Na cozinha, Cris se aproximou de Juan Andrés."Já estou com fome, vamos comer?""Eu também, eu estava esperando sua mãe se levantar, mas parece que ela vai dormir a tarde toda, vamos nos alimentar", ele propôs, "vá lavar as mãos, vá ao banheiro".O menino assentiu e, depois de um momento, voltou para a cozinha, molhando os lábios enquanto olhava para a comida."O cheiro é muito gostoso.""E o sabor é muito bom", disse Andrés, "sente-se na cadeira e coma".O garotinho saboreou o frango como se fosse a mais requintada iguaria. Andrés sorriu ao ver isso."Depois do almoço, vamos descansar um pouco e, mais tarde, tomaremos um banho."O menino balançou a cabeça."Não gosto de água fria", disse ele e sacudiu seu corpinho."Estará em água muito quente, você verá."O menino não se convenceu, mas continuou a se alimentar.*****Horas depois, Paula ouviu a risada alta de Christopher, franziu a testa, ouviu o barulho vindo de fora, levantou-se e olhou pela janela, depois observou Andrés e Cris b
Juan Andrés continuou dormindo, até que sentiu pequenas mãos o tocando."Você vai me levar para a escola?", perguntou o pequeno Cris.Andrew franziu a testa e esfregou os olhos. Ele se sentou na cama e bufou, virou o rosto e olhou para o garoto, seu cabelo não estava penteado, seus cachos estavam desgrenhados, sua jaqueta do uniforme estava ao contrário."Temos que nos apressar, ou não conseguiremos", disse ele."O que você vai me enviar?", perguntou ele.Juan Andrés coçou a nuca."Agora eu até me tornei uma babá", ele sussurrou suavemente.Ele se levantou e foi até a cozinha, por sorte Inesita havia lhe trazido iogurte, então ele serviu dois copos, um para ele e outro para o menino, e fez dois sanduíches. Um para o Cris comer no café da manhã e outro para ele levar para a escola."Apresse-se ou vamos nos atrasar", advertiu o menino.Cris devorou a comida rapidamente, correu para escovar os dentes e depois pegou a mochila e a lancheira."Estou pronto", ele avisou.Andrew colocou as co
Depois de deixar Cris na escola, Juan Andrés foi até a única pessoa que poderia ajudá-lo. Desceu do táxi e cancelou o serviço, pois o dinheiro que Inesita lhe deixou não era muito, e ele precisava conseguir um emprego no que havia estudado. Claro que não iria se humilhar na frente de seus pais.— Mas terei que aturar a Mariela — ele cerrou os punhos enquanto olhava para o prédio de uma das melhores agências de publicidade do país.Inalou profundamente, pensativo.— O que será pior, suportar o assédio dela ou vender suco nas ruas? — ele se perguntou.— Não, eu não me entrego facilmente — sussurrou.E quando estava prestes a entrar, ouviu-se a voz de Mariela.— Andrew! — ela exclamou e foi direto para ele.Mariela era filha do dono daquela empresa, era designer, uma das melhores. Era verdade que era uma profissional excelente, mas era muito possessiva, caprichosa e ciumenta. O que mais desejava na vida era ser a esposa de Juan Andrés.Ela se aproximou vestindo um terno de grife, muito f
Paula saiu do laboratório, com o braço dobrado no ombro e a mão segurando um algodão sobre a veia. "Era o último exame," avisou Paz, "obrigada por me acompanhar, imagino que você tenha coisas mais importantes para fazer," desculpou-se. "Eu não ia deixá-la sozinha," disse ele e suspirou profundamente. Paula notou que, a partir do momento em que Sérgio apareceu, o semblante da Sra. Duque mudou. Ela estava prestes a lhe perguntar o que havia de errado quando o especialista apareceu. "Eu estava procurando por vocês, tenho que ir para a cirurgia e verificarei seus resultados à tarde, Paulita," disse ele e a observou atentamente. Paz limpou a garganta. "E temos que vir à tarde?" questionou ele. "Sim, mas não é mais necessário que a senhora venha, Sra. Paz, vou conversar com Paula sobre seu tratamento, só vocês dois, a sós," ele enfatizou a última palavra. Paz balançou a cabeça, olhou para Paula com seriedade e depois para o médico. "Minha presença é necessária, pois a paciente é minha nora,
Maria Paz deixou Paula em algumas ruas da escola do menino. A garota não queria que outras pessoas a vissem sair de um carro tão luxuoso, pois não gostava de dar explicações sobre sua vida."Amanhã virei buscá-lo, por favor, seja paciente com meu filho", pediu ela.Paula respirou fundo e assentiu com a cabeça."Eu terei paciência", garantiu ela e se despediu da senhora.Quando chegou à escola, ainda havia pais. Ela olhou para Lorenza, a mulher que tinha uma barraca no mercado e a quem costumava confiar as laranjas."Paula estava esperando por você", disse Lorenza em voz alta, "você não foi ao mercado, você ainda me deve dinheiro", exigiu em voz alta.Paula limpou a garganta."Vou buscar meu filho e depois conversamos", pediu ela."Vou esperar por você aqui", disse Lorenza, cruzando os braços.Paula caminhou apressada, entrou na escola e procurou a professora de seu filho."Já estou aqui", disse ela, agitada, "desculpe-me pelo atraso, pensei que outra pessoa estivesse vindo buscá-lo".
