Peço desculpas, publiquei invertidos os capítulos 86 e 87. Coloquei em ordem, verifique o capítulo anterior se você já leu.
Capítulo 88 Ayla O silêncio no interior da van era cortado apenas pelo som abafado das correntes que prendiam Maxim. Ele estava amarrado, desamparado, e finalmente sob meu controle. O olhar de desdém e superioridade que ele sempre usava havia desaparecido, substituído por uma expressão de pânico. Ele sabia que sua vida estava em minhas mãos, mas ainda assim tentava manter a pose. — Finalmente, Maxim. Quantos anos você passou achando que sairia impune de tudo o que fez? Quantas noites dormiu tranquilo, acreditando que nunca mais cruzaríamos o mesmo caminho? Ele não respondeu, apenas me encarou com os olhos semicerrados, como se calculasse a melhor maneira de sair daquela situação. Patético. Levantei-me do banco, aproximando-me devagar. O cheiro metálico do sangue no ar misturava-se ao suor frio que escorria por sua testa. Peguei um dos instrumentos na bancada improvisada da van — um pequeno bastão metálico, sólido o suficiente para fazer estragos, mas não o bastante para matá-
Capítulo 89 Don Alexei Kim Eu pensei que ficaria louco enquanto subíamos a estrada que levava até minha casa. A sensação de que algo estava terrivelmente errado não me abandonava. Nazar dirigia como se pudesse ler minha urgência, os olhos fixos na estrada enquanto eu tamborilava os dedos contra o braço do banco, a mente uma tempestade de pensamentos. Quando finalmente chegamos, desci do carro antes mesmo que ele parasse por completo, ignorando os olhares dos homens à minha volta. — Anastasia! — Gritei, entrando na casa com passos apressados. Os olhos de Malu encontraram os meus assim que atravessei a sala. — Alexei, o que houve? — Ela parecia preocupada, mas eu não tinha tempo para explicações. — Onde está Anastasia? — perguntei, a voz mais dura do que pretendia. Malu franziu o cenho, um brilho de hesitação passando por seus olhos. — Ela está no quarto, não está? Subiu há algum tempo. Não esperei para ouvir mais. Subi as escadas a passos largos, meu cor
Capítulo 90 Don Alexei Kim Chegamos em casa sob uma atmosfera pesada. O carro parou em frente à mansão, e, assim que desci, ouvi os gritos de Anastasia ecoando pela entrada. Ela estava completamente fora de si. Nazar permaneceu ao meu lado, segurando Yuri pelo braço, enquanto meus homens mantinham a segurança ao redor. — Traga o rapaz para o porão. — Minhas palavras saíram cortantes, mas controladas. — Quero ele bem guardado até que eu decida o que fazer. Nazar assentiu, puxando Yuri sem cerimônia, enquanto os gritos de Anastasia se intensificavam. — Alexei! Você não pode fazer isso! Ele não fez nada de errado! — Ela desceu as escadas correndo, os olhos vermelhos de chorar, tentando passar pelos homens que bloqueavam sua passagem — Fui eu quem o quis, eu que me entreguei a ele! — Anastasia! Já chega! — Minha voz ecoou como um trovão, fazendo-a recuar por um instante — Que porra, você só fez merda! O que acha que vai acontecer agora? Tem noção do problema que nos
Capítulo 91 Don Alexei Kim As paredes de pedra do porão que estávamos, abafavam os sons, tornando o ambiente perfeito para conversas que ninguém mais deveria ouvir. Nazar abriu a pesada porta de ferro, revelando Yuri amarrado a uma cadeira no centro da sala. A luz de um único abajur iluminava seu rosto, onde o medo e a confusão eram evidentes. Caminhei lentamente em direção a ele, a cada passo minha raiva aumentava. Yuri levantou a cabeça, o olhar fixo em mim, mas não havia desafio em seus olhos, apenas uma mistura de pavor e desespero. — Yuri Pushkin. — Minha voz saiu baixa, mas carregada de autoridade. — Parece que você tem muito a explicar. Ele engoliu em seco, mas manteve-se em silêncio. Nazar permaneceu ao meu lado, observando, pronto para agir caso eu precisasse. — Quem é você, de verdade? — perguntei, me aproximando até estar a centímetros dele. — O que estava fazendo com a minha irmã? — Eu... Eu não sei do que você está falando. — Sua voz era hesitante. Inclin
