"Estou bem", disse Juan Andrés, tremendo. "Não, você não está!", rebateu Paula, "pare de se comportar como uma criança. Eu sei que você me detesta, e vou lhe dizer que o sentimento é mútuo, mas neste momento você só tem a mim", falou com firmeza. Ela olhou para um móvel e se moveu para limpá-lo, depois voltou-se para Juan Andrés: "Vamos, levante-se". Ela estendeu a mão. Juan Andrés pegou a mão dela e, com a ajuda de Paula, levantou-se e foi até o sofá, deitando-se. Paula correu para os quartos, que estavam limpos, pegou uma toalha e uma bacia e a encheu de água. Voltou para a sala e começou a aplicar compressas na testa dele. "Acho que vou ter que ligar para os seus pais, para que eles mandem um médico", propôs Paula, vendo como ele estava se abraçando e tremendo. "Não se atreva!", rosnou ele, "prefiro morrer". Paula cerrou os punhos e seu corpo ficou tenso. "Você é egoísta", ela o repreendeu, "há muitas pessoas sem esperança que desejam viver, mas você, que é um homem saudável e fort
"Não!", gritou Juan Andrés, que se remexeu desesperadamente no sofá. "David!", ele soluçou, "Por que você fez isso?", ele perguntou.Paula se arrepiou ao ouvi-lo em desespero. Voltou a aplicar-lhe as compressas de água, mas ele estava inquieto, chorando desesperadamente, como uma criança com o coração partido."Quem poderia ser esse David?", ela perguntou, "Poderia ser um irmão? Ou alguém que o machucou?", questionou pensativa. "É por isso que você é tão insuportável?", ela questionou, sentindo pena dele, pois pela primeira vez ele parecia tão desamparado e indefeso, e ela sabia perfeitamente como era se sentir assim.Paula ouviu o som de um motor, olhou pela janela e viu um jipe. Sabia que eram os pais de Juan Andrés, que estavam acompanhados pelo médico. A garota correu e abriu a porta.Paz estremeceu ao ver aquilo, fechou os olhos e correu até o sofá velho, acariciando o rosto do filho."Meu filho, você está queimando", disse ela com pesar. Ela olhou para o médico, que imediatamente
Os olhos de Paula se abriram quando ela ouviu o galo cantar. Ela levantou a cabeça de repente e tudo girou ao seu redor, sua visão ficou embaçada e ela viu tudo escuro. Ela fechou as pálpebras novamente e apertou a cabeça com força. Juan Andrés olhou para ela de forma estranha, franziu a testa, pensativo."O que há de errado com você?", perguntou ele.Paula sentiu o desconforto passar lentamente e, dessa vez, abriu as pálpebras lentamente."Nada", respondeu ela, "vejo que você está se sentindo bem agora, precisa tomar seu remédio", disse ela."Remédio?", ele perguntou com curiosidade. "Com que dinheiro você o comprou?", perguntou ele.Paula inspirou profundamente e se levantou."Você estava muito doente ontem, liguei para seus pais e eles trouxeram um médico."Juan Andrés cerrou os punhos com força. Ele fuzilou Paula com os olhos, levantou-se imediatamente e se aproximou dela, agarrando seus braços com força."Eu disse que não queria ter nada a ver com eles!", vociferou ele, elevando
Juan Andrés conseguiu segurar o corpo de Paula antes que ela caísse no chão. Pela primeira vez, ele notou que ela não parecia bem, seu rosto estava pálido."Mamãe!", exclamou Christopher, piscando repetidamente para conter as lágrimas.Juan Andrés deitou a menina na cama, olhou para Cris chorando, e não sabia o que fazer, não sabia se havia um kit de primeiros socorros na casa, precisava de álcool ou algo para reanimar Paula."Não chore, garotinho, sua mãe vai ficar bem, fique com ela", ele pediu e foi imediatamente para a cozinha, mas a casa estava um caos completo, "Droga!" Ele voltou para o quarto, bufando, e deu um tapinha delicado nas bochechas de Paula, esperando uma reação.A garota começou a abrir as pálpebras, mas tudo estava embaçado, sua cabeça estava girando."Como você se sente?", perguntou Andrés."Muito tonta", respondeu ela, fechando as pálpebras.Juan Andrés franziu a testa, não era a primeira vez que Paula desmaiava, ele pensou sobre isso e bufou."Descanse", ele dis
