Ele me segurou com tanto cuidado, enxugando as lágrimas que escapavam dos meus olhos, como se quisesse apagar toda a dor que senti ao longo daquele tempo. Grady me puxou para mais perto, seu olhar era puro, honesto, e suas palavras me atingiram como um raio.— Eu não quero que você mude. Nunca quis isso, Holly. Eu só queria que você precisasse de mim — ele disse, sua voz baixa, carregada de emoção.Minhas defesas começaram a ruir. Eu sempre precisei dele, mesmo quando lutei contra esse sentimento. Mesmo quando tentei me convencer do contrário.— Grady, eu não sei o que teria feito se você não tivesse voltado. Preciso tanto de você...Ele segurou minha nuca com delicadeza, e quando seus lábios encontraram os meus, todo o peso que carreguei durante meses simplesmente desapareceu. Eu me perdi naquele beijo, meu corpo relaxou contra o dele, como se finalmente estivesse onde sempre pertenceu.Quando nos afastamos, ele me olhou com um sorriso suave, e percebi o motivo: minha pele estava sen
— Eu gostaria que você tentasse.— O quê?— Gostaria que você tentasse substituir o pai deles.Grady ficou em silêncio por um momento, o olhar penetrante, como se tentasse decifrar as palavras que acabara de ouvir.— Como assim? — perguntou, com uma expressão de suspense em seu rosto.— Quero que você sinta que tem direitos paternos. Quero que me ajude a criá-los, a ser uma figura importante em suas vidas. Eu desejo que eles cresçam como você, e não como o pai deles.A dúvida surgiu no olhar de Grady, e ele se aproximou, mais cauteloso.— Tem certeza?— Absoluta.Grady parecia contemplar a profundidade do que eu estava pedindo. Então, com um sorriso suave, ele disse:— O que acha da ideia de me deixar adotá-los?Eu olhei para ele, com o coração acelerado, e disse:— Na hora que você quiser.Ele não conseguiu esconder a emoção em seu rosto.— Eu os quero agora, Holly.— Então, eles são seus — respondi, sentindo um sorriso trêmulo se formar nos meus lábios.Grady me fitava, ainda atônit
— Você vai se casar com a mamãe? — Trevor perguntou, com os olhos brilhando de curiosidade. A pergunta era simples, mas carregada de uma emoção genuína que fez meu coração disparar.Grady olhou para ele, com um sorriso tranquilo, e respondeu:— Vou, Trev.Logo, Ryan, que estava ao lado do irmão, não perdeu tempo e perguntou, cheio de entusiasmo:— Você vai ser nosso pai?Aquelas palavras me tocaram de uma maneira inesperada. Não sabia se Grady estava tão preparado para uma pergunta tão direta, mas ele respondeu com um sorriso gentil:— Vou tentar.A felicidade de Ryan foi instantânea. Ele pulou de alegria e, sem esperar muito, disparou outra pergunta, mais infantil, mas igualmente importante:— Grande! E podemos ter um cachorro?Grady, com o sorriso mais doce, me abraçou um pouco mais forte e, com uma certa leveza, respondeu:— Sim, vocês podem ter um cachorro.Eu pude ver o brilho nos olhos de Ryan. Ele saltou de felicidade, e logo olhou para Trevor, que ainda parecia absorver tudo.
