Janaína Messias — Ei? Você está viva? – sinto algo cutucando meu rosto. – Ei garota? Morreu?— Pare com isso! – som de tapa – Você não vê que ela desmaiou?Abro os olhos percebendo estar no quarto de Cecília. Rapidamente olho para minhas roupas e suspiro aliviada ao ver que estava vestida. Sento rapidamente ao perceber que tem um homem sentado na beira da cama.— Quem são vocês? Onde está Cecília? Que horas são?— O Pelé ganhou a copa? – Ele diz sarcástico mas o medo me impede de reagir a altura.— Senhorita, me desculpe pelo comportamento dele. – Uma voz feminina me faz olhar para o lado direito do quarto – Esse é o Thiago. Me chamo Patrícia, trabalhamos para a senhora Cecília.Meu coração parecia que ia explodir. Tento me levantar mas sinto meu corpo doer. Tento lembrar das coisas mas tudo estava confuso.— Quanto tempo eu estou aqui? – Pergunto envergonhada.— Nove longas e entediantes horas. – Thiago diz sem ânimo na voz.Me levanto rapidamente sem me importar com a dor. Hoje
Fiquei hospitalizada por uma semana. Infelizmente, como de costume, meu pai estava fora em uma viagem de trabalho. Todos sabem que é só uma tática para evitar escândalos e a polícia. Melissa insiste em querer denunciá-lo, mas sinto como se estivesse traindo minha própria família.Sei que parece estranho não denunciar alguém que me agride constantemente, mas... ainda não encontrei a coragem necessária.João não apareceu no hospital uma única vez, nem mesmo ligou para perguntar sobre minha saúde. Isso me deixou profundamente irritada. Como posso considerar me casar com alguém que não demonstra o menor interesse por mim?Melissa tem aparecido diariamente para me visitar. Pelo que entendi, ela e Cecília já se conheciam de antes. Não quis me aprofundar nesse assunto para não parecer intrometida. Tentei buscar alguma conexão entre elas nos pertences antigos de Melissa que ainda estavam na minha casa, mas só encontrei diários trancados, impossíveis de abrir.Fiz algumas pesquisas na internet
Dividimos a conta e voltamos para casa. Sou surpreendida ao ver um Porsche estacionado em frente ao portão.Ao me aproximar da casa, fico confusa; de quem seria esse carro? A mãe do João tinha uma Porsche, mas era branca e geralmente ela não a usava quando vinha nos visitar.A ansiedade me consome. Será que já estavam planejando o meu casamento? Mas meu pai acabou de assinar o contrato, como estariam agindo tão rápido?— Eu... Eu não sei se estou pronta para entrar em casa. – Minha voz é trêmula enquanto recuo um passo.Melissa me olha confusa, mas ao perceber o carro em frente a nossa casa, sua expressão muda para furiosa.— Se for aquela bruxa velha, eu vou acabar com ela! – Melissa diz entre dentes.Meus olhos ficam marejados. Não queria ter que me casar com o João, não queria ter que lidar com tudo isso agora.Melissa me envolve em um abraço forte, seus lábios tocam minha testa de forma carinhosa.— Não deixarei que nada aconteça a você. – Ela sussurra descanso minhas lágrimas. –
Acordo assustada, olhando para o despertador que marca quatro da manhã. Meu celular toca, e suspiro irritada. Quem ligaria a essa hora?Atendo sem ver o número, minha voz sem ânimo, bocejando.— Alô? – Minha voz sai rouca, sonolenta.Escuto uma risada forçada e imediatamente reconheço João. Meu coração acelera, e me sento na cama. Teria acontecido algo com meu pai?— Dormindo a essa hora? Espero que, quando casarmos, você seja mais ativa. – João pergunta privativo.Seu comentário sarcástico me faz suspirar. João sempre estava insatisfeito com algo que eu fazia, parecia que jamais iria satisfazer seu ego enorme.— São quatro da manhã aqui no Brasil. – Minha voz sai sem ânimo, e ele bufa irritado.— Esqueci desse fuso horário. De qualquer forma, você deveria estar acordada a essa hora. – Ele suspira. – Não pense que, quando casar comigo, vai continuar sendo essa preguiçosa que dorme até tarde.Suas palavras alimentam minha raiva. O ódio e o descaso com que ele se refere a mim só demonst
