Sofia olhou para Tony com preocupação.— Agora que estamos aqui, podemos falar sobre você. O que está acontecendo?Tony desviou o olhar, mexendo distraidamente na taça de vinho à sua frente.— Eu não quero te preocupar com os meus problemas. Você já tem coisas demais para lidar.— Para te ajudar, eu sempre estarei disponível. Então, comece a falar.Ele suspirou e olhou ao redor do restaurante.— Podemos ir para minha casa? Não estou me sentindo à vontade aqui.— Tudo bem, então vamos.Cada um entrou em seu carro, e Sofia seguiu Tony até sua casa. Ele não morava mais na residência onde a levará depois do que aconteceu no aniversário de Luca. Anos atrás, mudara-se para uma casa maior, com um amplo quintal, ideal para os gêmeos.Ao chegarem, Sofia estacionou na frente da casa, enquanto Tony guardava o carro na garagem.— As crianças foram passar uns dias com meus pais. Eles os amam. Então, hoje somos só nós e essa casa enorme.Sofia cruzou os braços e o encarou.— Agora pode começar a fa
Luca já estava em MarkHam há bastante tempo e, finalmente, entrava em sua última semana ali. No entanto, como a alegria durava pouco, passaria apenas um dia em casa antes de partir novamente. Devido ao tempo dedicado àquela base, as outras ficaram sem vistoria, e agora precisariam se dividir para inspecionar quinze bases da máfia. Ele se perguntava como teria sido sua vida se seu pai, seu avô e os outros antes deles não tivessem se envolvido na máfia. Será que teria uma vida diferente? Uma em que não precisasse colocar seu pescoço a prêmio todos os dias? Na qual não fosse necessário subornar metade da polícia para não ser preso ou ter sua mercadoria apreendida? Mas a questão que mais mexia com ele era: será que, em outra realidade, teria conhecido Sofia? A garota assustada que conheceu dentro de uma gaiola dourada era muito diferente da mulher determinada e forte que conhecia hoje. Pensava também em Dwayne. Conheceu-o quando ainda era criança, e desde então ele sempre teve o charme
As decorações estavam exatamente como Luca havia pedido: tudo em rosa e branco. Sua caçula corria pelo quintal, ansiosa, sem nem imaginar que aquela festa era inteiramente para ela. — Amor, fiz o mais próximo possível do que você me pediu. Espero que goste... E, sinceramente, eu amei a decoração da festa — disse Sofia, admirando o ambiente. — Tudo pela nossa caçulinha — respondeu Luca, sorrindo. O quintal estava completamente preparado para a festa. Haviam montado diversos brinquedos, como castelos infláveis, escorregadores, pula-pula, piscina de bolinhas e outros. Agora, com quase tudo pronto, ele precisava se arrumar. Sofia já havia vestido as crianças e, da última vez que ele soube dela, estava indo tomar banho. Vendo nisso uma oportunidade perfeita para passar um momento a sós com sua esposa, Luca entrou no quarto e seguiu diretamente para o banheiro. Lá, encontrou Sofia de costas, debaixo do chuveiro. Sem perder tempo, retirou suas roupas e a abraçou por trás. — Senti
Dwayne mal podia acreditar que Emilly já estava na última semana de gestação. O tempo parecia ter passado rápido demais, e ele quase não conseguia acompanhá-la nas consultas médicas nos últimos três meses. — Amor, já falei que estou bem e não estou sentindo nada. Não precisa se preocupar — disse Emilly, tentando acalmá-lo. — Só vou ao shopping com a Sofia para ajudá-la a escolher um presente para o Luca. — Tudo bem... Mas por que não posso ir com vocês? Eu conheço o cara melhor do que ele mesmo. Posso ajudar. Emilly riu e cruzou os braços. — Porque teremos conversas de meninas, e você não ficaria confortável com o que vamos falar. Dwayne arqueou uma sobrancelha. — E sobre o que exatamente vocês vão falar que eu não posso ouvir? Ela sorriu de canto. — Você realmente quer ouvir nós duas falando sobre o desempenho de vocês na cama? Ou sobre quanto tempo levamos para goz... — Chega! Eu já entendi! — interrompeu ele, colocando as mãos nos ouvidos. — Você está certa, eu fico aqui.
