Luiza simpatiza bastante com Fábio, mas não sabe se é porque ele é um psicólogo e entende bem o que ela está passando, ou se é pelo fato de ele tê-la ajudado mesmo sem conhecê-la. Depois de conversarem bastante, Fábio se despede de Luiza, pois precisa ir embora, mas antes de partir, deixa seu cartão de visitas caso ela queira ir ao seu consultório. Luiza continua sentada no mesmo lugar, pensando na vida.Após esperar por Luiza e ver que ela realmente não vai chegar, Liz resolve servir o jantar, que já está bastante atrasado. Ela chama do lado de baixo da escada, pedindo que Liam desça com as crianças, e depois de alguns minutos, todos chegam à sala de jantar.— Cadê a mamãe? Onde ela está? — Belinda pergunta olhando para todos os lados, procurando Luiza.— A mamãe foi trabalhar, mas logo ela vai chegar em casa. Vamos comer, e depois que ela chegar, vocês a verão, ou ela irá até o quarto de vocês para dar um beijo de boa noite, está bem?— Eu quero ver a mamãe, estou com saudade dela.
— Olha, minha querida, nesse caso de obsessão, posso dizer que entendo. Lembra bem o que aconteceu comigo há pouco tempo por causa da Acácia, né? Tem mulheres que não têm noção e acham que devemos ficar com elas mesmo quando não queremos. Embora comigo a Acácia não tenha tido nada, Deus me livre! Se sem ter nada, ela já fez o que fez, imagina se tivéssemos tido algo. Acho que ela se meteria dentro da minha casa sem eu saber.— Eu imaginei que pudesse ter acontecido, por causa do que ocorreu com você. Mas mesmo assim não justifica o Liam ter ficado com outra mulher, sabendo que era casado e há tanto tempo com minha irmã. Ainda mais porque eles têm dois filhos maravilhosos juntos. Isso não entra na minha cabeça de jeito nenhum.— Realmente está um pouco complicado. Infelizmente, não temos o que fazer. Ele cometeu um erro e agora só podemos ajudá-lo a reconquistar sua irmã, caso ela queira, ou ajudar sua irmã a superar a separação, caso ela decida. Porque, querendo ou não, agora a decisã
Lisa sobe para o quarto, seguida por Luiza. Lisa vai direto para a cama e adormece novamente em poucos segundos. Luiza, ao chegar no quarto, segue direto para o chuveiro, entrando com a roupa e tudo. Ela liga o chuveiro no máximo, deixando a água cair sobre sua cabeça. Fica ali por alguns minutos, permitindo que a água lave seu corpo e talvez sua alma. Lágrimas começam a cair novamente enquanto ela lembra de tudo pelo que está passando. Além de sua doença repentina, agora precisa lidar com a decepção de uma traição. Será que Luiza será forte o suficiente para superar tudo isso? Depois do banho, ela tira toda a roupa, deixando-a no chão do banheiro, e segue para a cama. Sem nem se enxugar, Luiza se joga na cama e adormece ali mesmo.Lisa acorda com o barulho do despertador. Mesmo de olhos fechados, ela procura pelo despertador, tateando e o desliga. Mas poucos segundos depois, ela lembra que precisa levantar cedo para preparar o café da manhã, já que sua irmã com certeza não terá condi
Leon acorda esfregando os olhos e não acredita ao ver sua mãe ali o acordando, pois todos os dias é seu pai quem faz isso. Ele fica muito feliz e a abraça, dando um beijo em seu rosto.— Mamãe, você veio me acordar! Cadê o papai, ele já saiu?— O papai ainda está dormindo, mas hoje a mamãe resolveu acordar vocês dois, porque ontem à noite eu não consegui vê-los. — Ela diz dando vários beijinhos em seu rosto, fazendo Leon sorrir. — Hoje não é o papai que vai dar banho em nós? — Leon pergunta curioso.— Não! Hoje quem vai cuidar de vocês sou eu. Vamos logo para o banheiro, vou dar um banho em vocês dois agora, para podermos descer e tomar o café da manhã. — Luiza diz levando Leon até o banheiro.Enquanto ela dá banho nas crianças, Liam chega na porta do quarto como de costume, pois todos os dias é ele quem vai até o quarto acordar as crianças para levá-las para tomar banho e descer para o café da manhã. Ao ver que as crianças não estão na cama, ele decide ir até o banheiro para ver se e
