Acordei de manhã totalmente sozinha.
Estranhei o frio da cama ao perceber que William não estava lá, mas notei um pedaço de papel deixado em cima do travesseiro.
"Volto logo." - era tudo o que dizia.
Me levantei e tomei um banho rápido para me preparar. Provavelmente iríamos embora assim que ele voltasse.
Nós continuamos a viagem de carro até escurecer, então William entrou numa estrada de terra e estacionou o carro entre as árvores de uma pequena mata, num lugar bem escondido, para podermos dormir um pouco.Não era muito seguro, mas naquele momento nenhum lugar era.William não queria chamar a atenção dos humanos ou da polícia, o que significava que teríamos de trocar de carro mais uma vez, evitar sermos vistos, e talvez até fazer algumas mudanças na aparência antes de andarmos em public
William acordou parecendo um zumbi. Ele estava tremendo e suando frio, e seus olhos estavam fundos.Comecei a ficar preocupada com ele.- Você esta bem? - perguntei mais uma vez ao vê-lo se sentar no sofá pesadamente.- Estou. - respondeu ele com a respiração pesada. - Só preciso descansar um pouco.Acenei com a cabeça mesmo sabendo que aquilo não era totalmente verdade.V-Seis deu um sorriso torto e se levantou indo em direção ao banheiro.- Onde você vai? - perguntei desconfiada.- Tomar um banho.Ela sorriu ainda mais e continuou andando.Bufei e cruzei os braços e decidi que eu também deveria ir. Havia dois banheiros na casa e eu precisava aproveitar que ela estava ocupada, pois não queria deixá-la sozinha com William, não quando ele estava tão debilitado.Entreguei a arma na mão dele e fu
Abri os olhos assustada.Eu não sabia onde estava, mas William estava deitado ao meu lado, dormindo.O sol brilhava lá fora, incomodando meu olhos, e eu me perguntei há quanto tempo eu estaria desmaiada.Assim que me sentei na cama senti uma ânsia horrível e corri para o banheiro, vomitando um líquido azul estranho que deixou um gosto amargo na minha boca.Lavei a boca com abundância de água, depois resolvi escovar os dentes para tirar aquele gosto horrível. Onde eu estava com a cabeça para beber aquela porcaria?Saí do banheiro e vi William se remexer na cama. Ele se virou e abriu os olhos, percebendo que eu não estava ali, e então se sentou e seus olhos encontraram os meus.Eu não sabia se continuava com raiva dele e o enchia de socos ou se fingia que não me importava.- Cinco... - ele sussurrou.Fiquei parada encar
Nossa viagem de carro não demorou tanto daquela vez. Logo nós entramos em uma cidade e passeamos por ela até encontrarmos um hospital, que era um prédio branco e azul com uma escada e uma rampa que levavam a uma única porta dupla.- Então... Qual é o plano? - perguntei.William baixou os olhos pensativo.- Teremos que entrar lá e... fingir estar doente.- Acho que será mais realista se um de nós realmente estiver doente. - comentou V-Seis ao olhar para mim. - ou machucada.Eu a encarei sorrindo.- Concordo. O que acha de quebrarmos a sua perna? Ou podemos arrancar a sua língua.Ela me lançou um olhar de raiva, mas não falou mais nada.- Ótimo. - resmungou William - Vamos apenas dizer que a V-Seis está doente e que é nossa filha. - decidiu ele - Entramos lá, vamos até a sala de raio-x e lá veremos
Saímos da cidade o mais rápido possível, pois precisávamos estar longe dali o quanto antes. Ainda estávamos com os rastreadores e não sabíamos se os GPG estavam nos seguindo ou não. Na verdade eu achava estranho que eles ainda não tivessem feito outra tentativa de nos capturar.Encontramos outro hotel no meio da estrada onde paramos pela primeira vez.Nós três entramos no quarto e só então eu reparei na sacola que William segurava na mão.- O que é isso? - perguntei.Ele olhou para a sacola e deu de ombros.- Apenas algumas coisas que peguei no hospital.Levantei as sobrancelhas para ele, esperando uma explicação melhor.- Peguei algumas faixas, algodão, álcool, seringas, anestesia, e algumas outras coisas, caso a gente precise. - ele disse jogando a sacola sobre a cama.Me sentei pesadamente sobre
Depois que eu terminei de tirar o rastreador de William, V-Seis saiu do banheiro apenas com uma toalha enrolada no corpo.- Acho que precisamos de umas roupas novas. - disse ela com um sorriso torto.Peguei uma blusa da bolsa de William, onde havia apenas uma garrafa de água, algumas notas de dinheiro, uma bermuda masculina, uma camiseta, uma saia e a blusa em minha mão, que eu joguei para ela.- Coloque essa e vá. Agora não precisamos mais ficar juntos.V-Seis aumentou ainda mais o sorriso.- Ótimo. - ela disse, e deixou a toalha cair no chão, ficando completamente nua.Revirei os olhos enquanto ela se vestia.- Então... adeus. - disse ela ao dar uma piscadinha para William - Não vou mais incomodar vocês... Por enquanto.Ela saiu e William encarou a porta com um olhar indecifrável.Soltei um suspiro e me sentei na ponta da cama.- Agora... para
William e eu tomamos um banho rápido, depois eu vesti a saia que estava na bolsa e a camiseta. William colocou apenas a bermuda e ficou sem camisa, já que não havia outra.Pegamos nossas coisas, mas deixamos os rastreadores escondidos no quarto.- Vamos parar no primeiro lugar que tiver no caminho. - informou William ao entrar no carro que ele havia acabado de roubar. - vamos precisar de algumas coisas.Entramos numa rua logo mais a frente, entrando num pequeno bairro. Já era noite e não encontramos nada aberto, por isso acabamos parando o carro num terreno cheio de mato.- Acho que vamos ter que esperar o amanhecer. - resmungou ele.- Tudo bem. Acho... Eu preciso caçar. Você fica bem sozinho?- Fico.Ele me deu um sorriso fraco e eu hesitei um pouco.Apertei os lábios e soltei um suspiro, infelizmente eu precisava muito ir.Andei pela rua deserta lentamente, pois es
- Você está bem? – perguntei, talvez pela milésima vez.William estava sério, olhando para o volante do carro e em silêncio já fazia algum tempo.- Não devia ter feito isso. - ele falou.- Se não fizesse você ia morrer. Não havia escolha.- Eu preferia morrer! - gritou ele.Aquilo me machucou e eu me senti ofendida.- Você não entende. - disse ele - Eu... Eu nem sempre fui tão controlado como quando me conheceu. No começo eu me entreguei aos meus instintos animais. Eu... eu matei pessoas e me tornei selvagem. Eu fui transformado nessa aberração quando eu tinha dezoito anos. E depois fizeram outras várias experiências comigo. Aumentaram minha força, minha resistência, minha velocidade, minha regeneração... desde aquilo eu não envelheci mais, e acho que esse era o plano deles. Eles tir