Uma esposa de mentira. (Saga família Duque)
Uma esposa de mentira. (Saga família Duque)
Por: Angellyna Merida
Capítulo 1: Notícias devastadoras

Antes de ler esse livro devo informar que ele pertence a uma Saga, mas não é necessário ler os livros anteriores para entender esse, eles fazem parte da Saga Família Duque, pois estou contando histórias familiares desses personagens, mas elas são individuais, então não é necessário ler um livro antes.

"Também quero esclarecer que meu idioma nativo é o espanhol e a tradução foi feita por mim mesma, sei que tem erros e peço desculpas por isso."

****

"O tumor é maligno, você não tem muito tempo de vida, mas se você fizer a operação, há esperança!"

Essa frase soou violentamente nos ouvidos de Paula e ecoou em seu coração.

"Com quem vou deixar o Christopher?"

Foi a primeira coisa que ela pensou. Sua garganta ficou seca e sua pele formigou, ela não podia deixar seu filho sozinho.

"E quanto custaria a operação?", perguntou ela, com a voz trêmula e os olhos vidrados.

"Trinta e cinco milhões de pesos", disse o especialista.

Paula empalideceu completamente, agarrou-se a uma cadeira, pois nunca havia ouvido aquela quantia exorbitante em sua vida. Ela não tinha um emprego fixo, havia dias em que vendia o que podia nas esquinas de Manizales, outros em que trabalhava como garçonete em restaurantes, limpava prédios e casas, mas não conseguia encontrar um emprego que a ajudasse a lidar com sua doença. Ela não tinha diploma universitário e, por azar, não conseguiu terminar a escola, e o que mais a angustiava era seu filho, o garotinho tinha apenas cinco anos de idade.

"Quanto tempo me resta?", questionou ela, resignada com seu triste destino.

"Não posso dizer com certeza, pode ser três meses, mais ou menos", disse ele, ajustando os óculos, "a senhora deve se submeter a sessões de quimioterapia e, a propósito, deve manter registro de quando foi internada e de todos os exames realizados", disse o médico.

Paula engoliu a saliva com dificuldade, apertou as pálpebras, sentindo-se derrotada. Devia uma grande soma de dinheiro ao hospital pelos exames realizados, somado ao custo da operação. Também tinha que fazer quimioterapia, sentia que não podia mais continuar. Trabalhava dia e noite para que nada faltasse ao filho, ele era a única coisa que ela tinha em sua existência.

"Vou ver como consigo o dinheiro", sussurrou com voz fraca. Por dentro, sabia que era uma tarefa impossível, precisava de um milagre, e ele não acreditava mais neles.

Depois, ela saiu do hospital, caminhou pelas ruas da cidade com os ombros caídos e o rosto molhado, e, cansada, sentou-se em um banco de concreto em um parque.

"O que vou fazer?", sussurrou baixinho, abraçando a si mesma, tentando conter as lágrimas, mas era impossível. Ela não conseguia acreditar que tinha tão pouco tempo de vida. "Com quem vou deixar Christopher?", perguntou-se desolada. "Ele ainda é tão pequeno", soluçou, e sentiu uma pontada no peito, uma queimação que lhe corroía as entranhas.

Ela ficou lá por cerca de duas horas, chorando por seu infortúnio, e depois foi buscar seu filho na escola.

"Oi, mamãe!", exclamou o garotinho de olhos azuis vivos e cabelos loiros.

"Oi, querido, como você se saiu hoje?", perguntou e se abaixou até o nível dele.

"Bem, eu não pude jogar futebol com meus amigos, meus tênis estão muito apertados". Ele reclamou.

Paula sentiu uma pontada no peito ao ouvir seu filho, sua garganta ficou seca.

"Não se preocupe, farei bastante suco de frutas para vender nas ruas e comprarei alguns sapatos novos para você." Ela fingiu um sorriso.

"Promete?", perguntou o menino, olhando-a atentamente, "Sua cabeça está doendo de novo? Por que você chorou?", perguntou. Christopher era um menino muito esperto, e era impossível esconder coisas dele.

"Sim, eu prometo que vou comprar os sapatos para você. Não, eu não chorei". Paula mentiu: "Acho que vou pegar uma gripe, vamos para casa".

O menino assentiu, segurou os dedos da mãe com seus dedos pequenos e eles começaram a caminhar na direção de sua residência sob o sol escaldante.

"Estou com sede", disse o garoto.

Paula olhou para as poucas moedas que lhe restavam, entrou em uma loja e comprou uma garrafa de água para ele, mas notou como os olhos do filho brilhavam ao ver a quantidade de doces, seu coração se partiu e ela saiu com ele o mais rápido possível.

Depois de alguns minutos, chegaram ao quarto que ela dividia com sua amiga Luciana.

"Como foi no hospital? Recebeu os resultados?", perguntou a garota, que estava penteando seus longos cabelos, preparando-se para o trabalho.

Paula colocou os dedos sobre a boca, em sinal de silêncio, pois não podia falar na frente do rapaz. Não havia privacidade naquele cômodo, era um quarto de solteiro, com duas camas, uma mesa que Luciana usava como penteadeira e, ao fundo, uma cozinha compacta.

"Cris, querido, vá brincar com os vizinhos", pediu Paula ao filho.

O menino tirou os sapatos, que estavam prendendo seus dedos, calçou alguns chinelos e saiu em busca de seus amigos.

Paula imediatamente olhou para Luciana, balançou a cabeça, levou as mãos ao rosto e começou a soluçar.

"Preciso de cinquenta milhões de pesos, preciso fazer uma operação ou morrerei, preciso pagar a conta do hospital, não sei o que fazer", choramingou desesperada, olhou pela única janela que dava para o pátio e viu seu filho correndo, e seu coração se partiu em mil pedaços.

Luciana arregalou seus grandes olhos.

"O quê?", perguntou Luciana, e ficou branca como um lençol, "você não pode morrer, precisamos encontrar uma maneira de conseguir o dinheiro", falou com a voz trêmula, tentando parecer serena, mas a notícia a atingiu como um balde de água gelada, "o que vai acontecer com Christopher?", perguntou com a voz trêmula.

Paula soluçou alto, e Luciana se levantou e a abraçou, comovida.

"Não tenho esperança, apenas que a operação possa me salvar", sussurrou, ainda chorando, "não sei o que acontecerá com meu filho, tenho medo por ele". Ela gemia, tremendo de dor, tristeza e desamparo.

"Por que você não procura o pai da criança?", perguntou Luciana, "está na hora de esse homem cumprir sua responsabilidade..."

Paula ficou completamente pálida e um forte arrepio percorreu sua pele.

"Ele não!", gaguejou ela, trêmula.

Luciana franziu a testa.

"Por que você nunca fala sobre ele, sobre o que ele fez com você?"

Paula respirou fundo.

"Porque eu não sei quem é o pai do Christopher", declarou ela, olhou nos olhos de Luciana, mordeu os lábios, começou a chorar e, pela primeira vez, compartilhou seu segredo obscuro com a amiga; ela precisava desabafar e, se morresse, alguém saberia a verdade, e ninguém melhor do que Luciana para isso.

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