Ela estava ficando maluca. Não parava de pensar no que fez, no que aceitou e na atitude impensável de escolher Christian Harrison como seu namorado falso. Existiam tantos que seriam bem melhores, mais educados, menos safados e mais confiáveis, mas lá estava ele a encarando, pedindo para que ela aceitasse o acordo idiota que os faria serem falados por um bom tempo.Afundando o seu rosto na almofada e gritando como uma louca, ela tentava pensar em uma saída ou em como fazer com que isso não acabasse da pior forma possível.Chris era um safado conhecido, e em toda a sua carreira nunca havia assumido nenhuma namorada. Sempre foi um descarado. Aparecia nas manchetes, bebia e já foi preso por dirigir embriagado.E pior, ela era extremamente atraída por ele, como se o fogo fosse sugado pelo corpo sexy e o sorriso safado daquele homem.Como sobreviver a esse período de tempestade?— Não adianta surtar agora. — Keilly estava certa, só que isso não ajudava. Ela só conseguiria pensar em algo dep
Eles estavam juntos nessa, e ela não poderia estragar tudo, teria que cooperar. Mas aquele olhar... Ela conviveu tempo o suficiente com ele para saber que ele tinha algo em mente.— Não. Por quê? — Continuou sem entender.Chris parou um segundo para, pela primeira vez desde que chegou, varrer o corpo dela com seus belos olhos azuis. Ele mordeu os lábios ao ver que a mulher só vestia um moletom cinza que era bem curto. Aquilo era bonito de se imaginar sendo tirado.Sophia ficou arrepiada. Nunca pensou que ele a olharia dessa forma, pois sempre voltava ao passado, quando ele nem se deu ao trabalho de olhá-la nos olhos. Mas ela cresceu, emagreceu e seus peitos também aumentaram. Suas pernas eram consideradas umas das mais bonitas, e ele sabia disso.Ele se aproximou dela, hipnotizando-a e pondo uma dúvida sobre o que ela tinha em mente. Fez o que ninguém poderia imaginar naquela situação: pôs Sophia em seus ombros, assustando-a. Ela até deu um gritinho de desespero.— O que está acontece
— Para. Nada além de uma amizade vai rolar entre nós. — Soph estava tentando ser a pessoa que deixava de lado as diferenças. Ele tinha razão, e isso custou muito aos neurônios dela. Existiam vários fatores que colocariam tudo em risco, como, por exemplo, seu olhar matador, sua boca perversa, o calor que ela sentia sempre que ele estava a passos dela e a vontade de virar uma louca, jogá-lo na cama e transar com ele como uma maluca. Quantas vezes ela já tinha imaginado estar com ele em cima de uma cama? Uma vez rolou, só que eles estavam cercados de pessoas e câmeras, e nada daquilo era verdade. — Certo. Você está em negação. Prometo ser... — Ele respirou fundo, pois não queria dizer isso. — Ser paciente.— Ser paciente? — Franziu o cenho. — É algo muito certo: a única coisa que pode rolar é beijo.— Muito. Tipo, muito mesmo. — Ele achava que assim quebraria o clima, e conseguiu. Tirou um minúsculo sorriso dela. — Quem sabe uns pegas? Se você começar, não me culpe se a minha mão acaba
Com os nervos à flor da pele, Sophia se olhava no espelho pela milésima vez, tentando achar alguma coisa fora do lugar. Não tinha. Na verdade, era só uma blusa de alças finas com uma calça larga da cor preta e um sobretudo da mesma cor. Seus cabelos estavam soltos.Todo esse nervosismo tinha um porquê: seria a primeira vez que ela sairia de casa com Christian sendo seu “namorado”. Aquele beijo no estúdio rendeu muitas fofocas. As pessoas são como traças: quanto mais sabem, mais falam. O que faltava era eles confirmarem. Não precisavam dizer “estamos namorando”, simplesmente sair de mãos dadas e se beijarem ao ar livre, como se fosse normal tudo isso. Serviria.Só que não era nada fácil para ela. Soph nunca havia se preocupado com as roupas que usaria no dia a dia. Afinal, tudo que tinha, ficava bom nela. Na realidade, essa não era a sua preocupação, e sim confirmar para Deus e o mundo que ela, a única em todo aquele tempo de carreira dele, foi a escolhida para ser sua namorada oficia