Na cozinha, Cris se aproximou de Juan Andrés."Já estou com fome, vamos comer?""Eu também, eu estava esperando sua mãe se levantar, mas parece que ela vai dormir a tarde toda, vamos nos alimentar", ele propôs, "vá lavar as mãos, vá ao banheiro".O menino assentiu e, depois de um momento, voltou para a cozinha, molhando os lábios enquanto olhava para a comida."O cheiro é muito gostoso.""E o sabor é muito bom", disse Andrés, "sente-se na cadeira e coma".O garotinho saboreou o frango como se fosse a mais requintada iguaria. Andrés sorriu ao ver isso."Depois do almoço, vamos descansar um pouco e, mais tarde, tomaremos um banho."O menino balançou a cabeça."Não gosto de água fria", disse ele e sacudiu seu corpinho."Estará em água muito quente, você verá."O menino não se convenceu, mas continuou a se alimentar.*****Horas depois, Paula ouviu a risada alta de Christopher, franziu a testa, ouviu o barulho vindo de fora, levantou-se e olhou pela janela, depois observou Andrés e Cris b
Juan Andrés continuou dormindo, até que sentiu pequenas mãos o tocando."Você vai me levar para a escola?", perguntou o pequeno Cris.Andrew franziu a testa e esfregou os olhos. Ele se sentou na cama e bufou, virou o rosto e olhou para o garoto, seu cabelo não estava penteado, seus cachos estavam desgrenhados, sua jaqueta do uniforme estava ao contrário."Temos que nos apressar, ou não conseguiremos", disse ele."O que você vai me enviar?", perguntou ele.Juan Andrés coçou a nuca."Agora eu até me tornei uma babá", ele sussurrou suavemente.Ele se levantou e foi até a cozinha, por sorte Inesita havia lhe trazido iogurte, então ele serviu dois copos, um para ele e outro para o menino, e fez dois sanduíches. Um para o Cris comer no café da manhã e outro para ele levar para a escola."Apresse-se ou vamos nos atrasar", advertiu o menino.Cris devorou a comida rapidamente, correu para escovar os dentes e depois pegou a mochila e a lancheira."Estou pronto", ele avisou.Andrew colocou as co
Depois de deixar Cris na escola, Juan Andrés foi até a única pessoa que poderia ajudá-lo. Desceu do táxi e cancelou o serviço, pois o dinheiro que Inesita lhe deixou não era muito, e ele precisava conseguir um emprego no que havia estudado. Claro que não iria se humilhar na frente de seus pais.— Mas terei que aturar a Mariela — ele cerrou os punhos enquanto olhava para o prédio de uma das melhores agências de publicidade do país.Inalou profundamente, pensativo.— O que será pior, suportar o assédio dela ou vender suco nas ruas? — ele se perguntou.— Não, eu não me entrego facilmente — sussurrou.E quando estava prestes a entrar, ouviu-se a voz de Mariela.— Andrew! — ela exclamou e foi direto para ele.Mariela era filha do dono daquela empresa, era designer, uma das melhores. Era verdade que era uma profissional excelente, mas era muito possessiva, caprichosa e ciumenta. O que mais desejava na vida era ser a esposa de Juan Andrés.Ela se aproximou vestindo um terno de grife, muito f
Paula saiu do laboratório, com o braço dobrado no ombro e a mão segurando um algodão sobre a veia. "Era o último exame," avisou Paz, "obrigada por me acompanhar, imagino que você tenha coisas mais importantes para fazer," desculpou-se. "Eu não ia deixá-la sozinha," disse ele e suspirou profundamente. Paula notou que, a partir do momento em que Sérgio apareceu, o semblante da Sra. Duque mudou. Ela estava prestes a lhe perguntar o que havia de errado quando o especialista apareceu. "Eu estava procurando por vocês, tenho que ir para a cirurgia e verificarei seus resultados à tarde, Paulita," disse ele e a observou atentamente. Paz limpou a garganta. "E temos que vir à tarde?" questionou ele. "Sim, mas não é mais necessário que a senhora venha, Sra. Paz, vou conversar com Paula sobre seu tratamento, só vocês dois, a sós," ele enfatizou a última palavra. Paz balançou a cabeça, olhou para Paula com seriedade e depois para o médico. "Minha presença é necessária, pois a paciente é minha nora,