AndréAcendo um cigarro e sentado num banco permaneço pensativo. Tudo estava confuso e um turbilhão de emoções inundavam o coração que eu sequer sabia que existia dentro do meu peito. Eliza mexeu demais comigo, por mais que eu tente me iludir dizendo que é apenas um desejo carnal, no fundo, eu tinha a certeza de que tudo era muito mais intenso e profundo. Eu estava completamente enlouquecido por ela, e em nenhum momento conseguia tira-la dos meus pensamentos. Ela invadiu a minha mente de uma maneira avassaladora e se apossou do meu corpo sem nem ao menos tê-lo tocado. O que está acontecendo comigo? Por que não consigo evitar sentir o que estou sentindo? Sempre consegui controlar minhas emoções, mas agora pareço outra pessoa, um homem fraco e que está completamente enfeitiçado por uma mulher. Feitiço! Só pode ser isso o que está acontecendo comigo, porque não encontro outra justificativa para está dominado dessa maneira.Dou mais uma tragada em meu cigarro e quando solto a fumaça pe
ArthurEstava conversando com o babo, Adriel e tio Francesco quando olho para o lado e percebo que a Eliza não estava no salão principal. Levanto imediatamente para procura-la e percebo que André também não estava por aqui. "Aquele maldito desgraçado está atrás dela na tentativa de concluir o seu plano, mas não permitirei que faça mal algum ou sequer toque na Eliza. Se ele fizer isso, eu o mato, juro que o mato." — penso enquanto vasculho cada canto daquela mansão Continuei caminhando e percebo que minha mãe estava saindo do jardim indo em direção a cozinha. "Então era lá que àquele maldito estava todo esse tempo?" — penso e a passos largos sigo para lá. Ao chegar o vejo segurando a Eliza pela cintura e em seguida a beija. Um ódio se apossa do meu corpo sem que eu possa controlar, e a vontade que eu sentia de mata-lo era gigantesca. Coloquei a mão na arma, a saco e quando ia atirar percebo que Eliza se afasta completamente dele dando-lhe um tapa no seu rosto e tenta fugir, mas ele
ArthurEliza continua me olhando, mas por fim decide falar:— Que eu o encontrasse amanhã às 17h no porto.— E o que respondeu?— Que eu não iria. — ela diz sem jeito— Mas você vai a esse encontro.— O quê? Você só pode estar louco, Arthur. Eu não quero ir. — ela diz apavorada e seu olhar era de espanto com minha atitude— Você vai ir, mas não irá sozinha. E não pergunte mais nada. Agora venha, vamos voltar para o salão principal. Devem estar sentindo nossa falta. — disse segurando sua mão e entrelaçando nossos dedosNos aproximamos de todos no salão e começamos a conversar assuntos aleatórios. Estávamos todos felizes e sorridentes até o maldito do André chegar carregado de irônia e deboche.— André! Filho! Sente-se aqui conosco. — meu pai o chama Ao dizer isso sinto Eliza mudar completamente de cor, ficando totalmente pálida. Segurei em sua mão e ela encostou sua cabeça no meu ombro tentando disfarçar o seu desconforto.— Não acha que está bebendo demais, André? Este já é o quarto
ArthurAssim que terminou de dizer aquelas palavras, minha mãe fechou os olhos, entro em desespero, mas pouco tempo depois ouço barulho das sirenes da ambulância, indicando que o socorro já havia chegado. Os paramédicos entram e a colocam rapidamente na maca a levando para dentro da ambulância. Tio Fran a acompanhou junto com o papai.Tento manter o equilíbrio,, mas estava muito dificil, eu me sentia culpado por tudo o que aconteceu e completamente sem chão. Sem saber o que fazer, eu só conseguia andar de um lado para o outro com as mãos sobre a cabeça, até que de repente sinto uma mão pousar em meu ombro, era Eliza me trazendo a paz que eu tanto precisava. Nossos olhares se cruzam, e lá no seu olhar sereno, encontro a força que eu precisava para continuar seguindo.Segurei na sua mão, entramos no carro e fomos direto para o hospital. Ao chegarmos vejo o babo e tio Fran andando de um lado para o outro aflitos. Nos aproximamos e dentro de alguns instantes a médica chegou. — Familiares
