Parte 2...— Espero que sim - mexi o ombro — Eu também gosto muito dela, é a melhor amiga de minha mãe.— Ah, é? - ele ergueu a sobrancelha e olhou para o irmão.Ele ficou me perguntando algumas coisas e eu respondi, evitando olhar direto para Norton. Não sei, mas encarar seu olhar forte para cima de mim me fazia sentir coisas que eu não sei controlar.E isso começava a me dar ideias que não seriam boas para mim.Finalmente o médico voltou para o quarto com os exames. Norman tinha tirado radiografias do ombro dolorido, mas estava tudo bem, era só a dor normal depois de uma pancada forte.Ele receitou um spray e também comprimidos para que tomasse se por acaso a dor começasse a incomodar muito. De resto estava tudo bem e ele disse que podiam ir embora.Não sei se estou certa, mas achei que Norton ficou um pouco desapontado porque eu não me sentei ao lado dele e comecei a conversar com o irmão. Será que ele estava com ciúmes de mim?E depois que o médico chegou e o liberou, ele me pergu
Parte 1...NortonEu acho que fiz besteira em levar meu irmão para conhecer Cristina. Me parece que ficou animado ao vê-la e não gostei disso.Aliás, não gostei nada da sensação ruim que passou por mim, me dando até um aperto no peito. Será que isso que estou sentindo agora é ciúme? Acho que não. Ela não representa nada para mim.A não ser, um desafio par animar meus dias que andam bem repetidos e uma folga de minha mãe. Mas é só isso. Tenho que resolver logo essa situação.— Você tinha razão, irmão - ele me disse — A garota é uma coisinha linda mesmo. E olha que o uniforme é feio e sem graça. Mas imagino se estivesse com uma roupa chique.— Eu sei que tenho razão, mas você não se assanhe mais.Ele me olhou e começou a rir.— Pensa que não percebi seu assanhamento pra cima dela lá no quarto do hospital? - reclamei.— Mas foi você quem inventou de me levar até lá - abriu as mãos — Eu até tive que tirar novas radiografias de um machucado que eu já sei bem o que tem. Nem preciso de reméd
Parte 2...De manhã, mamãe nos pegou na hora do café da manhã. Queria saber onde nós tínhamos ido à noite. — A gente foi se divertir, mãe - Norman respondeu.— Coisas de sempre - enchi minha xícara com café.— Eu imagino bem que coisas são essas - torceu a boca.— Mãe, somos homens, solteiros e saudáveis - Thadeu disse.— E que já estão ficando velhos.Começamos a rir. Sempre exagerada.— Nem vem, dona Pauline - Norman brincou com ela — Eu vou pegar um voo daqui a pouco para voltar às passarelas - me deu um tapa no braço — E você, toma vergonha e assista aos meus trabalhos. Eu estou na fase final, faltam poucas pistas agora.— Manda depois o intinerário completo que eu prometo que vou assistir - peguei uma fatia de bolo — Vou tentar, pelo menos - ri.Norman ficou em casa e eu aproveitei para matar as saudades de nossas conversas em família. Isso faz bem para mamãe. Avisei que passaria depois na empresa.Quarenta minutos antes, ele saiu. Miguel o levou até o aeroporto onde iria pegar
Parte 3...Ela me olhou e me sorriu de lado. Acho que ficou com vergonha.— Pronto, aqui estou eu.Me virei ao ouvir a voz. Era a mãe dela com certeza. A idade era próxima da minha mãe, mas ela mostrava sinais de cansaço e da velhice. Pela vida dura que deve ter tido, é claro.Caminhava devagar, segurando pelas paredes, como se não enxergasse direito e quando chegou perto, eu reparei que era mesmo isso. Ela tinha algo nos olhos, tipo uma núvem pálida que a impedia de ver bem, por isso andava assim.Como eu nunca me interessei em perguntar nada sobre as amigas de minha mãe e menos ainda sobre as que eram de um poder aquisitivo menor, eu não sabia desse detalhe. Olhei para Cristina, mas ela estava ligada em separar as compras.— Marlene, você é teimosa - minha mãe a abraçou — Você estava lavando roupa?— Eu já reclamei muito com ela - Cristina disse — Mas ela não me ouve - colocou as latas em cima da bancada da pia.— Eu não gosto de ficar parada - virou o rosto para mim — Tem mais algu
