Emma.Jamais imaginei que ficaria hospedada no hotel mais luxuoso da cidade. Embora eu fosse casada com um homem rico, durante aqueles dois anos e meio eu saía raramente de casa. Era o que Gregory me aconselhava, que eu me mantivesse ali para que ninguém soubesse do nosso casamento.Algumas horas atrás, Edward havia comprado passagens e algumas peças de roupa para mim. Eu iria para um país distante e desconhecido. Edward me disse que um amigo íntimo dele estaria me esperando e me levaria para a casa onde ele morou uma vida inteira.Não posso deixar de me sentir desconfortável. Estou fugindo do meu ex-marido, enquanto carrego o filho que ele tanto almejou, deixando tudo para trás, enquanto sou amparada pelo seu maior inimigo.Gregory, a essa altura, já descobriu toda a verdade e ele jamais me perdoará por isso. Essa certeza rasga meu coração c
GregoryFiquei pensando na satisfação estampada no rosto de Edward enquanto ele me dizia que o vovô estava finalmente morto. Minhas pernas já não respondiam aos meus comandos e eu fui aparado por Alya.Eu deveria estar feliz com a morte daquele velho safado, mas ele resolveu partir com Emma, levando com eles toda a minha esperança de ser o herdeiro de todo o império que ele havia deixado. Fiquei olhando para o resultado de gravidez e pensando em como Emma havia planejado tudo para me atingir. Como se ela soubesse que o vovô iria morrer, foi embora, me deixando sozinho para enfrentar o meu inferno.Ela havia conseguido se vingar de mim, finalmente, por comprá-la das mãos de Masson.Amassei o papel quando Alya voltou a se aproximar com um copo de bebida em suas mãos.
Após viver horas de dor e tristeza, terminei de velar o corpo da minha mãe e sepultá-la ao lado de seus irmãos. O sentimento de desespero me envolvia enquanto eu encarava a lápide recém-posta, sozinha no cemitério. Um resmungo de protesto rasgou minha garganta, não havia ninguém além de mim para se despedir dela, nem mesmo aquele homem horrível a quem ela chamou de marido durante tanto tempo. — Ao menos a senhora está livre daquele monstro, mãe – murmurei enquanto enxugava as lágrimas insistirem em cair do meu rosto – eu vou ter que aprender a viver sozinha e enfrentar o castigo que a senhora deixou para mim. Eu chegava em casa quando passos apressados vieram em minha direção, fazendo-me girar o pescoço rapidamente. Meu coração disparou quando me deparei com a figura de alguns homens caminhando para onde eu estava. Eu conhecia bem um daqueles rostos e não gostei de vê-lo ali. — Mason – minha voz escapou em um sussurro no mesmo momento em que eu me erguia lentamente para olhar em s
De repente, eu estava sozinha naquele quarto com mais perguntas do que respostas. Deixei uma lagrima escorrer pelos meus olhos e logo me vi desesperada para fugir dali. Como eu poderia estar casada com um homem que eu não conhecia? Eu jamais aceitaria essa situação em minha vida. Decidi que não podia permitir que a consumação acontecesse, afinal eu não suportaria que nenhum homem me tocasse outra vez. Enxuguei o rosto e, quando me levantei, percebi vestir roupas novas e limpas. Me assustei ao me deparar com o reflexo do meu rosto no espelho. Meu nariz estava vermelho e todo inchaço sobressaia até em um dos meus olhos. Eu mal me lembrava do que havia acontecido, certamente Mason me bateu com tanta força que desmaiei. Com cuidado, caminhei até a porta, torcendo para que ela não estivesse trancada. A brisa noturna acariciou meu rosto quando eu a abrir. Saí silenciosamente do quarto, me deslizando pelo corredor largo e pouco iluminado. Eu não fazia ideia para onde eu estava indo, aque
