— Gabriel Ryan, não me teste! — a voz dela estava carregada de mágoa e Gabriel sentiu aquilo. Um aperto no peito o fez arfar. — Amor, temos que conversar. Eu falo sério. — Não temos o que falar. Você segue a sua vida, eu sigo a minha. É isso! — Inferno, não é! — Gabriel retrucou e aproveitou que Milana afrouxou o aperto e se virou. Um dos pulsos dele estava com a algema pendurada. — Milana, esse bebê é meu? Ela olhou para ele, séria, então Gabriel percebeu os lábios dela descendo, como se ela estivesse com nojo de alguma coisa. Não, não de alguma coisa. Dele. — Esse filho é meu. Não tem nada a ver com você — a resposta de Milana fez Gabriel sentir não só a garganta secar, como o coração afundar. — Mi… — Por favor, senhor Ryan, vá embora. Eu vou deixá-lo livre, dessa vez, mas não volte a me procurar. Se nos encontrarmos no futuro, fora daqui, manteremos apenas o decoro — Milana o olhava, mas era como se não o fizesse. O olhar dela estava vazio. — Saia da minha sala. — Você tá c
Milana inspirou fundo e virou o rosto, fechando os olhos. — Conversar o quê? Gabriel não confia em mim. E isso que nem estávamos namorando! Imagine como seria se eu aceitasse um compromisso com ele? Wayne segurou a mão de Milana por cima da mesa e deu um leve apertão, fazendo com que ela lhe olhasse. — Veja, você não precisa estar com ele para que ele assuma e faça parte da vida do seu bebê — Wayne soltou o ar. — Se ele quiser assumir a criança que é dele, não quer dizer que você deve namorar ou casar, Milana. Aquilo era verdade, Milana sabia disso, porém, o que a incomodava era a possibilidade de Gabriel decidir que a criança não era dele, no meio do caminho. E se ele resolvesse que ela tinha se deitado com outro e novamente, a humilhasse? Aquela não era a vida que ela desejava para o filho dela. E ela deixou isso claro para Wayne. — Compreendo completamente o seu medo. Porém, ainda assim, você pode tentar. Eu vou estar com você, vou te apoiar. Como amigo ou… como você desejar —
Wayne reconheceu a mulher imediatamente. Vendo-a de perto e com calma, ele podia notar como ela estava pálida, com os olhos fundos, com olheiras e as bochechas levemente encovadas. Ainda assim, ela era bonita. E os olhos… Wayne achava difícil desviar a atenção deles. Jane estendeu a mão. Ela tinha achado Wayne impressionante, mas não achou que falaria com ele novamente. Muito menos tão cedo. A amiga dela, Sonia, quando ouviu sobre o médico, ficou toda contente, mas Jane a cortou logo. “Se nem saudável um homem desses olharia para mim, imagine doente!”— Oh, o senhor! — ela o reconheceu do esbarrão no outro dia. Ollie olhou de um para o outro. Então, o semblante dela ficou mais sério. — Doutor, sou Jane. Seu pai se machucou. Wayne virou o rosto e olhou melhor para o pai. Ele tinha sido informado de um acidente, ou algo assim, mas no momento em que chegou perto, ele só conseguiu olhar para a mulher chamada Jane. — Como isso aconteceu? — ele colocou a mão no idioso, que balançou de le
A pergunta de Wayne foi no automático, porém, nada bem recebida pelo sobrinho. — E onde que isso é da sua conta? — Gabriel e ele pareciam aqueles desenhos, onde raios vermelhos de energia saem dos olhos dos personagens e se chocam, tamanha é a competição e raiva. — Não se manca? — Gabriel! — Aqui, você não é o meu tio, é apenas o cara que tá tentando conquistar a minha garota! Wayne olhou em volta e percebeu que alguns policiais e funcionários pareciam mais do que interessados na discussão calorosa e fez sinal para que Gabriel o seguisse para fora. Este não se mexeu. — Se prefere não falar, ok, mas eu estou indo! Gabriel se deu conta, finalmente, de que estava fazendo uma “cena”, e seguiu Wayne para fora. O médico entrou no próprio carro e Gabriel abriu a porta do passageiro e sentou-se ali. — Muito bem, é hora de colocarmos tudo pra fora! — Gabriel falou e Wayne assentiu, ligando o carro. Ele começou a dirigir. — O que você sente pela Milana? — Por que não me diz o que VOCÊ s
