Karim sentou-se em frente ao rei Hashib, apreensivo. Ele imaginava que o motivo de seu pai tê-lo chamado fosse Mary e não demorou muito para descobrir que estava certo.
–Karim, sei que o anda fazendo por ai. – Hashib falou o encarando – quero que pare agora de ver essa Mary e encontre-se com a filha de um grande amigo meu. Tenho certeza que vocês tem muita coisa em comum. Marquei um encontro para hoje a tarde.
–Acha mesmo que vai fazer a mesma coisa comigo? – disse sério.
–Como?
–Não vai estragar a minha vida como fez com Mahir e Hassan. Hassan nunca percebeu, mas desde pequeno foi um marionete em sua mão, meu pai. Não vou seguir o mesmo caminho.
Hassan segurou a mão gelada de Yoon Hee enquanto culpava a si mesmo pelo o que havia acontecido. Sentiu-se impotente e não gostou dessa sensação. Ela havia sido levada ao hospital minutos depois ao atropelamento. O motorista não teve culpa, Yoon Hee atravessou a pista sem importar-se em olhar para os lados, parecia estar fugindo de alguém. E Hassan sabia que a única pessoa de quem ela estava fugindo era dele mesmo. Agora estavam em um dos melhores quartos do hospital, em uma ala privada, repleta de seguranças. Ele não pretendia fazê-la ficar em perigo mais uma vez.O medico entrou no quarto após se identificar e encontrou Hassan segurando a mão de sua esposa, enquanto a olhava de forma terna.—Ela tem muita sorte por ter um marido tão atencio
Samira acordou e não encontrou Mahir. Começou a se preocupar, quando já estava ligando para ele, descendo as escadas indo em direção a sala, o encontrou. Ele estava em péssimo estado. Seus olhos estavam roxos, como se estivesse brigado e um filete de sangue era visível ao lado de sua boca. Suas roupas estavam amassadas e um pouco rasgadas. Ela olhou horrorizada para ele. Colocou o celular no bolso de sua calça enquanto caminhava em sua direção, ajoelhou-se ao lado e segurou o seu rosto entre as mãos.–Mahir, o que aconteceu com você? – perguntou preocupada.–Yoon Hee – disse com voz languida – ela vai ter um filho de Hassan. Não é ótimo?–Você
Ji Myung segurou o copo de uísque entre as suas mãos enquanto olhava para a noite de Abu-Dhabi. Ele estava em seu apartamento, bebendo um pouco enquanto esperava as ordens de Ares. Ele não imaginava por quanto tempo agüentaria continuar fingindo, mas sabia que era preciso. Sorriu ao imaginar que Lana àquela hora estaria na Europa, provavelmente fazendo compras, pensou. Bebeu todo o uísque do copo ao escutar a campainha. Ajeitou à arma atrás de seu colete, por precaução, ele não poderia se descuidar. Nunca se sabe ate onde Ares saberia sobre ele, dizia a si mesmo todas as vezes que iria se encontrar com ele. Abriu a porta, dando espaço para o secretario de Ares passar. Ele lhe entregou uma carta e foi embora.Está chegando à hora. Prepare-se para agir.
Hassan assentiu diante de um homem vestido impecavelmente, enquanto mostrava o gráfico do lucro da empresa, mas ele não conseguia concentrar-se. Ele sabia que algo estava errado, sentiu que Yoon Hee corria perigo.****Yoon Hee remexeu-se ao escutar um barulho, abrindo os olhos em seguida. A primeira sensação que teve foi sentir um forte enjôo. Levou as mãos a sua testa, enquanto começava a lembrar-se do que havia acontecido. Seu coração começou a acelerar ao olhar em volta e horrorizada percebeu estar em uma cela. Ela se levantou da cama improvisada e foi ate a grade onde começou a gritar por ajuda e não demorou em ver o mesmo rosto de antes. O ultimo que havia visto antes de desmaiar.—Ji Myung..
Hassan suspirou profundamente ao olhar para o seu pai, o rei Hashib, gritar no telefone com o chefe das forças especiais. Era como se o mandante do seqüestro não existisse. Não havia provas de sua existência em lugar algum, restando a eles apenas esperar. Desde a conversa com Ji Myung, Hassan mostrava-se mais calmo e controlado. Por algum motivo ele sentia-se leve ao saber que Yoon Hee não corria tanto perigo quanto imaginava.***Yoon Hee olhou frustrada para as paredes úmidas e sem vida de sua cela. Ela não sabia a quanto tempo estava ali embaixo, mas tinha certeza de uma coisa: Algo não estava certo. Toda a vez que ela tentava mencionar o fato de estar grávida a alguém, ele a interrompia."Será que ele não quer que ninguém saiba?" indagou ao escutar passos. Ela se levantou da cama e ao olhar para fora viu um homem cami
Hassan dirigiu pelas ruas inquieto. De alguma forma confiava em Ji Myung, ou melhor, confiava em Jim Sung, mas em seu intimo sentia que algo iria acontecer. Ele apenas temia que fosse com a mulher que ele amava ou com seu filho. Após alguns longos minutos, Hassan estacionou o carro em frente a um antigo quartel general, onde os melhores seguranças do palácio costumavam ficar a espera de ordens. Ao sair do carro avistou um dos jovens coronéis a sua espera do lado de fora. O saudou, olhou em volta e não demorou em entrar. Assim que a porta atrás de si fechou-se, viu os sete homens mais poderosos de Abu-Dhabi, não em dinheiro, mas em poder militar e estratégias de guerra.–Obrigado por terem vindo – Hassan disse altivo ao olhar para todos – presumo que já saibam o motivo da minha vinda. – ao vê-los
Ji Myung caminhou por todo o palácio de Ares, registrando, mentalmente, a quantidade de guardas e sua força armada. Pegou o celular, escreveu uma mensagem rapidamente e logo enviou para Hassan. Eles estavam com pouco tempo, pois assim que Ares soubesse o que estavam tramando, tudo iria acabar, pois era certo a morte de Yoon Hee. Caminhou aparentando calma, mas em seu intimo estava nervoso. Com o tempo em que vigiava Yoon Hee aprendeu a gostar dela, aprendeu a sentir respeito e carinho pela pessoa que ela demonstrava ser."Se tiver que dar a minha vida a ela, eu irei fazer isso. Uma mulher, tão nobre como ela, não pode morrer desta forma pela ganância e vingança de um, só, homem"pensou determinado ao ir em direção ao escritório de Ares. Bateu na porta e logo escutou a voz que o fazia estremecer.
O som do disparo ecoou pelo escritório e um corpo feminino caiu no chão ensanguentado. Ares olhou pasmo para a mulher e por um instante sentiu culpa, mas logo meneou a cabeça para espantar tais pensamentos. Ele não poderia recuar naquele momento, pois tudo dependia dele e de mais ninguém. Os rostos dos guardas demonstravam puro temor, pois perceberam o quão frio Ares havia se tornado.–Tirem-na daqui – olhou para a outra mulher e sorriu – agora sabe com quem está lidando – disse antes de virar de costas e sentar-se em sua cadeira ficando de frente para a poça de sangue.***Ji Myung abriu os olhos com dificuldade e não demorou para se lembrar de onde estava. Levantou-se com cuidado e olhou para a sua