AUTOR— Eve? — Archer a sacudiu de leve pelo ombro. — Meu bem?Eve piscou algumas vezes e olhou em volta. Eles estavam sozinhos, sentados à mesa. — O que foi? — Acho que eu quem devo perguntar isso, né? — Ele franziu a testa, mas não de irritação, e sim de preocupação. — Você ficou… sei lá, aérea. Parecia prestes a chorar. Eve engoliu com dificuldade a saliva. — Me desculpa, eu só… — Ela olhou para as próprias mãos. — Eu só me lembrei de uma coisa triste. Só isso. Archer não perguntou o que era a tal coisa triste, pois mesmo gostando de perturbar a jovem babá, ele não era tão insensível. — Entendi. Eu vou só falar com algumas pessoas. Já volto, tudo bem? E aí podemos ir embora. Archer beijou a bochecha de Eve. Ele agiu naturalmente e ela pensou que ele estava fingindo para as pessoas ali, porém, Archer nem tinha se dado conta do gesto de carinho para com Eve. Ela tentou se concentrar em bebericar da taça de água e manter os olhos em Archer. Ela não conhecia nada e nem ninguém a
— Relaxa que não vou te sequestrar. — Ele brincou e Eve se remexeu desconfortável no banco do passageiro.Ele queria dizer que por mais que não soubesse o que estava acontecendo, queria poder ajudar. Mas como ele diria? Por isso, Archer achou melhor mostrar a Eve. “Ela vai ser a minha esposa. Nem que seja por um ou dois anos.” O carro parou em um bairro mais central. Era noite, mas não muito tarde, então havia barracas de comida e Eve ficou surpresa com a escolha de lugar, por isso, olhou curiosa para Archer. — O quê? — Ele perguntou e ela nada disse, apenas levantou as mãos e ele sorriu. — Vamos, eu vi que não comeu nada. — Sair do carro, assim? — Ela olhou para si e para ele. — E daí? — Archer, não é perigoso? — Com medo? — Ele levantou a sobrancelha. — Eu te protejo. Vamos. Archer saiu do veículo e abriu a porta do lado dela ajudando-a a sair do carro. Algumas pessoas os olharam, mas nada disseram. — O que você vai querer? — Ele perguntou assim que se sentaram. Eve olhou o
Archer deu alguns passos para frente, fazendo com que as costas de Eve se colassem ao carro. Ela o olhava com os olhos bem abertos. Ele levantou a mão e tocou o rosto dela. — Você tem medo de mim? — Archer finalmente perguntou. O tremor dos lábios de Eve indicavam que sim. Ele inclinou a cabeça para frente, a fim de chegar mais perto da boca dela, mas Eve inspirou fundo e prendeu o ar, o que o fez fechar os olhos, soltá-la e dar dois passos para trás. — Entre no carro. Eve o fez rapidamente, mas Archer ainda demorou um pouco. Ela olhou para o cachorro-quente no palito e ele já não parecia mais tão apetitoso. — Coma. — Não pode ficar me dando ordens o tempo todo! — Ela inspirou fundo, enquanto Archer colocava o cinto. — Eu não te trouxe aqui pra brigar. — Archer falou calmamente e olhou para Eve. — Eu só não gostei de como os caras estavam olhando pra você. Como se… Você fosse de comer, Eve. Bom, de certa forma, você é. Só que não pra eles. Archer suspirou e Eve não sabia o que f
ARCHERDepois de deixar Eve em casa, eu fui pra casa e aconteceu algo que há muito não rolava: eu sonhei. Quer dizer, pelo menos eu lembrei do meu sonho. Eve estava lá, com Rose. Estávamos à mesa do café da manhã, Eve me dava um beijo no rosto, Rose gargalhava. Depois eu ia para o trabalho. E eu juro que não tinha uma noite tão boa de sono como aquela há tempos. Decidi que passaria no apartamento delas antes de ir para a empresa. No caminho, pensei sobre algo: se Eve iria se casar comigo, e Rose era a minha filha… Não seria melhor que morássemos juntos? Quer dizer, seria mais cômodo. Melhor do que ficar indo e vindo. Nossas fotos da noite anterior já estavam na internet e, eu admito, me deu um certo orgulho. Eve era linda e, naquele vestido, com aquela maquiagem, ela ficou ainda mais bonita. E elegante. E sexy. Isso me fez lembrar dos infelizes lá da barraca de comida coreana. Eles a queriam! Pois que sonhem, porque Eve não era deles, ela… Tamborilei meus dedos no volante. Ela era
