Os aposentos do Clan Laird eram enormes, porém Marina se sente claustrofóbica, em pânico e com todo tipo de ansiedade. A sala como tal é linda e, como todo o castelo, uma mistura harmoniosa de passado e presente. O que mais chama a atenção no espaço é uma lareira central e, embora isso dê um ar bastante romântico ao ambiente, o retrato gigante de uma mulher sobre a lareira parece absorver toda a energia do local. Marina sentiu arrepios só de ver o retrato, pois ele está de frente para a cama, parece que ele está a observando, ela presume que seja Sofi. Marina decidiu sentar-se num canto da sala, numa pequena escrivaninha que destoa da opulência do lugar, parece desgastada e com uma cadeira que já viu dias melhores, mas era muito aconchegante. Sobre esta escrivaninha havia alguns livros e vários porta-retratos com lindos bordados; Marina olhou para eles um por um e os deixou em seus lugares. —Se Gavin me ver mexendo nas coisas da Sofi, ele vai me jogar na lareira. M
—Marina, preciso ir. —Não Ana, por favor. —Marina, não sei o que estou fazendo aqui, já faz um mês que você se casou e você se tornou mais indecifrável que as pessoas desse clã e isso é porque não sei falar escocês, porque não é preciso ser um gênio para perceber o que pensam sobre a situação do seu casamento. Marina pegou as mãos de Ana. —Vamos sair, talvez eu não aguente mais. Uma enfermeira ficou a cargo de Cris e Marina e Ana caminhou por um morro próximo ao castelo que permitiu ver se alguém se aproximava. —Ok, estamos longe agora e acho que os pássaros da Escócia não sabem falar português, me diga o que há de errado. Marina mordeu os lábios e colocou a mão na testa. —Acho que deveria começar do início. Marina finalmente conseguiu desabafar, em meio às lágrimas de frustração, tudo o que estava aprisionado em sua mente e em seu coração. Ana ouviu atentamente, cerrando os punhos nos momentos em que via claramente as intenções de José Manuel, devido à
Marina entrou no quarto de Cris e viu que a cara dele estava triste, o tablet que ele nunca deixava estava em cima da cama com um carretel infantil brincando sem parar sem a criança prestar atenção. — Tem algo de errado com você Cris? Marina se aproximou do filho e ele estava com uma mecha de cabelo nas mãos. Marina o abraçou com o coração enrugado, mas mostrando força ao filho sorriu. —Está tudo bem meu amor, o cabelo sempre cresce. —Vovô não deixa mais crescer cabelo, serei igual a ele? —Chris murmurou tristemente. Marina franziu os lábios. —Sim, mas vai crescer de novo em você, eu prometo. —Vai demorar? —Isso não importa, nós lhe daremos bonés, chapéus e Elsbeth tricota alguns chapéus lindos. —Os escoceses não usam chapéu contra o frio, porque são guerreiros, meu pai me disse que eu sou um guerreiro e não importa se eu uso chapéu, porque quem manda sou eu. Marina sorriu. —Gavin te avisou que seu cabelo iria cair? Cris assentiu. —Meu pai m
A enfermeira com um grande sorriso colocou um gorro de tricô em Cris e piscou para ele. —Acho que esse chapéu dá sorte, meus pacientes dizem que faz o cabelo crescer muito rápido e eu acho lindo. Cris sorriu e Marina entrou na sala com Gavin. Quando Cris viu Gavin, ele tirou o chapéu, trazendo mais cabelos com o movimento. Gavin, com o coração partido, foi até a cama e o abraçou, sempre sorrindo. —Pai, guerreiros não usam chapéu, então não sei —disse Cris em dúvida. Gavin sorriu. —Os guerreiros usam tudo o que precisam para travar suas batalhas e acho que combina bem com você. Gavin pegou Cris para colocá-lo na cadeira enquanto a enfermeira preparava o barbeador. Marina lutou para manter a compostura. Seus olhos se encheram de lágrimas enquanto ela segurava a mão de Cris. Gavin ficou ao seu lado, com o olhar fixo no filho, dando-lhe apoio.A enfermeira tinha tudo pronto e olhou Cris nos olhos. —Você está pronto, campeão? —perguntou a Cris. O menino assent
