Emma.Jamais imaginei que ficaria hospedada no hotel mais luxuoso da cidade. Embora eu fosse casada com um homem rico, durante aqueles dois anos e meio eu saía raramente de casa. Era o que Gregory me aconselhava, que eu me mantivesse ali para que ninguém soubesse do nosso casamento.Algumas horas atrás, Edward havia comprado passagens e algumas peças de roupa para mim. Eu iria para um país distante e desconhecido. Edward me disse que um amigo íntimo dele estaria me esperando e me levaria para a casa onde ele morou uma vida inteira.Não posso deixar de me sentir desconfortável. Estou fugindo do meu ex-marido, enquanto carrego o filho que ele tanto almejou, deixando tudo para trás, enquanto sou amparada pelo seu maior inimigo.Gregory, a essa altura, já descobriu toda a verdade e ele jamais me perdoará por isso. Essa certeza rasga meu coração c
GregoryFiquei pensando na satisfação estampada no rosto de Edward enquanto ele me dizia que o vovô estava finalmente morto. Minhas pernas já não respondiam aos meus comandos e eu fui aparado por Alya.Eu deveria estar feliz com a morte daquele velho safado, mas ele resolveu partir com Emma, levando com eles toda a minha esperança de ser o herdeiro de todo o império que ele havia deixado. Fiquei olhando para o resultado de gravidez e pensando em como Emma havia planejado tudo para me atingir. Como se ela soubesse que o vovô iria morrer, foi embora, me deixando sozinho para enfrentar o meu inferno.Ela havia conseguido se vingar de mim, finalmente, por comprá-la das mãos de Masson.Amassei o papel quando Alya voltou a se aproximar com um copo de bebida em suas mãos.
Emma.Não tinha certeza de quanto tempo fiquei com o celular em mãos, olhando para a tela com o número de Gregory pronto para uma chamada de emergência. Meu coração socava meu peito violentamente enquanto eu lutava contra o meu próprio desejo de fraquejar.Os noticiários da TV não paravam de replicar a morte do avô de Gregory. Parece o evento mais triste do ano. Todos se lamentam pela morte do homem que me forçou a amar meu falso marido. Ninguém o conheceu verdadeiramente como eu, aquele velho safado arruinou minha vida.Ainda assim, decido ir ao velório dele. Os noticiários informavam que o enterro aconteceria naquela tarde no cemitério ao oeste da cidade. Retirei algumas peças de roupa da mala e fui ao banheiro me preparar. Fiquei repassando o plano na minha mente enquanto sentia a água quente escorrendo pelo meu corpo. Queria
Gregory.As notícias só falavam da morte do meu avô. As especulações de que seriam Edward o novo dono das empresas da família me fizeram perder o sono completamente. Embora o testamento fosse lido depois do enterro, eu sabia estarem todos certos. Eu havia sido derrotado.Enquanto olhava para a cama vazia de Emma, o sentimento de ter sido traído me consumia. Emma, a mulher que comprei para me salvar, havia se tornado meu pesadelo. Eu queria encontrá-la, mesmo que eu não conseguisse reverter a situação, eu queria Emma de volta ao meu lado.Meu advogado já cuidava de tudo para garantir que eu recebesse minha parte na herança, afinal Emma estava grávida e isso provava que eu havia conseguido cumprir minha parte no acordo, mas eu não tinha expectativas de que isso realmente acontecesse.Vi o sol nascer da janela do quarto. O bip do me
Emma. Entrei como um furacão no hotel, me esbarrando e derrubando tudo o que via pela frente. Eu ainda tinha a impressão de que Gregory me perseguia, era como voltar ao passado, exatamente no dia em que Masson e aqueles homens me perseguiram e me capturaram. Entrei no quarto, tranquei a porta e fiquei parada em frente a ela, com o coração socando o meu peito, esperando alguém entrar ali e me arrastar para o inferno. Droga! Minha mente estava me enganando. Desabei sobre a cama e fiquei de olhos fechados até sentir meu corpo se acalmar. Me despi e fui ao banheiro depois disso. Eu nunca me senti tão derrotada, afinal, onde eu estava com a cabeça de ir ao velório do vovô? Acreditei mesmo que ninguém me veria? Agora Gregory sabia que eu estava na cidade e mandaria me cassar por cada canto. Me enrolei no roupão e saí do banho. O vapor quente que saía do banheiro ofuscou minha visão, mas quando me dei conta de que havia alguém no meu quarto, eu quase gritei. — Edward? – Meu coraçã
Gregory. Marquei uma reunião urgente com Masson. Embora ele parecesse animado com a ideia de cassar Emma, eu não dei detalhes para ele sobre o caso. Há anos eu não falava com Masson, eu só sabia que ele encontraria Emma e a traria de volta para mim. Depois do enterro, me direcionei à velha mansão do vovô. Todos com expressões falsas de tristeza, ainda derramando lagrimas de crocodilo como se realmente sentisse falta daquele velho maldito. Mas, no fundo, todos estavam ali apenas para a leitura do testamento e para saber se levariam alguma parte da herança. Eu estava incluído nesse bolo todo de falsidade, embora soubesse que o vovô já havia escolhido seu favorito. Edward havia saído do enterro às pressas assim que me ouviu falar sobre Emma. Aquilo me provou que meu primo bastardo estava envolvido no desaparecimento da minha mulher. Mandei meus seguranças o seguir, mas Edward era esperto e deu um jeito de despistá-los. Ele demorou quase uma hora para retornar e todos ficamos ali, esp
Emma. A foto mostrava Gregory no chão e a matéria dizia com detalhes que Edward, o herdeiro da herança e o novo bilionário da cidade, havia expulsado o grande perdedor. Meu coração explodiu no peito. Gregory merecia passar por tudo isso, eu sabia que sim, mas eu não conseguia arrancar do meu peito o sentimento de culpa. Eu havia causado toda essa confusão quando decidir partir e deixar apenas um acordo de divórcio. Lembrei-me então da última mensagem de Gregory. Ele havia mandado Masson me procurar. A última coisa que eu queria era encontrar meu padrasto mais uma vez e vê-lo se divertindo com o meu sofrimento. Fiquei nervosa no quarto, enquanto temia sair e encontrar Masson a qualquer momento. Era mais seguro ficar ali, esperando Edward. Desliguei meu celular, arranquei o chip, mas não consegui descartá-lo. Talvez eu precisasse dele quando o meu filho nascesse. Talvez Gregory desejasse conhecê-lo. Improvável. Ele não havia perguntado por aquela criança nenhuma única vez. O filho
Gregory. Humilhação em praça pública. Meu rosto estava em todos os jornais, alguns até faziam chacota de mim. Como eu poderia perdoar Emma por ter me feito passar por esse inferno. Ela me abandonou, carregando um filho meu. Me impediu de receber minha herança e agora tudo o que me restava era o emprego medíocre na empresa da família, enquanto eu assistia Edward em sua acessão. Bebi o último gole de uísque e depois joguei o copo contra a parede. Eu não havia percebido Samantha se aproximar, apenas ouvi o grito da empregada quando o objeto se partiu em mil pedaços a poucos centímetros do seu rosto. — O que você quer, empregada? – eu indaguei já sobre o efeito do álcool, de forma rígida e bruta, fazendo Samantha se encolher, parecendo menor do que era. — O senhor tem uma visita – ela disse, atropelando as palavras. Estava com medo de mim. Fechei os olhos. Sei que devia um pedido de desculpas a Samantha por quase acertá-la com um copo, embora não tivesse sido minha intenção. Mas eu