Milana estava cansada. A gestação começava a dar os reais sintomas, e comer estava se tornando um tormento. Ela estacionou o carro e saiu do mesmo, porém, foi abordada imediatamente. — Millie! — o padrasto a chamou e Milana, antes de se virar, já revirou os olhos. — O que quer? — Precisamos conversar… — ele disse, fungando, o que captou a atenção da delegada, que se virou imediatamente. — Quando você tá nesse estado — ela apontou para ele — não conversamos. Depois de colocar as chaves do carro no bolso, Milana foi segurada pelo braço e o instinto dela era bater e imobilizar a ameaça, porém, ela se lembrou que aquele era o padrasto dela. Ainda. — Solte-me — as palavras dela eram calmas e faladas em um tom baixo, mas não havia nem um pingo de fraqueza. — Agora, Brendam. Os olhos avermelhados dele estavam fixados nela. — Daisy me botou pra fora! — ele disse e ficou mais nervoso. — Ela pediu o divórcio! — E ela está errada? — Milana perguntou e tentou se acalmar. Brendan não est
Milana o beijou e essa era a resposta que Gabriel queria. Ainda que ele quisesse ir mais fundo, quando entrou em Milana, minutos depois, ele se segurou, incerto se isso seria prejudicial ao bebê. — Eu… te… amo! — ele dizia a cada investida. Depois da sessão de sexo, os dois estavam deitados, enrolados um no outro. — Eu deveria ter falado com você, antes de tudo — Gabriel disse, os dedos passeando preguiçosamente pelo braço de Milana. — Perdão por ter sido um imbecil e agido sem pensar. Milana levantou a cabeça do peito de Gabriel e o encarou. — E por que decidiu vir atrás de mim, agora? — ela perguntou e Gabriel sorriu. — Como dizem, um homem só dá valor ao que perdeu quando outro homem aparece — ele passou o indicador pela ponta do nariz de Milana. — Minha teimosia e orgulho quase me fizeram perder você. A delegada levantou uma sobrancelha, ainda com uma expressão séria no rosto. — Você entende que termos transado não significa que estamos juntos, não é? Ao ouvir isso, Gabri
Milana sorriu e cobriu a boca, assentindo e deixando as lágrimas escorrerem. Gabriel se colocou de pé e a abraçou com amor e a beijou apaixonadamente. Pela manhã, quando Milana acordou, ela sentiu o cheiro de ovos fritos. A delegada sorriu. Gabriel estava cozinhando para ela? Após colocar uma camisola, ela foi para a cozinha e foi agraciada com a visão de Gabriel de costas, usando nada além do avental. Se alguém perguntasse a Milana se ela achava aquele tipo de coisa sexy, ela diria com certeza que não, porém, ao ver aquele homem grande e musculoso, com os glúteos bem trabalhados de fora enquanto vestia um avental pequeno, foi uma das cenas mais eróticas da vida dela! Gabriel, percebendo a presença de Milana, virou o rosto e abriu um imenso sorriso. Os olhos amendoados deixavam transparecer a felicidade dele. Milana mordeu o lábio inferior e se aproximou. Gabriel desligou o fogo e se aproximou dela, beijando-a. — Com essa camisolinha, tá querendo me seduzir de novo, não é? — ele
O restaurante não ficava longe dali, por isso, Milana não iria de carro, mas resolveu que talvez andar um pouco fosse uma boa ideia. Ela estava se sentindo um pouco confinada e respirar ar fresco — não tão fresco na cidade, mas enfim — seria bom. — Senhorita, senhorita! — uma moça com os cabelos desgrenhados a abordou e Milana instintivamente se afastou do toque, porém, logo entrou no modo profissional. — O que houve? — ela perguntou calmamente. A mulher olhou para trás e era evidente o nervosismo dela. — Meu bebê… por favor, me ajude! — ela pediu e Milana franziu o cenho. — Onde está a sua criança? — O pai… está com o pai! — a respiração da mulher era rápida e os olhos estavam enchendo-se de lágrimas. — Por favor, venha. Normalmente, Milana não seguiria uma civil, no entanto, a mulher estava nervosa e começou a se afastar. A delegada não podia ignorar, mas também não teria tempo de esperar que ninguém viesse ao encontro dela. Sendo assim, ela seguiu a mulher, mas enviou uma ch