Capítulo 02 - Maria Eduarda
Foram dias muito difíceis, perambulando pelas ruas de Portugal, suja sem comida, sem roupas descentes, ninguém se importava com o estado em que me encontrava, sentia que não via luz no final do túnel, que o meu destino nunca iria mudar, como uma menina de 12 anos poderia viver assim no mundo, já não me importava com as lagrimas que caiam todos os dias, com a dor no peito ou mesmo quando a minha barriga roncava de fome, sempre que isso acontecia bebia agua para tentar matar a fome.
Até agora eu não entendia o porquê da minha avó ter ido embora e me deixando para traz, sem nada para comer, sozinha nunca casa vazia e ainda devendo e o dono não teve compaixão pela minha idade e tive que pagar caro, essas lembranças me machucam tanto que não consigo conter as lágrimas que caiem sem parar, olho para o céu e pergunto a Deus o porquê ela fez isso comigo, será que ela nunca me amou. Limpo as lagrimas e me levanto do chão duro, vou, mas uma vez a procura de algo para comer.
Já se passaram quase uma hora andando por todos os lugares da cidade procurando um lugar para ficar ou algo para comer e ainda não encontrei nada, parei perto de um pequeno prédio para descansar, foi então que achei um pedaço de papel no chão, peguei tinha o endereço de um acampamento para pessoa indigente, ou melhor sem teto, perguntei para algumas pessoas que passavam na rua onde ficava, mas algumas nem respondia, outras nem me olhavam parecia que eu tinha uma doença contagiosa ou algo assim, mas um senhor vendo que ninguém me ajudava, veio até a mim e tomou o papel das minhas mãos, leio o que estava escrito, me olhou e me indicou o caminho correto, mas mandou eu tomar cuidado já que eu era uma criança e com certeza sempre existia pessoas que iria tirar proveito de mim.
Eu agradeci a ajuda e seguir o caminho que ele tinha me indicado, foram mais uma hora andando.
Cheguei ao acampamento que ficava no extremo sul da cidade, assim que cheguei, fui recebida pelo responsável, que me explicou como tudo funcionada e depois disso fui levada a uma tenda onde me deram comida e um lugar para dormir, não me questionaram o porquê de estar na rua, com certeza isso já era comum acontecer com certeza. .
Aqui todos tinham uma função, por isso cada um trabalhava no que podia, o acampamento era mantido por doações, os feirante em dia de feira, nos dava tudo que eles não tinham conseguido vender, era dessa forma que conseguíamos as frutas , legumes e verduras a semana toda, como eu era criança, ajudava na cozinha.
Um mês nesse lugar, todos me tratavam bem, havia todo tipo de pessoa nesse lugar a maioria tinham perdido tudo e não tinha para onde ir, algumas eram formadas desempregadas e sem perspectiva de arrumar um novo emprego ou voltar para sua formação, lugar apesar de ter muitas pessoas era bem organizado, não tinha sujeira, existiam barracas separadas e as coletivas, eu como sou menor durmo com as outras crianças, existiam voluntários que vinham prestar serviços e uma delas era a Anna, uma professora, que ensinava as crianças que ainda não frequentavam a escola, eu me tornei sua aluna, pois não tinha como entrar na escola.Três anos depois
___ Parabéns Maria Eduarda ___fala Anna.
___ Obrigada Anna___ digo emocionada.___ O que gostaria de ganhar de presente?___ me pergunta ela.___ Uma casa e uma família, que me amasse de verdade, mas isso é impossível___ falo, com os olhos cheio de lagrimas, pois sei que isso e quase impossível.___ não fale assim, com certeza vai aparecer uma família que irá te amar muito___ diz ela.___ A senhora sabe o que me aconteceu, tenho medo do que possa acontecer se encontrar uma família que apena finja me amar ___digo por que não esqueci o que me aconteceu e ainda não entendo por que fui deixada sozinha por quem dizia me amar.
___Eu posso imagino___ vou me mudar no mês que vem para Lisboa, recebi uma proposta de emprego que não posso recusar, o salário e um pouco melhor então resolvi me aventurar___ diz Anna.
___Então, não vamos, mas ter aulas? ____pergunto, já triste com a notícia.
___Eu espero que eles consigam outra pessoa, sinto por ter que abandoná-los, mas infelizmente não posso só pensar em vocês, tenho que pensar em mim também, já não sou tão nova e ainda não estou aposentada___ fala ela com lagrimas nos olhos.
