Abri os olhos assustada.
Eu não sabia onde estava, mas William estava deitado ao meu lado, dormindo.
O sol brilhava lá fora, incomodando meu olhos, e eu me perguntei há quanto tempo eu estaria desmaiada.
Assim que me sentei na cama senti uma ânsia horrível e corri para o banheiro, vomitando um líquido azul estranho que deixou um gosto amargo na minha boca.
Lavei a boca com abundância de água, depois resolvi escovar os dentes para tirar aquele gosto horrível. Onde eu estava com a cabeça para beber aquela porcaria?
Saí do banheiro e vi William se remexer na cama. Ele se virou e abriu os olhos, percebendo que eu não estava ali, e então se sentou e seus olhos encontraram os meus.
Eu não sabia se continuava com raiva dele e o enchia de socos ou se fingia que não me importava.
- Cinco... - ele sussurrou.
Fiquei parada encar
Nossa viagem de carro não demorou tanto daquela vez. Logo nós entramos em uma cidade e passeamos por ela até encontrarmos um hospital, que era um prédio branco e azul com uma escada e uma rampa que levavam a uma única porta dupla.- Então... Qual é o plano? - perguntei.William baixou os olhos pensativo.- Teremos que entrar lá e... fingir estar doente.- Acho que será mais realista se um de nós realmente estiver doente. - comentou V-Seis ao olhar para mim. - ou machucada.Eu a encarei sorrindo.- Concordo. O que acha de quebrarmos a sua perna? Ou podemos arrancar a sua língua.Ela me lançou um olhar de raiva, mas não falou mais nada.- Ótimo. - resmungou William - Vamos apenas dizer que a V-Seis está doente e que é nossa filha. - decidiu ele - Entramos lá, vamos até a sala de raio-x e lá veremos
Saímos da cidade o mais rápido possível, pois precisávamos estar longe dali o quanto antes. Ainda estávamos com os rastreadores e não sabíamos se os GPG estavam nos seguindo ou não. Na verdade eu achava estranho que eles ainda não tivessem feito outra tentativa de nos capturar.Encontramos outro hotel no meio da estrada onde paramos pela primeira vez.Nós três entramos no quarto e só então eu reparei na sacola que William segurava na mão.- O que é isso? - perguntei.Ele olhou para a sacola e deu de ombros.- Apenas algumas coisas que peguei no hospital.Levantei as sobrancelhas para ele, esperando uma explicação melhor.- Peguei algumas faixas, algodão, álcool, seringas, anestesia, e algumas outras coisas, caso a gente precise. - ele disse jogando a sacola sobre a cama.Me sentei pesadamente sobre
Depois que eu terminei de tirar o rastreador de William, V-Seis saiu do banheiro apenas com uma toalha enrolada no corpo.- Acho que precisamos de umas roupas novas. - disse ela com um sorriso torto.Peguei uma blusa da bolsa de William, onde havia apenas uma garrafa de água, algumas notas de dinheiro, uma bermuda masculina, uma camiseta, uma saia e a blusa em minha mão, que eu joguei para ela.- Coloque essa e vá. Agora não precisamos mais ficar juntos.V-Seis aumentou ainda mais o sorriso.- Ótimo. - ela disse, e deixou a toalha cair no chão, ficando completamente nua.Revirei os olhos enquanto ela se vestia.- Então... adeus. - disse ela ao dar uma piscadinha para William - Não vou mais incomodar vocês... Por enquanto.Ela saiu e William encarou a porta com um olhar indecifrável.Soltei um suspiro e me sentei na ponta da cama.- Agora... para
William e eu tomamos um banho rápido, depois eu vesti a saia que estava na bolsa e a camiseta. William colocou apenas a bermuda e ficou sem camisa, já que não havia outra.Pegamos nossas coisas, mas deixamos os rastreadores escondidos no quarto.- Vamos parar no primeiro lugar que tiver no caminho. - informou William ao entrar no carro que ele havia acabado de roubar. - vamos precisar de algumas coisas.Entramos numa rua logo mais a frente, entrando num pequeno bairro. Já era noite e não encontramos nada aberto, por isso acabamos parando o carro num terreno cheio de mato.- Acho que vamos ter que esperar o amanhecer. - resmungou ele.- Tudo bem. Acho... Eu preciso caçar. Você fica bem sozinho?- Fico.Ele me deu um sorriso fraco e eu hesitei um pouco.Apertei os lábios e soltei um suspiro, infelizmente eu precisava muito ir.Andei pela rua deserta lentamente, pois es
