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As aparências enganam

Depois de muito pensar eu aceitei a oferta do Millos. Apesar de que eu continuo achando que isso é uma loucura. Mas eu vou, essa é minha chance de crescer.

Chegou o dia de ir para a empresa, conhecer tudo e ver o que é que acontece e que não pode espirrar nas outras empresas.

Chegando lá, fui recebida por um rapaz muito bonito, elegante e muito cheiroso por sinal. Ele me mostrou onde seria a sala que eu iria ficar. (cabelo escuro, corpo atlético e olhos castanhos meio mel).

Ele me trouxe os relatórios de todas as empresas e me explicou tudo o que eu precisava, ficou comigo todo o tempo, toda a dificuldade que eu tinha ele me ajudava. Mas tinha uma moça que ele não deixava chegar perto de mim de jeito nenhum, pelo menos parecia, ou seria só impressão minha.

Meu expediente tinha acabado. Estava me arrumando para ir para casa, quando o rapaz que eu nem sabia o nome, ainda me pediu para esperar por ele, pois nós iríamos para o mesmo lugar.

Fiquei sem entender. Esperei ele chegar mais perto de mim e perguntei.

– Como assim vamos para o mesmo lugar? Aliás qual seu nome mesmo? E porque o Senhor Millos não estava aqui hoje. – Bombardeei de perguntas.

– Então meu nome Jonatas e eu sou neto do Senhor Millos e vamos para o mesmo lugar, agora você deve saber o porquê, né? Vamos morar na mesma casa. E meu avô não estava aqui hoje porque ele está em uma viajem resolvendo uns problemas e não tem previsão de volta, por isso estou aqui a sua disposição. – respondeu ele sorridente.

– Então tá, né? Obrigada pelas explicações, só fico surpresa porque seu avô não me falou que tinha um neto, mas tá bom. Vamos para casa então. – respondi.

Chegando na mansão, Jonatas me mostrou como funcionava tudo, foi muito atencioso e muito gentil comigo, fez me sentir literalmente em casa.

Os dias foram passando e Jonatas se aproximava mais de mim e à medida que se aproximava também me ajudava muito.

Mas apesar de sua ajuda, eu estava tendo muita dificuldade, o problema na empresa era maior do que foi me falado. diante de tantos problemas pedi a ajuda de Jonatas, para ele ficar a frente de tudo, fazer o que precisasse ser feito, afinal de contas Millos deixou o neto para me ajudar, deve ser porque ele saberia o que fazer quando eu tivesse problemas.

Então deixei ele tomar conta das coisas, e tinha que reconhecer isso, não consegui falar com Millos sobre isso.

Toda vez que eu ligava para ele dava que o número não existia, o mais estranho foi que os meses passaram e nada do Millos entrar em contato e lá na empresa o pessoal começou a me olhar estranhamente. E aquela moça que eu tive a impressão de que tentou chegar perto de mim e o Jonatas não deixou, ultimamente está tentando entrar em contato comigo todos os dias, deixou um cartão com a secretária, quando ela foi me entregar Jonatas interveio, falou que iria me entregar, mas até hoje esse cartão não chegou na minha mão. Deixou um bilhete com a mesma e quando ela foi me entregar, Jonatas de novo não deixou que esse bilhete chegasse a mim. Umas das últimas vezes que ela tentou ter contato comigo eu estava indo embora e ela estava me esperando na saída da empresa, só que mais uma vez Jonatas estava lá, impedindo que ela tivesse contato comigo e sendo muito rude com ela. Eu não estava entendo por que daquilo, ele não deixava ela chegar perto de mim, de jeito nenhum.

– É impressão minha ou toda a vez que aquela Senhora tenta chegar perto de mim o Senhor não deixa. – disse ela em um tom de curiosidade.

– É impressão sua. – disse ele.

Mas no dia seguinte eu entenderia tudo o que estava acontecendo, da pior maneira possível. (de novo).

No dia seguinte quando cheguei à empresa, Millos estava na minha sala me esperando e o rosto dele me dizia que não estava de bom humor, quando ele me viu, pediu para que eu entrasse na sala e fechasse a porta.

Quando eu me sentei na cadeira, ele olhou para mim e perguntou o que eu havia feito com a empresa dele, ele disse que havia me colocado lá dentro para ajudar a empresa a não entrar no buraco e não para afundar a empresa dele e não jogar dez pás de terra em cima dela.

– Você não viu que tinha algo de errado com os relatórios? Não pensou em me ligar? Pedir ajuda? Pedir para eu voltar? Aliás, você não pensou em pedir ajuda a Madalena? Deixei-a aqui para te ajudar, para te auxiliar. – disse ele em tom firme.

– Nossa! Que arrependimento, que desgosto, eu te dei todas as instruções, não tinha como sair algo errado, era só você seguir passo a passo o que eu te falei. – Ele concluiu.

– Mas eu segui tudo que você pediu, pedi ajuda e quando vi que era demais para mim tentei te ligar também, mas o número que você me deu, falava que não existia. – tentei explicar.

– Pediu ajuda para quem, se a Madalena disse que nem teve contato com você nesses 6 meses? – Ele pergunta.

– Mas quem é Madalena? Realmente não a conheci. Quem me auxiliou foi seu neto, ele que tomou conta de tudo, quando percebeu que eu não estava dando conta, mas ele me mostrava o relatório de todas as empresas todos os dias e a gente estava indo bem. (Nosso relatório estava mostrando que estávamos muito bem). – falei sem entender o que estava acontecendo.

– Mas nunca na vida que mandaria meu neto para te auxiliar em algo, ele é a última pessoa que eu colocaria aqui dentro. Ele e um mau-caráter e dissimulado, ele quer minha ruína e parece que conseguiu. Eu estou achando que vocês dois estão juntos nisso tudo, você armou com ele para me dar esse golpe. Ele deve ter te oferecido um cargo muito alto nessa empresa, para você ter ajudado ele. Você perdeu aquela promoção e agora quer um cargo maior. Você é muito mau-caráter, mereceu tudo o que aconteceu com você. – esbravejou Millos.

Quando abri minha boca para me defender, Jonatas entra na sala com um sorriso tão largo no rosto, como se tivesse acontecido algo muito bom com ele. Millos olhou para ele com um ódio, uma raiva, misturada com tristeza e desgosto pelo que havia acontecido.

E depois olhou para mim.

– Você pode sair da sala agora, de preferência pode sair da minha vida, da minha casa e da minha empresa, some daqui agora. – gritou ele.

Quando eu ia saindo da sala Jonatas me olhou como se estivesse se divertindo com aquilo tudo, com as palavras que o avô dele tinha me falado, ele estava se divertindo com minha humilhação.

Ai, que ódio que eu senti, a vontade de xingá-lo, de pular no pescoço dele e estrangular, era muita, mas não fiz nada, apenas saí da sala e fechei a porta.

Eu mais uma vez sendo passada para trás por alguém que confiei e o pior disso tudo foi que acabei de conhecer ele, como fui capaz de ser mais burra do que o normal dessa vez eu praticamente pedi para ser passada para trás (só porque ele era neto do dono da empresa, não quer dizer que eu podia confiar nele, às vezes familiares só aparentam estar bem).

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