— Eu estou amaldiçoado, — digo assim que ela começa a se recuperar do orgasmo — condenado a te amar, não importa quanto tempo passe.Elisa me olha confusa e eu continuo.— Se for para me julgar ou me culpar de alguma coisa, culpe-me e julgue-me como covarde que eu sou, — olho em seu olhos, agora é hora da verdade — desistir do nosso amor, por que sou covarde. Sei que você não me traiu, mas preferi acreditar que sim, era mais fácil para mim. Como poderia ser possível uma mulher incrível como você me amar? Eu, um idiota que só tinha sucesso e dinheiro por ser herdeiro. — Elisa me empurra de leve para colocar algum espaço entre nós. — Não estou me fazendo de vítima, nasci em uma família abastada, mas você sabe como ninguém o quanto ela também é tóxica, melhor dizendo minha mãe é tóxica. Foi ela quem forjou aquelas fotos. Me perdoa por não ter confiado em você, por não te ouvir e te abandonar grávida. — Foi Olga?— Foi ela, Elisa. Minha mãe pagou por elas, para que me fizessem acreditar
* Alguns meses depois dos acontecimentos do capítulo Vintee cinco *Olho para o bastão em minha frente e mal consigo acreditar no resultado, olhos para os outros dois em cima da pia do banheiro e não consigo mais conter a minha emoção. Choro de emoção, mas também de alívio pelo tão esperado resultado positivo. — Estou grávida! — Falo emocionada pousando uma mão sobre o meu ventre.Despois da confissão de Matheus, até pensei em fazer jogo duro, mas diante de tudo o que passamos ao ficamos separados, isso só serviria para aumentar o tormento. Depois do nosso sexo de demarcação de território ele até tentou em me convencer a moramos juntos, mas por enquanto estou resistindo. Eu o amo, mas tivemos o nosso breve relacionamento interrompido no passado e agora não quero pular nenhuma etapa, mesmo que uma filha e outro a caminho, provem o contrário.Saio do banheiro em busca do meu celular, com ele em mãos começo a pesquisar ideias de como dar notícia de gravidez, várias ideias legais começam
Elisa que estava até agora parada em minha frente, apenas observando a minha interação com Elena, leva uma mão até a barriga plana e confirma com a cabeça. — Estou grávida, Matheus. Vamos ser pais novamente. Não contenho a emoção e me levanto colocando Elena em meus braços e indo em direção a Elisa, a abraço com cuidado para não machucar a minha filha. Beijo seu lábios e pergunto para ter certeza que não estou sonhando:— Eu vou ser pai? — Elisa confirma com a cabeça enquanto limpa as lágrimas que caem.— Vou ter um irmãozinho! — Elena comemora feliz em meus braços.— Gostou da surpresa? — Pergunta enquanto coloco Elena no chão — Se gostei? Eu adorei! Você me fez o homem mais feliz do mundo hoje, Elisa. — enlaço sua cintura para beijá-la novamente, mas não aprofundo o beijo em respeito a nossa filha. — Agora terei que cumprir minha promessa.— Que promessa? — pergunta confusa.— De estourar fogos de artifícios na frente do seu condomínio. — Termino de fala e ela ir.— Vocês vão se c
Com passos apressados ando pelo corredor do hospital, sentindo os meus pulmões arderem, desde que recebi aquela ligação não consigo controlar as lágrimas que caem dos meus olhos, muito menos o meu coração acelerado quase saltando pela boca, nunca um corredor de hospital me pareceu tão longo. Por um instante esqueci de todo o drama que é minha vida. Jurei que estava vivendo em algum tipo de comédia romântica sem nada atrapalhando o meu era uma vez e o viveram felizes para sempre.— Mãe! — Corro para a minha mãe e me encaixo em seus os seus braços, deixo as lágrimas caírem sem culpa. A muito tempo deixei de ter vergonha de chorar em público, fingir ser forte é muito cansativo. Só quem é mãe sabe a dor do que é ver um filho sofrendo sem poder fazer nada para mudar a situação instantaneamente. Me sinto uma completa fraude como mãe nesses momentos. — Ela vai ficar bem, filha. — Ela me conforta com suas palavras e seu abraço quente. Ainda em seus braços noto a presença do médico na sala.
