Bruno LafaieteControlo a vontade insana de perder o controle observando de dentro do carro a maneira como Karen e algumas colegas da boate batem em Barbara. A jovem loira chora como uma criança, adoro a maneira como se retorce sentindo na própria pele o gosto da humilhação que fez Livia passar naquele colégio durante todo esse tempo. Na última vez em que o fez, desestabilizou tanto a minha garota que acabamos em uma espiral de sentimentos dentro daquele banheiro. Tudo isso, porque a princesinha da família resolveu ser racista.Aperto as mãos envolvidas nas luvas de couro, passando o polegar em cima de um dos metais presos para intensificar o golpe.“Cinco minutos sem julgamentos?” Questiono para Marcos sentado atrás do volante a minha frente.“Até mais.”“Sinto uma vontade enorme em espancar essa garota, por mim mesmo.”“Querer não é poder, uma das regras mais importantes da organização se refere a não tocar nas nossas mulheres.”“Ela não é nossa e não devemos nada a ela.”“Mas manch
Bruno LafaieteUma batida, duas batidas, uma dor intensa causando um retorcer dos ombros para frente que a muito custo consigo manter a postura, a bile refazendo o percurso da garganta queimando e os olhos marejados doloridos.Busco na memória a primeira vez que senti algo tão intenso, doloroso e sentimental.Deveria ter percebido no primeiro instante que ela era capaz de matar um pouco mais dentro dessa besta voraz na qual hábito, talvez seja sua maneira inconsciente em trazer a luz do dia a verdadeira face que carrego.“Para inicio de tudo, você queria manter o orfanato.” Rebato fazendo com que ela arregale os olhos insultada, ergo a mão direita usando o indicador. “Para inicio de tudo, você não deveria estar escondida naquele banheiro, muito menos tentar me chantagear.”“Você estava disposto a colocar todas essas crianças na rua para construir mais um prédio.” Ergue as mãos para cima completamente irritada.“E o que te faz pensar que mudei de ideia?” Questiono.Como a porra de um s
LiviaÉ dolorosa a maneira como entra em mim, nossos corpos se chocando com brutalidade e o seu orgasmo tão intenso. Mordo os lábios sendo solta por ele, que vira-me de costas puxa os meus fios e entra dentro de mim por trás, estou tão molhada desejando tanto gozar, é fácil para Bruno penetrar segurar no meu quadril e continuar estocando com força, mesmo que o branco do seu semem esteja manchando o piso marrom.Arqueio a coluna, com a contração no ventre, os seios doloridos balançando e a força que preciso colocar para apoiar o copo contra a parede. Quero gritar, quero implorar, mas ainda sinto raiva pelas palavras que disse.Estou em um misto de sensações atordoando a minha mente, fazendo o calor se construir para o êxtase e no final ficar preso no meio dos pensamentos.O estalo do tapa acaba me acordando mais uma vez desse tormento.“Podemos fazer isso a noite toda.” Murmura desferindo outro tapa.“Bruno.” Consigo chamar seu nome em meio ao gemido. “Não consigo.” Admito.Quase começ
LiviaO ceu azul já começa a ficar alaranjado pelo final da tarde, em meio a todas as pessoas pedi para que o senhor Luiz me leve ao altar. Com um sorriso confiante exibe o braço do qual não recuso.“Está linda.”“E nervosa.” Confesso.As crianças se posicionam na frente e o restante das pessoas que organizaram o casamento contratadas por Bruno se movimentam.“Obrigada por não me entregar.” Mordo o lábio ao agradece-lo.Soltando uma risadinha cumplice dá duas batidinhas na minha mão direita apoiada em seu braço.“Eu já fui jovem, querida.” As memórias felizes brilham em seu olhar quando para de falar, para logo em seguida ter uma pequena dose de tristeza. “Aproveite o seu amor o quanto puder, o tempo não tarda para ninguém, além disso, relacionamentos se constroem com dedicação, cuidado, perdão e uma dose persistente de amor, porque quando erros acontecem é o amor que nos mantém firmes e a dedicação que mostra o quanto valeu cada minuto gasto.”Fico emocionada com seu conselho, parece
