Os dias foram passando em um ritmo tranquilo e agradável, e cada momento ao lado da minha família parecia se transformar em uma lembrança preciosa. Entre as noites aconchegantes com Nicolas, os sorrisos e as histórias animadas de Ethan, eu me sentia em paz, como se tudo estivesse exatamente onde deveria estar. Naquela tarde, após um longo banho relaxante, segui até a cozinha, atraída pelo aroma irresistível de bolo de chocolate recém-saído do forno. Dona Neuza, como sempre, havia preparado um verdadeiro banquete de doces e quitutes que deixavam a casa inteira com um cheiro delicioso de casa de vó. — Sabia que esse cheiro ia te trazer até aqui — Dona Neuza brincou, colocando um prato na mesa para mim. Sorri, me sentando à mesa enquanto ela servia um generoso pedaço do bolo no meu prato. O chocolate derretido escorria pelas laterais da fatia e, só de olhar, já me sentia mais feliz. — Você me conhece bem demais, Dona Neuza. Não resisto a um bom bolo de chocolate. Ela riu, se se
Olívia Marques Desde pequena, nunca fui muito boa em seguir regras. Meus pais sempre tentaram me impor limites, mas a verdade é que eu preferia traçar meu próprio caminho, mesmo que isso significasse desobedecer algumas ordens ao longo do percurso. Por isso, quando aceitei voltar ao Brasil sob a condição de não me envolver com a família Santorini, eu sabia, lá no fundo, que aquela promessa não duraria muito tempo. Agora, sentada no sofá do meu apartamento, com Bruna e Bianca à minha frente, soltei um longo suspiro enquanto girava um anel em meu dedo. Elas me observavam com atenção, esperando que eu dissesse algo. — Vocês duas estão me olhando desse jeito por quê? — perguntei, arqueando uma sobrancelha. Bianca cruzou os braços e se recostou no sofá, um sorriso divertido brincando em seus lábios. — Porque sabemos que tem alguma coisa acontecendo, e você está tentando encontrar um jeito de nos contar. Bruna, que segurava uma taça de vinho, concordou. — É. Dá para ver na sua
Renata SouzaNunca imaginei que um ultrassom pudesse me causar tantas emoções ao mesmo tempo. Lá estava eu, deitada na maca da clínica, com gel frio na barriga e o coração acelerado, enquanto a tela mostrava a imagem do nosso bebê.Nosso bebê.Ainda me soava surreal pensar nisso.Eduardo estava ao meu lado, segurando minha mão com mais força do que eu esperava. Ele parecia ansioso, mas seus olhos brilhavam de expectativa. Quando a médica anunciou o sexo, ele sorriu de um jeito que eu nunca tinha visto antes.— É uma menina!Meu coração falhou uma batida. Eu não sabia o que estava esperando, mas ouvir isso em voz alta tornou tudo mais real.— Uma menina... — repeti em um sussurro.Eduardo ficou em silêncio por um momento, olhando para a tela. Então, algo mudou em sua expressão. Ele riu, um riso genuíno, cheio de felicidade.— Uma menina — disse novamente, agora com mais convicção. — Vou ter uma filha.Algo dentro de mim se aqueceu. Ele realmente parecia feliz.— Sim, você vai — murmure
Jhulietta Duarte Assim que desliguei o celular, soltei um suspiro longo, apoiando a cabeça no travesseiro. Fiquei feliz ao ouvir a empolgação na voz de Renata. Ela merecia isso. Depois de tudo o que passou com aquele ex imbecil, finalmente a vida estava lhe dando uma reviravolta boa. Ainda sorria para mim mesma quando ouvi passos se aproximando. Antes mesmo que pudesse levantar, Nicolas apareceu na porta do quarto, sem camisa, com uma expressão descontraída, mas com aquele brilho curioso nos olhos. — Ligando para a Renata a essa hora? — Ele arqueou uma sobrancelha enquanto se aproximava da cama. — Na verdade ela me ligou e conversamos por um tempo. Nicolas se jogou ao meu lado no colchão, apoiando um braço atrás da cabeça enquanto me fitava. — E aí? Menino ou menina? Eu sorri. — Uma menina. Ele abriu um sorriso de lado e assentiu. — Sabia que esse dia ia chegar. Eduardo era mulherengo demais, uma hora ou outra ia ser ‘amaldiçoado’ com uma filha. Soltei uma risada b