- Você está bem? – perguntei, talvez pela milésima vez.William estava sério, olhando para o volante do carro e em silêncio já fazia algum tempo.- Não devia ter feito isso. - ele falou.- Se não fizesse você ia morrer. Não havia escolha.- Eu preferia morrer! - gritou ele.Aquilo me machucou e eu me senti ofendida.- Você não entende. - disse ele - Eu... Eu nem sempre fui tão controlado como quando me conheceu. No começo eu me entreguei aos meus instintos animais. Eu... eu matei pessoas e me tornei selvagem. Eu fui transformado nessa aberração quando eu tinha dezoito anos. E depois fizeram outras várias experiências comigo. Aumentaram minha força, minha resistência, minha velocidade, minha regeneração... desde aquilo eu não envelheci mais, e acho que esse era o plano deles. Eles tir
A paisagem passava rapidamente pela janela e eu me senti entediada.Olhando para as montanhas e bosques eu imaginei se não seria mais divertido ir correndo pelas árvores.William estava estranho e talvez também já estivesse enjoado de dirigir, mas precisávamos fazer isso. Era o jeito mais rápido e seguro... E eu não sabia dirigir um carro.Eu havia acabado de pensar isso quando ouvi um barulho de sirene.William olhou para trás e bufou irritado.- Que droga!Era um carro de polícia e nós não tínhamos muita escolha a não ser encostar, pois se tentássemos fugir eles nos seguiriam.- Não saia do carro. - disse William para mim. - Eu vou dar um jeito nisso.Não gostei muito da ideia, mas William já havia sido humano e devia saber o que fazer.Ele parou o carro num canto e saiu com as mãos erguid
Depois de praticamente dois dias na pista, parando apenas para dormir dentro do próprio carro, numa manhã, quando o sol ainda estava despontando no horizonte, William entrou com o carro em uma estrada de terra cercada por campos de plantação, onde ele parou o carro.- Há algumas fazendas por aqui. - disse ele - Você quer... Ir dar uma olhada?Ergui os ombros, sem ter muita certeza.Olhei para a estrada e para as plantações e tive muita vontade de correr por ali.Eu não era feita para ficar o dia todo sentada, e ficar presa dentro daquele carro me lembrava da minha cela.Abri a porta e saí. Estranhamente William saiu do carro também, carregando sua mochila nas costas.- Vai vir comigo? - eu perguntei surpresa.- Sim. Ficar o dia todo dirigindo está me deixando irritado. Podemos andar um pouco e depois achamos outro carro.- Tudo bem.Fomos
Ficamos praticamente um dia todo na fazenda, o que foi bom para nós dois, pois precisávamos de um descanso.Por alguns momentos tive vontade de ficar ali para sempre, mas precisávamos continuar a nossa viagem.Nunca estaríamos seguros enquanto aqueles cientistas estivessem vivos, pois eles nunca deixariam de nos procurar. E eu queria encontrar minha mãe, o que me dava ainda mais um motivo para ir.Antes eu queria simplesmente fugir e viver a minha vida, mas depois que conheci William e descobri sobre as outras experiências... Eu estava curiosa para saber mais sobre mim mesma e sobre os outros que estavam lá naquela ilha. Eu queria respostas e a quantidade de perguntas só aumentava a cada dia.William e eu resolvemos ir andando pela estrada de terra que passava pela fazenda, o que para mim era bom, pois eu gostava de sempre estar em movimento.Era pôr do sol quando saímos de l&aacut