O sangue descendo quente por minha garganta era tudo que eu precisava para liberar mais algumas memórias, o cheiro, a textura. Tudo me lembrou quem eu era, o que eu estava fazendo e o porque de ter vindo parar nessa vila tão afastada da civilização. Meu lado vampiro estava ciente de tudo que eu tinha passado. Lembrei de Lammona, a traição da sua família, nosso casamento que seria esse final de semana.
Eu precisava voltar para Londres o mais rápido possível, infelizmente eu teria que abandonar Ebby, precisava ficar longe dela por um tempo ou perderia o meu Reino. Amo Ebby com todas as minhas forças mas eu tenho uma promessa a cumprir, não posso fugir do meu destino, deixar meu pai e todos os meus antepassados na mão. Enquanto pensava escutei alguns passos em minha direção, não fui rápido o suficiente para me esconder, o cheiro e a voz de Jurgem logo se fizeram presentes em meio as árvores.
—Não adianta se esconder, eu vi o que você fez. – me
Deixar Ebby foi provavelmente a coisa mais difícil que eu fiz na minha vida, mesmo a decisão tendo sido dela eu também tenho parte nisso. Não era desse jeito que eu imaginava encontrar minha companheira, não era assim que eu esperava passar os meus dias depois do encontro. Não posso mudar o que já se passou mas, não vou abandonar ela para sempre. Me alimentei pelo caminho de volta à Londres, infelizmente usar apenas meu lado vampiro me deixava faminto e para poder correr eu precisava de sangue.Fazia algumas horas que estava em movimento quando vejo a cidade, poderia pegar um carro e aparecer gritando e matando todo mundo, isso provavelmente era o que o meu lado vampiro realmente queria que eu fizesse. Pena que esse não é o meu lado mais sensato. Pensei um pouco, eu faria uma entrada triunfal mesmo sem saber o que estavam fazendo em minha ausência eu tinha um palpite de que a festa aconteceria com ou sem mim.Corri pela cidade até chegar nos limites do Paláci
9 meses depoisForam necessários meses para colocar em ordem tudo que a família de Lammona destruiu em uma semana, fora o julgamento e a sentença. Tive que convencer os ministros de que eu estava bem sozinho e quando pensar em me casar, casarei com alguém que eu realmente ame. Depois de todo o ocorrido eles acabaram aceitando, tive que fazer a viagem pelo país e países vizinhos para garantir que nenhum dos acordos tinham sido quebrados.Colocar de pé um Reino de cabeça para baixo não foi fácil, mas saber que eu tinha alguém para quem voltar me dava combustível para terminar logo todos os reparos. Não tive férias, nenhum descanso se quer, tjnha noites que eu mal dormia e outras que passava correndo na floresta. Decidi dar um tempo ao meu lado vampiro, estava ficando com uma sede incontrolável por te-lo alimentado demais enqua to corria de Avon para Londres.[•••]— Parece distante, Majestade. –
Saber que Alex era um vampiro me deixou sem norte, foi como se tudo que ele tivesse me contado fosse mentira, como se eu tivesse sido enganada o tempo inteiro. Logo após isso a pequena bomba que ele soltou em minhas mãos, ser o rei da Inglaterra. Eu estava abrigando o rei da Inglaterra em minha casa, qual a chance disso acontecer? Nenhuma! E mesmo assim aconteceu.Quando ele me deixou ali naquela floresta eu pude ouvir o ecoar do seu sussurro, sua voz dizendo que me ama. Meu coração idiota respondeu tão depressa que eu não tive tempo de processar. Arrastei os meus pés de volta para casa e encarei tudo vazio. Foi apenas uma semana mas parecia que seria para sempre. Que todos os dias que eu abrisse a porta do meu quarto encontraria a casa mergulhada em fumaça por causa dos ovos queimados, ou ter que separar roupas para ele poder trabalhar. Eu achei que nunca acabaria, acabou.Chorei encostada a porta, chorei por ter mando ele ir embora e não ter tido força para