Capítulo 92 Don Alexei Kim Sorri para Malu, sentindo o calor de seu corpo junto ao meu, e decidi que, pelo menos por um momento, o mundo poderia esperar. Puxei-a pela cintura, trazendo-a ainda mais perto, enquanto seus lábios se encontravam com os meus em um beijo intenso e carregado de desejo. — Você sabe que me enlouquece, não sabe? — murmurei contra sua pele, descendo os lábios pelo seu pescoço enquanto sentia suas unhas arranharem levemente minhas costas sobre o tecido fino da camisa. Malu sorriu, mordendo o lábio, e começou a abrir os botões da minha camisa com uma pressa que denunciava o quanto também estava tomada pelo momento. — Não quero saber do que está acontecendo lá fora. Não agora. Só quero você, Alexei — disse, com a voz rouca e baixa, enquanto seus olhos brilhavam de desejo. — E eu, você... — a vi se arrepiar quando passei a mão na sua nuca, segurando seus cabelos curtos com força. Peguei-a nos braços, caminhando até a cama do quarto e a colocando
Capítulo 93 Don Alexei Kim Passamos um longo tempo ali, esquecidos do mundo e mergulhados um no outro. Foi só quando estávamos deitados, lado a lado, recuperando o fôlego, que ela quebrou o silêncio. — Alexei, você vai mesmo até Vladislav, não é? — Sua voz estava tranquila, mas o olhar preocupado denunciava o quanto ela temia pelo que estava por vir. Virei-me para ela, acariciando seu rosto com os dedos. — Não tenho escolha, Malu. Ele é a peça central disso tudo. Preciso saber o que está tramando e por que trouxe esse garoto para perto de nós. — Fiz uma pausa, fitando-a nos olhos. — Mas prometo que tomarei cuidado. Ela assentiu, respirando fundo, e puxou-me para um último beijo antes de se levantar. — Só... volte para mim, Alexei. Não importa o que aconteça. — Suas palavras foram firmes, mas a vulnerabilidade por trás delas aqueceu meu coração. *** Deitado ao lado dela, fiquei olhando Malu se levantar e começar a se vestir. Seus movimentos eram graciosos,
Capítulo 94 Maria Luíza Pisquei algumas vezes, ajustando-me ao novo dia, e virei a cabeça devagar. Meu coração se encheu de ternura ao ver Sofia dormindo tranquilamente entre Alexei e eu, os bracinhos esticados em um gesto despreocupado. Ela era tão pequena, tão perfeita. Sua respiração leve parecia uma melodia suave que acalmava minha alma. Passei a mão delicadamente pelo rostinho dela, tentando não acordá-la, enquanto sorria para mim mesma. O movimento ao meu lado chamou minha atenção, e vi Alexei despertar. Seus olhos encontraram os meus, e ele abriu um sorriso preguiçoso, mas caloroso. — Bom dia, meu amor — murmurei, mantendo a voz baixa para não acordar Sofia. — Bom dia, Malu — ele respondeu, sua voz rouca e baixa. — Dormiu bem? — Muito. Ele riu suavemente, inclinando-se para beijar minha testa antes de virar o olhar para Sofia. — Ela dorme como se o mundo não tivesse preocupações... Queria ter esse privilégio. — Ela tem você para protegê-la.
Capítulo 95 Don Alexei Kim Don Antony, Maicon, Fred e Nazar, me acompanharam até o porão. Yuri estava amarrado, um pouco pálido na cadeira. — Esse rapaz esteve fora do país por muitos anos, Don Alexei. Não sei qual versão ele te deu, mas não teve muito contato com Vladislav e Ayla. — Maicon comentou ao erguer o rosto do rapaz. — Ele me disse isso, mas não acreditei assim fácil. — Pode confiar Alexei. Se meu Consigliere diz é fato. Maicon nunca erra. Claro que sugiro que o mantenha sob seu domínio, mas não o mate ainda — Don Antony disse, e me aproximei. — Esse daí... Desonrou a minha irmã. Ainda preciso decidir como pagará por isso — falei irritado. — Não acredito! Sua irmã não é de menor? — Tem dezessete anos — falei. Don Antony e Maicon se entre olharam e ele fez um sinal, me chamando pra fora. O segui. — Olha Alexei. Sugiro que investiguemos isso o quanto antes. E pra você é melhor que o Yuri não esteja envolvido com aqueles dois. Você o faz casa