Parte 4...Respiro forte e seguro seu rosto entre as mãos e aumento o beijo, pedindo mais dela, que me devolve e isso me faz sentir como se eu estivesse em uma montanha russa, mas sempre subindo.Sem perceber, eu solto um suspiro de encontro à sua boca e sinto sua mão em minha perna. Seu toque aquece minha pele e me faz querer suas mãos por meu corpo.Eu até posso acreditar que ela seja inexperiente, devido seu modo de agir em resposta a mim, mas sei que isso não quer dizer santidade e minha curiosidade e ousadia aumentam.Aproveitei o momento receptivo e desci uma mão para sua cintura e apertei, a puxando de vez para cima de mim, a colocando em meu colo e continuando o beijo. Mordisquei seu lábio e desci a mão para sua bunda, apertando, mas isso foi um erro meu.Ela se afastou, respirando forte e colocou as mãos em meus ombros, me fazendo parar.— Não... Para... - disse baixo, trêmula.— O que foi? - franzi a testa. Não quero parar.— Não posso fazer isso... - forçou sua saída de meu
Parte 1...CristinaEu dei uma boa olhada no carro que eles entraram. Esse era mais discreto e tomara que quando ele vier me buscar depois, não venha com outro que chame atenção. Prefiro sair de boa, sem vizinhos olhando minha vida e fofocando depois.Senti minha barriga apertar e repuxar. Estou nervosa. Eu não deveria ter aceitado o convite para sair, mas aceitei, agora já era. Mordi o dedo, começo a roer a unha. Merda.Talvez seja melhor que eu ligue para ele. Mas não tenho o número. Posso pedir a Pauline. Torci a boca de um lado para outro. Mas se eu pedir o número dele, ela vai saber que estou interessada.Eu estou? Claro que sim. De outro modo eu não teria retribuído o beijo e nem aceitado o convite. Começo a ficar mais nervosa com a possibilidade de sair com ele mais tarde. E sobre namorar?Não gosto disso, de me sentir insegura. Eu quero e não quero ao mesmo tempo. Odeio me sentir assim e a culpa é dele. Norton é mais velho do que eu e pode ter quem quiser. Porque cismou comig
Parte 2...— Nossa, que lindas - cheirei — Obrigada. Não precisava.— Eu sei, mas gosto de dar flores.Ele quis dizer que gosta de me dar flores ou que dá flores para qualquer uma com quem ele sai?Ele ligou o carro e saiu, pegando a avenida principal que ia para a orla. Claro, os restaurantes da orla eram excelentes. Não que eu tivesse costume de frequentar algum deles, mas sei que esse tipo de lugar preza por um bom serviço para atrair clientes com dinheiro.Não fiz nenhuma ação para retirar a mão dele de minha perna, enquanto dirigia. Meu coração estava encantado pelas flores e por tudo o que estava acontecendo ali. Era uma bobagem, eu sei, mas é tão bom.Fomos conversando sobre coisas simples e eu gosto disso, me ajuda a diminuir a ansiedade do encontro. Ele entrou no estacionamento de um restaurante de comida italiana. É muito bonito o prédio, todo em creme com partes de vidro e grandes vasos cheios de plantas na fachada.Parou o carro e quando retirei o cinto de segurança, ele s
Parte 3...Aos poucos eu fui relaxando ao lado dele. Estava gostando do modo como falava comigo e parecia até que a gente que se conhecia há mais tempo do que os poucos dias.Ele pegou minha mão e me puxou, me fazendo levantar e fomos para um canto mais escuro da área. Ele segurou minha cintura e começou a dançar lentamente no ritmo da música que tocava e eu o segui.Nem percebi quando deitei a cabeça no ombro dele. Estava tão bom que eu não queria pensar, só aproveitar. O diabinho que eu comparei com Simone estava em meu ombro, soprando ao meu ouvido para curtir a noite antes que acabasse.********** **********Quando me dei conta, eu estava com os braços em volta do pescoço dele, nossos corpos colados, se movendo no mesmo ritmo. A cabeça dele encostada na minha, sua respiração mais forte, seu peito subindo e descendo lento.Não percebi que fomos dançando em direção a dois pequenos sofás em um canto da área, ao lado de um barzinho, com uma mesa redonda entre eles. Só fui perceber q