Muito mais tarde, depois de todos terem se limpado, Marina estava dormindo em vários travesseiros com o braço esquerdo preso com um pedaço do velho mas limpo xadrez de Ewan. Gavin observou da porta da cabana enquanto Ewan voltava do estábulo. Ainda chovia, mas já era uma chuva fraca que deixou a noite muito fria. —Deixei o filho de Fergus com a esposa no estábulo, eles ficarão confortáveis." Ewan ficou em silêncio por um tempo. Não vi nada mais estranho, eles falam com a ajuda daqueles aparelhos que todo mundo carrega hoje em dia. —Se você não insistisse em continuar vivendo no século passado, perceberia que a tecnologia é necessária. —Eu nem tenho eletricidade aqui e não preciso dela. —Ewan, você deveria me ouvir e vir para o clã MacLeod comigo. — Como está o seu pai? —Ewan mudou de assunto abruptamente. Gavin suspirou. —Ele morreu recentemente. Ewan benzeu-se. —Você deveria ter me contado, eu teria ido. —Ele não morreu aqui, foi no Brasil. —É u
—Como foi o sonho que você teve? —Gavin evitou a pergunta fazendo outra. Isso conseguiu distrair Marina, ela franziu a testa e pensou antes de dizer. —Foi muito estranho, não pode ser real. —Diga-me e eu lhe direi se é real. "Eu estava com você", Marina ficou muito vermelha. Numa cama e eu - Marina mordeu o lábio inferior, teve vergonha de dizer que estava amarrada -... senti frio e não consegui te ver, mas vi seu braço, e seu anel. Marina deu testemunho acariciando levemente as intrincadas linhas da tatuagem com as pontas dos dedos no antebraço de Gavin. "Não parece muito irreal", murmurou Gavin, com a voz embargada. Sua boca estava seca e seu coração disparado. Sem citar outra parte de sua anatomia; o tímido toque de carinho de uma garota que ele prometeu não tocar para começar o está deixando louco. Marina sorriu não muito convencida. —Não acho que seja real, porque aí tudo mudou, corremos por um corredor e atiraram na gente; e você me protegeu —Marina ri
Marina acordou com barulho de panelas caindo e xingamentos. —Desculpe, garota, eu não queria te acordar —disse Ewan com tristeza. —-Não se preocupe senhor... —-Ewan —Ewan deu um passo à frente e ofereceu sua mão—. É um prazer, Sra. MacLeod", disse ele em português. Marina ficou surpresa. —Você fala português. —Muito pouco, meu amigo Marcelo me ensinou. Marina afirmou com um sorriso. —Ele é o pai de Gavin —comentou Ewan—, mas não se lembra de nada sobre sua vida. Ewan continuou tirando panelas e potes. —Posso ajudar? —Marina perguntou. Gavin acordou muito cedo e caminhou até o morro mais alto recebendo sinal de telefone, voltou para a cabana e encontrou Ana saindo da estrutura improvisada onde ele dormia. —Como está Graham? —Gavin perguntou muito sério. —Bom, mas se voltarmos hoje é melhor —respondeu Ana com boa disposição. “Eles estão vindo nos procurar”, disse Gavin sem parar de andar. —Como Marina acordou? —Ana perguntou indo em direção a
Camila ignorou a Marina e Gavin gentilmente removeu seu abraço. —Eu estava tão preocupada —Camila exclamou, segurando as mãos de Gavin nas suas. Quando você não voltou, eu sabia que algo muito ruim havia acontecido. Gavin estava chateado e mais consigo mesmo, sabia que era impossível Camila ser uma mulher discreta, ela era dominante demais, não concordaria em vê-lo em segredo. Ter que se esconder ainda mais o deixou com raiva. —O que você quer dizer com voltar? Você teve que ir a algum lugar com ela, Gavin? —Marina perguntou e era óbvio que ela estava tentando controlar o ciúme, mas não conseguia. —Porque ele tinha um encontro comigo —Camila retrucou. —Conversaremos mais tarde, Camila —Gavin decretou com as sobrancelhas levantadas. —Mas diga a ela de uma vez por todas, você não quer ficar com ela, você quer ficar comigo. —Droga Camila, você enlouqueceu? Olha onde estamos, estamos passando por uma emergência, seu irmão está ferido e eu te mandei trabalhar no clã
