— Senhor Wayne Ryan — Milana disse e o médico entrou. Ele tinha um machucado perto da boca, mas era isso. O homem tinha uma presença que demandava atenção. — Delegada Casey — ele disse num tom sério. Milana fez sinal para que ele se sentasse. — Obrigado. — Por favor, conte-me o que houve. Wayne Ryan contou sobre a invasão e como ele estava justamente descendo para o escritório, quando ouviu um barulho vindo de lá. Os invasores conseguiram burlar o sistema de segurança e estavam tentando abrir o cofre. — E o senhor conseguiu desarmar as duas pessoas? — Sim — Milana percebeu que Wayne não era de falar muito. “Quem sou eu pra julgar, não é mesmo?” ela perguntou a si mesma. Após outras perguntas, Wayne foi liberado. Antes de sair, o médico parou perto da porta e se virou para Milana. Ele era mais alto do que Gabriel. — Perdão por perguntar isso aqui, mas… A senhorita gostaria de tomar um café comigo? Milana abriu a boca e inspirou o ar. Ela não sabia a real conexão de Wayne com R
Milana levantou os olhos e deu de cara com Brendan. — Millie? O que… O que faz aqui? — ele perguntou, nervosamente. — Estou aqui com um amigo. O que você faz aqui? — ela perguntou. A mãe dela, que ela se lembrava, era ciumenta. Digamos que ficou desconfiada de ser traída após ela ter sido a traidora. — Minha mãe está por aqui? Milana olhou em volta. — Ah, não — Brendan falou e então, uma mulher saiu do banheiro feminino e colocou a mão nos ombros dele. — Quem é ela, amor? — ela perguntou e Milana levantou as sobrancelhas, olhando para Brendan e para a mulher. — É, quem sou eu, Brendan? A mulher então estreitou os olhos e passou por Brendan.— Você não me parece velha. É a vadia dele? — Como é que é? — Milana perguntou e olhou para Brendan. — Tá olhando pro meu homem por que, sua puta? Milana não estava interessada em brigar. — Olha só, essa não é a minha relação com ele. Dá licença. — Milie, calma aí! — Brendan a chamou, mas Milana não queria ouvir. Ela tinha até mesmo per
— Como assim? — Milana perguntou. — Subir onde? “Em você”, ele queria responder, mas limpou a garganta. — Pro seu apartamento. Eu só vou entregar algo. — Entregar o quê? — Milana se recostou no balcão da cozinha. — Remédio — ele respondeu um pouco de divertimento. Ela parecia um gato escaldado, na opinião dele. — Oh, sim. Obrigada! Milana esperou perto da porta. Ela ainda estava de pijama e, como ele era curto, ela resolveu colocar um roupão por cima. Assim, não teria nenhum perigo de mostrar mais do que deveria. Assim que a campainha tocou, ela abriu a porta. Wayne estava com um terno perfeitamente adequado ao corpo dele e Milana engoliu em seco. Ela não podia dizer que o homem não era atraente. Porém, Gabriel apareceu na mente dela. “Para com isso! Ele tem mulher!”, ela disse a si mesma. Milana nunca foi do lema de que só se cura um amor com outro, porém, Wayne era muito bonito e emanava uma aura difícil de desviar a atenção. — Obrigada — ela falou quando pegou o pacote. Os
Wayne chegou ao apartamento e viu que Milana parecia nervosa. — Perdão por mais cedo — ele falou e Milana parecia nem ouvi-lo. — Milana? — Oi? — Você… tem algo a mais do que aconteceu hoje? É sobre ontem? Aquele casal…? — Ah, não… — ela mordeu o polegar. — Eu só… — Você só… o quê? Milana fechou os olhos. Wayne era médico, no fim das contas. — Eu vou pedir um exame de farmácia — ela disse e Wayne compreendeu o “problema”. — Entendo. Eu posso pedir aqui. — Hmm… — Acha mesmo que é positivo? — a postura dele mudou e Milana viu o médico na frente dela, não Wayne Ryan. — Talvez — ela contou que estava com a menstruação atrasada, e que andava chorando, algo que não era o normal dela. — Você teve relações com o Gabriel sem preservativo? Milana assentiu. — Eu não esperava… Nós não estávamos em um relacionamento, então, eu não vinha tomando nada. E eu estava com pressa, quando terminamos… Ela olhou para o outro lado. Wayne, porém, não pareceu abalado por fora. Claro, ele estava i
