Sugestão de trilha sonora para ouvir enquanto ler esse capítulo: Lisa Mary e o ataque: "Eleanor Rigby" Charlotte: "Toxic" Se vocês estão irritados com as nossas cobras, se preparem porque não falta muito para que elas comecem a pagar pelas coisas terríveis que fizeram! ♥ Me apoie! Me siga, comente e adicione essa estória a sua biblioteca. Compartilhe essa obra em suas redes sociais. Boa leitura e até o próximo capítulo!♥
50 Charlotte François ⤝⥈⤞ Tudo o que eu estava me ferrando pra construir, não iria desmoronar por causa de dois detetives patetas e um Estevan que não sabia se esconder na lama de onde eu o tirei. Permaneci fingindo e apoiei Vicente enquanto ele estava conversando com os detetives. —Charlotte, você fica com a Lisa Mary enquanto eu converso com os detetives? Eu preciso trocar uma palavrinha com eles. —Ele se virou, curvando-se brevemente diante de Lisa. —Eu não demoro, meu amor. É rápido. Vicente logo acompanhou os detetives, deixando Lisa “sob meus cuidados.” Eu deixei que os três cruzassem o corredor, e quando sumiram, sentei na cadeira ao lado de Lisa, cochichando. —Espero que esteja preparada, porque Vicente vai te colocar numa terapia, depois vai investigar a fundo tudo o que os detetives têm guardado e, por último, vão encurralar o Estevan. —Pus a bolsa sobre as pernas, e a mão no ombro de Lisa, indicando que estava lhe dando conselhos. —Tá brincando, porra? —Ela
51 Vicente François ⤝⥈⤞ Era possível que Charlotte estivesse fazendo contra alguém? Se acontecesse, eu seria incapaz de acreditar em uma coisa como essa. Recuei em passos leves para não chamar sua atenção e subi as escadas, voltando para o quarto. Em silêncio, fechei a porta lentamente e passei a chave. Coçando o queixo, meus olhos endureceram em um ponto vazio naquele cômodo escuro á meia luz de uma luminária amarela. —A minha irmã é maluca da cabeça, mas não é uma pessoa ruim. Ela não aprontaria nada contra ninguém, tenho certeza. Eu cresci com ela. Eu vivi ao lado dela. Conheço minha irmã... Se meus pensamentos estiverem errados, ela mesma vai me provar isso mais tarde. Minha negação era a prova real de que eu realmente não a conhecia. Ninguém, que conhece alguém tão bem, é capaz de ser cético quanto aos seus defeitos e ameaças. Todos temos um monstro impiedoso sendo nutrido dentro de nós e abafado sob máscaras e manipulação. Desistir de prosseguir com as desconfiança
52 Vicente François ⤝⥈⤞ Meu dia começou bem. Charlotte, mais uma vez, estava disposta a me ajudar, porém... Em troca de um favor encrenqueiro. Me incomodei em recusar suas condições e aceitei, afinal de contas aquilo me ajudaria a recuperar o tempo perdido, ao menos pela manhã. —Senhor François, o governador está a sua espera. Ele diz que tem assuntos oficiais para tratar com o senhor. —Disse David, o estagiário. —Você ainda voltou pra estagiar, David? —Brinquei, esticando o braço para entregar o sobretudo á minha secretária 1. —Sim, senhor. É o meu grande sonho. —David sorriu confiante e endireitou os ombros, erguendo a cabeça com orgulho. —Pois muito bem, hoje ao final da reunião eu quero que me acompanhe e, dessa vez, eu lhe garanto que não sairei ás pressas. —Estiquei a mão até seu ombro, tocando-o momentaneamente. —As duas, entrem em contato com a minha noiva e lhe diga para me ligar em uma hora. Mandem o governador entrar. —Me referi ás secretárias. Em passos
53 Vicente François ⤝⥈⤞ Saindo da indústria acompanhado por David, dentro do carro eu tive que ligar para a secretária 2. —Oi. Quero que encontre o melhor psiquiátra da França e mande que ele marque um horário para me atender. Também preciso que faça com que tudo seja sigiloso, ninguém pode saber. —Ordenei, ouvindo a confirmação dela no outro lado da linha. Encerrando a chamada, levantei o braço para tocar o apoio na porta, melhorando a dor absurda que sentia no pulso. —Tudo bem com o senhor? —Perguntou David e envolveu os dedos no cinto de segurança em frente ao seu peito, brincando com os movimentos. —Sim, David. É apenas um incômodo. —Passei a língua entre os lábios, ansiando para chegar antes que meus pais retornassem do Havaí. —David, você pensou sobre a proposta que lhe falei outro dia? Era um lembrete do motivo pelo qual ele estava dividindo o carro comigo. Era por ela. Quando virei a cabeça para vê-lo, encontrei uma expressão animada de David, confirmand