Sinto meu coração se apertando, minha mente está cheia de preocupações e anseios. Há apenas alguns meses, descobri que sou pai da pequena Elena, uma menina adorável de cinco anos. E agora, com essa notícia devastadora de que ela está internada e enquanto luta contra o câncer, meu mundo parece desabar ao meu redor.Não sei de onde Elisa tirou forças para aguentar situações como essa sozinha por tanto tempo. Adentro o quarto do hospital, onde Elena está internada, e meus olhos encontram o semblante cansado de Elisa e sua mãe, dona Rose. Ela está sentada ao lado da cama, segurando a mãozinha frágil de nossa filha. Sinto um misto de alegria por finalmente estar ao lado da minha filha e tristeza profunda por vê-la nesse estado.— Elisa, como ela está? — pergunto, minha voz trêmula de preocupação.Elisa olha para mim, seus olhos expressando exaustão e tristeza. Ela segura minhas mãos, buscando algum conforto em meio à angústia que nos consome.— Matheus, é tão difícil... Elena está lutand
Sinto-me pequena e frágil nessa cama de hospital, envolvida por fios e agulhas que se entrelaçam ao meu corpo. As dores parecem penetrar cada parte de mim, às vezes insuportáveis, às vezes suportáveis, mas sempre presentes. Minha mãozinha alcança o lugar onde o câncer se esconde, como se pudesse agarrá-lo e lançá-lo para bem longe. Mas é apenas uma ilusão, uma batalha invisível que luto todos os dias.Olho para minha mãe ao meu lado, seus olhos transbordando de amor e preocupação. Ela segura minha mão com ternura, tentando aliviar minha dor com seu toque suave. É nesses momentos que sinto forças para continuar lutando, sabendo que não estou sozinha nessa jornada.Meu coração se enche de um desejo ardente, de uma vontade inabalável de me curar. Quero correr na praia com o meu cachorro Jujuba, sentir o sol em meu rosto e a areia macia sob meus pés. Quero brincar com meu irmãozinho, que ainda está na barriga de minha mãe, e mostrar-lhe um mundo cheio de alegria e amor. Sonho com um futur
Já era tarde da noite quando levantei-me da poltrona em que estava sentado e caminhei um pouco pelo quarto.— Se tiver se sentindo entediado, vá dar uma volta pelo corredor ou quem sabe tomar um suco na lanchonete do hospital. — somente quando ouvi a voz de Elisa foi que me dei conta de que talvez a minha inquietação tenha perturbado o seu sono.— Desculpa, não queria atrapalhar o seu descanso. — Tudo bem, já estou acostumada a passar muitas horas acordada. — Meu coração se aperta um pouquinho com suas palavras porque ela só teve que passar por isso por eu estar ausente. — Agora é diferente, você não está mais sozinha e também está grávida precisa dessas horas. — Sei disso, mas é mais forte do que eu. — fala olhando com amor para nossa filha e eu entendo exatamente as suas palavras não ditas. Ela está preocupada com ela e não consegue descansar mesmo que precisando.— Vou aceitar sua sugestão, quer que eu traga alguma coisa da lanchonete para você?— Um suco de laranja sem aç
Estava tentando acalmar meus pensamentos quando Matheus voltou para o quarto visivelmente chateado, se eu pudesse apostar diria que ele seria capaz de morder a primeira pessoa que olhasse com olhos atravessados para ele nesse momento. — O que aconteceu, Matheus?— Minha mãe, ela apareceu aqui dizendo que é compatível com ela e estava disposta a doar a medula se eu e você nos separaremos. Enquanto conversávamos no quarto de Elena, Matheus e eu, a notícia sobre a proposta de minha sogra começou a pesar em meu coração. Eu sabia que Olga Albertelli não me suportava, mas nunca imaginei que ela iria tão longe a ponto de oferecer sua medula como moeda de troca para o tratamento de Elena.Sentada ao lado de Matheus, segurando sua mão com força, a tristeza e a indignação tomaram conta de mim. Olhei para Elena, deitada na cama com seus olhos curiosos e inocentes, e meu coração se apertou ainda mais. Como explicar a uma criança tão pura por que sua própria avó não se importava nem um pouco com