Quando Isabela voltou à entrada da delegacia, coincidentemente encontrou Carina, que a procurava às pressas.- Fefe, onde você estava?Ao vê-la, Carina correu em sua direção, olhando ela de cima a baixo com uma preocupação evidente, até se certificar de que ela não estava ferida, e então suspirou aliviada:- Você me assustou, pensei que tivesse sido sequestrada na entrada da delegacia.- Desculpe, vi um amigo e corri atrás dele, mas acabei o perdendo de vista e depois encontrei um problema no caminho, por isso me atrasei... - Isabela disse, lançando um olhar para ela. - Mas, tentei ligar para você mais cedo e não consegui, seu telefona estava desligado?Carina, um pouco envergonhada, coçou a cabeça:- Isso foi uma distração minha. Eu estava mexendo no celular e sem querer ativei o modo avião, por isso você não conseguiu falar comigo... Desculpe...Ao ouvir isso, Isabela não pôde evitar rir.- Fefe, por que você está rindo?Carina olhou para ela sem entender.- Percebi que você estava c
Isabela não entendia, franzindo a testa:- O que aconteceu?Juliana, porém, não respondeu, apenas espreitou para fora por um bom tempo e então, com um som abafado, se ajoelhou diante dela:- Isa, sei que errei muito no passado, mas desta vez eu imploro, você tem que me salvar...- Juliana, você...- Isa, só você pode me salvar, por favor!Isabela ficou sem palavras, confusa sobre o que estava acontecendo, por que sempre acabava com alguém se ajoelhando diante dela...Todos pediam para salvá-los, como se ela fosse uma deusa. Quem teria tal poder?Carina correu até elas e tentou puxar Juliana:- Levante, sua louca, você está machucando a Fefe!Mas Juliana se recusa a soltar, segurando firmemente o pulso de Isabela, o deixando vermelho.Isabela, já fraca e sem ter se recuperado totalmente, além de ter corrido um pouco, agora estava ainda mais exausta e fraca, incapaz de se libertar do aperto de Juliana.- Juliana, você tem que explicar, senão como vou saber como ajudar?Juliana olhou par
Isabela parou, interrompendo seus passos. Sua voz não tinha um pingo de calor:- Fale!- Mariana... A Mariana não pertence à família Silva.Isabela não se surpreendeu; afinal, ela já suspeitava dessa possibilidade.Anteriormente, pensou que o controle sobre Juliana visava, de fato, restringir Mariana, e o único meio de conseguir isso seria com uma identidade falsa para ela.Portanto, Isabela não se mostrou satisfeita:- Já imaginava isso, me diga algo que eu não saiba.Juliana parecia nervosa, sem esperar que Isabela já tivesse deduzido tal fato, lamentando internamente seu erro de cálculo.Sabia que não possuía muitos segredos para revelar e, se os dissesse todos de uma vez, sem conseguir a ajuda de Isabela, estaria em desvantagem.Percebendo o silêncio de Juliana, Isabela se virou e lançou a ela um olhar incisivo:- Parece que não tem mais nada a dizer, que pena. O acordo de agora será cancelado.- Não! - Quando Isabela estava prestes a se afastar, Juliana falou subitamente. - Eu se
- Não... Não fui eu...- Faz diferença? Se não fosse por você, Sofia jamais teria morrido!Isabela apertava o pescoço de Juliana com força, fazendo suas bochechas ficarem vermelhas, mas não parava.- Sofia jamais quis ser a senhora da família Silva e definitivamente não iria competir com vocês. Como não puderam aceitá-la?Ela sabia, sem precisar pensar, que mesmo que Sofia soubesse, jamais voltaria para a família Silva.Para Sofia, Cláudio e ela era tudo o que tinha. Como poderia cobiçar a fortuna da família Silva?Mas foi morta por causa da inveja e suspeita da Juliana e da Mariana!Por quê?Ela era filha da Sra. Silva, e daí?Desfrutou de algum privilégio em sua vida?Apesar de todo esforço, a força para tornar a vida um pouco melhor, e até encontrar um homem que amava...O futuro estava à sua frente, estava prestes a iniciar uma nova vida feliz, mas, infelizmente, algumas pessoas não puderam aceitá-la!Estava grávida e morreu no momento mais próximo da felicidade!Não, ela não podi
