Parte 2...— Ah... Porque ele me trouxe aqui, foi gentil... Sei lá, mãe - passei por ela — Essa gente rica tem costumes diferentes.— Cristina, tenha cuidado com esse rapaz - ela veio atrás de mim — Ele nunca para com uma mulher só. Eu sei porque a Pauline sempre reclama disso para mim.— Mãe, eu não estou com ele, não exagere. Foi só um gesto educado - peguei um vaso para as flores — Vai ver ele fez isso só porque sou filha de sua amiga, nada mais.Ela me olhou meio de banda, desconfiada. Senti vontade de contar sobre o beijo, mas depois desisti. E se eu contar e ela falar para Pauline? Pode criar uma situação chata entre elas.Melhor não, deixo como está. Eu nem mesmo sei o que foi isso ainda. Não o conheço bem para saber como ele age. Abri o embrulho das flores e enchi o vaso. Arrumei com cuidado as flores dentro e deixei na mesinha perto da tevê da sala.— Agora vamos almoçar?— Eu ainda não entendi esse gesto dele.Minha mãe puxou a cadeira e sentou. Eu coloquei o que faltava em
NortonEu estava terminando de me arrumar, penteando o cabelo quando ouvi a voz toda alegre de minha mãe. Abri a porta do quarto.— Quem chegou? - perguntei para a empregada que passava.— Seu irmão - ela respondeu — O Normando.Aí eu entendi a animação dela. Se minha mãe pudesse, nós nunca teríamos saíde de casa para morar fora. Mas não dá pra ficar adulto e continuar morando com a mãe.Peguei meu celular e desci para encontrar meu irmão.— Ei, vagabundo - brinquei com ele e lhe dei um abraço.— Fala, abusado - riu e me bateu nas costas.— Eu hein, que modos de vocês dois.Começamos a rir. Para minha mãe nós somos crianças ainda.— Como foi a temporada?— Você não viu? Fala sério, porra. Nem mesmo uma vez?Minha mãe deu um tapa no ombro de Normando por causa do palavrão. Comecei a rir. Já estou acostumado com isso.— Eu só consegui ver cinco cidades, as outras não deu - fui até o barzinho — Os horários são muito diferentes. Eu trabalho sabe? Não tenho tempo de ficar vendo desfile de
Parte 1...CristinaEu estava terminando de preencher os relatórios para guardar no arquivo. Já tinha passado tudo para o computador, mas a clínica gostava de ter tudo em dobro, o que acho certo. Vai que o sistema tem uma falha e se perde tudo?Assim que passei pela porta fui quase arrastada por Simone, para um canto do corredor.— Que diabo foi isso? - reclamei e ri — Eu quase caí.— Eu que vou cair daqui a pouco, de cara no chão, se você não me falar o que aconteceu depois que eu saí.Franzi a testa e então me lembrei. Ela falava da carona.— Nada - ajeitei o cabelo que escapava da presilha — Ele me levou em casa, eu agradeci e pronto - me virei e ela me puxou de volta.— Tá doida?— Doida nada - falou baixinho — Um homem daquele e você me diz que ele apareceu do nada, só pra te dar uma carona?— É... Basicamente - apertei os lábios.Eu não quero contar que ele me beijou ou Simone vai ficar doida de vez e me encher de perguntas. Imagina se souber que me deu flores e disse que me que
Parte 2...— Espero que sim - mexi o ombro — Eu também gosto muito dela, é a melhor amiga de minha mãe.— Ah, é? - ele ergueu a sobrancelha e olhou para o irmão.Ele ficou me perguntando algumas coisas e eu respondi, evitando olhar direto para Norton. Não sei, mas encarar seu olhar forte para cima de mim me fazia sentir coisas que eu não sei controlar.E isso começava a me dar ideias que não seriam boas para mim.Finalmente o médico voltou para o quarto com os exames. Norman tinha tirado radiografias do ombro dolorido, mas estava tudo bem, era só a dor normal depois de uma pancada forte.Ele receitou um spray e também comprimidos para que tomasse se por acaso a dor começasse a incomodar muito. De resto estava tudo bem e ele disse que podiam ir embora.Não sei se estou certa, mas achei que Norton ficou um pouco desapontado porque eu não me sentei ao lado dele e comecei a conversar com o irmão. Será que ele estava com ciúmes de mim?E depois que o médico chegou e o liberou, ele me pergu
