CAPÍTULO 82 Enzo Duarte Passei o dia ouvindo coisas da minha família. Até as gêmeas resolveram que eu estou na hora de sair de casa, isso é patético, vou arrumar um compromisso pra elas e quero ver. A minha cabeça está quente, pensando em como vou colocar a Rebeca na linha, e agora o Antony me vem com mais exigências, e o pior é que não gostei nem um pouco delas. Quando ele entrou e me deixou sozinho, fiquei um pouco nervoso, aquela maluca pode muito bem me atacar na mesa, e não pretendo deixar a minha mãe preocupada. Estranhei o seu comportamento tão calmo, não combina nada com o estilo dela, o Don deve ter pegado pesado. Reparei que Antony cochichou com a Fabiana que cochichou com a Rebeca alguma coisa, e ela me olhou, “era sobre mim”. A única cadeira sobrando era ao lado dela, então me sentei. — Me desculpe se exagerei ontem! — falei no seu ouvido. — Sei... — falou apenas, e arrumou a sua cadeira. A comida foi servida, Rebeca estava m
CAPÍTULO 83 Fabiana Prass Não posso dizer que esse jantar foi dos melhores, porque estaria mentindo, mas posso confessar que já estou aliviada que correu tudo bem e a minha irmã vai se casar com alguém da confiança do Don. Enzo não é o estilo que eu escolheria para ela se me perguntassem, porém hoje eu vi algo nos olhos dele, e senti que existe algum sentimento, mesmo que esteja tão bem guardado como o do Don, algo existe ali, não sei explicar. Durante o jantar, eu percebi que as coisas nessa casa estão fora de ordem, e esse foi um pedido do Don, de que eu cuidasse de tudo, e não vi isso esta noite. Então, hoje acordei cedo, vou reorganizar o cardápio, verificar o que falta na dispensa e averiguar o jardim, já que ele saiu cedo para conversar com o meu sogro. Conversarei com as funcionárias, já vi que as tarefas não estão bem distribuídas e a Filipa tem trabalhado muito. Sentada na cadeira da pequena mesa da cozinha, onde os funcionários comem, eu analisei o cardápio, e fui col
CAPÍTULO 84 Don Antony Strondda — Antony, está indo pra casa? — Enzo me parou quando saía da boate. — Sim! Resolvi ir mais cedo! — Ótimo, também vou pra lá! Preciso buscar a Rebeca para provar o vestido! — O da Fabi levaram até em casa! Mas já está pronto? Como conseguiu tão rápido? — Ah, é que eles deram a opção dela ir até lá e escolher, acredito que seja melhor! — Não vai olhar o vestido que dá azar! — brinquei. — Mais do que já tenho é impossível! — sorriu. Eu entrei no carro, e o meu primo foi no dele. Quando cheguei em casa estava chovendo, e estranhei ver uma garotinha no jardim, molhada e chorando, apontando para o lago, enquanto a Filipa a repreendia, mas quando ouvi parte da conversa, paralisei. — MAMÃE A TIA TÁ LÁ, É VERDADE! ELA FALOU PARA CHAMAR O DON, SE A GENTE NÃO IR A RAPOSA BRABA VAI ATACAR ELA DENTRO DA ÁGUA! — Raposa? Água? Tia? — Meu Deus, você vai ficar ainda mais doente, eu não devia ter deixado você aqui fora! A tal tia disse o seu nome? — nessa pa
CAPÍTULO 85 Rebeca Prass — A minha irmã vai ficar bem? — perguntei para o Enzo, quando cheguei no hospital. — Oi, querida noiva! Tudo bem com você? — sendo irônico, veio querer me beijar e virei o rosto, então beijou na bochecha. — Se tivesse tudo bem eu não estaria num hospital, e muito menos te perguntando da minha irmã! — ele não gostou, foi discreto, mas deu um jeito de me encurralar num canto. — Por acaso você acorda assim, todos os dias? — Não, fica tranquilo! Eu sou assim apenas com quem merece! — fez cara feia. — Se você não colaborar, vai ficar complicado! — segurou no meu braço. — Eu digo o mesmo! — soltei o meu braço dele e dei as costas. — Onde você vai? — Perguntar da minha irmã! — voltou a me segurar pelo braço. — Espera! — o olhei irritada. — Ela está bem, vai ficar bem! O Don está com ela, iria ajudar num banho, não adianta ficarmos aqui! — me sentei nas cadeiras. — Eu não vou sair enquanto não vê-la! — c