—Você trapaceou! Marina, impressionada, ouviu a declaração desesperada ao seu lado do novo marido, muito nervoso, e tentou acalmá-lo para que pudessem sair do cassino. —Eu quero sair, amor... — Fique quieta! Marina jamais esqueceria o rosto do marido quando ele se levantou da toalha verde, o rosto dele era da mesma cor. Ele simplesmente ignorou seus apelos e enfrentou seu oponente. —É uma armadilha! —ele gritou novamente antes de jogar as cartas na mesa. “O jogo é esse, garoto”, respondeu o adversário, acendendo um charuto, parecia muito satisfeito. —Eu não vou te pagar, você fraudou o jogo! Marina agarrou o braço do marido e gritou ao ver que um homem em quem eles não prestavam atenção sacou uma arma e apontou para a cabeça do marido. Outro homem a abraçou por trás e cobriu sua boca. O adversário levantou-se e ajeitou o paletó antes de encarar o marido. —Não funciona assim, você jogou, perdeu e vai pagar. —Não posso te pagar tanto! —Ele reco
—SOCORRO, JOSÉ MANUEL!! —Marina gritou e se debateu, mas tudo foi inútil, dois homens fortes a agarraram e a levaram para os bastidores, a mulher que organizava os bastidores se aproximou dela com uma seringa e não houve nada que Marina pudesse fazer para impedir que lhe aplicassem a injeção no braço. ela começou a se sentir tonta. Tudo estava confuso, as luzes eram mais intensas, os sons mais altos, todos os seus sentidos estavam no auge, ela não perdia a consciência, mas não podia recusar ser levada. —Nnnoo, eu não quero, me deixe ir —ele continuou dizendo, mas colaborou com seus captores mesmo não querendo. Finalmente eles a tiraram de lá e rapidamente a colocaram em um helicóptero. Marina, morrendo de medo, defendeu-se coçando em vão os braços dos homens até que aos poucos perdeu a consciência... Ao acordar novamente, Marina sentiu uma profunda letargia e não conseguia ver nada, uma venda cobria seus olhos, ela queria retirá-la e suas mãos estavam amarradas, assim
—Marina! Me perdoe! Eu realmente não sabia que iria acabar assim... Marina! Assim que Marina voltou ao Rio de Janeiro, José Manuel a esperava no aeroporto com um buquê de flores e uma cara triste. Marina não queria vê-lo. —Marina, por favor, era uma questão de vida ou morte, entenda que se estamos vivos foi graças ao seu sacrifício... —Eu quero o divórcio. —Marina! Marina não aguentava mais vê-lo, ficou muito perturbada, assim que o pai a viu voltar da lua de mel ficou furioso. —O que aquele idiota fez com você? Eu sabia, vocês são crianças, mal têm 18 anos, você não deveria ter se casado com ele. Marina não respondeu, seguiu para seu quarto e fechou a porta. Um mês depois, Marina ainda se recusava a levar uma vida normal e sempre que via o carro de José Manuel chegar à porta de sua casa corria para se trancar no quarto. José Manuel havia dito que Marina foi vítima de um sequestro e o pai de Marina e sua madrasta, que estava grávida e prestes a dar à luz
—Isso é um erro! —Marina gritou—. Deixe-me ir agora. — “Senhores, estamos em festa, atropelando o prestígio da família Duncan” —objetou José Manuel indignado aos policiais. — “Saia se não quiser ser preso por obstrução” —disse um detetive e pressionou Marina contra a limusine para algemar seus pulsos. — “Eu tenho direitos, não podem me acusar de tal crime sem provas” —defendeu-se Marina, completamente confusa. —Oficiais, me expliquem o que está acontecendo? —perguntou dom Marcelo Duncan, que estava muito chateado—. Um ataque desses à minha família e ao meu aniversário, o prefeito chegou e você está com sérios problemas. —Aqui está a ordem do juiz, tudo é legal. Marcelo pegou os papéis. —Que ridículo—Marcelo olhou o documento com provas detalhadas contra Marina, aproximou-se de Marina e olhou para ela decepcionado—Como você pôde Marina? Eu tinha fé em você. —Dom Marcelo, juro que isso é um mal-entendido, não sei por que me acusam. — “Você me traiu, você não