ArthurTento disfarçar o meu desconforto e me fazendo de desentendido tento desviar o assunto, e falo:— De onde tirou essa idéia, Adriel?— Sabemos muito bem que ela é uma Grecco. A filha mais velha do Victorio Grecco. Não negue irmão, pois sei de tudo, e tenho certeza absoluta que André também sabe disso, porque ele tornou-se o chefe da organização e temos, ou melhor, eu tenho a missão de destruir a filha dos Grecco. — ao ouvir isso seguro Adriel pela gola da camisa e o levo pra fora do hospital deixando ele sem tempo sequer para pensar.— Ouça aqui, se você ousar tocar na minha Eliza eu esqueço do parentesco que temos e faço com você mil vezes pior do que fiz com André. Ele teve só um tiro de raspão no ombro, você terá uma rajada bem no meio do seu peito se tentar algo contra a vida da mulher que amo. — falo furioso e ao ouvir isso ele arregalou os olhos completamente surpreso ao ouvir minhas palavras. Infelizmente fui obrigado a mostrar o meu lado sombrio para todos em minha volta
ElizaTer vivenciando toda aquela história e presenciado tudo ao lado do Arthur, estava me machucando profundamente. A princípio eu me sentia um pouco culpada por parte daquela discussão, depois percebi que o problema naquela família era muito mais profundo do que eu poderia imaginar, e que estaria muito mais enraizado do que aparentava.Eu também tinha meus problemas, mas não tinha como ficar apática diante daquilo tudo. Para ser bem sincera sentia que todo o meu passado e tudo o que havia vivenciado durante todos esses anos estavam vindo sobre mim como uma avalanche. Muitas emoções estavam dentro de mim. Primeiro o afeto e o carinho que eu sentia pelo Arthur. Até que cogitei a possibilidade de que pudesse ser algo mais profundo, porém agora tenho certeza que se tratava apenas de um desejo ou até mesmo um sentimento de gratidão. Pra dizer a verdade, pela primeira vez na minha vida, eu me vejo presa a uma situação que não consigo resolver ou ter uma visão exata do que eu realmente de
ArthurNesse momento segurei na mão dele e entramos no iate que estava parado. Ao entrarmos percebi que estava tudo preparado para nós. Arthur se aproximou de mim, olhou no fundo dos meus olhos e percebo seus lábios muito próximos aos meus. Por um lado eu desejava beija-lo, me deixar levar por esse momento, mas por outro lado eu sentia que algo me impedia de ir além. Arthur se aproxima ainda mais, e quando tenta me beijar, automaticamente viro o rosto e me afasto dele. Ele fica parado por algum tempo, com toda certeza tentando compreender o que estava acontecendo, mas eu nada poderia dizer, pois eu mesma não estava entendendo o que acontecia dentro de mim e muito menos como explicar que meus sentimentos estavam confusos, e que ao mesmo tempo que pensava nele também lembrava do André. Minha mente estava uma confusão gigantesca e eu não sabia o que fazer para acabar com tudo isso. Caminho pelo iate e me sento na proa, a noite estava linda, céu lindo e cheio de estrelas. O mar estava t
ArthurApós longos quinze anos à procura da Eliza, eu ainda não conseguia acreditar que ela estava ali diante de mim, tão perto, mas ao mesmo tempo tão longe. Tentei fazer uma surpresa para ela, a apresentando diante de todos como minha noiva, minha prometida e futura esposa. Porém as coisas não sairam como eu imaginava, e tudo o que consegui foi decepciona-la, além de diminuir a confiança que ele depositou em mim. Com muita dificuldade a convenci em aceitar meu convite para velejar, na verdade eu tinha em mente outros planos ao lado dela, mas após o acontecido perco as esperanças de tê-la em meus braços e fazê-la minha mulher. Mas fico satisfeito por ao menos ficar ao seu lado durante algum tempo, porém sem expectativas e apenas agradecendo por ter a mulher que amo próxima a mim.Eu sabia que Eliza nutria um sentimento por André, e algo ele também sentia por ela, caso contrário ele a teria encontrado uma maneira de mata-la no exato momento que entrou na mansão. Conheço muito bem And