Os dias se arrastavam enquanto eu passava a maioria do tempo trancada no quarto. O único rosto familiar que eu via era o de Samantha, que aparecia às vezes ao dia para trazer meu alimento. Outras vezes, uma empregada mais nova vinha em seu lugar, mas ela não dizia nada e nem sequer olhava em meus olhos. Entrava, deixava a comida posta sobre a mesa e saía em seguida. Os hematomas em meu rosto estavam quase sarados, o que me deixava bastante apreensiva. Eu presumia que, assim que eu melhorasse, Gregory entraria por aquela porta e exigiria que eu cumprisse meu papel de esposa. Eu ainda considerava a atitude dele em não me procurar mais bastante estranha. Desde aquela noite em que ele me pegou em fuga, nunca mais o encontrei. Em algumas noites, eu ouvia sua voz e seus passos descendo as escadas. Depois, eu ia para a janela e o via entrar em um carro e sair às pressas. Às vezes, Gregory voltava de madrugada ou apenas no dia seguinte. A vida daquele homem era um mistério para mim. Porém
Imediatamente após dizer isso, o velho virou as costas e partiu. Gregory tentou alcançá-lo convencendo-a a ficar para o almoço, mas ele apenas olhou com desdém para mim e disse que Gregory precisava fabricar o neto o mais rápido possível se realmente quisesse ficar com a sua herança. Eu cobrir meu rosto com as mãos e me arrependi imediatamente de ter tentado ajudá-lo. Por que eu quis ser boa com um homem que havia me comprado como uma mercadoria barata? Aí estava meu grande defeito, ajudar quem de fato não merecia. Eu estava tão imersa as minhas preocupações que não vi quando Gregory se aproximou. Senti apenas ele segurando meu braço e me arrastando até o andar de cima. Um medo indescritível invadiu meu peito. Resmunguei o caminho inteiro, indagando sobre o que ele pretendia e para onde ele estava me levando, mas tudo o que conseguia ouvir era a respiração ofegante de Gregory, como se ele segurasse o próprio ódio entre os dentes. Foi quando ele abriu a porta do meu quarto e me jog
Eu consegui ver o rosto de Gregory indiferente enquanto ele me dizia que eu precisava dar um filho a ele. Um sorriso brincou em meus lábios, afinal, por que eu estava rindo? De desespero, de deboche talvez, porque de todas as coisas que Gregory havia me dito naquele pequeno espaço de tempo em que estávamos casados, aquelas palavras haviam sido as piores. Houve um breve e pesado silêncio entre nós dois. Eu senti um nó sufocando minha garganta quando pensei na possibilidade de ter um filho daquele homem. Eu não suportaria nenhum homem me tocar novamente. As imagens de Mason em cima de mim, forçando-me a ficar com ele enquanto eu implorava para que ele não fizesse aquilo, voltavam em meus pensamentos, quase me fazendo ter uma crise de pânico. — Dê outro jeito de conseguir a sua herança, porque eu não vou ter um filho com você.Minhas palavras desafiadoras me forcei a demonstrar determinação, mesmo diante do seu olhar afiado e do medo do que Gregory faria em seguida. — Não estou dand
Caminho de um lado a outro no consultório médico enquanto aguardo o resultado do exame de gravidez. Depois daquela noite em que fiquei com Gregory pela primeira vez, meu coração se aqueceu pelo fato de ser desejada verdadeiramente e perceber que o jogo de palavras de Gregory não passava de motivos para me ferir. Porém, nossos encontros eram raros e foram diminuindo conforme os anos iam passando e eu não conseguia engravidar. O ódio de Gregory por mim aumentou consideravelmente, mas para mim já era tarde demais. Eu havia me apaixonado pelo meu marido cruel. A postura de Gregory era clara em tudo isso: quando você me dê um filho e a herança passar para as minhas mãos, iremos nos divorciar. Faltavam seis meses para o nosso acordo terminar. Eu esperava que, a essa altura, eu finalmente desse a ele um filho e tivesse conseguido derreter seu coração frio e torná-lo totalmente meu. Eu já não queria mais me divorciar ou fugir, e queria fazer aquilo dar certo, minhas esperanças eram altas.