___Eu vou sentir sua falta___ digo indo abraçá-la.
___ Por que não vem morar comigo? Onde vou morar não e tão grande mais tem dois quartos e você pode ficar com um, enquanto não consegue um emprego pode cuidar da casa para mim, o que acha?____ me pergunta ela.
___ Aqui eu trabalho para sobreviver, posso cuidar da sua casa até conseguir um emprego e ajudá-la com a despesa da casa___ se realmente me quiser morando junto.___Com certeza quero sim, não iria te falar se não fosse verdade, onde vou morar tem muitas lojas que contratam sem experiencia para trabalhar , por tanto quanto tiver 18 anos pode começar até lá, apenas vai estudar, e me farar companhia.___Se for assim, eu aceito ir morar com a senhora ____falo bem emocionada e feliz, porque agora terei uma casa, e irei para uma escola de verdade.___Primeiro não precisa me chamar de senhora, segundo pode ir arrumando as suas coisas, quero que vá comigo ainda hoje, onde estou agora e um pouco pequeno mais cabe outra pessoa, assim vamos nos acostumando a viver juntas até a mudança___ ela diz isso já se levantando da cadeira.
___Jura, vou arrumar as minhas coisas agora mesmo___ falo correndo para a barraca.
___Vá eu vou falar com o responsável pelo acampamento, e te encontra daqui a pouco.
Enquanto não chegava o dia da mudança eu ajudava a Anna em tudo, quando nos mudamos, o lugar era mais simples, mas bonito, um bairro com muitas casas, uma do lado da outra, o colégio onde era iria dar aula não ficava longe, e era onde eu iria estudar.
Os anos foram se passando, e eu a cada dia estava mais feliz por ter alguém que gostava de mim de verdade, e com isso me tornava uma pessoa melhor, conseguia até mesmo em alguns momentos esquecer tudo que havia passado
Quando completei 18 anos, ganhei um bolo simples e um refrigerante para nós duas comemorar esse grande dia.
Nos dias seguintes ao meu aniversário comecei a entregar o meu currículo nas lojas do bairro e até mesmo em algumas que não ficavam tão perto, mas os dias e os meses foram se passando e nada de eu conseguir um emprego.
As coisas ficaram muito pior quando a Anna sofreu um acidente enquanto voltava para casa ela foi atropelada por um motoqueiro que não prestou socorro a deixou jogada na rua.
Quando foi levada para o hospital, os médicos disseram que ela teria que ficar pelo menos 3 meses em casa, já que ela faturou 3 costelas e os joelhos, não foi nada facial para ela, já que sempre trabalhou ter que ficar em casa e o pior ainda estava por vim.
Quando ela retornou ao colégio foi demitida, já tinha colocado outra professora em seu lugar, o colégio não poderia ficar muito tempo sem a aula que ela dava, a nossa situação começou a ficar muito complicada, tínhamos que economizar cada centavo, já que o dinheiro que ela tinha guardado não iria nos manter por muito tempo, e isso estava me masterizando a cada dia.
Eu saia para procurar emprego, mas não achava, até que conversando com uma mulher, que me contou que tinha uma casa onde estavam precisando de garçonete, mas que o lugar não era frequentado por boas pessoas.
Nesse momento eu precisa de um emprego, não estava me importando onde era, desde que eu pudesse ajudar a Anna com as despesas até ela conseguir um novo emprego, não ligaria onde era a vaga se eles me aceitassem eu iria sim.
Quando parei na porta da casa, foi que entendi o motivo de não ser um lugar bom, era uma Boate, a princípio fiquei com medo de bater na porta, mas a minha situação nesse momento me impede de ir embora, bato na porta e espero que alguem apareça, e não demorou muito, e uma mulher aparece.
___O que quer menina___ pergunta ela.
___Senhora, soube que está precisando de pessoas para trabalhar___ falo.
___Quantos anos tem? ___ me pergunta ela, me olhando de cima a baixo.
___Quase 18. ___Sabe que lugar e esse? Não tem medo?
___Senhora eu preciso muito trabalhar ___a minha condição me impede de questionar o lugar.
___Venha, entre___ fala ela, saindo da frente para que eu passe.
Assim que passei da porta, me assustei, o lugar era muito grande, bonito, existiam muitas mesas, um palco, e um imenso bar.
