Capítulo 3 Regras.

Anastácia olha para Edward e logo imagina que ele quisesse reclamar os seus direitos como marido e ela até estava se preparando para isso, pois a vida toda havia se guardado para poder presentear seu futuro marido que seria o homem que ela escolhesse e amasse ele pelo resto da vida.

A ideia de perder a virgindade com um completo estranho enfiava uma bela estaca em todo esse conto de fadas que ela havia criado a vida toda. Então Anastácia bufa e deita a sua cabeça no vidro.

Edward parecia ler a mente dela, então ele fala sorrindo:

- Não se preocupe que não vou te comer.

- O quê?

Ela pergunta completamente sem jeito e Edward ri do jeito atrapalhado dela.

- Eu não vou transar com você. Pode ficar tranquila que não farei nada sem a sua permissão. Só te beijei na igreja porque o casamento tinha que parecer convincente.

- Por que você se sujeitou isso?

- O meu pai arranjou este casamento depois que fui preso devido a uma maluca.

Anastácia ri e Edward aprecia o som da sua risada.

- Não conheci o seu pai no casamento. Ele não pôde vir?

- Ele foi assassinado três meses atrás.

Edward fala sem tirar o foco da estrada e Anastácia olha para ele com pena.

- Eu... sinto muito. Não deveria ter perguntado isso.

- Está tudo bem. Você não sabia.

Edward suspira enquanto estaciona no hotel. Ele olha para a aliança em seu dedo e pensa em como levaria aquele casamento.

- Vamos lá curtir a nossa noite de núpcias?

Ele encara sorrindo e Anastácia o olha sem saber o que dizer naquele momento.

- Relaxa que não vou te tocar. Somente se você quiser.

Edward sai da caminhonete e vai até a porta do passageiro e abre a porta para que Anastácia saia e depois ele trava o carro e a pega no colo.

- Temos que fazer isso parecer real.

Ele fala enquanto caminha para dentro do hotel. Anastácia percebe o quanto que ele era forte ao sentir o músculo do braço de Edward e ele sorri ao perceber ela apalpando o seu braço.

- Pode pegar a vontade, pois eu sou todo seu.

Anastácia retira a mão do braço dele e Edward ri alto com aquilo enquanto ela cora.

- Palhaço.

Anastácia se limita a dizer isso e Edward a leva até o quarto e a coloca em cima da cama e depois senta em uma poltrona que ficava de frente para ela.

- Bom... vamos estabelecer algumas regras para que o nosso casamento funcione.

- Regras?

- Sim. Eu começo. Só vou te beijar caso seja conveniente e vamos andar de mãos-dadas quando sairmos em público.

- Ok.

- Só faço uma exigência. Não quero que você se envolva com ninguém. Não posso correr o risco de que você engravide de outro.

- Então também exijo que você não se envolva com ninguém. Já fui traída e não suportaria outra traição.

- Isso vai ser difícil...

- Qual é o problema? Só por que sou mulher é que não posso te trair? Se você exige fidelidade, eu também exijo fidelidade.

Anastácia o olha de forma severa e Edward apenas suspira.

- Está bem. Nada de traições por ambos os lados.

Edward levanta e vai até ela enquanto estende a sua mão direita para selarem o acordo.

- Fechado?

Anastácia segura a mão dele e sorri.

- Fechado.

Edward vai até o banheiro e toma um banho enquanto Anastácia vai até as malas dela e procura por seu pijama. Edward volta somente vestido com sua calça de moletom e Anastácia admira os seus músculos firmes. Ele a pega o admirando e sorri.

- Pode olhar a vontade, pois sou seu marido.

Anastácia cora com este comentário e Edward ri. Algo nela chamava a sua atenção e ele mesmo não sabia como explicar.

Ela pega o seu pijama e vai até o banheiro e toma o seu banho. Anastácia se olha no espelho por um tempo assim que fica nua e nota algumas cicatrizes resultado das surras que levava de seu pai. Ela tira a sua maquiagem e vê a marca da bofetada que recebeu no dia anterior. Ela começa a chorar por se sentir livre pela primeira vez na vida desde a morte de sua mãe quando ela tinha apenas quatro anos.

Anastácia toma o seu banho e veste o seu pijama. Ela ainda chorava e assim que sai do banheiro, ela corre e abraça Edward, que não entende nada e apenas retribui. Ela continua chorando até que percebe seu deslize e se afasta dele.

- Por favor, me desculpe.

- Está tudo bem.

Edward sorri, vai até o sofá onde dormiria. Anastácia se ajeita na cama e ele olha para ela.

- Quando chegarmos na fazenda, teremos que dormir juntos no mesmo quarto, pois nosso casamento precisa parecer real.

- Se você quiser... essa cama tem muito espaço e... este sofá parece ser desconfortável para alguém do seu tamanho.

Edward levanta do sofá e vai até a cama, Anastácia vira para um canto e ele para outro sempre tentando manter a distância dela.

- Edward, por que você precisa passar por isso?

Anastácia pergunta com os olhos fechados e Edward suspira.

- Foi o último desejo de meu pai e... é uma condição para eu receber a minha herança, pois o Mike não sabe plantar um feijão no algodão. Imagina ele cuidando da fazenda.

Anastácia ri enquanto se ajeita na cama.

- A sua fazenda é grande?

- Ela é enorme. Prometo te levar para conhecer ela assim que chegarmos.

- Quanto tempo pretende ficar casado comigo?

- Cinco anos ou até termos um filho. Essas são as condições do testamento. Mas não se preocupe que não te deixarei desamparada.

- Cinco anos... Para quem viveu a vida toda presa... cinco anos não é nada. - Anastácia se mexe mais um pouco - Você já se apaixonou alguma vez?

- Nunca. Sempre consegui uma boa companhia feminina, mas nenhuma conquistou o meu coração.

- Pretende se apaixonar?

- Nenhuma mulher irá conseguir me domar.

Anastácia ri e Edward senta na cama.

- Qual é o motivo da graça?

- Você falando isso, parece que manda em seu coração.

- E mando. Não perco o meu tempo com tais sentimentos. Sou um espírito livre. Agora me diz, por que você está se mexendo tanto?

- Não estou acostumada a dormir em uma cama tão confortável.

- Você, falando isso, até parece que dormia em um calabouço mal-assombrado.

Edward ri e Anastácia senta na cama e o encara triste.

- Um calabouço mal-assombrado seria mil vezes melhor que a casa de meu pai.

Edward para de rir e olha para ela e nota a marca em seu rosto. Ele leva a sua mão e toca o rosto dela, mas Anastácia o detém antes que ele encoste nela.

- Desculpe, eu não... quem fez isso?

- Foi o meu pai. Tenho que te agradecer por ter me tirado daquele inferno...

Uma lágrima cai do rosto dela e Edward a seca com o dedo.

- Vem aqui.

Ele deita e a puxa para que se deitasse em seu peito. Edward começa a alisar as costas dela e diz:

- Depois você me conta com calma como é a sua vida. Agora você precisa de um amigo e... não se preocupe que farei de tudo para te proteger.

Anastácia não fala nada e apenas fecha os olhos enquanto pega no sono.

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