Dwayne estava inquieto. Como diria a Luca que seu tio, Lorenzo Bologna, queria que ele voltasse para a Itália para assumir a máfia em seu nome?Seu tio tinha três filhos: Francesca, a caçula de 25 anos, Marco, de 28, e Matteo, de 30. No entanto, como ele mesmo dizia, nenhum deles tinha jeito para o "negócio da família". Agora, Lorenzo queria que Dwayne assumisse o comando. O problema era que ele estava bem onde estava. Emilly havia tido Lua recentemente, e ele não queria tirá-los dali. Além disso, Théo não se adaptaria às pessoas de lá, pois era muito apegado a todos dali.— Você está com algum problema? — perguntou Luca.— Não! Quem te falou que estou com algum problema? — respondeu Dwayne, defensivo.— Calma, irmão, só estou perguntando... É que a Emilly chegou do hospital há dois dias, e percebi que você não tem ficado ao lado dela como ficou do Théo... Por isso, pensei que estivesse com algum problema.— Não estou. Minha mente só está processando algumas coisas. Agora tenho dois f
Luca não gostou nem um pouco da postura do tio de Dwayne. Quando o chamaram para ajudar com a ameaça de Enola, que poderia desencadear uma guerra contra ele, Lorenzo foi solícito e gentil. Agora, porém, seu olhar estava frio e distante.— Meu tio, eu não pretendo voltar para a Itália e não quero assumir nada por lá. Por que não coloca Matteo? Ele já tem idade para assumir. — disse Dwayne.— Você sabe muito bem que tudo aquilo é tua herança. Teu pai era dono da máfia italiana, mas você preferiu ficar aqui e não quis voltar com ele. Quando ele se foi, me pediu para assumir em seu lugar porque você ainda era um menino... E assim eu fiz. Mas agora estou velho e cansado, e a herança não pertence aos meus filhos, mas sim a você. Eu sou justo, meu sobrinho, só fico com o que me pertence. Além disso, não desejo mais nada. — respondeu Lorenzo.— Então, se é assim, divida a máfia entre meus primos. Já que é minha, faço o que quero. E eu quero que meus primos fiquem com tudo. — retrucou Dwayne.
Eles chegaram a San Marino, na Itália, e estavam a poucas horas de Arezzo, onde Marco e Isabella moravam. Já fazia um tempo que não os viam, e Sofia sentia saudades.— Vamos explorar a casa? — Emilly chamou Sofia.— Sim! A Italia é linda, não é? Nossa casa também é.— Amiga, que tal montarmos um negócio aqui?— Que negócio abriríamos? — Sofia pergunta pensativa.— Vendemos os shoppings StarRed por 120 bilhões de dólares. Meus 60 bilhões estão na minha conta, e não quero ficar por aí igual uma dondoca só gastando. Quero fazer algo útil e pensei em abrirmos um negócio juntas.— É... A minha parte também já está na minha conta, e nossos maridos têm muito mais que a gente... Não dá nem para comparar.— Eu sei... Apesar deles dizerem que tudo que têm também é nosso, ainda assim fico pensando: eles já tinham tudo isso quando nos conheceram e, a cada mês, aumenta mais.— Que tipo de negócio iremos abrir? Você ainda precisa melhorar seu italiano. Consegui te ensinar pouco e você vai precisar
Sofia estava radiante e ansiosa enquanto ampliava seus conhecimentos culinários. Enquanto isso, Emilly, sentada à sua frente, analisava possíveis locais para o restaurante. Após uma busca na imobiliária, encontrou dois pontos comerciais bem localizados no centro de San Marino, o que era perfeito para o empreendimento.Porém, por serem canadenses, o valor pedido pelos imóveis era exorbitante: 866.645.000,00 euros, aproximadamente um bilhão de dólares. Mesmo que a localização fosse promissora para um restaurante, aquele preço parecia um absurdo.— Amiga, eles estão irredutíveis... Podemos pedir ajuda ao Marco ou à Isabella, talvez consigam negociar um valor mais justo — sugeriu Emilly.— Não, Emi! Vamos pagar. Nós podemos pagar. Se esse é o valor, vamos pagar, mas vamos exigir que os documentos fiquem no nome das duas. Se eles acham que vão nos parar, estão enganados.Sofia manteve o ritmo intenso dos cursos culinários, enquanto Emilly, para provar que tinha condições, ofereceu 200 mil