— Eu vou lá agora falar com o papai! — Leon fala, descendo da cadeira. — Pode voltar aqui! Mocinho, você não vai para lugar nenhum. Deixa seu pai lá fazer o que ele está fazendo, e vamos voltar aqui para a comida. Já, já o ônibus passa. Eu não quero que os dois percam, porque eu mesma não vou levar ninguém na escola. Hoje eu preciso me arrumar para poder ir para o hospital logo depois da sua tia.— A senhora está doente, mamãe? — Belinda pergunta.— Todo ano nós precisamos fazer exames de rotina para não ficarmos doentes. Então é isso que a mamãe vai fazer este ano. Tenho que fazer vários exames, então vou passar bastante tempo ainda no hospital. Mas não tem nada com que se preocupar, tá bom.As crianças assentem com a cabeça, enquanto começam a tomar o café da manhã. Em poucos minutos, Liz termina de comer sua comida e, lembrando que vai com a sua irmã para o hospital, ela decide ir até à garagem para informar a Liam que ele pode ir embora. Liz volta para dentro de casa para dizer a
— Olha só! Quem diria, a minha maninha, doutora! Tem um consultório só para você e suas pacientes. Quantas você atende por dia?— Depende do dia. Tem dias em que atendo 20, e, se necessário, até 40 mulheres. Foi o máximo que já atendi. É um pouco cansativo, sabe, trabalhar com mulheres grávidas. Nunca vi tanta gente com tantas perguntas. Às vezes, cansa, porque sempre são as mesmas perguntas, e elas perguntam de novo na próxima consulta.— Você tem que ter bastante paciência, porque eu mesmo não tenho nem um pingo. Já não gosto dos meus clientes quando fazem muitas perguntas sobre a casa.— É, mas isso é o que eu amo fazer, então não é um incômodo para mim. Agora acho que já está na hora. Vamos direto para o consultório do Jack, porque ele já deve estar nos esperando.As duas seguem pelo longo corredor em direção ao consultório de Jack. Chegando lá, Liz bate na porta e é convidada a entrar. Ela vê que já há quatro médicos conversando com Jack sobre algum assunto.— Olá! Tudo bem com v
Enquanto os médicos continuam conversando na sala de Jack, Liz se despede dele junto com Luiza, e as duas seguem até o consultório. Elas estão muito felizes, pois agora têm esperanças com o tratamento da irmã. Sabem que ela terá grandes chances de se curar rapidamente e, segundo o médico, não precisará passar por todo o processo da quimioterapia.— Viu, mana? Eu disse que daria tudo certo. Você não vai precisar da quimioterapia. É maravilhoso, não é? Não vai perder sua autoestima nem seus cabelos, que era o que você temia. Estou tão feliz por você agora.— Eu também, Liz. Estou muito feliz. Não imaginava que essa consulta poderia me trazer tanta esperança. Agora vejo um futuro promissor à minha frente. Assim que recebi o diagnóstico, pensei que a morte estava próxima e por isso não contei nada a você. Mas agora, sim, sei que poderei criar meus filhos, ver meus sobrinhos. Isso me deixa feliz.— Eu entendo, mana. Sei o quanto sofreu com a perda da mãe. Quando descobri que você estava es
As duas estão no consultório, enquanto Liz começa a ler alguns prontuários que já estão sobre a mesa, esperando por ela, para conhecer algumas pacientes. Liz aproveita para organizar os papéis que estão desorganizados, pois ela é obcecada por organização e não suporta ver nada fora do lugar. Eva entra no consultório para informar que as pacientes já chegaram e pergunta se Liz já vai começar a atender. Então, Liz apresenta Luiza para Eva, e as duas se dão muito bem. No horário marcado, Liz começa a atender todas as pacientes, e Luiza a ajuda conforme o esperado. Próximo da hora do almoço, Liz atende a última paciente e, ao sair da sala, solta a caneta em cima da mesa, esticando os dedos à sua frente.— Nossa, estou tão cansada! Você nem imagina o quanto. Meus dedos estão doendo de tanto que escrevi hoje. Dia de passar os exames é horrível porque a gente escreve muito. Você viu que eu te disse? Elas perguntam muito, queria saber se você também passou por isso quando estava fazendo o pré