ElizaAlgum tempo depois paramos em frente a uma bela casa. O portão é aberto e seguimos em direção a garagem. Arthur para o carro e vem em minha direção me ajudando a descer. — Pronto minha princesa. Enfim chegamos! — ele diz animado, sorridente e carinhoso como sempreEsse homem é um sonho, mas confesso que tenho muito medo que esse sonho se torne um terrível pesadelo. Não saberia explicar, mas ao chegar nessa casa senti um arrepio na minha espinha e um nó na minha garganta. Sempre que eu me sentia assim era sinal de que algo desagradável e ruim estava prestes a acontecer. Mas por outro lado, eu também sabia que essa sensação poderia ser pelos anos que vive como uma prisioneira e exilada do mundo por culpa da minha própria família. No fundo da minha alma eu desejava que isso fosse apenas algo da minha cabeça, ao invés de ser um presságio. Afinal, Arthur tem sido um anjo comigo desde que nos reencontramos, e acredito que ele não tenha nenhuma razão ou motivo para me fazer mal. Eu co
ElizaConheci a mãe de Arthur, e não pude evitar que surgissem flashs daquele dia no orquidario, onde ela me tratou muito mal, com indiferença e afastou Arthur do meu lado com uma fúria como se eu tivesse uma doença contagiosa. Ao vê sua mão estendida, penso em recusar seu cumprimento, mas hoje sou uma dama, e uma mulher de verdade, e minha mãe sempre me disse que devemos ser amáveis com as pessoas mesmo quando não temos vontade. Então ao invés de apenas apertar sua mão, lhe dou um abraço, e de imediato uma dúvida surge. O que a poderosa Valentina D'Angelis diria se soubesse que estava diante da filha do seu inimigo, e a abraçando tão cordialmente? Que loucura! O mundo realmente dá voltas, além de ser uma caixinha de surpresas, pois se alguém me dissesse que algum dia isso estaria acontecendo, eu jamais acreditaria.Pouco tempo depois ela me convida para conhecer a linda mansão, de imediato aceito, até porque tudo o que eu queria era fugir daquela fera em forma de homem, e qualquer lu
AndréDurante toda minha vida fui ensinado que sentimentos não deveriam existir no meu vocabulário, e que homens como eu, que nasceram para presidir jamais deveria esboçar qualquer tipo de piedade ou misericórdia por alguém. Então cresci com a ideia fixa de que eu deveria me blindar mentalmente e fisicamente, não permitindo que nenhum tipo de sentimentalismo fizesse parte da minha vida e muito menos atrapalhasse os planos que meu pai havia traçado para mim. Hoje sou um homem duro, frio, impiedoso, que não consegue dizer o que sente e muito menos demonstrar emoções. Tudo estava tranquilo e eu muito acostumado a viver dessa maneira sombria e solitária, até essa mulher surgir no meu caminho, e com todo o seu mistério pôr a minha vida de cabeça para baixo, literalmente dando um giro de 360°. Quando a vi naquele clube me interessei por ela fisicamente e sequer imaginava qual era a sua verdadeira identidade, então eu a desejei em minha cama com fervor, dentro da minha cabeça eu já imaginav
AndréAcendo um cigarro e sentado num banco permaneço pensativo. Tudo estava confuso e um turbilhão de emoções inundavam o coração que eu sequer sabia que existia dentro do meu peito. Eliza mexeu demais comigo, por mais que eu tente me iludir dizendo que é apenas um desejo carnal, no fundo, eu tinha a certeza de que tudo era muito mais intenso e profundo. Eu estava completamente enlouquecido por ela, e em nenhum momento conseguia tira-la dos meus pensamentos. Ela invadiu a minha mente de uma maneira avassaladora e se apossou do meu corpo sem nem ao menos tê-lo tocado. O que está acontecendo comigo? Por que não consigo evitar sentir o que estou sentindo? Sempre consegui controlar minhas emoções, mas agora pareço outra pessoa, um homem fraco e que está completamente enfeitiçado por uma mulher. Feitiço! Só pode ser isso o que está acontecendo comigo, porque não encontro outra justificativa para está dominado dessa maneira.Dou mais uma tragada em meu cigarro e quando solto a fumaça pe