— E você me dá um boa noite desse jeito, como se não houvessem preocupações em nossa família? Wayne afastou-se do bocal e suspirou, antes de voltar a ajeitar o telefone. — Quais preocupações, pai? — Não se faça de desentendido! Sabe muito bem o que falta você fazer! Wayne apoiou-se contra a mesa da sala e cruzou os braços. — Pai, eu já disse que trabalho e é difícil conhecer alguém. — Por acaso mulheres não trabalham com você? — Ollie gritou do outro lado. — Eu não acredito que não tenha nenhuma boa moça naquele hospital! Wayne não respondeu. O que ele diria? Antes, ele não estava interessado, simplesmente! Ele se formou com bolsa, não queria usar o dinheiro da família. Por ser filho do segundo casamento, e tardio, de Ollie Ryan, ele era visto com maus olhos pelos outros. Ele e a mãe dele, como se fossem sanguessugas. Por isso, Wayne desde novo trabalhava para pagar as coisas dele, incluindo os estudos. — Teremos a festa de caridade anual. Você não esqueceu, não é? — Não, sen
— Basta não dizer que não é minha namorada — ele soltou o ar. — Eu sei que é pedir muito. E eu fico te devendo. Você pode me pedir o que quiser. Milana soltou uma risada baixa. — Você já está fazendo muito por mim. — Eu estou sendo gentil e… eu gosto de você. Isso aqui não é favor nenhum. Você não me deve absolutamente nada — Wayne disse. — E se não puder ir à festa, tudo bem. Isso não muda nada. — Eu vou pensar. Quando é? — Sábado — Wayne respondeu sem graça. — Se aceitar, eu vou providenciar tudo. — Certo. Vou pensar e te digo… depois de amanhã. — Perfeito! — Wayne disse e estacionou em frente à delegacia. — Posso te levar em casa? — Ok — ela respondeu, já que estava sem o carro. — Até mais. Ela se despediu e saiu do veículo, fechando a porta e entrando na delegacia. Os policiais que pensavam que ela namoraria com Gabriel, já estavam apostando que Milana e o novo homem que vinha aparecendo ali era “o cara” de verdade. — Aquele Gabriel Ryan aparecia pouco, aqui… e ela era m
— Claro — ele disse, pegando uma caixa de veludo e abrindo-a, e depois outra e mais outra. Logo, Milana se viu encarando vários tipos de joias. — Eu particularmente recomendaria esta aqui. Ele apontou para um brinco longo, mas fino. Muito fino. Dado que o vestido era levemente decotado, mas não muito, com um corpete firme e elegante, um colar talvez não ficasse tão bom. Milana não entendia nada de joias e pegou o brinco. Ela parecia outra pessoa. — Eu fico nervosa — ela falou para o mordomo. — Isso aqui tem seguro, senhor? Porque se eu perder, eu nem sei como eu vou pagar por uma peça dessas! — Pagar? Mas as joias são da senhorita! — O-o quê?! — Milana perguntou, tirando os brincos, horrorizada. — Onde está Wayne? O mordomo não entendeu, mas foi chamar o patrão. Quando recapitulou o que tinha se passado, Wayne balançou a cabeça. — Ela não sabia!! Diga que você… que você se enganou! O mordomo voltou para o quarto, onde Milana estava tentada a tirar o vestido e ir embora! — Per
A namorada de Gabriel não estava em nenhum lugar que Milana pudesse ver. — O que deseja falar, senhor Gabriel Ryan? — A sós? Ela inspirou fundo.— Não acho apropriado — ela respondeu e Gabriel a encarou por uns momentos, antes de sentar-se. — Tio, pode nos dar licença? — Ele fica — Milana disse firme. Ela não queria que ninguém os visse cochichando sozinhos. Não, ela teria cuidado, porque naquele meio, ela poderia se dar muito mal. E o cargo dela como delegada poderia ser tirado dela se ela se metesse em algum escândalo com gente daquele nível. Sentindo que algo não ia bem, Wayne levantou e inclinou-se em direção a Milana. — Vou buscar bebidas. Tudo bem? Ela compreendia que era a forma mais educada e que não levantaria suspeitas dos outros. — Tudo bem — ela falou, com a mão quase no rosto de Wayne, como se trocassem algum segredo. Ele sorriu com charme para ela e tocou-lhe no queixo. Gabriel apertou os punhos debaixo da mesa. — Que porra, Milana? — ele perguntou e ela mexeu