A luz do sol do invadiu todo o quarto iluminando todos os objetos e suas paredes de cor creme. As cortinas balançaram trazendo o vento fraco da manhã, movendo os cabelos negros do homem adormecido na cama. Mas assim que o sol subiu para seu rosto ele abriu os olhos com pesar. Odiou ser acordado por algo assim. Ficou piscando sem parar, esperando pelo momento certo de não ter mais que lutar contra a claridade que invadia tudo ao seu redor. Ele suspirou, enfim passando as mãos pelos cabelos negros os bagunçando mais do que podia estar. Jogou sua cabeça na cama lembrando-se do seu sonho. O sonho mais lindo da sua vida...Não foi um sonho...O choque de realidade o invadiu de súbito. Sentou-se na cama tão rápido que sentiu uma leve tontura, mas não ligou. Olhou para todo o quarto procurando por algo que confirmasse para seu susto que havia mesmo dormido com a mulher da sua vida. A amado durante quase toda a madrugada e que nada tinha sido além de um bom sonho. Contudo, o próprio quarto re
Ele levantou indo até suas roupas jogadas perto e pegou sua cueca, calça logo se vestindo. Porém, onde estava a camisa branca? Olhou ao redor coçando a cabeça tentando se lembrar de alguma coisa, mas nada vinha à mente, resmungou com raiva e pegou o colete no chão também. Foi ao banheiro notando que estava tudo intocado. Aquele não seria o quarto de Amice? Devia ter mais coisas suas além do seu cheiro que fazia bem ao Dickson de uma forma inexplicável. Sorriu para o espelho, ele esperou tanto, se segurou o máximo que pôde e na noite anterior, soltou todo o seu desejo, suas vontades e seu amor guardado para aquela mulher.Somente para ela. Nenhuma outra se comparou a sua donzela naquela cama. Gemendo seu nome, dizendo o quanto amava e que não aguentava mais esperar por seus toques. A cada gemido, arfada, arranhada, ele se sentia mais amado e fez de tudo para que Amice pudesse sentir o mesmo, porque mesmo de uma forma louca e distorcida, ele gostava dela ele amava ela.Quando a proposta
Os olhos perolados de certa dama brilhavam com as lágrimas que escorriam molhando todo seu rosto belo e delicado. A saída do bordel de sua grande amiga nunca fora tão dolorosa quanto no momento em que seguia adiante desde que fechara a porta do lugar esperando nunca mais ter que voltar.O vestido longo com um decote mostrando metade de seus seios fartos cobertos pelos fios róseos combinava com o acabamento de suas vestes, cobriam seu corpo magro e cansado, porém, tão satisfeito que o sorriso se mostrava na face molhada. Os cabelos róseos caiam sobre o manto atrás que se arrastava no chão já que era bem maior que seu corpo, maior que o vestido e tudo que ela vestia agora.Amice Elizabeth jamais conseguiria segurar aquelas lágrimas. Sabia desde o começo que tudo podia dar errado. Mas ele havia mesmo voltado, suas esperanças de tê-lo em seus braços foram finalizadas, ela foi dele, ele dela ao menos uma vez naquela vida medíocre que levava. Ela o amava demais para chegar aonde chegou, deu
— Você cumpriu sua palavra, Lorde Brodonmor... – Abaixou a cabeça, sentindo a mão d’ele a soltar e passar por seu corpo parando em sua frente. Encarou seus olhos negros. Ah, ele também era bonito, carinhoso, romântico a amava tanto e ela não merecia todo aquele amor. —... E eu, cumpri com a minha.Ele sorriu pelo nariz dando às costas a mulher e se aproximou da mesa repleta de gostosuras. Pegou uma garrafa de vinho depositando um pouco em sua taça de cristal com pedrinhas de ouro e olhou para a mulher que apenas mantinha sua posição, dura, impecável, uma grande mulher, uma grande mulher cuja roubou seu coração de forma dura, não o fazendo ter escolhas ou olhos para outra. Ele bebericou um pouco de sua bebida e abaixou os olhos.— E como foi a sua noite? - Questionou, mesmo que não quisesse ouvir a resposta.Amice desviou o olhar para o lado, admirando a grande cama de casal, aquela que dormia todas as noites em que era chamada, ou melhor, aquela que foi lhe dada com uma ou duas condiç