54 Lisa Mary ⤝⥈⤞ Impaciente, tamborilava os dedos sobre a mesa, balançando as pernas de maneira desenfreada. Um ponto fixo e vazio entre ele e eu foi a minha prisão temporária, até ouvir o som da sua voz estourando de sua garganta como se fosse limpá-la. —Senhorita Mary, isso só funciona quando você fala. Eu estou ganhando muito para apenas ficar ouvindo o tamborilar dos seus dedos sobre a mesa de madeira luxuosa. —Ele endireitou os ombros e suspirou, ainda encarando os meus olhos como se a resposta estivesse no brilho deles. Limpei a garganta e cocei minha própria nuca. Algo em mim, tinha certeza de que eu seria pêga em mentiras, mas não queria cair nas graças das minhas próprias falcatruas, então comecei a repensar tudo sobre o que eu havia lido na noite anterior. Havia uma sensação de fogueira queimando dentro de mim. Era similar a azia, mas eu sabia que eram os meus problemas me arrancando o estado de paz. —É difícil. É difícil pra mim, eu não sei como fazer isso. Não consi
55 Charlotte François ⤝⥈⤞ Longe dos olhos de Estevan e, dentro do meu quarto, liguei para Sebastian que atendeu de imediato. —Sebastian? —Senti o coração disparar quando minhas palavras saíram num disparo. —Eu quero ver voc- Ele nem me esperou terminar a palavra. —Sim, nós precisamos conversar. Eu vejo você no jardim de inverno da sua mãe. —Alguns segundos de silêncio dramatizaram aquela conversa. —Ouça… Charlotte, por favor, não demore. Estarei esperando por você. E logo, a ligação foi encerrada. Os meus dedos congelaram o celular em minha orelha. Como assim ele estava diferente comigo? Não havia um espaço de tempo onde eu pudesse parar para me lamentar, eu precisava fazer o que eu precisava fazer e, isso implicava em tirar o celular da orelha e descer até o jardim de inverno. ⤝⥈⤞ Estiquei o braço alcançando a porta de vidro e meus olhos alcançaram as costas de Sebastian. Seus ombros largos estavam tensionados quando ele se virou para me ver, e analisou o meu rosto por cima d
56 Lisa Mary ⤝⥈⤞ A mudança foi inevitável e foi como se passasse num segundo. Após a aceitação inevitável do Senhor François, todos estávamos em sintonia. A Madame François estava me ajudando com os preparativos do casamento, Vicente estava tendo seus perrengues na indústria, Charlotte estava cada vez mais próxima de Estevan o ordinário; e eu estava recebendo mais atenção do que eu gostaria. Sim, Vicente exigiu de mim, que contratássemos o David. E eu agora passei a ter um cãozinho de guarda pra carregar de lá pra cá. ⤝⥈⤞ —Amor, o David chegou. —Curvado sobre mim, Vicente deixava mais um de seus beijos em meus lábios enquanto eu estava debaixo do edredom, apenas com o rosto para fora. —Eu vou mandar que deixem o seu café da manhã no quarto. Veja com o David quais os seus compromissos de hoje, porque eu tenho quase certeza que uma das minhas secretárias me informou sobre uma entrevista que nós temos para fazermos juntos e eu não sei se o dia será hoje. —Eu abri os olhos e o enca
57 Vicente François ⤝⥈⤞ Eu acredito que sou capaz de resistir às minhas tentações… Mesmo quando isso significa que a pessoa está exatamente em cima de mim. Amanda havia ido embora da minha vida, e eu fiquei bem cansado de sentir sua falta. Foi quando encontrei Lisa Mary. Eu precisava ficar satisfeito com isso. —Eu sinto muito… —Amanda desviou o olhar de mim, e apoiou os braços sobre minhas coxas, levantando-se dali. —Obrigada por me trazer, Vicente. Já pode voltar pra sua noiva incrivelmente boa e santa. —Ela me olhou com o queixo no peito. —É, não se fala em outra coisa em Metz, a sua noiva é a próxima pessoa a ser “canonizada”, aparentemente. Seu sorriso sarcástico era um bombardeio de ofensa contra Lisa Mary. —Não fale assim, Amanda. Nós dois sabemos que ela é uma boa pessoa, se não fosse, não teria ido te visitar no hospital quanto você esteve internada. —Defendi, pondo a mão no volante. A minha tentativa de fuga para com ela era insuficiente. —Então que bom que eu estou vi