LíviaEscuto as batidas na porta, quero poder ignorar mas não sei a quanto tempo estou aqui dentro chorando como uma criança."Lívia" A voz de Alice soa calma."Já estou voltando para a aula, desculpe." Declaro ajeitando o amassado da saia.Puxo o papel higiênico passando nas bochechas querendo esconder qualquer rastro de choro. Mas ao olhar para a mochila e notar o pequeno rasgo feito pelo salto mordo a parte interna das bochechas. "Querida, o que aconteceu?" Dessa vez a voz dela parece mais preocupada."Nada Alice só precisei vir ao banheiro antes de ir para a aula." Declaro."Lívia as aulas acabaram já faz vinte minutos." Mordo os lábios nervosa retorcendo os dedos, sem saber como agir. Na verdade não quero sair daqui de dentro, quantas vezes sofri com atitudes piores do que a de hoje? Acredito ter ficado tão impactada por uma pequena parte dentro de mim acreditar, que sim, é verdade. Vendi a minha vida durante um ano para poder manter o único lugar que chamo de lar, os gestos ca
LíviaOs fios sedosos entre os meus dedos se misturam com as palavras amorosas e o calor no baixo ventre deixando todo corpo em chamas. Nossas línguas se entrelaçam enquanto suas mãos firmes descem para a minha cintura, entre beijos fortes roubando o fôlego e beijos leves deixando o desejo ainda maior. Suspiro ao tentar continuar, mas não encontro a sua boca, abro os olhos e vejo o sorriso charmoso estampado nos lábios avermelhados. As sobrancelhas grossas franzidas em meio ao brilho azulado, Bruno parece estar buscando controle enquanto seu peito sobe e desce com a respiração acelerada. Ele balança a cabeça em uma negativa."Precisamos parar, não tenho um autocontrole de ferro." Fala determinado com a voz um pouco rouca.Desvio o olhar sentindo o calor do sangue nas bochechas, sinto o desejo enlouquecendo os meus pensamentos. A ideia de ter ele é tão insana quanto a felicidade de saber que estamos nutrindo sentimentos um pelo outro. "Eu quero continuar." Murmuro.Escuto a sua risad
BrunoQuando chegamos no orfanato, admito com certo desgosto o quanto estou apreensivo imaginando as respostas da Madre em relação ao nosso casamento. De uma forma estranha, respeito a mulher e sei o quanto sua opinião é importante para Lívia.Me questiono se uma negativa faria com que ela abrisse mão do relacionamento, do que conversamos.Ela parece entender o nervosismo que percorre cada pedaço do meu corpo, apertando minha mão a todo instante. Suspiro enfeitiçado pelo cuidado dela, acho que jamais tive algo assim, mesmo meu tio cumprindo o papel de pai a sujeira da máfia sempre fala mais alto. Não existe inocência nos homens nascidos para herdar cargos na organização, é como se a maldade nascesse no momento em que somos gerados. A calmaria no pátio acaba fazendo a aflição subir um pouco mais pela minha espinha.Percebo a maneira como ela também parece estranhar a falta de movimentação, é quando damos a volta no pátio que duas irmãs parecem estar aflitas."Graças ao meu bom, Deus, me
Lívia Suspiro sentada no banco de cimento embaixo de uma pequena árvore do outro lado do orfanato, gosto de passar alguns momentos pensativos aqui, o vento frio e a pequena visão das estrelas pelo céu acalentam os meus medos. Uma semana atrás, sentei no sofá com minha mãe, Magnolia, confessei os sentimentos que tenho por Bruno e a necessidade que sinto em entregar-me para ele de corpo, alma e coração. Nosso encontro nesse mesmo orfanato, foi como um reencontro de almas, pelo menos é o que quero acreditar, afinal, um sentimento tão forte assim parece ter sido destinado. Não senti vontade de ir para o colégio nessa última semana pré-férias. O medo de encarar Barbara é enorme. Conversei com Miguel por mensagens em alguns dias e ele fez questão de acalmar os meus nervos falando que está bem com a irmã e mãe, mesmo após o pai dele ter sido encontrado morto há quatro dias. Talvez seja a pressão em pensar em um casamento tão jovem, o medo de que Bruno desista de mim ou as palavras da minh