Seu olhar percorreu todo o teto antes de virar o rosto para encarar os olhos negros de Alexandre. Ele abriu um sorriso e Amice o acompanhou. Esticando seus braços ao sentar na cama, Alexandre levantou sem se incomodar com a nudez que mostrava a mulher. Já não se importava mais quando há tinha o dia inteiro a sua disposição apenas para seu deleite na cama para ver e se encantar ainda mais com seus sorrisos e palavras doces. Não. Ele não a tinha dentro de seu quarto somente para o sexo, a amava de verdade. Adorava ver seu sorriso. Suas jogadas de cabelo, as surpresas que lhe eram feitas no decorrer do dia acabando com seu coração. Conhecia cada curva do corpo dela por contemplo, nua desfilando para sua felicidade. Ah, passar o dia trancado em seu quarto era sua diversão preferida.Amice rolou na cama quando viu o homem entrar no banheiro, se enrolou no lençol e cobriu seu corpo inteiro levantando da cama. Não entraria no banho com o lorde, pois sabia que acabaria com mais uma rodada de
Ele a tinha visto.Ele viu Amice no reflexo daquele espelho. Não era alucinação, ou era?A porta estava entreaberta, ele viu os olhos claros e doces, mas tão safados entre quatro paredes.— Lorde Dickson – A voz daquele homem o irritou no momento em que ele sentiu o cheiro de Amice, mas não vinha de nenhum lugar... Virou para o homem e o encarou mais de perto com atenção... O aroma vinha dele. — Suponho que mude de ideia quanto às terras. Darei um tempo para você pensar.— Ainda penso em não vender. – Foi duro, assim como sua expressão. Alexandre se colocou a sorrir, mas por dentro, tudo que queria era acabar com o rosto bonito daquele homem. Jasper tinha que vender suas terras, tudo aquilo tinha que ser seu. Lorde Jasper era uma ameaça ao seu futuro casamento. — Passar bem Lorde Brodonmor.Jasper virou as costas e olhando para todos os cantos daquela sala, saiu da mansão do Lorde que se enfureceu no mesmo segundo em que a porta foi fechada. Não. Jasper tinha que mudar de ideia, vende
— Entre, por favor, tome um banho comigo. E não se preocupe, eu não gosto de mulheres. – Avisou rápido e a pequena criada apenas abaixou a cabeça novamente e entrou.Elas sorriram e Amice virou para pegar mais uma toalha, suspirou baixo ao encontrar Alexandre na porta, ele a fitava sem graça, olhou a mulher mais atrás e voltou para Amice que sustentou seu olhar. Sabia que tinha errado ao descer somente para ver Jasper. Alexandre podia ser um homem muito carinhoso, simpático e maravilhoso, mas levava seus compromissos a sério e esperava o mesmo do outro lado. Mas como uma mulher que não estava disposta a mostrasse feliz, mesmo sabendo que estava errada, ela fingiu não notar esse impasse entre os dois, virou as costas e entrou na banheira ao lado da mulher que mesmo tímida, sorria, alheia ao homem que assistia ambas.Alexandre saiu do quarto com o cenho franzido, o sol já ia se pôr, o seu jantar com Amice logo, logo seria servido e ele só pensava nas terras do Dickson, já pensava em tu
— Viemos falar com o Lorde da casa, ele se encontra?— Sim. Acompanhem-me. – Ela o olhou de cima a baixo novamente e deu as costas, voltando a subir as escadas e Jasper a acompanhou com Eliott.Entraram na mansão admirando todo o lugar. Eliott mais ainda, ele nunca tivera esse tipo de moradia de riqueza, de gentileza, nem mesmo um Oi das pessoas somente por ser um filho pobre de pescador. Nem mesmo seus pais o conheceram quando pisou na casa velha que ainda moravam. Ele odiou aquele lugar com todo seu coração. Não queria ver seus pais daquela forma, vivendo naquela miséria que sempre fora o jeito que conheceram. Antes de voltar para o mar, ele deixaria metade de tudo que ganhou para seus pais, os fariam felizes e deixaria que ambos vivessem seus últimos dias muito bem de vida, longe daquela casa velha, longe daquela solidão.As portas do escritório foram abertas novamente em sua frente, e Jasper teve uma nostalgia da casa de Alexandre, olhou para todos os lados da sala para não ter o