Com burburinhos em toda a Hollywood, comentavam e se perguntavam se a notícia de que o cafajeste de LA estava em um relacionamento sério era verdade. Os comentários se dividiam entre aqueles que achavam que era marketing para o filme que havia acabado de estrear e aqueles que não acreditavam em nada disso.Todos naquele evento estavam ao ar livre, com o final do dia sendo o plano de fundo. Era lindo quando o litoral de Santa Mônica entardecia e o sol tomava uma cor mais alaranjada, que, no céu que se destoava entre azul-claro e azul-escuro, dava um clima relaxante.Era ali que todos estavam, e não perceberam que os dois convidados mais falados de toda a LA chegavam ao evento. Particularmente, Sophia não queria ir, ainda mais ao lado de Christian. Além de os dois serem o assunto do momento, seriam fotografados juntos, questionados sobre a relação e motivo de fofocas no lugar. Não queria ter que lidar com tudo isso no mesmo dia em que, no píer, bem perto dali, Chris a surpreendeu com aq
Está na hora de agir, Sophia. Está na hora de ser a mulher determinada que você finge ser e tomar as rédeas das coisas. Sua carreira está em jogo. Finja que é verdade ou torne a mentira real.Ela realmente estava com os nervos à flor da pele, pensando em milhares de respostas.— Na verdade, eu o fiz correr atrás de mim — tomou postura, sendo firme e irônica, como as pessoas costumavam vê-la.Na frente dos famosos de Hollywood, a menina humilde que conquistou as telas da TV mentia sobre ser confiante desde os 15 anos. Na realidade, ela era um coelhinho sendo caçado pelos paparazzi desde cedo, e, com isso, precisou se moldar ao habitat. Ou mudava ou seria comida.— Acredita que ele ainda se esforça? — ela comentou.O roteiro não era exatamente esse. Eles diriam que se conheceram no set e que foi rolando durante as gravações, mas nada de Christian Harrison correndo atrás da garota do momento. No entanto, ele gostou da resposta, a qual fez Leny rir.— Eu diria que foi amor à primeira vist
Muitas mulheres já haviam entrado naquela casa enorme, mas Sophia não. Era a primeira vez dela naquele lugar. E ela era uma mulher muito observadora, estava sempre procurando detalhes. Não era para ela dormir ali, na cama em que outras podiam ter dormido, porém, inusitadamente, Christian a convidou.Sophia poderia ter recusado, mas não, lá estava ela, observando a casa, enquanto ele fazia sabe-se lá o quê. Ela pediu para que sua assistente lhe levasse uma roupa confortável para passar a noite. Suas residências não eram vizinhas, mas não demorava nem 20 minutos para chegar ali.Depois de um banho no qual ela pensou, diversas vezes, em estar com ele, botou um blusão enorme de crochê, cor creme, que deixava um dos seus ombros expostos e batia nas coxas. Estava com quase nada por baixo. Ela passou pela enorme sala, que tinha uma imensa parede de vidro, dando a visão de um belo jardim, e pelos corredores simples, onde se mesclavam a cor verde-musgo e um tom acinzentado meio amarronzado e t
Desconfiado do porquê da pergunta, ele bebeu, em um gole, toda a bebida do copo e tentou pegar algumas partes boas sobre o assunto que ela queria saber. Os dois eram cúmplices naquilo e Chris achava que podia confiar nela, todavia não entraria nos detalhes que desejava esquecer.A conversa rolou. Eles contaram histórias dos dois lados e, em muitos momentos, sentiram-se confortáveis. Talvez fosse a bebida, que não parou no primeiro gole. Entre risos e olhares, eles estavam cada vez mais perto um do outro.Sophia não sabia o que aconteceria e se Chris diria mais alguma coisa, mas ele já tinha dito o bastante, não se esquivou. Ela sempre quis saber mais sobre o seu ídolo, e descobrir como ele virou esse homem era o tópico mais importante ali. Dependendo do que ele dissesse, ela poderia, enfim, decidir se iria ou não continuar com aquele jogo no qual pensava em fazer.— Não foi fácil começar na indústria tão jovem. — Ele bebeu mais um pouco da quarta dose. — Eles disseram que eu tinha tal