9 meses depoisNaquela noite em que Alex foi embora Izzi e Jurgem descobriram que eram companheiros, aquilo foi o que salvou Jurgem de perder uma batalha para uma das lobas mais fortes de sua alcatéia. Izzi e ele não demoraram tanto discutindo, firmaram o laço e ela engravidou de um lindo e forte menino que nasceu faz dois meses.O vazio que todos que partiram deixaram em mim ainda estava ali, ainda doía, latejava, me sufocava. Todas as noites eu chorava e tinha pesadelos, eu queria o abraço dele, o sorriso dele e não tive. Alex nunca mais voltou. A biblioteca virou meu lar, eu passava horas depois do expediente ali dentro, as vezes nem fazia nada. Apenas sentava no balcão de atendimento e ficava olhando o lugar por onde todos os que eu amava passeavam, minha mente progetando imagens de sorrisos e antigas conversas.Ela virou meu cemitério particular, era ali que eu conversava e chorava sozinha, que eu pedia
Demorou horas para que eu chegasse perto da vila, tinha saído na madrugada e viajado a manhã inteira de carro na velocidade máxima permitida, embora que uma vez ou outra eu tivesse apertado um pouco mais o acelerador. As palavras de James ainda circulavam minha cabeça fazendo com que o nervosismo para encontrar Ebby aumentasse. Ensaiava diversas frases que eu poderia dizer a ela, comvence-la a vir comigo, mostrar que sou seu companheiro e cuidaria dela. Independente de todas as falas que eu ensaiasse sabia que, ao estar frente a frente com ela novamente as palavras sumiriam da minha boca.Fiz reserva em um Motel na Beira da estrada, deixei minha mala lá e segui com o carro para a vila que não ficava tão distante daqui, se chegasse lá correndo provavelmente seria atacado pelos betas da ronda. Não queria causar alvoroço. Parei o carro distante e fiquei observando a movimentação do início de tarde, lembrando como era bom trabalhar com Ebby na biblioteca. També
Alex... vê-lo novamente foi como abrir uma antiga ferida e, ao mesmo tempo colocar um remédio para a dor. Ele voltou, voltou por mim. Estava tão diferente, mais forte, seus cabelos dourados pareciam brilhar mais, estava bem vestido. Um rei, era exatamente o que ele parecia. A confusão dentro de mim se agitou, por um lado eu queria gritar e dizer que ele era um idiota, mas por outro lado eu queria abraça-lo, afundar meu rosto em seu peito como tinha feito durante aquela semana. Por que quando eu estava com ele a dor sumia, a solidão ia embora. Alex afastava meus fantasmas. — Sempre linda, Loren. – meu corpo tremeu e esquentou ao ouvir sua voz rouca e baixa, ele estava triste, podia sentir. Meus sentidos apurados de loba detectaram isso, meu companheiro acha que J.J. é meu filho. Imaginar isso me fez rir, eu nunca ficaria com Jurgen. — Voltou para me buscar? – sussurrei, ele deu dois passos em minha direção, aquele sorriso lateral em seu rosto me deixava um leve nervosismo. — Sim.
O dia hoje será cheio, faltam apenas seis meses para eu ser nomeado o rei suplente e tudo já começa a andar nos trilhos.Meu pai morreu há um mês de câncer, queria dizer o contrário mas, dinheiro não compra tudo. Por muito tempo sabia que minha hora iria chegar e não seria feliz, pois perder um pai não é algo que faça seu peito inflar de orgulho. Ronald Alexander Turner foi o melhor rei que essa Inglaterra já teve, jamais chegarei aos seus pés e isso me assusta o povo pode não me querer por ver o quão diferente sou dele.- Príncipe! Acorde. - James passa por mim que estou parado em uma das janelas do palácio e bate em minha cabeça com força.- Sinto
Três meses, era apenas isso que faltava para ter a coroa de rei, nada poderia estragar esse momento, ao menos era isso que eu dizia a mim mesmo diariamente. A não ser a família de Lammona que está sempre em meu encalço. Ela é uma das jovens mais ricas e bem sucedidas de meu reino, encantadora e bela, mesmo assim me dá nojo. O motivo é simples e claro, suas intenções, sua personalidade, nada nela chega de fato a me agradar ou ao meu lado sobrenatural. Após todo aquele constrangimento com James seu pai tem vindo várias vezes oferecer sua companhia em minhas viagens e reuniões, eu aceito por educação mas não suporto ficar ao lado daquele velho, sabendo que ele só está fazendo isso para tentar uma aproximação e descobrir meus reais pensamentos e interesses.Mais uma vez estou parado de frente a janela do meu quarto, olhando