Nicolas Santorini O ronco suave dos motores do avião e a escuridão além da janela me faziam sentir ainda mais sozinho. A cidade lá embaixo desaparecia aos poucos, substituída por um mar de nuvens que parecia se estender até o infinito. Eu deveria estar acostumado com isso. Viajar fazia parte da minha vida, dos negócios, do império que construí com esforço e inteligência. Mas, dessa vez, a sensação era diferente. Terminei minha dose de uísque e deixei o copo sobre a mesinha ao lado. A aeromoça ainda me lançou um olhar interessado, mas eu a ignorei. Não tinha paciência para jogos de sedução vazios. Meu pensamento estava em outro lugar. Ou melhor, com outras pessoas. Jhulietta e Ethan. Provavelmente, Ethan já estava dormindo, enrolado em seus cobertores, com aquela expressão tranquila que sempre me fazia sorrir. E Jhulietta... ela devia estar por perto, certificando-se de que ele estava confortável, como sempre fazia. Ela cuidava dele com um carinho que eu jamais imaginei qu
Jhulietta Duarte O sol da tarde brilhava forte, e uma brisa fresca tornava o clima perfeito para um passeio ao ar livre. Observei Ethan jogado no sofá, entretido com um jogo no celular. Ele franzia a testa e mordia o canto do lábio, completamente concentrado. — Ei, garotão, que tal dar um tempo nesse jogo e irmos ao parque? Ele ergueu os olhos para mim, avaliando a proposta. — Vai ter sorvete? Ri, cruzando os braços. — Sorvete, skate, vento no rosto... e quem sabe um cachorro-quente depois. Os olhos dele brilharam, e já sabia a resposta antes mesmo de ouvi-la. Ethan pulou do sofá em um segundo, correndo até o quarto para pegar seu skate. — Vamos logo, mamãe! Faz um tempão que não ando de skate, me ensina manobra nova? — Claro amor, vem. Peguei minha mochila, joguei o skate debaixo do braço e saímos. O parque não ficava muito longe, então fomos caminhando enquanto Ethan tagarelava sobre um jogo novo que Nicolas tinha comprado para ele. Quando chegamos, o lugar estava
Os dias sem Nicolas pareciam intermináveis. A casa ficava mais silenciosa, os jantares menos animados e, embora Ethan e eu tivéssemos nos divertido no parque, eu sabia que ele também sentia falta do pai. Na primeira noite sem ele, Ethan perguntou: — Mamãe, quando o papai volta? — Daqui a três dias, amor. Ele fez um biquinho e suspirou. — Tá demorando muito. Ri e baguncei seu cabelo. — Eu sei... também estou contando os minutos. No terceiro dia, até tentei ocupar minha mente com filmes e leituras, mas nada parecia me prender de verdade. A cama parecia grande demais sem Nicolas ali, e cada vez que o telefone tocava, meu coração acelerava na esperança de ser ele. Então, finalmente, na tarde do quarto dia, ouvi o som inconfundível da porta se abrindo. Meu coração deu um salto e, sem pensar duas vezes, corri até lá. Nicolas mal teve tempo de reagir antes que eu o abraçasse com força. — Uau! Que recepção calorosa! — ele brincou, envolvendo-me nos braços. —
Desde que Nicolas começou a idealizar o novo resort, eu sabia que seria algo grandioso. Ele tinha um talento inegável para negócios, e quando se tratava de hospitalidade, seu olhar atento aos detalhes fazia toda a diferença. Mas estar aqui, vendo tudo pronto, superava qualquer expectativa que eu pudesse ter. O lugar era deslumbrante. Localizado em uma praia paradisíaca, o resort combinava luxo e aconchego de maneira perfeita. As suítes tinham varandas com vista para o mar, as piscinas pareciam se fundir com o horizonte e os restaurantes ofereciam o melhor da culinária internacional. E o melhor de tudo? Nicolas fez questão de que houvesse um espaço especial para famílias, com atividades voltadas para crianças. — Mamãe, isso aqui é incrível! — Ethan exclamou, segurando minha mão enquanto olhava ao redor, encantado com cada detalhe. — Sim, amor. Seu pai realmente caprichou. — Eu queria morar aqui para sempre! Soltei uma risada. Entendia o sentimento. Nicolas estava ocupado co