CAPÍTULO 86 Rebeca Prass Uma senhora com roupas muito chiques nos atendeu, uma cara de séria, um coque na cabeça, uma saia longa azul marinho, e um casaquinho chique, parcialmente aberto. — No que posso ajudá-lo, senhor Duarte? — fiquei bem quieta, a velha nem falou comigo, não daria moral pra ela. — Ajude a minha noiva a escolher o vestido de casamento, eu já conversei com a gerente sobre o assunto! — a velha me olhou dos pés à cabeça, me senti uma intrusa na loja, mas eu tinha certeza de que estava melhor do que ela, naquele cabelo duro de tanto produto caro, se enviasse o dedo espetava. — Claro, senhor! E, o que o senhor deseja que eu sugira a ela? — fiquei pensando: “será que essa velha notou que a cliente sou eu e eu estou aqui?“ — Rebeca, diga como pensou em se vestir! — Enzo se virou pra mim bem sério, eu não deixaria a oportunidade de zombar dele. — Quero um vestido longo, com poucas pedras, de alcinhas ou tomara que caia, pode ter transparência das coxas para baixo, e
CAPÍTULO 87 Fabiana Prass Eu não estava acreditando que o Don realmente me ama e dizia isso com todas as letras. — Tive tanto medo... — sussurrei já debaixo da água no chuveiro. — Eu também, ragazza! — olhei nos seus olhos e vi que eles não mentiram, nunca o vi assim, não como está hoje, ele também tremia, ficava me olhando inteira, e quando o seu olhar pousava na minha mão eu notava o seu desespero, eu tentava esconder, mas não resolvia. — Viu... mesmo sendo o Don não pode aguentar e soportar tudo! Mas, se isso acontece é porquê tem sentimentos, Antony! Vamos tirar a tua roupa, está molhado e tremendo! — o puxei para perto de mim. — Me senti um idiota hoje... parece que tudo o que eu fazia era inútil! Fico pensando o que aconteceria se o Enzo não tivesse chegado? Eu não conseguiria sair do tanque, e nem conseguiria te desafogar, ele precisou encostar nos seus lábios na minha frente para te salvar! — era nítido como aquilo o afetava. — E, tudo isso porquê eu perdi o controle..
CAPÍTULO 88 Fabiana Prass Aquela espera iria me matar, senti as minhas mãos suarem frias, o meu corpo mal encostava na maca, estava tenso. — CAZZO! — Antony perdeu a paciência, e antes que falasse besteiras segurei no pulso dele, que me olhou preocupado. — Você está bem? — perguntei, firmando o nosso olhar. — Se você estiver, vou ficar, ragazza! — as lágrimas escorriam do meu rosto enquanto sentia algo estranho ser colocado dentro da minha intimidade. E ele claramente se controlava para não apontar a pistola para os médicos, eu poderia jurar que o vi segurando a arma que estava na cintura. — Estou bem! — respondi, mas ele me olhava confuso, segurou melhor a minha mão e deixou a palma virada pra cima, então o vi de olhos fixos na tela que o médico usava para verificar se via o bebê. — Que tamanho está doutor? — ele perguntou e na mesma hora tentei entender o que ele via, e realmente parecia ter algo ali. Era uma mancha oval, e firmando os olhos eu vi que parecia uma cabecinha
CAPÍTULO 89 Fabiana Prass — O que você disse para a garotinha? — a encarei firme. — Eu só expliquei que a festa é só da família, e ela não deveria interferir. Eu não sei porque empregados tem que trazer filhos para o serviço? — falou, levantando o corpo de perto da menina, e a essa altura o meu sangue estava fervendo, não consigo ver uma coisa dessas com crianças, então a puxei de perto da menina, a agarrando pela roupa, então bem perto dos olhos dela eu falei com raiva: — Os que amam os seus filhos, se preocupam com eles, sabia? Eu nunca vi a sua filha ou filho por aqui, porquê nunca o trouxe? — deu de ombros, enquanto tive vontade de esbofetear aquela mulher. — Não sou como as outras! — olhou a Olivia com desdém e depois com uma feição sombria e algo me veio em mente, então soltei a Danúbia e me abaixei com a garotinha. — Querida... porquê você foi lá na beira do rio? A sua mãe contou que é extremamente obediente, então a tia só queria saber! — mas, claramente vi o seu olhar