Capítulo 283 Nazar Meus pensamentos ficaram uma bagunça. Neide estava doente. E eu estava aqui, jogando um joguinho idiota, tentando provocar uma mulher que nem era ela. A irmã gêmea dela viu tudo. Passei as mãos no rosto, exasperado. — Porra, Alexei… Por que você não me avisou antes? — Porque você estava com a tia, já disse. Não pensei que viesse. — Deveria ter me avisado, ligado, enfim... Como ela tá? — Com sintomas leves, mas precisa repousar. Está sendo cuidada. Apertei os punhos. Eu deveria estar lá. — Eu vou ver ela. Alexei ergueu uma sobrancelha e bufou. — Já aviso que não pode visitar. Vai querer ficar de quarentena por precaução? Tem as mulheres, crianças e a tia, não dá pra arriscar. Fechei a cara. Ele estava certo, e eu odiava admitir. — Merda. — Pois é. Você foi esperto pra chegar no topo da máfia, mas é burro pra caralho quando se trata de mulher. Alexei riu, balançando a cabeça. — Tá rindo do quê? — rosnei, cruzando os braços. — De
Capítulo 284 Nazar Fiquei ali, olhando para ela, sentindo vontade de contar tudo o que aconteceu, não queria esperar. Eu não conseguia. Talvez fosse egoísmo, mas Neide sempre foi a única pessoa, além do Alexei, que me olhava como se eu fosse alguém que merecesse mais. E agora, depois de tudo, eu queria que ela soubesse. — Neide — chamei, me aproximando um pouco mais da cama. Ela me olhou, os olhos ainda pesados pelo cansaço. — O que foi? — Eu descobri coisas sobre mim. Sobre a minha família. Ela franziu o cenho, curiosa. — Que tipo de coisas? Engoli em seco. Não sabia bem como dizer, então simplesmente soltei. — Alexei é meu irmão. Os olhos dela se arregalaram de surpresa. — O quê? — Assenti. — E não é só isso. A Anastasia também é minha irmã. Eu sou filho do Maxim Kim. Neide piscou algumas vezes, assimilando tudo. — Nazar… — Ela levou uma mão trêmula até a boca, respirando fundo. — Meu Deus… — Eu conheci a minha tia — continuei. — A irmã da minha m
Capítulo 285 Nazar Fiquei ali sentado ao lado da cama, observando Neide enquanto ela dormia. O peito subia e descia devagar, mas sua respiração estava pesada. Algo estava errado. Inclinei-me e toquei sua testa com as costas da mão. — Merda… — Ela estava quente demais. Levantei-me imediatamente e fui até a cômoda, pegando um termômetro azul que vi. Coloquei sob sua axila e esperei, impaciente, enquanto os segundos pareciam se arrastar. Quando o aparelho apitou, olhei o visor. 39,2° graus. Fechei a mão ao redor do termômetro e soltei um longo suspiro pelo nariz. Isso não era bom. Sem perder tempo, fui até o banheiro, peguei uma bacia, enchi com água fria e levei junto com um pano até a cama. Molhei o tecido e torci, depois coloquei suavemente sobre sua testa. Neide se mexeu, desconfortável. — Tá frio… — murmurou, com a voz rouca. — É pra baixar sua febre, mulher teimosa. Ela abriu os olhos apenas o suficiente para me lançar um olhar irritado, mas não teve forças para protes
Capítulo 287 Nazar Os últimos dias foram… diferentes. Passei uma semana inteira cuidando da Neide, algo que nunca imaginei que faria por alguém. No começo, ela tentava reclamar, mas no fundo eu sabia que gostava da atenção. Teimosa do jeito que era, jamais admitiria. As febres foram diminuindo aos poucos, e cada noite que passava eu sentia que ela estava melhor. Mantive minha palavra e não saí do lado dela. Fizemos o teste de COVID assim que ela melhorou e, como eu já esperava, deu negativo. Agora não havia mais desculpas. Já podíamos voltar pra casa. — Não quero arrumar mala — Neide resmungou, jogando uma peça de roupa dentro da bolsa de qualquer jeito. — Ninguém quer. Mas se você quiser deixar pra trás essas lingeries que vi na gaveta, eu não reclamo. Ela me olhou feio e tacou um travesseiro na minha cara. Pelo visto isso é coisa de família. — Bobo. Ri e continuei dobrando algumas roupas. Terminamos de arrumar tudo em pouco tempo, e eu estava prestes a pe