— Menina insolente... Vou fazer questão de te dar uma surra! – Sua fala entre dentes me arrepia.Minha confiança começa a diminuir e o medo a surgir. Eu era apenas uma adolescente a mercê dos desejos do meu pai. Não havia nada que eu fizesse que pudesse impedir meu destino cruel.Eu não devia provoca-lo assim, sabia que ele iria se vingar, eu conhecia como João era vingativo e rancoroso. Céus, eu acabei de assinar meu atestado de óbito!— Além do mais, eu não tenho só as empresas no meu nome. Eu tenho acesso a todos os empreendimentos da sua família. – Ele ri. – Sabe um fato interessante que descobri? Todos os imóveis da sua família estão em nome do grupo Messias, a principal empresa do seu pai e a qual agora eu sou CEO.João fica em silêncio durante longos segundos, em uma tentativa de aumentar minha ansiedade.— Além de ter 90% da M&J, agora sou CEO do grupo Messias. Não é impressionante? – Ele diz com entusiasmo.A ligação fica silenciosa até que eles volte a falar:— Outro fato In
Melissa Rodrigues.Não conseguia entender o que poderia ter causado o ataque de pânico da minha irmã. Esse era o pior de todos, nunca havia presenciado um surto assim com a Janaína.Ryan estava tremendo na cadeira, era a primeira vez que ele via a Janaína ter um ataque de pânico, isso é de desestruturar qualquer um.— Eu não entendo, Doutora Andréia. Não sei o que aconteceu. Eu entrei no seu quarto e ela já estava desse jeito. – Passei a mão no rosto, confuso.Ela suspirou, olhando os dados de Janaína na tela do seu tablet.— Aqui diz que ela está tomando regularmente a medicação que passei... Vamos testar algumas opções e dosagens melhores. – Ela me olhou com seriedade. – Mas precisamos descobrir o real motivo por trás desse surto, isso não foi apenas um ataque de pânico.— Você acha que minha irmã está piorando? O que diabos está acontecendo aqui? – Ryan perguntou, se aproximando. – Ninguém me fala nada, ninguém me disse que o estado da Janaína era tão ruim assim! Eu sabia que ela t
— Já disse, você não pode entrar aqui.O porteiro nega pela vigésima vez. Bufo em frustração e mostro a ele um maço de notas de cem, ele olha para os lados e pega o dinheiro e o conta.— Certo, vou deixar a senhorita subir, mas não vou aprontar.Sorri agradecida e ando em direção ao elevador privativo. Ele me leva direto a cobertura, quando as portas se abrem, revelam uma sala luxuosa com um piano de cauda, no teto um enorme lustre de cristais.Olho ao redor encantada e sinto o luxo do lugar.— João deve estar desviando muita grana pra conseguir manter esse lugar.Digo olhando ao redor. O ambiente era tão grande que sequer sabia por onde começar. Ando em direção ao corredor, vejo uma porta grande, seguro a maçaneta e vejo que estava trancada.Olho pelo buraco na maçaneta e vejo se tratar do escritório. Como imaginei, ele não daria bobeira em deixar o ambiente desprotegido à mercê de algum funcionário.Qualquer um que entrasse ali podia acessar suas informações no computador ou até mes
Ainda estava absorvendo os acontecimentos recentes. Eu estava deitada com a cabeça no peito de Scott, ele brincava com uma mecha de meu cabelo. Fazia tanto tempo que não me sentia desse jeito, era surreal a forma como ele provocava reações em meu corpo.— Você está pensativa.Ele fala me observando. Sorri sem graça, ele me conhecia tão bem que sabia das coisas que aconteciam comigo.Eu sabia que devia contar a ele sobre a gravidez… mas não sabia como iria iniciar essa conversa. Sabia que não podia negar o direito dele de saber sobre seu filho, isso era desumano.— Você tá com aquela carinha de quando quer me falar algo mas não consegue.Suspiro profundamente e me sento na cama. Olho pela janela tendo a visão da cidade, uma chuva forte molhava os prédios e o céu estava cinza.— Você se lembra quando eu desapareci? Não foi por acaso, o Richard, ele descobriu uma coisa…Minhas palavras saem em gaguejos, fecho os olhos e nego com a cabeça, minhas mãos tremiam em lembrar disso, até hoje ti