Olhando para trás, ainda parecia um sonho. Nossa cerimônia de casamento fora tudo o que eu sempre quis: íntima, familiar e cheia de amor. Decidimos fazer tudo no hotel, o lugar onde nossas vidas realmente começaram a se entrelaçar de forma definitiva.As crianças estavam absolutamente adoráveis. Trevor e Ryan usavam ternos e gravatas que pareciam ter sido feitos para eles. Eu me lembro do orgulho no olhar de Grady ao vê-los tão arrumados, como dois pequenos cavalheiros. Eles ficaram o tempo todo brincando que eram "os seguranças oficiais do casamento". Já Megan... ah, minha pequena princesa. Ela estava radiante em um vestido branco que eu mesma confeccionei especialmente para ela. O tecido delicado, com pequenos detalhes de renda, a fazia parecer uma fada saída de um conto de fadas. Quando ela me viu pela primeira vez no vestido de noiva, exclamou:— Mamãe, você parece uma princesa de verdade!E embora eu tenha escolhido algo simples, o vestido que confeccionei para mim representava e
Estava focada nos detalhes finais do vestido quando senti dois braços fortes me envolverem por trás. Grady encostou o queixo no meu ombro, e aquele gesto tão simples foi suficiente para me fazer suspirar.— Oi, meu amor — murmurei, inclinando levemente a cabeça para encontrar seu rosto.Ele me deu um beijo carinhoso na bochecha antes de soltar um suspiro pesado.— Tenho algo pra te contar, Holly.Deixei de lado o vestido e me virei para encará-lo, imediatamente sentindo uma pontada de preocupação.— O que foi?Ele esfregou a nuca, claramente desconfortável.— Preciso fazer uma viagem curta. É trabalho. Um cliente importante encomendou algumas peças, e eu mesmo preciso fazer a entrega.— Viajar? — Minha voz saiu mais baixa do que eu esperava.Grady segurou minhas mãos, apertando-as com firmeza.— Eu prometo que vai ser rápido. Em 48 horas, estarei de volta.Assenti, mesmo que meu coração estivesse apertado. Tínhamos acabado de nos casar, e já teríamos que ficar separados, ainda que por
Estar com Holly era como estar em casa, mas, mesmo assim, havia um peso que eu ainda carregava. Assumir um compromisso com uma mulher incrível, que vinha acompanhada de três crianças cheias de vida, era uma decisão que não tomei de forma leviana. Desde o momento em que me vi de joelhos, segurando a mão dela e pedindo que fosse minha esposa, soube que estava abrindo as portas para um novo capítulo da minha vida.Lembro-me de cada detalhe daquele pedido. O nervosismo, o suor nas palmas das mãos, e, acima de tudo, o medo de que ela pudesse hesitar. Mas quando os olhos dela brilharam e um sorriso suave tomou conta de seu rosto, tive certeza de que estava no caminho certo.— Sim, Grady, mil vezes sim — ela respondeu, antes mesmo que eu pudesse terminar minha pergunta.Naquele instante, a alegria foi maior do que qualquer dúvida. Mas, ao longo do tempo, as inseguranças começaram a aparecer. Não era sobre o amor que sentia por Holly — esse era inabalável —, mas sobre o peso da responsabilida
As 48 horas longe de casa pareciam ter passado lentamente, mas agora, no caminho de volta, meu coração estava mais leve. Eu e Erick havíamos feito uma venda bem-sucedida para um cliente importante, e tudo indicava que as coisas estavam se encaminhando para um futuro ainda melhor. Estávamos animados, conversando sobre os planos para a oficina e a família.Erick havia cochilado no banco do passageiro, o ronco suave dele preenchendo o silêncio dentro dq caminhonete. A estrada estava movimentada, mas eu mantinha o foco. Cada quilômetro percorrido me aproximava de Holly e das crianças, e isso me dava forças.De repente, um caminhão carregando várias árvores cortadas entrou na minha frente. As enormes toras estavam amarradas com cordas grossas, mas era óbvio que o peso fazia com que tudo balançasse. Bufei impaciente e pressionei a buzina, esperando que o motorista acelerasse ou mudasse de faixa. Mas ele continuava lento, obstruindo minha visão.O tráfego estava complicado, e ultrapassá-lo p
O relógio na parede parecia se mover devagar, cada segundo uma inquietação crescia em meu peito. Já haviam se passado 72 horas desde que Grady partiu, e ele não voltou como prometido. Tentei afastar os pensamentos ruins, mas o aperto no coração era forte demais para ignorar.“Se ele fosse se atrasar, ele teria avisado”, pensei, enquanto pegava o celular pela décima vez naquela manhã.Disquei novamente o número de Grady, mas o som frio da mensagem de “fora de área” me recebeu mais uma vez. O desespero começou a se instalar.— Droga, Grady... onde você está? — murmurei, abraçando-me como se isso fosse conter a angústia.Eu sabia que ficar parada em casa não me ajudaria. Decidi ir até a casa de Liz, a única pessoa que talvez tivesse alguma notícia. Erick estava viajando com Grady, e Liz também devia estar ansiosa.Peguei minha bolsa e caminhei até o carro. As crianças estavam com Tammy, então, pelo menos, não precisavam ver minha preocupação. Durante o trajeto, tentei me convencer de que