- Sofia morreu de forma tão trágica; a Juliana não merece continuar vivendo!Percebendo que suas tentativas de persuasão eram inúteis, Carina ficou um tanto desesperada:- Fefe, não faça besteira...Isabela não lhe deu mais atenção, apenas soltou as mãos com relutância e se levantou.Quando Carina pensou que Isabela tinha desistido, de repente a viu caminhar até a beira da cama, pegar o cinzeiro sobre a mesa e voltar.- Fefe...Antes que Carina pudesse reagir, Isabela já havia esmagado a mão direita de Juliana com o cinzeiro.O ar no quarto se tornou gélido, e só se ouvia o som dos ossos da mão direita de Juliana se quebrando.- Fefe... Você... Você...Carina ficou petrificada, olhando com os olhos arregalados, e incrédula, para Isabela.Mas Isabela apenas se agachou, verificou a respiração de Juliana e disse com uma frieza excepcional:- Eu só destruí uma das mãos dela, mas Sofia perdeu a vida. Olhando por esse lado, Juliana ainda saiu ganhando.Se pudesse escolher, ela preferiria ter
Carina apertou os punhos com força, claramente discordando da resposta:- O Pedro não é bom para você? Meu primo não é bom para você? O André e o Gabi não são bons para você? Por que só a Sofia é considerada insubstituível, como se os demais não merecessem ser mencionados na mesma frase, por quê?Ela estava com ciúmes!Mesmo tentando reprimir o ciúme que sentia, essa emoção, mesclada com ódio, surgia em ondas contínuas.Por quê?Por que só Sofia poderia ter tal destaque especial, por que Sofia era insubstituível?As pessoas que morriam não deveriam simplesmente desaparecer? Por que ainda ocupavam o lugar dos vivos?Isso não era justo!Isso fez com que ela sentisse que, enquanto estivesse viva, nunca poderia superar Sofia.Porque Sofia morreu quando Cláudio mais a amava...Diante do questionamento de Carina, Isabela não se irritou, apenas respondeu calmamente:- Você tem razão, muitas pessoas me tratam bem, mas...Ela se virou novamente para Carina:- Vocês e a Sofia são diferentes.- S
Desde que Isabela pronunciou aquelas palavras, Carina nunca mais a procurou.Provavelmente estava irritada.Entretanto, Isabela não lamentava pelo que disse.Afinal, era uma realidade que Carina teria que enfrentar, cedo ou tarde.Comparativamente, ela estava mais preocupada com a situação do Pedro.André havia dito que ainda estava resolvendo a questão, sem avanços significativos, o que deixava Isabela inquieta.Caso Pedro realmente acabasse preso injustamente, o que poderiam fazer?Refletindo sobre isso, Isabela se viu, sem perceber, diante da porta do quarto de Juliana.Ela hesitou por um momento e, em seguida, abriu a porta e entrou.Juliana acabava de acordar e, ao escutar o barulho, se virou e viu Isabela, empalidecendo instantaneamente de medo.- Isabela... O que... O que você deseja?Inicialmente, ela queria rogar a Isabela que a ajudasse a escapar de uma armadilha fatal, mas não esperava que, ao fugir de um inferno, acabasse em outro.A fúria de Isabela era tão aterrorizante q
No andar de cima, Isabela acabava de sair do quarto de Juliana e planejava visitar Gabriel. Porém, assim que chegou ao corredor, um estrondo seguido de gritos incessantes chamou sua atenção.Se virando na direção dos sons, observou que uma multidão se formou na entrada do hospital. Parecia que alguém havia sido atropelado.Inicialmente, não deu muita importância ao ocorrido. No entanto, ao ver o médico levar a pessoa atropelada para a maca, notou que as roupas do ferido eram idênticas às que Juliana vestia quando havia saído correndo, o que fez seu coração tremer. Rapidamente, pressionou o botão do elevador para descer.Assim que as portas se abriram, ela correu em direção à sala de emergência.Depois de vasculhar a área de emergência e pensar que havia se enganado, a cortina atrás dela foi subitamente puxada. Ouvindo o médico anunciar: - Ela está sem respiração, hora da morte, 14h14. Vamos contatar a família da falecida.Isabela se virou rapidamente e viu Juliana deitada na cama