___Ja tinha entrado num lugar assim ___ pergunta ela.
___Não ____ respondi.
___Tenho uma vaga de garçonete, o horário e das 21:00 horas até as 06:00 da manhã.
___Eu aceito e emprego___ sem questionar respondo.
___Será que seus pais vão permitir que trabalhe num lugar desse? ___ ela perguntou.
___Não tenho pais, e a senhora com quem moro não vai ligar___ digo sem ter a certeza de que Anna vai gostar.
___Assim espero, não quero confusão dentro do estabelecimento___ ela fala.
___Não terá senhora, pode ficar sossegada___ afirmo.
___Então ele é seu, precisa preencher uma ficha, acerta o salário e o horário que deverá estar aqui todas as noites.
___Tudo bem senhora____ digo muito feliz.
___Meu nome e Rita, eu sou a gerente, mas o dono mesmo só vem a noite.
___Me chamo Maria Eduarda___ falo.
___Espero sinceramente que goste de trabalhar, aqui o trabalho não é fácil, mas se ganha muito bem.
___Vou gostar, tenho certeza ___digo pois estou feliz de ter encontrado um trabalho.
Maria Eduarda Depois de assinar todos os papéis entregue pela senhora Rita, recebi dois uniforme que deveria usar, mas só poderia usá-los dentro da Boate, era extremamente proibido usar nas ruas, já com tudo em mãos, fui para casa, quando cheguei Anna estava na cozinha fazendo o nosso almoço o cheiro está bom.____ Oi __disse____ Oi, você demorou ___falou ela____ Anna, eu conseguir um emprego___ digo mais já com o coração acelerado de medo.____ Que maravilha, em que loja?___ pergunta ela.____ Não é numa loja, e vou trabalhar das 21:00 horas até as 6:00 da manhã.____ Que emprego e esse Maria Eduarda?___ pergunta ela já brava.____ Vou trabalhar como garçonete na boate da cidade.____ Você ficou maluca? Como pode trabalhar num lugar desse, quando as pessoas souberem iram falar de você por ai, e isso que você quer?____ não! mas no momento e tudo o que conseguir, não posso ficar pensando no que as outras pessoas iram falar, precisamos de dinheiro, sei que sua situaçã
Augusto ___Bom dia, Augusto___ diz Vicente do outro lado da linha.___Tratou da puta como mandei ___pergunto sem responder o seu bom dia.___Sim! ela está sendo cuidada, não se preocupe____ diz ele.___Não estou preocupado, sabe muito bem o que penso delas, não me importo com nenhuma.___Mas deveria se preocupar, as mulheres não querem mais encontrá-lo, daqui a pouco será denunciado por maus tratos___ Grita Vicente do outro lado da linha.___Duvido muito disso, essas putas gostam do valor que eu pago, tenho certeza de que se alguma delas tentarem me denunciar você dará um jeito nela, certo? ___questiono ele.___Sempre sobra para mim, as merdas que voce faz, tenho sempre que limpar a sua barra, já está na hora de se tocar e parar com essa merda.___ Nunca reclamou do valor que vai para o seu bolso todo o final de mês, pelo que sei, esse e o melhor emprego que já arrumou em sua miserável vida, então pare de reclamar.___Augusto, elas vêm reclamar comigo todas as vezes que voltam da sua
AugustoDepois que sai do quarto, tinha deixado as duas putas largadas, fodi com elas como se deve ser, odeio ter que me controlar quando tenho que esconder o que realmente quero, não poderia mostrar do que realmente gosto, mas elas ficaram com algumas marcas em seu corpo que tenho certeza não iram esquecer tão cedo.Não vi o meu amigo quando sai, fui direto para casa, e assim que cheguei tomei um banho para tirar o perfume barato que estava em mim, coloquei a calça do meu pijama, tomei um remédio para que pudesse dormir, sem ter nenhum pesadelo.Aquela maldita dançarina do CARALHO não sai da minha cabeça, eu tenho que descobrir quem é ela, e não vou sossegar até possuir o seu corpo, vou fazer dela a minha puta particular e quando me cansar de fode-la de todas as maneiras possíveis a devolverei ao boate onde e seu lugar, se ela não é puta vai virar em minhas mãos, com esses pensamentos pego no sono pesado.Acordei bem tarde, mas ainda tinha sono percebi que Dona Júlia deixou o meu caf
