Daniel
Aquela manhã de segunda-feira, tão igual a tantas outras, trouxe um gosto amargo na boca de Daniel. Embora estivesse cumprindo a última vontade de seu antigo professor, mentor e amigo, sentia um peso na alma. Ter o direito de exploração e de se tornar detentor de metade de algo que poderia mudar a vida da humanidade, não o fazia se sentir melhor. Sabia que o caminho seria árduo e que teria que enfrentar inúmeras batalhas até ver a Fosfo transformada em um remédio. E ainda tinha o problema com a Universidade, que não fazia nada que a pusesse em maus lençóis com o governo. Olhou pesaroso para o advogado que acabara de
CarolNaquela noite, deitada em sua cama, Carol sentia-se frustrada. Não esperava ter sucesso em sua empreitada logo de cara, contudo, nutria uma fina esperança de que alguém pudesse dizer que o conhecia, ou que pelo menos se lembrava de Daniel. Será que ele havia desistido do curso? Não é nada incomum os alunos se matricularem num curso, enquanto esperam a lista de aprovação de outras Universidades. Talvez esse fosse o caso do rapaz. Matriculou-se e depois foi embora. Isso explicaria porque ninguém se lembrava dele.Mas então, outro pensamento a atormentou: Se fosse assim, o que uma foto dele estaria fazendo num livro da sua biblioteca
DanielDaniel deixou a sala de reunião com uma raiva incontida. Como pôde ser tão tolo ao deixar Renan levá-lo a uma reunião que, bem lá no fundo, sabia que não iria dar em nada? Ainda teve que aguentar a arrogância do velho, olhando-o por cima dos óculos, como se eles fossem míseras baratas prontas para serem esmagadas. Como odiara cada momento daquilo. Trabalhar com o Professor Alberto o ensinara a ler os meandros das palavras contidas nas bocas dos manipuladores. Odiava ser manipulado. E era exatamente o que o velho Doutor tentara fazer com eles. Sempre fez tudo o que quis e não seria agora que deixaria que lhe dissessem o que deveria fazer. E
DanielDaniel deixou a sala de reunião com uma raiva incontida. Como pôde ser tão tolo ao deixar Renan levá-lo a uma reunião que, bem lá no fundo, sabia que não iria dar em nada? Ainda teve que aguentar a arrogância do velho, olhando-o por cima dos óculos, como se eles fossem míseras baratas prontas para serem esmagadas. Como odiara cada momento daquilo. Trabalhar com o Professor Alberto o ensinara a ler os meandros das palavras contidas nas bocas dos manipuladores. Odiava ser manipulado. E era exatamente o que o velho Doutor tentara fazer com eles. Sempre fez tudo o que quis e não seria agora que deixaria que lhe dissessem o que
DanielCom tantas coisas atormentando sua cabeça, Daniel não sabia se iria ao bar do Béba rever os amigos de faculdade. O pedido de Renan, o jeito como implorou que relevasse a decisão de não aceitar trabalhar naquele maldito laboratório, mexeu com ele. Não queria dizer não ao amigo, mas aquilo não se parecia com ele. Enquanto tomava banho, relembrou o encontro com o Minduim e deixou sua mente vagar para o período de sua vida em que fora mais feliz e descompromissado. Lembrou-se da sensação que sentia ao subir ao palco de alguma pizzaria, ou de algum barzinho, com os amigos e ver as pessoas curtirem seu som. Todos sempre foram como ele.
CarolApós a amiga se despedir dos pais, Carol recolheu-se ao quarto para um breve cochilo, enquanto Priscila se preparava para a balada à noite, no barzinho mais movimentado da cidade. Ao acordar, notou a casa em silêncio. Procurou pela amiga e não a encontrou. Resolveu tomar um longo banho e lavar os cabelos. Terminado o seu ritual, destrancou a porta do banheiro e quase desmaiou diante da visão parcial de um rapaz subindo a escada, de dois em dois degraus, e seguindo pelo corredor em sua direção.- Até que enfim resolveu se lembrar de que tem casa – disse ele se aproximando, enquanto ela tentava se esconder, da melhor maneira possível,
DanielApós deixar o bar e todo o seu passado de amigos para trás, Daniel sentiu-se perdido. Abriu a porta do apartamento e, sem acender a luz da sala, jogou-se no sofá se permitindo recordar, coisa que não fazia há muito tempo. Aquela sensação de vazio o havia acompanhado até ali. Não podia negar o quanto havia mexido com ele, vê-la naquela noite, trazendo de volta sentimentos que há muito ele havia guardado. Eles namoraram há um bom tempo. Sentia que a menina era todo seu futuro. Conheceram-se no bar Baiuca quando o Formigão e o Johnny estavam tocando. Ele logo reparou nela. Era a moça mais bonita do lugar. Seu cabelo castanho claro, me
CarolPriscila entrou subitamente no quarto, pegando Carol na cama, a olhar fixamente a foto do belo rapaz, enquanto cantarolava baixinho.- Meu Deus! Ainda não se arrumou? Você está concentrada de novo. Nem nas férias sossega?- Como sabe que estou concentrada? – sorriu para a amiga, escondendo a foto dentro do seu fiel companheiro, o caderno.- Sempre que está concentrada em alguma coisa, você cantarola essa música. É sempre a mesma. Acho que nem percebe que faz isso.- Não percebo mesmo. É involuntário.- Por que está olhando a foto de um cara, que sabe Deus se existe, em vez de estar se a
Brian prescrutava o semblante de Carol que o encarava com certo pesar. Aquela era uma pergunta difícil de responder.- Não olhei para mulher alguma. Quando ela soube que há uma estranha em minha casa e que essa estranha passará uns dias lá, simplesmente ficou histérica. – encarou-a, deixando-a novamente ruborizada.- Óh, Meu Deus! Eu não fazia ideia. Quer que eu fale com ela? – disse levantando assustada, fazendo-o pegar instintivamente em seu pulso.- Ei! Tá tudo bem, estranha.- Por que fica me chamando de estranha?- Por que estou em desvantagem. Parece que você sabe tudo sobre mim e eu nem mesmo sei seu nome.- Não sei tudo sobre você. Apenas que é um babaca que pega no pé da pobrezinha da sua irmã e não a deixa respirar – disse, com um sorriso maroto nos lábios.- Então &eacu