Marina estava cheia de ansiedade, segurando um ursinho de pelúcia que comprou no hospital para o filho. A sensação era estranha, assustadora, seu coração estava acelerado e ela ficou grata quando Gavin ficou ao lado dela. —Você está pronto para conhecer nosso filho? Marina assentiu e apertou a mão de Gavin em busca de apoio. Eles entraram na sala e Cris sorriu ao vê-los. — Mãe! —Cris exclama, levantando-se da cama para abraçar Marina, ela coloca as mãos na careca e se vira para olhar para Gavin. Uma lágrima escorre pelo seu rosto ao saber que seu filho está com câncer, é evidente embora ela não pareça fraca. Ele não precisa da confirmação de Gavin, apenas por se verem eles podem comunicar sua dor mútua. Marina se ajoelha e olha nos olhos do filho. Cris olha para ela com amor e ela sorri. —Você tem heterocromia. —Marina comenta ao ver as íris dos olhos dele, em um há um espaço marrom. —Sim mãe, no meu olho esquerdo tenho um pedacinho dos seus olhos e o
“Se Gavin, por que você não fez isso?” —O anjinho com chifres que todos nós temos em nossa consciência perguntou a Gavin. Gavin sentou-se na cama e acendeu o abajur da mesa de cabeceira. —Marina, tem uma coisa que você deveria saber. Marina também sentou e sente muita ansiedade no peito. —Eu sabia, você está escondendo alguma coisa, é por causa da Camila. —Camila? Ela não tem nada a ver com isso. — Como não? Ela é sua amante —Você não tem o direito de reclamar comigo se eu tiver um amante ou dez. — Que? Como é isso se eu sou sua esposa? —Nosso casamento é um acordo. —Espere um minuto, Gavin —Marina o interrompeu, levantando a palma da mão para parar—. Que acordo? —Isso mesmo, não fazemos sexo. —E como tivemos um filho? —Caramba —Gavin murmurou. — Foi in vitro? —Não é isso. — Cris não é seu filho? —Claro que ele é meu filho! —Gavin exclamou com pouca paciência. —Então não entendo, porque como não sou nossa santa mãe do céu, a úni
A cama de repente ficou muito quente para Marina com Gavin em cima dela. Ele deslizou a perna entre as dela, fazendo cócegas em suas coxas. As mãos de Gavin foram para os pulsos dela e os levantaram acima da cabeça. Então Marina não tinha certeza se aquilo era apropriado. —Hum... Bem, Gavin, acho que estou muito cansado, afinal. Gavin passou o nariz pelo pescoço dela e respirou o perfume dela. Marina havia colocado perfume no pescoço e em outras partes sensíveis para esperar o marido na cama. —Mais que cansada, você estava entediada, o que posso fazer para entretê-la, senhora? Marina mordeu o lábio inferior, isso parecia muito bom. Ele havia dito “senhora” como se ela fosse uma rainha, mas então se lembrou por que estava chateado. —Aparentemente eu sou o chato, porque você tem um amante. Gavin sorriu. Desde quando uma garota não agia assim com ele, ele não se lembrava mais, principalmente uma tão linda como Marina. —Certamente não nos entendem
—Droga... Sofi, o que estou fazendo? —Gavin se repreende internamente. Gavin coloca Marina no colchão rapidamente e embora não a tenha machucado, ele foi rude, ele se levanta, vira as costas para ela porque não ousa olhar para o corpo dela agora ou voltará para ela como um animal selvagem em busca de alívio. Ele vê a pintura novamente e tira o olhar culpado, ele prometeu homenagear sua esposa pelo que restou de sua vida, ele, pelo menos no plano espiritual, era só dela e este era o quarto dele, o único lugar no mundo onde eles haviam sido felizes até que a doença mental de Sofi arruinou a vida de ambos. Ele simplesmente não conseguia manchar a lembrança dela de brincar com outra pessoa em sua cama. —Eu… me desculpe, não podemos fazer isso aqui. Gavin corre para o banheiro, se olha no espelho e praguejou em voz alta. Agora ele entende por que a parte malévola dele o leva até Marina. —Ela é o fogo, meu inferno pessoal —lamenta ele por permitir que as coisas chegasse