Maria EduardaTrabalhei muito duro por quase dois anos no bar, sempre tinha algum cliente que dava em cima de mim, mas o João colocou um dos seguranças para que eles não pudessem chegar perto, fora isso nunca tive problema algum, além da Paloma que se achava dona do lugar por andar fodendo com o dono, o resto tudo sempre foi tranquilo, não tenho o que reclamar.Nesse tempo todo só fiz uma amiga de verdade nesse lugar, percebi que as outras mesmo dizendo que gostava de mim eram muito falsas, então preferi nunca me misturar com nenhuma dela, mas Carla era bem diferente, sua situação era quase parecida com a minha, se prostitui porque não tem ninguém por ela e foi abandonada nas ruas, e o único jeito de sobreviver foi vendendo seu corpo, ela em suas horas livres aprendeu a dançar Pole Dance, hoje só vai para cama com um cliente quando quer ou se ele pagar muito bem, pois ela e uma das melhores dançarina da Boate.Já era final do nosso turno, ela estava me ajudando a limpar e guardar tudo
Augusto Comprei uma casa bem longe, do jeito que queria, sem muita vizinhança, com um porão onde vou poder usar da maneira que quiser, já estava cheio de usar a casa desse velho e correr o risco de ser descoberto pelos empregados, além do mais só podia trazer as putas quando ele não estava por causa dos gritos. Só o fato de não mais morar com aquele homem de maneira alguma, já bastou tudo que ele me fez, se ele pensa que pode me tirar a empresa está muito engando, a empresa e minha deixada pelo meu pai, ele contribuiu, mas não é dono e darei um jeito para que ele venda as suas ações e será para mim sem ele nem desconfiar. Estava em meu quarto arrumando as minhas coisas quando a porta foi aberta bruscamente.___Para onde pensa que vai? ____pergunta meu tio.___Embora ___falo sem olhar para ele.___Eu não autorizei que saísse ___fala como sempre de modo autoritário.___Como disse tio não preciso de sua autorização, estou indo para bem longe do s
___Tem uma casa muito bonita __diz ela tirando o casaco. ___Que bom que gostou. ___Sabe não costumo aceitar sair para transar com os clientes fora do Bordel, mas como me ofereceu um bom dinheiro, não pude recusar. ___Tudo sempre e o dinheiro___ falo. ___Meu querido o dinheiro fala sempre mais alto, eu sou uma puta que gosta de ser valorizada, por isso não saio com qualquer um. ___Avisou alguém que tinha saído com um cliente. ____ pergunto. ___Logico que não, porque com certeza as outras iria quer ser a próxima a pegá-lo, e não vou deixar isso acontecer, todas as vezes que aparecer sempre serei eu a servi-lo. ___Muito inteligente de sua parte. ___Ja tenho muito tempo nessa vida, para saber como agir. ___Impressionante, venha tenho um lugar perfeito para foder você___ a peguei pelo braço e fui andando até o final do corredor, abrir a porta que dava para o porão e assim que acendi as luzes, ela ficou parada olhando o lugar. ___O que pretende fazer comigo aqui ___ pergunta tentan
Mas uma noite que consigo uma boa quantia, depois que dancei, voltei para o quartinho e me troquei, a minha noite ainda não tinha acabado, pois eu ainda trabalhava como garçonete, não ligava com esses dois empregos estava conseguindo um bom dinheiro, ajudava em casa, tinha roupas novas, maquiagem e tudo tinha mudado esse tempo que estou aqui, nem parece que já vai fazer sete anos, não é o melhor emprego, mas me sustenta e sustenta a Anna, estamos conseguindo pagar as contas e a comida que muito importante.Infelizmente a Anna não conseguiu nada em sua área, então começou a trabalhar em uma loja, por ficar muito tempo em pé, começou a se sentir muito mal, levei ela ao médico, que constatou uma osteonecrose em seus joelhos, ela não vai poder trabalhar em lugar que tenha que ficar em pé, tem dia que ela nem consegue se levantar da cama, estou muito preocupada com ela, os tratamentos são caros, mas não me importo em pagar, o que ela fez por mim não tem preço.Hoje vi mais cedo para a Boat
uma semana depoisO ódio que sentir quando ele entrou no carro e ainda acenou para mim foi mortal, a marca em meu pescoço não iria sair tão cedo, estava doendo muito, mas isso não ficaria desse jeito, vou fazê-lo pagar, a empresa e o seu ponto fraco e será através dela que vou destruí-lo, esse moleque está se achando melhor do que eu, vou mostrar que comigo não se brinca,. Saio do meu quarto vou até a sala e pego o meu celular, vou ligar para quem pode me ajudar.Liguei para meu amigo Rodrigues que é advogado e sempre me ajuda com algumas das coisas que preciso por um bom dinheiro, ele já sabe o que fazer, e por causa dele que conseguir uma parte da empresas do meu irmão, o meu sobrinho nunca desconfiou, pensa que coloquei dinheiro para o capital da empresa, ele nem imagina que sempre fui o irmão pobre, que só depois que meu irmão morreu que conseguir viver bem, foi por isso que Catarina me deixou, quando descobriu que tudo que tinha não era meu e sim do meu irmão me trocou por ele,