ArthurEstava conversando com o babo, Adriel e tio Francesco quando olho para o lado e percebo que a Eliza não estava no salão principal. Levanto imediatamente para procura-la e percebo que André também não estava por aqui. "Aquele maldito desgraçado está atrás dela na tentativa de concluir o seu plano, mas não permitirei que faça mal algum ou sequer toque na Eliza. Se ele fizer isso, eu o mato, juro que o mato." — penso enquanto vasculho cada canto daquela mansão Continuei caminhando e percebo que minha mãe estava saindo do jardim indo em direção a cozinha. "Então era lá que àquele maldito estava todo esse tempo?" — penso e a passos largos sigo para lá. Ao chegar o vejo segurando a Eliza pela cintura e em seguida a beija. Um ódio se apossa do meu corpo sem que eu possa controlar, e a vontade que eu sentia de mata-lo era gigantesca. Coloquei a mão na arma, a saco e quando ia atirar percebo que Eliza se afasta completamente dele dando-lhe um tapa no seu rosto e tenta fugir, mas ele
ArthurEliza continua me olhando, mas por fim decide falar:— Que eu o encontrasse amanhã às 17h no porto.— E o que respondeu?— Que eu não iria. — ela diz sem jeito— Mas você vai a esse encontro.— O quê? Você só pode estar louco, Arthur. Eu não quero ir. — ela diz apavorada e seu olhar era de espanto com minha atitude— Você vai ir, mas não irá sozinha. E não pergunte mais nada. Agora venha, vamos voltar para o salão principal. Devem estar sentindo nossa falta. — disse segurando sua mão e entrelaçando nossos dedosNos aproximamos de todos no salão e começamos a conversar assuntos aleatórios. Estávamos todos felizes e sorridentes até o maldito do André chegar carregado de irônia e deboche.— André! Filho! Sente-se aqui conosco. — meu pai o chama Ao dizer isso sinto Eliza mudar completamente de cor, ficando totalmente pálida. Segurei em sua mão e ela encostou sua cabeça no meu ombro tentando disfarçar o seu desconforto.— Não acha que está bebendo demais, André? Este já é o quarto
ArthurAssim que terminou de dizer aquelas palavras, minha mãe fechou os olhos, entro em desespero, mas pouco tempo depois ouço barulho das sirenes da ambulância, indicando que o socorro já havia chegado. Os paramédicos entram e a colocam rapidamente na maca a levando para dentro da ambulância. Tio Fran a acompanhou junto com o papai.Tento manter o equilíbrio,, mas estava muito dificil, eu me sentia culpado por tudo o que aconteceu e completamente sem chão. Sem saber o que fazer, eu só conseguia andar de um lado para o outro com as mãos sobre a cabeça, até que de repente sinto uma mão pousar em meu ombro, era Eliza me trazendo a paz que eu tanto precisava. Nossos olhares se cruzam, e lá no seu olhar sereno, encontro a força que eu precisava para continuar seguindo.Segurei na sua mão, entramos no carro e fomos direto para o hospital. Ao chegarmos vejo o babo e tio Fran andando de um lado para o outro aflitos. Nos aproximamos e dentro de alguns instantes a médica chegou. — Familiares
ArthurTento disfarçar o meu desconforto e me fazendo de desentendido tento desviar o assunto, e falo:— De onde tirou essa idéia, Adriel?— Sabemos muito bem que ela é uma Grecco. A filha mais velha do Victorio Grecco. Não negue irmão, pois sei de tudo, e tenho certeza absoluta que André também sabe disso, porque ele tornou-se o chefe da organização e temos, ou melhor, eu tenho a missão de destruir a filha dos Grecco. — ao ouvir isso seguro Adriel pela gola da camisa e o levo pra fora do hospital deixando ele sem tempo sequer para pensar.— Ouça aqui, se você ousar tocar na minha Eliza eu esqueço do parentesco que temos e faço com você mil vezes pior do que fiz com André. Ele teve só um tiro de raspão no ombro, você terá uma rajada bem no meio do seu peito se tentar algo contra a vida da mulher que amo. — falo furioso e ao ouvir isso ele arregalou os olhos completamente surpreso ao ouvir minhas palavras. Infelizmente fui obrigado a mostrar o meu lado sombrio para todos em minha volta