Bruno Passar a semana inteira sem ver Livia foi como uma provação, para manter a sanidade no lugar acabei pegando mais pesado no treino em busca de alcançar um sono que a todo momento parece fugir pelos meus dedos. Organizando cada um dos contratos dentro da empresa, comparecendo a alguns jantares beneficentes e intimos, apenas para a escória que deseja apoiar Afonso como futuro prefeito. Marcando os meus pontos com o velho, pelo outro lado negociar e subfinanciando o concorrente tem se mostrado de grande benefício. O que coloca o homem em uma posição na qual não pode negar nenhum dos meus futuros pedidos, conferi as boates, os pontos de drogas, as vendas das armas certificando a segurança do território para a chegada do meu tio programada para amanhã. Diante de todas as negativas da minha garota, já sabia que algo estava errado, preferi colocar esse ponto como uma dúvida dela em relação aos preparativos do que imaginar que ainda estaria tendo alguma insegurança sobre nós. O que
Lívia A maneira como os olhos tão peculiares, me olham com devoção na baixa luz, faz perceber que a decisão não foi impensada. Todos os meus sentimentos com Bruno são intensos e a sensação de medo passa ao seu lado. Qualquer insegurança se desfaz no calor dos seus braços, a mão esquerda com alguns calos entre os dedos acaricia minha bochecha. Seu toque ativa a sensibilidade da pele fazendo com que o meu ventre se contraia , os lábios grossos se esticam como se ver as reações que causa, lhe dessem orgulho. "Minha garota" Murmura contra a minha pele. "Quer ser má comigo?" "Sim" Consigo responder sentindo o calor nas bochechas.Enquanto estava com os pensamentos incertos, ele continua sendo um porto seguro, buscando fazer o que acredita para me manter bem. Fui tão egoísta em pensar apenas em mim quando agora somos dois. "No que está pensando?" "Que sou muito egoísta em estar sempre procurando motivos para ficar insegura, quando você também tem os seus medos." Envolvo seu rosto com
Livia Nossos olhares se atravessaram em um acordo não tão silencioso, seu movimento veio cruel arrancando um gemido quase choroso da minha garganta, atingindo pontos por dentro tão alucinantes que o paraíso parece um grande pecado se comparado a chama causada por ele. Jogo o quadril na sua direção entrando no mesmo ritmo, fazendo nossa conexão vibrar, sinto a intimidade escorrer de tanto desejo assim, Bruno desliza facilmente e a brutalidade que começa a impor em suas estocadas me obriga a morder o lábio com força para conter os gemidos. Enlouqueço puxando sua nuca juntando as nossas bocas o beijo forte, movimentamos o corpo em uma ondulação perfeita. Meus mamilos duros contra o peitoral dele é tão excitante, desço as mãos pelos musculos duros, deixando as marcas das minhas unhas pela pele tão lisa. “Droga Livia” Rosna apoiando a testa contra a minha. “Buceta gulosa, ninfeta malvada.” “Brunoooo”. Gemo. “Porque essas palavras sujas me deixam tão excitada?” Sua risada baixa vem aco
Lívia Sem saber o que fazer ou embaraçada demais por ser pega no flagra pela Lia, começo a levantar da cama quebrada puxando o lençol que envolve a minha nudez. É quando um grito estridente preenche o quarto. "Ahhh senhor Jesus" Ela grita totalmente vermelha com os olhos arregalados.A batida na porta vem intensa e forte."Lia o que aconteceu?" Madre pergunta com o tom de voz já preocupado, "Lívia e Lia abram já essa porta, o que está acontecendo aí dentro?" Ela continuou perguntando enquanto senti o rosto ficar completamente enrugado de raiva para a delatora da minha amiga que grita o tempo todo, tampando a boca com a mão esquerda e usando a direita para apontar Bruno, segui seu movimento. O rosto um pouco corado deixando a pele branca ainda mais atraente por quase nunca ficar envergonhado, os ombros largos e fortes descendo no peitoral com uma enorme tatuagem de caveira preenchida nos olhos com círculos vazios e algo escrito em uma língua desconhecida. Suspiro apaixonada por ve