BrunoSeguro o corpo de Livia antes que bata a cabeça no chão, saio correndo com ela pela sacristia sendo acompanhado por Marcos que abre a porta que dá para o orfanato. Avanço pelo lugar enlouquecido para o quarto da minha garota, a colocando em cima da cama e dando leves batidas em seu rosto, pouco me fodendo para os outros ou a conversa ridícula que tem ao meu lado. Deixo que Gianni se resolva com Alejandro Vasquez o maior contrabandista de mulheres do México.Na época lembro do quanto foi desgastante para meu tio conseguir provar que não havíamos pegado sua única herdeira que acabará de nascer e foi sequestrada, engraçado como o destino resolveu puni-lo pelas atrocidades que cometia com tantas mulheres. Alguns dizem que desde então, passou a vender mulheres que se oferecem como pagamento de dividas por livre e espontânea vontade, outros afirmam que a venda de drogas é mais lucrativa principalmente quando se fecha negócios com Estevão.“Mi Hija.” Escuto o sotaque espanhol próximo d
LiviaCada batida do meu coração é descompassada, cada momento em que estivemos juntos e os sentimentos compartilhados juntos agora parecem ser pedaços de fuligem arrastados pelo vento após o incêndio. Olho para o mar azul, completamente decepcionada com a maneira cruel na qual foi capaz de mentir.O dia lindo e o entardecer perfeito se transformaram em um caos, dois desconhecidos afirmando serem os meus pais no meio do que deveria ser o meu casamento descubro que o noivo é um mafioso, depois de ter sacado uma arma do quadril.Jesus..Ele, o tio e o padrinho do casamento todos armados.Esses dois que se intitulam os meus pais os acusando de terem me roubado ainda bebê, também armados. Desvio o olhar dele querendo segurar o choro preso na garganta, atrás de Gianni, minha mãe Magnolia está com o rosto assustado e marcado pelas lágrimas de dor enquanto segura o braço machucado pelo homem que disse ser o meu pai.“Vamos Livia, em casa poderemos conversar sobre tudo e lhe contar a verdade.
BrunoBalanço a bebida dentro do copo de vidro outra vez, admirando a maneira como ela está lidando com tantas informações ao mesmo tempo, se abaixando e sorrindo para as crianças que comem pedaços de bolo como se nenhum problema existisse. Ao contrário da Madre, essa nem ao menos consegue olhar na minha cara, enquanto Lia resolveu aderir aos modos da melhor amiga, agindo naturalmente no meio dos poucos convidados que se resumem as crianças, meu tio, Luiz e os Vasquez.Travo o maxilar quando os pensamentos pendem para os últimos sentados em uma mesa redonda, analisando tudo ao redor, como se buscasse qualquer motivo para levar a minha esposa embora.“Precisa controlar a raiva.”Suspiro escutando a voz do padrinho próximo demais.“Achei que ainda estivesse conversando com a Madre.” Resmungo.“Por mim mataria Alejandro, deixou o braço da mulher completamente roxo e dolorido.”Bufo sem responder, ele não é o único que deseja a cabeça do mexicano, porém, ao que tudo indica o filho da mãe
LiviaSeguro com carinho o braço machucado da madre, enquanto Lia passa uma pomada, entrelaçamos as mãos quando a comissária anuncia que o voo irá decolar.Em seguida começamos a fazer uma oração junto com ela, o jatinho por dentro parece algo saído das revistas de pessoas ricas, todo em tons de bege e marrom, com poltronas largas, no fundo uma mesa na qual Bruno se sentou com Gianni, pediram uma bebida e junto com Marcos iniciaram uma conversa sem fim.Algumas horas depois, Lia e eu, suspiramos em alivio com a mamãe ressonando contra o encosto do banco antes de nos fazer iniciar uma nova oração.Acenamos em concordância e retirando o cinto, vamos para as poltronas que ficam na frente dela e permitem que conversemos baixo o suficiente por ficar lado a lado.“Eu deveria ter seguido o seu conselho, desmarcado o casamento.” Murmuro.Com os ombros caídos, acabo deixando as lágrimas brotarem outra vez, apertando as mãos contra o tecido do vestido sujo.“Não, você tomou a atitude certa.” L