Parte 1...NortonEu acho que fiz besteira em levar meu irmão para conhecer Cristina. Me parece que ficou animado ao vê-la e não gostei disso.Aliás, não gostei nada da sensação ruim que passou por mim, me dando até um aperto no peito. Será que isso que estou sentindo agora é ciúme? Acho que não. Ela não representa nada para mim.A não ser, um desafio par animar meus dias que andam bem repetidos e uma folga de minha mãe. Mas é só isso. Tenho que resolver logo essa situação.— Você tinha razão, irmão - ele me disse — A garota é uma coisinha linda mesmo. E olha que o uniforme é feio e sem graça. Mas imagino se estivesse com uma roupa chique.— Eu sei que tenho razão, mas você não se assanhe mais.Ele me olhou e começou a rir.— Pensa que não percebi seu assanhamento pra cima dela lá no quarto do hospital? - reclamei.— Mas foi você quem inventou de me levar até lá - abriu as mãos — Eu até tive que tirar novas radiografias de um machucado que eu já sei bem o que tem. Nem preciso de reméd
Parte 2...De manhã, mamãe nos pegou na hora do café da manhã. Queria saber onde nós tínhamos ido à noite. — A gente foi se divertir, mãe - Norman respondeu.— Coisas de sempre - enchi minha xícara com café.— Eu imagino bem que coisas são essas - torceu a boca.— Mãe, somos homens, solteiros e saudáveis - Thadeu disse.— E que já estão ficando velhos.Começamos a rir. Sempre exagerada.— Nem vem, dona Pauline - Norman brincou com ela — Eu vou pegar um voo daqui a pouco para voltar às passarelas - me deu um tapa no braço — E você, toma vergonha e assista aos meus trabalhos. Eu estou na fase final, faltam poucas pistas agora.— Manda depois o intinerário completo que eu prometo que vou assistir - peguei uma fatia de bolo — Vou tentar, pelo menos - ri.Norman ficou em casa e eu aproveitei para matar as saudades de nossas conversas em família. Isso faz bem para mamãe. Avisei que passaria depois na empresa.Quarenta minutos antes, ele saiu. Miguel o levou até o aeroporto onde iria pegar
Parte 3...Ela me olhou e me sorriu de lado. Acho que ficou com vergonha.— Pronto, aqui estou eu.Me virei ao ouvir a voz. Era a mãe dela com certeza. A idade era próxima da minha mãe, mas ela mostrava sinais de cansaço e da velhice. Pela vida dura que deve ter tido, é claro.Caminhava devagar, segurando pelas paredes, como se não enxergasse direito e quando chegou perto, eu reparei que era mesmo isso. Ela tinha algo nos olhos, tipo uma núvem pálida que a impedia de ver bem, por isso andava assim.Como eu nunca me interessei em perguntar nada sobre as amigas de minha mãe e menos ainda sobre as que eram de um poder aquisitivo menor, eu não sabia desse detalhe. Olhei para Cristina, mas ela estava ligada em separar as compras.— Marlene, você é teimosa - minha mãe a abraçou — Você estava lavando roupa?— Eu já reclamei muito com ela - Cristina disse — Mas ela não me ouve - colocou as latas em cima da bancada da pia.— Eu não gosto de ficar parada - virou o rosto para mim — Tem mais algu
Parte 4...Respiro forte e seguro seu rosto entre as mãos e aumento o beijo, pedindo mais dela, que me devolve e isso me faz sentir como se eu estivesse em uma montanha russa, mas sempre subindo.Sem perceber, eu solto um suspiro de encontro à sua boca e sinto sua mão em minha perna. Seu toque aquece minha pele e me faz querer suas mãos por meu corpo.Eu até posso acreditar que ela seja inexperiente, devido seu modo de agir em resposta a mim, mas sei que isso não quer dizer santidade e minha curiosidade e ousadia aumentam.Aproveitei o momento receptivo e desci uma mão para sua cintura e apertei, a puxando de vez para cima de mim, a colocando em meu colo e continuando o beijo. Mordisquei seu lábio e desci a mão para sua bunda, apertando, mas isso foi um erro meu.Ela se afastou, respirando forte e colocou as mãos em meus ombros, me fazendo parar.— Não... Para... - disse baixo, trêmula.— O que foi? - franzi a testa. Não quero parar.— Não posso fazer isso... - forçou sua saída de meu