Antes de bloquear Enola, Sofia acabou lendo suas mensagens. A situação da mulher não era nada boa. Pelo que entendeu, os filhos dela tinham uma doença crônica no coração, aparentemente uma condição hereditária do tio paterno. Além disso, Enola havia quitado algumas dívidas altas de jogo e, agora, não tinha dinheiro suficiente para garantir o melhor tratamento médico para as crianças. Após refletir por alguns instantes, Sofia tomou uma decisão. Chamou Draco até o escritório para uma conversa. — Voltei hoje de Markham para resolver alguns problemas pessoais, mas ainda tenho um tempo. Pode falar — disse Draco ao entrar na sala. — O problema é esse... — Sofia entregou o celular para ele, mostrando a conversa com Enola. Draco leu as mensagens e soltou um suspiro impaciente. — Essa mulher não tem jeito mesmo. — Já fiz além do que minha dignidade permite. Aqui está um contrato assinado por ela. Assuma esse caso para mim. Você a conhece há mais tempo e sabe de todos os podres dela
Luca não conseguia acreditar que aquele cretino havia tido a audácia de se aproximar de Sofia daquela maneira, mesmo sabendo que isso poderia custar sua vida. Sofia havia lhe enviado uma mensagem dizendo que precisavam conversar, mas ele nem se deu ao trabalho de responder. Estava ocupado organizando alguns documentos e transferindo-os para o computador com a ajuda de Emma. Sim, ela havia voltado a trabalhar com ele. Depois de conversarem e entenderem a verdadeira origem do caos que havia dominado suas vidas, conseguiram lidar melhor com a situação. Para a felicidade de Luca, Dwayne e Draco tinham removido todas as bebidas alcoólicas da base. Agora, só havia água, suco e refrigerante por ali. — Você parece bem irritado... Quer conversar? — Emma perguntou, observando-o atentamente. — Aconteceu algo hoje que me deu vontade de matar alguém. E quer saber? Se esse infeliz tiver o azar de cruzar o meu caminho, o destino dele já está selado. — O que esse pobre coitado fez para despertar
Sofia já havia partido, e a saudade começava a apertar. É sempre assim quando se ama de verdade— Luca queria estar com ela o tempo todo, desejando que estivesse bem e pensando nele da mesma forma. Ele também sentia falta dos filhos, que estavam em casa, mas sabia que as coisas ali estavam se acalmando e que, em breve, todos voltariam. Perceberá que Draco e Tony enfrentavam alguns problemas, mas ambos garantiram que resolveriam tudo. Enquanto refletia sobre isso, lembrou-se de Dwayne e decidiu ir até sua sala. — E aí, irmão, como estão as coisas por aq... Antes que pudesse terminar a frase, viu uma cena nada agradável. — Sai de cima de mim, Ava. Ah... Oi, Luca. Luca cruzou os braços e franziu a testa. — Não vou dar asas pra cobra. Você aí, Ava, não é? Então, fora daqui. E se pensar em fazer qualquer coisa depois que sair, um tiro na cabeça será a única resposta. Agora, sai. A mulher engoliu seco e saiu apressada. Dwayne suspirou e balançou a cabeça. — Eu só não a mandei embora
Sofia olhou para Tony com preocupação.— Agora que estamos aqui, podemos falar sobre você. O que está acontecendo?Tony desviou o olhar, mexendo distraidamente na taça de vinho à sua frente.— Eu não quero te preocupar com os meus problemas. Você já tem coisas demais para lidar.— Para te ajudar, eu sempre estarei disponível. Então, comece a falar.Ele suspirou e olhou ao redor do restaurante.— Podemos ir para minha casa? Não estou me sentindo à vontade aqui.— Tudo bem, então vamos.Cada um entrou em seu carro, e Sofia seguiu Tony até sua casa. Ele não morava mais na residência onde a levará depois do que aconteceu no aniversário de Luca. Anos atrás, mudara-se para uma casa maior, com um amplo quintal, ideal para os gêmeos.Ao chegarem, Sofia estacionou na frente da casa, enquanto Tony guardava o carro na garagem.— As crianças foram passar uns dias com meus pais. Eles os amam. Então, hoje somos só nós e essa casa enorme.Sofia cruzou os braços e o encarou.— Agora pode começar a fa