"É uma peça muito cara e não cabe nos locais onde trabalho", disse Paula com sinceridade."Não a comprei para você ir trabalhar", rebateu Juan Andrés, "mas para sair comigo". Ele a olhou nos olhos.Paula balançou a cabeça, estremeceu, lembrando-se de seu primeiro encontro com ele."Não acho que seja uma boa ideia, nossos encontros a sós sempre terminam mal, não quero estragar o vestido quando tiver que bater em você de novo." Ela levantou uma sobrancelha.Juan Andrés começou a rir."Você vive distribuindo socos?", questionou ele."Tive que aprender a me defender desde muito jovem, você não sabe como é viver no ambiente em que cresci, você tem que aprender a sobreviver", explicou.Juan Andrés se lembrou do incidente no ônibus, ele entendeu."Entendo", disse ele, "trouxe comida chinesa, você já experimentou?", perguntou.Paula balançou a cabeça. Cris estava tão concentrado na bola que não disse nada."Nunca", respondeu ela.Juan Andrés engoliu em seco novamente."Então vá e vista seu ve
"O nome do pai do meu filho é Paula Osório, porque eu sou o pai e a mãe dele, e não precisei de um homem para criar meu filho", enfatizou com firmeza, a cabeça erguida, cheia de orgulho."Muito bem", respondeu Juan Andrés, "então, se suas amigas, aquelas velhas fofoqueiras, me questionarem, eu darei a elas a sua versão", ele indicou e se levantou, "agora que estamos indo embora, eu entendo, você não acha que é hora de dormirmos juntos?" Ele inclinou os lábios e ergueu uma das sobrancelhas.Paula revirou os olhos, bufando de irritação."Isso não será possível, você não compartilha nada com pessoas de estratos inferiores como eu, se dormirmos juntos, certamente lhe passarei meus piolhos." Ele sorriu cinicamente, "então descanse um pouco, boa noite". Ele saiu do quarto.Juan Andrés bufou e mordeu os lábios, pois havia sido vítima de suas próprias palavras."Será que você sempre tem algo a refutar?", ele questionou sussurrando, "você é uma Paula Osorio arrogante". Ele suspirou profundamen
"Como está Paula?", perguntou Juan Andrés, com preocupação nos olhos.Ele tentou se recompor: "Sua esposa sofre de enxaqueca", ele mentiu, pois Paula, depois de recuperar a consciência, pediu que ele não contasse a Juan Andrés sobre sua doença."Enxaqueca?", ele perguntou hesitante."É verdade, mas estamos fazendo outros estudos, nós a estabilizamos e com o medicamento que administrei ela se sentirá melhor, vocês devem esperar o soro acabar", disse ele."Obrigado", respondeu Juan Andrés secamente.Sergio voltou seu olhar para o menino, engoliu a saliva com dificuldade e desapareceu nos corredores do hospital, chegou imediatamente ao seu escritório, pegou alguns medicamentos em uma de suas gavetas, tirou-os da embalagem blister e engoliu-os rapidamente, bebeu um copo de água, depois colocou as mãos sobre a mesa, respirando pesadamente, mantendo os olhos fechados, tentando livrar sua mente das lembranças passadas que o atormentavam."Descobrirei toda a verdade, provarei que você é culpa