EVEUm medo absurdo tomou conta de mim. Archer parecia estar finalmente dando uma chance a si mesmo de ser o pai de Rose, eu podia ver nos olhos dele. Porém, onde eu ficaria? Ontem, depois daquelas lembranças invadirem a minha mente, eu não consegui deixar de pensar que se ele viesse atrás de mim, assim como a mãe da Rose, como as coisas ficariam? Eu não sabia sobre a mãe biológica da pequena, e nem se ainda estava viva, afinal, mesmo depois do meu noivado com Archer ser anunciado, ela não apareceu para reclamar a filha. Mas eu conhecia ele. Eu sabia que algo, no fundo da minha mente, não parava de apitar. Eu tinha me deixado levar pela chance de ter um lar, cuidar dessa bebê maravilhosa e esqueci completamente que uma vez que eu me envolvesse com alguém como Archer Galloway, eu poderia ser facilmente achada. — Claro que não! — Eu respondi e tentei me soltar de Archer, mas ele não deixou. Eu não entendia o que tinha acontecido com ele, mas eu podia jurar que aquele homem estava fler
AUTOREve sentiu Rose descendo pelo braço dela, mas logo, uma mão segurou a pequena, bem como a ela mesma, pela cintura. Ao levantar a cabeça, por sobre o ombro, ela viu os olhos de Archer, dessa vez, mais gelados do que nunca. — Senhor, nós já estamos retirando a intrusa… Archer empurrou o segurança e puxou Eve para ele, acariciando a cabecinha de Rose. — O que diabos vocês estão fazendo? A minha filha quase caiu! E… — ele olhou para o braço de Eve, que estava com as marcas dos dedos do segurança. — Você machucou a minha mulher. Essa última parte ele falou por entre os dentes. Os seguranças se entreolharam. — Senhor Galloway, a senhorita da recepção… — Vocês dois podem passar no RH. Mesmo que Eve não fosse esperada aqui, vocês não poderiam tratá-la dessa forma, ainda mais com uma criança no colo. Ela quase se machucou! Archer não deu chance para que os homens retrucassem. Ele beijou a cabeça de Rose, que começou a se acalmar e estendeu os braços para ele. Archer a pegou e olho
Eve arregalou os olhos e partiu os lábios. “Olha só essa boca, tão apetitosa…” Archer começou a se aproximar mais e, como Eve não se afastou, ele continuou. A porta do escritório se abriu de sopetão e Eve deu um pulo para trás. Archer levantou os olhos e viu Lennon, que tinha um enorme sorriso no rosto. Isso é, até ver a expressão do amigo, a de quem estava prestes a matar alguém. — Ah! — Lennon coçou a nuca. — Eu… Caramba… Querem que eu segure essa bebê linda? Assim vocês podem continuar. Já pretendem produzir um irmãozinho pra ela? O rosto de Eve estava como um tomate maduro e ela queria que um buraco se abrisse ali mesmo. Archer apertou os lábios. — Lennon, cala a boca! — Ele gritou. — Que história é essa de ficar falando sobre as nossas intimidades…? Não vê que Eve está constrangida? — Desculpa, Eve! — Lennon falou e Archer estalou a língua.— O que você veio fazer aqui? — Ah! Eu vim… Bom, te chamar pra sair depois do trabalho. — Lennon olhou para Eve. — Prometo que não vo
Eve esfregou os olhos e olhou para Rose, que se remexia na cama. A porta do quarto delas estava aberta. Com cuidado, Eve se levantou, fechou a porta do quarto e foi para a de entrada, espiando pelo olho mágico. Era Archer e ele parecia não estar muito bem,já que estava apoiado na porta. Ela não entendeu o motivo de ele não ter destrancado a porta, já que Archer tinha as chaves. “Eu pergunto depois, ele pode estar passando mal!”Eve abriu a porta e Archer praticamente caiu em cima dela. E foi então que ela sentiu o cheiro de álcool. Pânico começou a se espalhar pelo corpo dela, que quis empurrá-lo de volta para o corredor e trancá-lo do lado de fora. — Eve… — ele quase choramingou e a abraçou, andando para frente, fazendo Eve ir para trás e, finalmente, cair no sofá. — Hmmm… tão cheirosa. Ele levantou a cabeça e sorria bobo. — Você é muito linda. — Apesar da fala arrastada e enrolada, Eve conseguia entender o que ele dizia. — A-Archer, é melhor você ir embora. Ele fez beicinho