Luca já estava em MarkHam há bastante tempo e, finalmente, entrava em sua última semana ali. No entanto, como a alegria durava pouco, passaria apenas um dia em casa antes de partir novamente. Devido ao tempo dedicado àquela base, as outras ficaram sem vistoria, e agora precisariam se dividir para inspecionar quinze bases da máfia. Ele se perguntava como teria sido sua vida se seu pai, seu avô e os outros antes deles não tivessem se envolvido na máfia. Será que teria uma vida diferente? Uma em que não precisasse colocar seu pescoço a prêmio todos os dias? Na qual não fosse necessário subornar metade da polícia para não ser preso ou ter sua mercadoria apreendida? Mas a questão que mais mexia com ele era: será que, em outra realidade, teria conhecido Sofia? A garota assustada que conheceu dentro de uma gaiola dourada era muito diferente da mulher determinada e forte que conhecia hoje. Pensava também em Dwayne. Conheceu-o quando ainda era criança, e desde então ele sempre teve o charme
As decorações estavam exatamente como Luca havia pedido: tudo em rosa e branco. Sua caçula corria pelo quintal, ansiosa, sem nem imaginar que aquela festa era inteiramente para ela. — Amor, fiz o mais próximo possível do que você me pediu. Espero que goste... E, sinceramente, eu amei a decoração da festa — disse Sofia, admirando o ambiente. — Tudo pela nossa caçulinha — respondeu Luca, sorrindo. O quintal estava completamente preparado para a festa. Haviam montado diversos brinquedos, como castelos infláveis, escorregadores, pula-pula, piscina de bolinhas e outros. Agora, com quase tudo pronto, ele precisava se arrumar. Sofia já havia vestido as crianças e, da última vez que ele soube dela, estava indo tomar banho. Vendo nisso uma oportunidade perfeita para passar um momento a sós com sua esposa, Luca entrou no quarto e seguiu diretamente para o banheiro. Lá, encontrou Sofia de costas, debaixo do chuveiro. Sem perder tempo, retirou suas roupas e a abraçou por trás. — Senti
Dwayne mal podia acreditar que Emilly já estava na última semana de gestação. O tempo parecia ter passado rápido demais, e ele quase não conseguia acompanhá-la nas consultas médicas nos últimos três meses. — Amor, já falei que estou bem e não estou sentindo nada. Não precisa se preocupar — disse Emilly, tentando acalmá-lo. — Só vou ao shopping com a Sofia para ajudá-la a escolher um presente para o Luca. — Tudo bem... Mas por que não posso ir com vocês? Eu conheço o cara melhor do que ele mesmo. Posso ajudar. Emilly riu e cruzou os braços. — Porque teremos conversas de meninas, e você não ficaria confortável com o que vamos falar. Dwayne arqueou uma sobrancelha. — E sobre o que exatamente vocês vão falar que eu não posso ouvir? Ela sorriu de canto. — Você realmente quer ouvir nós duas falando sobre o desempenho de vocês na cama? Ou sobre quanto tempo levamos para goz... — Chega! Eu já entendi! — interrompeu ele, colocando as mãos nos ouvidos. — Você está certa, eu fico aqui.
Dwayne estava inquieto. Como diria a Luca que seu tio, Lorenzo Bologna, queria que ele voltasse para a Itália para assumir a máfia em seu nome?Seu tio tinha três filhos: Francesca, a caçula de 25 anos, Marco, de 28, e Matteo, de 30. No entanto, como ele mesmo dizia, nenhum deles tinha jeito para o "negócio da família". Agora, Lorenzo queria que Dwayne assumisse o comando. O problema era que ele estava bem onde estava. Emilly havia tido Lua recentemente, e ele não queria tirá-los dali. Além disso, Théo não se adaptaria às pessoas de lá, pois era muito apegado a todos dali.— Você está com algum problema? — perguntou Luca.— Não! Quem te falou que estou com algum problema? — respondeu Dwayne, defensivo.— Calma, irmão, só estou perguntando... É que a Emilly chegou do hospital há dois dias, e percebi que você não tem ficado ao lado dela como ficou do Théo... Por isso, pensei que estivesse com algum problema.— Não estou. Minha mente só está processando algumas coisas. Agora tenho dois f