Capítulo 287 Nazar O jeito que Neide me olhava, com aqueles olhos escuros cheios de desafio e desejo, fazia meu sangue ferver. Ela sempre queria provar que tinha controle, mas no fundo, adorava quando eu o tomava para mim. Mantendo seus pulsos presos acima da cabeça, deslizei minha boca por seu pescoço, mordiscando a pele quente, sentindo o corpo dela estremecer sob o meu. — Você adora quando faço isso. Eu sei exatamente como te fazer arrepiar — murmurei contra sua pele, sentindo sua respiração acelerar. Ela abriu a boca para retrucar, mas eu não deixei. Capturei seus lábios de novo, devorando sua boca com fome, sem espaço para gentilezas. Minhas mãos desceram firmes por sua cintura, pressionando seu corpo contra o meu, sentindo cada curva se encaixar exatamente onde eu queria. Soltei seus pulsos só para agarrar suas coxas e puxá-la para mim, abrindo espaço para tomar o que era meu. Neide cravou as unhas nos meus ombros, arranhando forte, deixando marcas que eu fari
Capítulo 288 Neide O caminho de volta para a casa de Alexei foi silencioso, mas confortável. Nazar dirigia com uma mão no volante e a outra descansando em minha coxa, um toque possessivo e despreocupado ao mesmo tempo. Eu ainda sentia os efeitos da última hora em cada músculo do meu corpo, mas nunca admitiria isso em voz alta. — Tá sorrindo por quê? — ele perguntou, lançando um olhar de canto pra mim. Cruzei os braços, tentando fingir indiferença. — Quem disse que estou sorrindo? Ele soltou um riso baixo, claramente se divertindo. — Você pode fingir o quanto quiser, baby, mas eu sei que te deixei satisfeita. Revirei os olhos, mas não consegui evitar um pequeno sorriso. Nazar era insuportável quando sabia que estava certo. Quando finalmente chegamos à casa de Alexei, desci do carro ajeitando a jaqueta nos ombros. — Vou chamar a Karen e fazer a troca antes que a Sofia perceba nós duas.. — Melhor... Nazar veio logo atrás, e assim que entramos, fui recebida
Capítulo 289 Neide Saí para a varanda, deixando Nazar para trás com Malu, dona Olga e as crianças. A porta fechou suavemente atrás de mim, diminuindo o riso ocasional vindo da sala. Karen estava ali, encostada no parapeito, olhando para a escuridão do jardim como se estivesse procurando paciência para falar. — Certo, fala logo — cruzei os braços, impaciente. — O que o Nazar fez? Ela soltou um suspiro dramático antes de se virar para mim. — Pensou que eu era você, e tive problemas pra mandar esse grudento pra fora do quarto. Eu pisquei, sem entender de primeira. — O quê? — Nazar. O seu Nazar. O Consigliere. Ele não sabia que eu existia? A minha reação foi imediata. Endireitei a postura, já sentindo a raiva subir. Só que também não contei nada pra ele. Como Nazar saberia? Muitas coisas passaram pela minha cabeça. Principalmente quando lembrei que ele gosta de apertar e bater na minha bunda. Isso me deixou com ciúmes. — Ele fez o quê?! Assim, só pra saber.
Capítulo 290 Neide Fomos caminhando devagar até o jardim. Segurei Andrey para Dona Olga, enquanto Malu trazia a Beatrice. — Maria Luíza, isso é um ótimo sinal para a Sofia. Você viu como ela está mais próxima de Nazar? Ele a carregou e passaram por vários soldados, mas ela ficou na figura do tio e não teve nenhum choque hoje, ou episódio de choro — comentei. — Sim, eu fico muito feliz. Nós conversamos com ela direitinho. Alexei explicou a importância de tratar Nazar como tio. Acho que pra ele isso é essencial, mas a Sofia sempre gostou dele. Isso acaba estendendo a confiança dela por essa casa. — Concordo. — Mas Neide... Agora mudando de assunto, você está furiosa com a cozinheira, né? — Não, na verdade com Nazar. Se ele não desse moral ela não invadiria seu espaço. — Olha, vamos ficar de olhos mais atentos com ela. Eu não quero dizer nada precipitado, mas tive a impressão que ela andou se aproximando demais do Yuri. A Ana não viu os olhares e tentativas de